Conspiração escrita por Lura


Capítulo 19
Confronto


Notas iniciais do capítulo

LEIAM AS NOTAS!!!

Olá pessoas!

Bem discreto o aviso, né? Ocorre que hoje, talvez mais do que em todos os outros posts, acho importante que vocês confiram as informações deixadas nas notas, principalmente nas notas finais. ;]

Sem enrolar muito, quero agradecer ao pessoal que comentou no capítulo anterior. São eles: Vicky Scarlet, Giu Bloodie S2, Gutor, Happy Reader, Saberus, Italo Azevedo e GabbySaku. Como sempre, muito obrigada galera, pelo carinho, pela consideração e pelas observações, sempre ótimas.

Então é isso. Fiquem agora com essa conversa, mega tensa, entre o nosso shipp preferido.

:3



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Capítulo XVIII - Confronto

 

Cidade de Daristan - 28 de março de x792

Natsu estava ciente que a maga estelar lhe encarava, completamente atordoada, provavelmente esperando que ele lhe dissesse o que fazer. O mago sabia que a jovem estava chorando. Podia captar o cheiro de suas lágrimas, assim como escutar os batimentos descompassados de seu coração.

Entretanto, como poderia ele, que nunca se sentira tão perdido na vida, orientar a loira, quando mentalmente implorava para que alguém o socorresse?

Ele já tinha perdido a conta do número de vezes que se sentira miserável naquele mesmo dia, que aliás, estava começando a parecer interminável. Antes, por não ter sido capaz de proteger pessoa mais importante de sua vida. Agora, por ver essa mesma pessoa tão desamparada e não ter a mínima ideia de como agir.

Ambos os jovens estavam tão mergulhados no próprio desespero, que ignoravam completamente a presença de uma terceira pessoa no cômodo. Contudo, bastaram que poucas palavras colidissem violentamente contra o silêncio sepulcral estabelecido minutos atras, para que eles reagissem.

— Olha, eu ia mesmo conversar com vocês sobre isso. - O médico, que até então, apenas observava sem intervir, comentou, atraindo a atenção dos outros dois. - Mas vocês podem interromper a gestação, se não sentirem que esse é o momento adequado. - Avisou com seriedade, ajeitando os óculos de grau.

Se Lucy estava lívida antes, ao escutar tais palavras, ganhou a aparência de um verdadeiro defunto. A face empalidecera de tal forma, que o profissional da saúde chegou a se aproximar dela, temendo que desfalecesse. Todavia, a garota seguiu desperta, ainda que atordoada.

Seria hipocrisia dizer que não havia pensado nessa possibilidade. Em seu período de desconfiança e negação, a maga loira realmente chegou a cogitar se a interrupção da gravidez não seria um destino menos cruel a uma criança que ser criada por pais completamente desestruturados. Porém, ouvir essa alternativa da boca de um médico, a tirara dos eixos de uma forma que não poderia ter previsto.

— Interromper a gravidez? - Natsu perguntou, fazendo com que Heartfilia e o homem de meia idade se voltassem para ele.

A maga estelar o fitava, completamente temerosa. Estaria Natsu considerando aquela possibilidade? E se a resposta fosse positiva, porque ela se sentia tão mortificada? Afinal, ela mesmo não ponderara o assunto?

— Você quer dizer, tipo, pausar a gravidez? - Indagou o mago, completamente confuso. - Isso é possível? - Externou, desorientado como uma criança, fazendo com que o médico arregalasse os olhos, estupefato. Aquilo só podia ser piada.

A loira, por sua vez, abaixou a cabeça. Todos os acontecimentos dos últimos meses, em especial o seu relacionamento com o mago do fogo, quase fizeram com que ela se esquecesse da inocência infantil do rapaz. Entretanto, ali estava ele, tão atarantado como ela. Nesse caso, era compreensível que o dragon slayer não fosse capaz de apoiá-la. Estranhamente, a jovem se sentiu aliviada após ouvir tal pergunta, e provavelmente teria rido, ou estapeado o parceiro, fosse outra a ocasião.

— Mas é claro que isso não é possível. - O médico respondeu, em tom de incredulidade. - Quando eu disse interromper a gravidez, quis dizer permanentemente. - Falou, como se estivesse explicando a um retardado.

A reação manifestada pelo membro da Fairy Tail surpreendeu levemente o profissional, fazendo-o arquear as sobrancelhas. A face de Salamander foi adquirindo uma coloração avermelhada, e seus olhos aguçados gradualmente preencheram-se de irritação.

— Você está sugerindo que matemos a criança? - Questionou, aterrado, fazendo com que Heartfilia contorcesse o semblante em confusão.

O homem apenas suspirou, massageando as têmporas antes de responder.

— Não estou sugerindo um assassinato. - Contestou. - Estou sugerindo um aborto. - Corrigiu. - Aliás, eu não estou sugerindo nada. Apenas avisei que essa possibilidade existe. Cabe aos pais, ou, na maioria dos casos, apenas a mãe, pensar com cuidado antes de tomar qualquer decisão. - Defendeu-se.

Novamente, Natsu retraiu-se ao ouvir aquela palavra.

Pais.

Céus! Como poderia ele, criado por um dragão, tornar-se um pai?

Dúvidas semelhantes atormentavam a maga celestial, quando, novamente surpreendendo-a, o mago do fogo tomou a palavra.

— Não importa o nome que vocês deem, eu não consigo encarar isso como outra coisa que não seja um assassinato. - Replicou.

— Veja bem… - O médico estava preparado para aventurar-se em diversas explicações científicas, quando foi interrompido pelo rapaz:

— Ele tem um coração! - Exclamou, exasperado. - O bebê já tem um coração! - Vociferou, apontando o ventre de Lucy. - E ele pulsa tão forte que eu consigo ouvir daqui! - Contou. - Como que interromper a gravidez não pode ser considerado um assassinato? - Insistiu.

O homem de meia idade fitou o mago, impressionado. Era realmente incrível que ele pudesse escutar o coração de uma criança, ainda em formação, sem ao menos se aproximar do ventre da mãe. Até mesmo os batimentos de adultos eram difíceis de captar a distância.

Por sua vez, Lucy acompanhava a discussão, boquiaberta. Em nenhum momento, desde que aquela conversa começara, suas lágrimas cessaram de cair. Entretanto, por que agora uma sensação diferente lhe preenchia? Se não estivesse com a mente tão conturbada, de modo que isso não afetasse sua capacidade de dicernir sentimentos, podia jurar que estava se sentindo emocionada.

— É como se estivéssemos punindo um inocente pelos nossos erros! - Completou exaltado, levando as mãos aos cabelos revoltos e dando as costas aos outros dois.

O profissional sorriu, levemente. Não pôde evitar o pensamento de que, realmente, o mundo seria muito melhor se fosse de acordo com os ideais de Salamander. Contudo, a realidade era dura. E ele sabia muito bem tudo o que um pai precisava sacrificar, ao criar um filho.

Mais uma vez, o silêncio era reinante, sendo irregularmente cortado apenas pelos soluços de Heartfilia. Por fim, o médico novamente suspirou, Encarando a moça deitada no leito.

— É como eu disse anteriormente. - Falou, ajeitando os cabelos grisalhos. - Os pais têm que conversar para que possam tomar a melhor decisão. - Aconselhou. - Vocês tem duas semanas para pensar. O procedimento só pode ser realizado até a décima oitava semana de gestação. - Alertou.

— Duas semanas... - Lucy repetiu, mecanicamente.

— Eu volto mais tarde, para examiná-la. - Avisou, deixando o quarto.

Assim que perceberam-se sozinhos, ambos os jovens sentiram o corpo tensionar. Teriam que conversar, isso era inevitável. Mas como agir diante de uma situação, quando todas as alternativas possíveis pareciam levar a um caminho desastroso?

— Natsu… - Buscando coragem de suas entranhas, Lucy chamou, a voz trêmula.

Lentamente e um tanto relutante, o mago do fogo se virou, finalmente encarando-a nos olhos. Naquele instante, percebeu que não apenas o timbre da loira oscilava. Seu corpo inteiro tremia, e as lágrimas fluiam torrencianmente, deixando suas orbes vermelhas. Ela estava apavorada.

— Você realmente pode ouvi-lo, não é? - Inquiriu a jovem, posando ambas as mãos no abdômen. Completamente surpreso pelo teor da pergunta, o dragon slayer seguiu mudo. - Digo, o coração do bebê. Você consegue mesmo escutá-lo? - Indagou, embora já soubesse a resposta. Afinal, fora o próprio Dragneel lhe dissera isso, dias antes, no seu quarto.

“É como se você tivesse dois corações.”

Lembrou-se da forma inocente como ele captara o sinal de vida em seu ventre.

— Sim. - O rapaz confirmou, sem desviar o olhar.

Mesmo em meio a soluços, Lucy sorriu, fazendo com que o parceiro de equipe arqueasse as sobrancelhas. Ainda que devesse expressar alegria, o gesto não conseguiu disfarçar a desolação em que a loira estava mergulhada.

— Que inveja. - Externou por fim, fazendo com que o semblante de Natsu se contorcesse em uma careta confusa. - Sabe, ele está aqui dentro. - Começou, fitando o próprio ventre. - Parece injusto que apenas você possa ouvi-lo. Eu gostaria de poder fazer o mesmo - Explicou.

A maga estelar fez uma longa pausa, tomando fôlego e coragem antes de prosseguir, como se suas palavras, de certa forma, a envergonhassem.

— Quem sabe se eu pudesse ouvir o coração dele - Continuou. -, essa ideia de que tirá-lo de dentro de mim talvez seja o melhor a ser feito, saísse da minha cabeça. - Contou, abaixando a fronte, constrangida.

Aquelas palavras atingiram o dragon slayer, como uma facada. Novamente, sentiu-se completamente miserável. Afinal, Lucy estava em pânico com a situação.

Agora, compreendia que a maga não estava tão perturbada quanto ele: estava infinitamente mais. Pois era ela que trazia uma criança em seu ventre. Era ela quem estava sofrendo transformações, e seria ela que sustentaria o bebê nos próximos meses. Ela precisava de apoio, e ele nem ao menos conseguia suprir essa necessidade.

— Eu estou com medo, Natsu! - Confessou, exaltando-se. - Eu não quero tirar essa criança, mas a ideia de ser mãe me apavora! - Externou, o tom subindo gradualmente. - Eu não tenho a mínima ideia de como cuidar de um bebê, e sei que sozinha isso é praticamente impossível! - Continuou. - Vai chegar uma época que nem ao menos poderei trabalhar… Como vou criar uma criança sem dinheiro?

Naquele ponto, a loira já tinha afundado completamente em seu desespero, despejando todos os seus temores, sem saber ao certo o que dizia.

— Como vou fazer missões com um bebê no colo? E o aluguel? Como vou pagar o aluguel se não puder pegar tabalhos? - Seguia perguntando.

— Eu também estou com medo, Lucy. - Dragneel respondeu, com a voz firme ao ponto de fazer a parceira voltar a realidade. - Eu também estou apavorado! - Admitiu.

— Natsu…

— Como eu, uma pessoa que sequer foi criada por um humano, posso me tornar um pai? - Continuou ele, ignorando o chamado. - Lucy, eu não consigo cuidar nem de mim mesmo, como vou cuidar de alguém? - Emendou.

O mago do fogo levou as mãos até a testa, exasperado. A jovem apenas o encarava, chorando baixinho.

— Você não faz ideia de como eu me senti hoje! - Externou. - Vendo você inconsciente nessa cama de hospital, captando, o tempo inteiro, a pulsação do bebê, quando tudo o que eu queria era não ouvir. - Narrou, fazendo-a compreender a razão dele estar posicionado tão longe dela, no momento em que acordara. - Porque isso apenas me fazia lembrar que eu falhei em te proteger, mais uma vez! - Contou, tornando a fitá-la. - Falhei inúmeras vezes antes, e mais uma vez agora. Só que dessa vez, um inocente quase foi sacrificado, graças a minha incompetência! - Concluiu, amargo.

— Não foi sua culpa! - A maga celestial tratou de esclarecer, vendo que Salamander sentia-se culpado. - Natsu, fui eu que me arrisq…

— Se eu não sou capaz de proteger você, como vou proteger essa criança? - Questionou, abaixando a cabeça. - Eu… - Começou, gaguejando. - Eu não sei se consigo fazer isso.

Naquele instante, Lucy sentiu seu interior se contrair em tristeza. Estavam conversando há algum tempo, mas não chegavam a lugar nenhum. Porém, inevitavelmente, uma decisão teria que ser tomada. E ele temia que tivesse que fazer isso sozinha.

Presa a esse pensamento, quase pulou de susto ao sentir algo roçando em seus dedos. Recompondo-se, observou o dragon slayer amparando a mão dela com a dele e, inevitavelmente, sentiu o corpo tranquilizar, um pouco. Conscientemente, aproveitou o choque de temperaturas - a frieza de sua pele contra o calor acolhedor que ele emanava -, permitindo-se relaxar.

— Entretanto… - Natsu recomeçou, reticente. - Eu não acho justo que essa criança pague por minhas inseguranças. - Concluiu, com um olhar determinado.

Lucy sentiu o queixo cair. Não podia acreditar no que estava ouvindo. Atordoada com tais palavras, secou o rosto com a manga da mão livre.

— Natsu… - Chamou, incerta. - Você quer ter essa criança? - Inquiriu, insegura.

Sem responder, Dragneel apenas abaixou-se, de modo que pudesse encostar o ouvido no abdômen da maga estelar, surpreendendo-a novamente.

— Eu não sei porque, mas agora que eu falei tudo isso, ouvi-lo me deixa mais calmo. - Contou, sem afastar-se do corpo da jovem.

Estática, a loira sentiu novas lágrimas escorrendo por suas bochechas. Naquele momento, enquanto Natsu segurava sua cintura firmemente com ambas as mãos, sentiu a confusão de sentimentos negativos que preenchia seu interior se devanescer lentamente, enquanto uma nova sensação se fazia presente.

— Eu não sei responder as suas perguntas Lucy. - Admitiu ele, levantando-se. - Mas prometo que você não vai estar sozinha, em momento algum. - Garantiu, tomando ambas as mãos dela entre as suas. - Eu vou estar ao seu lado sempre, assim como estou agora. - Prometeu. - Eu vou proteger o seu futuro e o do nosso filho. - Finalizou, sentando-se ao lado dela na cama e puxando-a para um abraço protetor.

Mesmo estando escondida entre os braços de Natsu, Lucy não pôde deixar de arregalar os olhos. Mentalmente, repetiu as últimas palavras proferidas pelo parceiro:

“Nosso Filho”.

Era a primeira vez que ele se referia a criança dessa forma. Até então, ele havia usado apenas os termos “esse criança” ou “esse bebê”. Tal constatação, fez com que ela sorrisse involuntariamente, reconhecendo finalmente a sensação boa que cresciam em seu interior.

Proteção.

Inevitavelmente, recomeçou a prantear.

— Está tudo bem? - Preocupado, o rapaz afagou os cabelos loiros de forma carinhosa.

— Uhum. - Ela praticamente murmurou, contra o peito dele, agarrando-se ao tecido se suas vestes. - Está tudo bem agora. - Afirmou, decidida a deixar que todas as suas inseguranças se fossem com as lágrimas.

Sem dizer mais nada, Natsu apenas continuou amparando-a, sentindo, enfim, que podia tornar-se o apoio que Lucy precisava.

 

• • 

 

Finalmente, os últimos resquícios de claridade se foram, e uma noite especialmente escura e sem lua ergueu-se sobre Daristan¹.

Embora estivesse um tanto tarde, o grupo de magos contratado pelo prefeito da cidade, se aglomerava no quarto de hospital onde Lucy estava instalada, a fim de conferir se tudo estava bem com a companheira de time.

Claro que os funcionários do hospital não queriam deixar a equipe passar, mas bastou que Erza pedisse com “jeitinho” para que todos tivessem acesso liberado.

— Fico tão aliviada por Lucy-san estar melhor! - Wendy exclamou. De todos, ela era a que estava mais próxima da loira, parecendo extremamente animada com alguma coisa, para estranhamento de Gray e Erza.

— Wendy não parava de nos contatar perguntando por você, Lucy, já que esse bocó do Natsu não atendia. - Revelou o mago do gelo.

— Está tudo bem agora, Wendy. - A loira, que ainda estava pálida e tinha os olhos fundos de tanto chorar, respondeu, forçando um sorriso. - Me perdoe por ter agido imprudentemente. - Desculpou-se, olhando-a significativamente.

— Tudo bem. - A pequena curandeira meneou a cabeça. - É só tomar mais cuidado de agora em diante. - Orientou.

— Mas e você? - Heartfilia perguntou. - Está mesmo bem? - Quis saber.

— Não precisa se preocupar comigo. - A menina a tranquilizou. - A magia “Bleed”, que o ladrão usou em nós, apenas drena instantaneamente os poderes. Podia ter sido grave se o nível de magia dele estivesse alto, mas, felizmente, não era o caso. - Explicou. - Ainda assim, no seu caso foi mais perigoso. - Falou, sem pensar.

Mesmo que a conversa fosse recheada de significados ocultos para três dos cinco magos presentes, a ruiva e o moreno acompanhavam-na tranquilamente, sem desconfiar de nada. Porém, a maga estelar estava um tanto apreensiva e temerosa com o rumo do assunto, razão pela qual decidiu desconversar:

— Vocês conseguiram recuperar as gemas? - Inquiriu.

— Sim. - Erza assentiu. - Achamos no quarto em que o careca estava hospedado. - Contou. - Mas já foram devolvidas aos seus devidos lugares.

— E por que o careca as roubou, afinal? - Questionou. - Apenas ganância? - Sugeriu.

— O nome dele é Arin Feler. - Fullbuster pronunciou-se. - Ele ainda está hospitalizado, mas pelo pouco que perguntamos e investigamos, descobrimos que ele acredita ser um descendente do mago das trevas, que amaldiçoou essa cidade. - Falou.

— O mago da lenda, que o prefeito contou? - Heartfilia perguntou, levemente impressionada, e o moreno apenas meneou a cabeça, positivamente.

— Ele acreditava firmemente que a cidade seria completamente destruída, uma vez que removesse os talismãs protetivos. - A maga de armadura complementou. - Não pretendia atacar o lugar, diretamente. Apenas queria que a maldição se cumprisse, para que o mago negro pudesse descansar em paz. - Concluiu, em tom descrente.

— Que idiota. - Natsu finalmente manifestou-se. - Como se aquelas pedras servissem de alguma coisa. - Debochou.

— Natsu! - Erza repreendeu. - Não menospreze a cultura local! - Ralhou.

— Mas é verdade. - Insistiu o rapaz. - Nosso grupo estava vigiando a Gema do Fogo, mas hora nenhuma eu tive problema para usar os meus poderes. - Gabou-se.

— A não ser quando foi atingido pela magia do careca. - Gray provocou.

— Estou querendo dizer, fora isso, seu otário! - O dragon slayer revidou, irritado.

— Eu preciso lembrar aos dois que estamos em um hospital? - Assumindo sua aura demoníaca, Scarlet ameaçou, fazendo com que os rapazes se aquietassem de imediato. - De qualquer forma, o fato de Natsu ter conseguido usar os poderes nos arredores da torre, pode significar que essas Gemas tem apenas valor simbólico e cultural. - Cogitou.

— Não podemos descartar a hipótese do poder protetivo das gemas apenas porque a magia de Natsu não foi bloqueada. - Contestou Lucy, pensativa.

— Ah é, espertinha? - O mago do fogo indagou, debochado. - Então me explica a razão de minha magia não ter sido afetada. - Desafiou.

— Isso é muito simples. - Afirmou ela, em tom convencido. - Sua magia não foi afetada porque as gemas tem a função de proteger a cidade de desastres naturais. - Lembrou. - E você, meu caro, não é natural, embora com certeza seja um desastre. - Provocou, arrancando risos dos demais.

— NANI??? - Irritado, o dragon slayer gritou, vendo a maga estelar acompanhar os outros em suas gargalhadas.

Mesmo zangado com a brincadeira, o rosado sentiu-se relaxar, involuntariamente, apenas por escutar as risadas da parceira de equipe. Afinal, ela tinha passado boa parte do dia chorando, por isso, vê-la sorrir, trazia alívio ao seu peito.

— Você já sabe quando poderá deixar o hospital, Lucy? - Gray indagou, assim que todos se acalmaram.

— Não é certeza. - Respondeu a maga estelar. - Mas quando me examinou, o médico disse que, se eu estiver bem pela manhã, poderei ser liberada. - Contou, alegre. Afinal, odiava com todas as forças o ambiente hospitalar. Ainda mais quando ela era a enferma da questão.

— Que ótimo! - Erza comemorou. - Assim poderemos voltar para Magnólia a tempo do festival do Hanami. - Lembrou. 

Imediatamente, os olhos da loira brilharam. Todas as notícias recentes e a confusão que vinha enfrentando, fizeram com que ela se esquecesse completamente do festejo. Entretanto, saber que ainda poderia ir contribuiu para trazer um pouco mais de alegria ao seu interior.

— Você não terá nenhuma restrição, não é Lucy? - Lembrando-se da situação da amiga, a maga de armadura perguntou, sem graça. - Digo, não precisará ficar de repouso, quando sair e tal... - Emendou, corada.

— Acho que não haverá problema em ir, se eu descansar até lá. - A loira respondeu, animada, fazendo com que todos os presentes sorrissem ante sua empolgação. - Dessa vez, eu definitivamente irei ao Festival do Hanami!  - Completou, alegre como uma criança.

 

• • 

 

¹ Daristan: Cidade inventada pela autora, para esta fanfic (Vide mapa do capítulo 16).

 

 


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram?

Gente, seguinte:

Por que o próprio médico sugeriu o aborto? A resposta é simples: Porque ele é legalizado em muitos países estrangeiros.

Uma vez, eu assisti um vídeo no Youtube que falava que, no Japão, assim que a gravidez é constatada, o próprio médico pergunta se a gestante vai querer levar adiante ou interromper. Lá, isso é normal.

Como o mangá é japonês (embora Fiore não exista de verdade, mas, a obra possui reflexos da cultura de seu autor), decidi manter assim, como se o aborto fosse legalizado nesse universo.

Outra coisa: Eu não usei esse capítulo, nem a reação do Natsu, para expressar minha própria opinião sobre o assunto. Eu tenho sim uma opinião formada sobre o Aborto, mas longe de mim querer empurrar isso para os outros com a fanfic.

Eu apenas tentei imaginar a reação do Natsu, baseada na personalidade dele. Não consigo imaginar o Natsu que fica enfurecido só de ver os inimigos maltratando e descartando os próprios companheiros, decidindo por não ter o bebê.

Por fim, uma informação adicional: Na fic, a Lucy está na 16ª semana de gestação. Na maioria dos países em que o aborto é legalizado, ele pode ser realizado apenas até a 12ª semana. Em alguns, até a 14ª, em outros até a 16ª ou a 18ª. No caso, em Fiore seria até a 18ª, já que eu não pesquisei sobre o assunto antes. =P

É isso.

Espero que vocês tenham gostado (me digam, por favor).

Até mais!



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