Conspiração escrita por Lura


Capítulo 16
As Gemas Elementais


Notas iniciais do capítulo

Yay! Mais um capítulo!

E a cada capítulo que passa, ficamos mais próximos das revelações e dos problemas!!! *-*

Novamente, nesse capítulo, eu trouxe o Mapa de Fiore editado para vocês. Sugiro que encontrem a cidade citada, para que possam se situar.

Como de costume, agradeço especialmente aos leitores que comentaram o capítulo anterior: Gutor, Giu Bloodie s2, Happy Header, Saberus, Italo Azevedo, GabbySaku, Vicky Scarlet e Carol. Beijão para vocês.

Ah, outro agradecimento especial a todos os leitores de Conspiração: Os ativos, os que acompanham, os que favoritaram, os que são fantasminhas... Enfim, todos. Essa foi a semana em que a fic teve mais acessos desde que foi publicada, e isso me deixou muito feliz.

Enfim, espero que gostem do capítulo.

Até as notas finais!



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Capítulo XV - As Gemas Elementais

 

Leste de Fiore - 27 de março de x792

 

 

A viagem de ida para o pequena cidade de Daristan¹ foi uma das mais inusitadas para o time mais forte até então. Desta vez, não um, mas três dos membros da equipe ficaram completamente baqueados e, praticamente, incapacitados, graças aos movimentos que a carruagem fazia.

Para Erza e Gray, os enjôos do mago do fogo eram completamente corriqueiros, portanto, quanto a ele, não havia razão para preocupações.

Por sua vez, Wendy também fora tomada pela doença do transporte - como eles costumavam chamar - o que era fora do comum, mas compreensível, visto que a garota também usava a magia para caçar dragões.

O que fugia a normalidade, para Scarlet e Fullbuster, era o fato de Lucy estar tão mal, ou pior, que o rosado e a azulada. Nunca, desde o momento em que iniciaram a equipe, presenciaram a loira passar mal durante as viagens. Entretanto, sentir enjôos em veículos, não era realmente uma característica exclusiva dos dragon slayers, razão pela qual a maga de armadura e o mago do gelo resolveram ignorar a situação.

Assim, o trajeto seguiu sem mais novidades, com Natsu, Lucy e Wendy praticamente embolados um no outro, ocupando um banco só para eles, sendo que levantavam ocasionalmente para vomitar. Gray e Erza, juntamente com os exceeds, ocupavam o acento da frente, e conversavam bobagens para matar o tempo.

Nas primeiras duas horas, a carruagem em que viajavam, percorreu uma estrada de chão em uma área plana, sem muitas curvas. Nas duas horas seguintes, seguiu desbravando uma trilha pela floresta. Quando chegou ao local indicado pelo empregador, o cocheiro parou o veículo, aguardou que os magos descessem com suas bagagens e retornou pelo mesmo caminho que viera, após receber o pagamento.

— Por que descemos no meio do nada? - Lucy inquiriu, confusa. Ao contrário dos dois dragon slayers, que melhoraram tão logo pisaram em solo, aparentando até mesmo que nunca tinham sido acometidos por mal estar algum, a maga estelar estava digna de pena, com a face pálida e abatida.

— A estrada não continua até a cidade? - Gray perguntou, compartilhando da mesma dúvida que a loira.

— Por segurança, terminaremos o percurso a pé. - Uma voz feminina completamente desconhecida respondeu, fazendo com que toda a equipe se voltasse para a sua direção.

Embora os magos tenham encarado, por um breve momento, o amontoado de árvores ao redor, nenhum sinal de vida humana aparente foi detectado, deixando-os confusos. Repentinamente, uma garota de pele morena e cabelos castanhos claros saltou de um dos galhos, aterrissando graciosamente bem a frente deles.

— Olá! - Cumprimentou. - Me chamo Janani Padhi, e guiarei vocês até a casa de meu tio. - Apresentou-se, cordialmente.

— Seu tio é o empregador? - Indagou Erza.

— Sim. - Confirmou a moça, que possuía belos olhos verde-água. - Imagino que ele tenha adiantado que, para não chamar a atenção, teriam que concluir o trajeto dessa forma. - Supôs.

— Sim, ele adiantou. - A ruiva meneou a cabeça positivamente para a indignação dos demais. Ela não havia compartilhado a informação.

— Ok. - Falou Janani. - Também por segurança, peço que você evitem conversas, especialmente sobre a missão ou sobre a guilda ou a magia de vocês. - Orientou. - Quando chegarmos, meio tio explicará o porquê.

Os magos encararam uns aos outros, de forma curiosa. Era estranho que um empregador fizesse tantas restrições antes mesmo de explicar melhor a missão, o que deixou alguns deles receosos, e outros empolgados.

— Teremos que andar muito tempo? - Lucy, que sentia-se levemente fraca, perguntou, desanimada.

— De trinta a quarenta minutos, dependendo do ritmo de vocês. - Respondeu a morena, para desespero de Heartfilia.

— Certo! - Exclamou Natsu, empolgado. Para ele, estar fora da carruagem, era um alívio.

Os magos da Fairy Tail seguiram a jovem por uma trilha estreita, perpendicular a estrada pela qual chegaram. Por sorte, Erza tinha os alertado que deveriam levar o mínimo de bagagem possível, por exigência do empregador. Agora entendiam a razão.

Quatro dos membros da equipe faziam o percurso sem grandes problemas. Entretanto, Lucy, encontrava leves dificuldades na caminhada.

No dia anterior, a loira devorara praticamente sozinha dois bolos de morango feitos pela ruiva. O resultado não poderia ser outro: passou mal como nunca antes na vida, vomitando praticamente a noite inteira, para total desespero do dragon slayer do fogo, que teve suas segundas intenções totalmente frustradas.

Dessa forma, Heartfilia estava completamente exausta, de forma que uma caminhada não era nada bem-vinda, já que ela tinha passado a noite inteira em claro e não descansara nada durante a viagem, graças ao - adivinhem - seu mais novo e constante companheiro chamado enjôo.

O pior de tudo é que agora a loira tinha praticamente certeza da origem de todo aquele mal-estar, mas não tinha coragem de contar suas suspeitas ao dragon slayer. Como justificativa para sua atitude irresponsável, prometera que falaria apenas quando tivesse certeza da situação. Entretanto, a missão planejada por Erza, atrasou seus planos, de forma que Lucy decidiu adiar o problema até que retornassem para Magnólia.

Para seu alívio, Salamander resolvera ignorar inocentemente os tais batimentos cardíacos, após Lucy dizer que isso era normal para as mulheres - o que não era totalmente mentira - e que não era adequado comentar a situação com ninguém. Assim, o problema seguia em sigilo.

Presa nas próprias preocupações, Heartfilia ignorava totalmente as perguntas que Erza, Gray e até mesmo Natsu faziam para Janani sobre o curioso município que se localizava em meio a floresta, bem como o olhar preocupado que uma certa menina de cabelos azuis lhe lançava.

— Então não é uma cidade tão pequena. - Gray comentou, em meio a conversa com a guia.

— Bem, é pequena sim. - Respondeu ela. - Temos cerca de dez mil habitantes. - Estimou. - E embora se localize no meio da floresta, é uma cidade comum. - Emendou.

— Vocês tem tudo lá? - Indagou a maga guerreira. - Tipo escolas, mercados, hospitais? - Reforçou.

— Sim. - Confirmou Janani. - Porém, tudo em uma cidade pequena é pequeno também. Então muitas vezes temos que recorrer a outras cidades, como Magnólia ou Onibus². - Explicou, sem desviar os olhos da trilha a sua frente.

— Mesmo assim, são quatro horas de viagem. - Lembrou Fullbuster. - Deve ser complicado.

— Não muito. - A morena contestou. - O comércio local é relativamente bem abastecido. Recorremos as outras cidades mais em casos de pacientes graves, que acabamos encaminhando, ou em emergências policiais. - Explanou. - Nosso poder de polícia é relativamente fraco. - Lamentou, desgostosa.

A conversa fluia tranquila, assim como a caminhada. Passados pouco mais que os trinta minutos calculados pela guia, o grupo chegou a uma pequena gruta. Surpreendendo os forasteiros, Janani adentrou uma das cavernas e pegou duas tochas previamente preparadas.

Quando Natsu se ofereceu para iluminar o percurso, a moça negou, dizendo que não deveriam usar, nem mesmo citar, magia por ali. Assim, acendeu os archotes manualmente, passando um deles para o mago do gelo, e os guiou pelo caminho obscuro de pedras naturais logo depois.

O grupo seguiu pelas cavernas pedregosas por um tempo, até que em determinado ponto começaram a perceber que os caminhos que tomavam já não eram naturais, mas sim escavados artificialmente. Alguns minutos a mais, depararam-se com uma escada, que culminava em um alçapão.

Com cautela, todos subiram os degraus, entrando em seguida pela abertura que havia sido destrancada por Janani. Logo se viram em meio a uma espécie de porão, iluminado por luzes artificiais. No meio do cômodo, um senhor de feições simpáticas, gorducho e não muito alto, que trajava uma estranha túnica amarela, os aguardava.

— Bem vindos a cidade de Daristan, magos da Fairy Tail. - Saudou.

— Embora daqui não possamos ver cidade alguma. - Happy comentou, com toda a sua inconveniência, recebendo um peteleco de Heartfilia em resposta.

— Eu peço perdão por ter feito que chegassem assim, na surdina. - Desculpou-se o senhor. - Mas acredito que isso influenciará diretamente no sucesso da missão. - Justificou. - Meu nome é Arjun Padhi. Sou tio de Janani, prefeito de Daristan e o empregador que os convocou. - Anunciou.

— Muito prazer, Padhi-san. - Tomando a frente, Erza saudou, de modo formal. - Somos magos da Guilda Fairy Tail, a seu dispor. - Comunicou.

O prefeito convidou os magos a se acomodarem em algumas cadeiras que estavam empilhadas por ali. Assim que todos estavam devidamente sentados, coçou o bigode grisalho, antes de tomar fôlego e explicar a missão.

— Nossa cidade, embora seja relativamente bem equipada, ainda ostenta algumas tradições, visto que tem uma origem mística. - Contou.

— Mística? - Natsu interrompeu, curioso, levando uma encarada mal-humorada da ruiva por consequência.

— Sim. - Arjun Padhi continuou. - A história é basicamente esta: Centenas de anos atrás, um grupo de forasteiros estabeleceu morada em meio a floresta, atraindo a ira de um um mago das trevas que protegia o local.

“Como consequência, uma série de desastres naturais, supostamente invocados pelo mago das trevas, começaram a atingir a pequena aldeia que estavam construindo, fazendo com que, aos poucos, os habitantes perdessem suas casas e seus pertences.

Embora estivessem com medo, os moradores não queriam fraquejar, razão pela qual buscaram a ajuda de quatro magos brancos, que viviam nos limites da floresta.

Os magos brancos disseram que não queriam lutar contra o mago das trevas. Contudo, presentearam os moradores com quatro gemas elementais, dizendo que as pedras deveriam guardar as fronteiras cardeais da aldeia.

Cada gema tinha a função de proteger a aldeia de um desastre específico. Por serem sagradas, elas não poderiam ser tocadas por um usuário de magia negra.

Assim, os moradores voltaram a viver em paz e, eventualmente, o mago das trevas desapareceu. Entretanto, dizem que sua maldição permaneceria eternamente, de modo que as gemas sempre deveriam guarnecer a aldeia e seus habitantes. Por essa razão, quatro famílias foram escolhidas para protegerem-nas perpetuamente.”

Ao concluir a breve história, o velho fez uma pausa, contorcendo o semblante em uma expressão de pesar.

— E essas famílias cumpriram sua missão fielmente até os dias atuais. - Continuou. - Entretanto, há cinco dias atrás, uma das pedras foi roubada. - Contou. - A gema da água desapareceu, e os guardiões que estavam protegendo-a na noite do crime foram encontrados na manhã seguinte, sem sentidos.

— Da água? - Curioso, Natsu tornou a interromper. - Isso quer dizer que ela protegia a aldeia da água? - Perguntou o óbvio. - Alguma coisa ruim aconteceu depois que ela sumiu?

— De fato, muitos dos nossos habitantes, com o tempo, passou a acreditar que a maldição do mago das trevas era apenas uma lenda, e que as gemas deveriam ser protegidas apenas por tradição. - Explicou. - Entretanto, no dia seguinte ao sumiço da gema da água, uma chuva torrencial atingiu nossa cidade, fazendo com que um bairro fosse inundado. - Relatou, com pesar.

— Isso é sério? - Wendy perguntou, incrédula.

— Mas os problemas não acabam aí. - Anunciou o prefeito, para desespero do grupo. - Três dias atrás, mais uma das gemas elementais sumiu: A gema da terra. - Narrou, frustrado. - Os guardiões que a protegiam, foram encontrados na mesma condição que os guardiões da gema da água. - Acrescentou.

— E algum desastre relacionado a terra aconteceu? - Erza indagou, preocupada.

— Após o desaparecimento da segunda gema, tivemos um deslizamento de terra provocado pela chuva, que soterrou três casas. - Respondeu. - Duas mortes foram confirmadas. - Relatou, chocando os visitantes.

— Mais alguma gema sumiu? - Lucy perguntou, preocupada.

— As duas últimas pedras ainda estão em seus postos. - O empregador respondeu, para alívio geral. - Entretanto, não sabemos até quando estarão seguras. - Asseverou. - Nós pedimos auxílio da Polícia Mágica da Cidade de Onibus, mas até agora não tivemos retorno. - Contou, revoltado. - Por isso pedimos auxílio há algumas Guildas.

— Entretanto a missão passada no folheto não parecia ser tão grave. - A maga estelar comentou, recordando-se que a ruiva apenas escolhera a missão porque parecia relativamente simples, de modo que pudesse ser concluída antes do Hanami.

— Peço perdão por isso também. - Desculpou-se Arjun. - Como não temos nenhuma informação do inimigo, ficamos com medo dos magos contratados serem interceptados com a divulgação de informações.

— Então é por isso que não podíamos usar ou falar sobre magia na última parte do caminho. - Gray constatou.

— Exato. - Dessa vez, Janani foi quem respondeu. - Por essa razão também que meu tio pediu que eu os trouxesse pelos túneis. - Esclareceu. - Para que a chegada de vocês não chamasse a atenção.

— Entendo. - Lucy assentiu, coçando o queixo.

— Diga-me: - Erza pediu, chamando a atenção do grupo. - Os guardiões das gemas são magos? - Inquiriu.

— Sim. - O prefeito confirmou. - Basicamente, a maior parte dos magos de Daristan pertencem a uma das quatro famílias protetoras. - Explicou.

— E eles não se lembram de como acabaram desmaiados? - A maga estelar questionou.

— Não se lembram de nada. - Janani afirmou. - Todos alegaram que, em um momento, estavam em seus postos, protegendo a gema, e no seguinte, acordaram desorientados.

— Os ataques só ocorreram de noite, certo? - Perguntou a maga de armadura.

— Os postos em que elas ficam são pontos turísticos. - Falou o empregador. Então não acredito que eles ataquem de dia.

— Nesse caso, acredito que o melhor é usar uma tática ofensiva e defensiva ao mesmo tempo. - Propôs a ruiva. - Devemos proteger as gemas, na surdina, preparados para capturar os bandidos quando eles aparecerem. - Arquitetou. - Durante a noite, nos dividiremos em dois grupos, sendo que ao menor sinal de perigo em um dos pontos, o outro grupo deve enviar auxílio. - Explicou. - Dado a gravidade da situação, também não podemos ignorar a possibilidade de um ataque diurno. Por isso, nos revezaremos em turnos para vigiar as gemas durante o dia, nos disfarçando de turistas. - Concluiu.

— Simples, mas uma boa tática. - Arjun elogiou. - Conto com a ajuda de vocês.

 

• • 

 

Os últimos ajustes do plano foram feitos ainda no porão de Arjun. Os magos se trocaram para roupas comuns, tomando o cuidado de ocultar os emblemas da ainda na casa do prefeito. Em seguida, foram guiados por Janani até uma das hospedarias da cidade.

A equipe decidiu tirar na sorte a ordem dos magos que ficaria de guarda durante o dia. Considerando que, enquanto não escurecesse, o trabalho envolvia mais observação, os exceeds também ajudariam. Assim, usando o bom e velho Janken-pon³, Gray e Happy foram escalados para o primeiro turno, devendo vigiar as gemas do fogo e do vento, respectivamente. Mais tarde, Charle trocaria com Gray e Erza com Happy. No próximo turno, Natsu assumiria o posto de Charle e Wendy o de Erza. Como Lucy havia sobrado, teria um descanso maior antes de trocar de lugar com Natsu. Gray repetiria o turno da outra torre, já que estavam em número ímpar. No dia seguinte, outro mago faria dois turnos. Por fim, todos jantariam juntos na hospedaria, deixando que os guardas locais cuidassem da observação por uma hora, para poderem compartilhar as observações do dia antes de se dividirem para guardarem as torres durante a noite.

Felicidade era pouco para descrever o sentimento da maga estelar ao saber que ficara com o último turno. A loira estava tão cansada, que nem pensou duas vezes antes de se dirigir para o quarto que dividiria com Erza e Wendy e se atirar em uma das simples, porém aconchegantes, camas de solteiro.

Sua exaustão era tanta, que ela praticamente apagou durante as horas seguintes, despertando apenas quinze minutos antes do início de seu turno. Afobada, tomou um banho rápido, e em seguida vestiu as pressas um shorte jeans curto, uma camiseta azul clara e calçou um par de coturnos marrons. Típica roupa de turista aventureira.

Para esconder o símbolo de sua guilda, usou um par de luvas da mesma cor dos sapatos, que protegiam apenas os pulsos e as costas de suas mãos, deixando as palmas e os dedos livres. No desespero, o cabelo ficou solto mesmo.

Objetivando reforçar seu disfarce, pendurou uma câmera no pescoço, antes de finalmente deixar o quarto da hospedaria e correr até a fronteira sul de Daristan, lugar onde, segundo o prefeito, permanecia a gema do fogo.

Conforme se aproximava, reconheceu o local. Tratava-se de uma torre de pedra, de formato cilíndrico, com cerca de cinco metros de altura. A torre possuía apenas uma entrada, que era vigiada pelo primeiro guardião, e uma janela, que arejava a sala onde a gema ficava exposta, posto do segundo guardião.

Lucy sabia, pelas informações recebidas, que além da porta e da janela, não haviam outras formas de adentrar a torre. Portanto, o ladrão obrigatoriamente teria que passar por uma das duas aberturas.

Quando parou em frente a torre, reparou que havia várias barraquinhas, que ofereciam mercadorias diversas, instaladas ao seu redor. Após observar brevemente o local, aproximou-se de uma delas, mergulhando em sua interpretação de turista interessada.

— Está atrasada. - Uma voz conhecida ressoou atrás de si, desconcertando-a.

— Foi mal. - Recompondo-se, virou o pescoço e encarou o dragon slayer, constrangida. - Dormi feito uma pedra e acordei em cima da hora. - Confessou. - Algum movimento estranho enquanto esteve aqui? - Indagou, quando os dois se afastaram juntos do aglomerado de pessoas.

— Nada aconteceu. - Respondeu Natsu, parecendo estranhamente desapontado.

Lucy soltou uma risada pelo nariz. A maga sabia o quanto Dragneel apreciava uma boa ação, então, para ele, devia ter sido realmente desapontante ficar tanto tempo de guarda, sem oportunidade para agir. Ela, ao contrário, estava aliviada por isso, e desejava ardentemente que seu turno terminasse da mesma forma.

Os dois magos continuaram andando juntos pelos arredores da torre, até que uma Erza, um tanto autoritária, apareceu, ordenando que Natsu voltasse para a hospedaria e descansasse, para que estivesse em boas condições de realizar seu trabalho de noite. Claro que o mago do fogo protestou, indo apenas arrastado por Titânia, deixando Lucy sozinha para cumprir seu turno.

Sem muito o que fazer, a loira continuou passeando e fotografando em volta, até que o cansaço a atingisse, momento em que procurou um bom ponto de observação entre as árvores, para que pudesse continuar seu trabalho sentada.

Estava escurecendo quando Lucy retornou para a hospedaria. Lembrando-se que seus companheiros haviam combinado de jantar juntos, a loira caminhou até o pequeno restaurante, arrependendo-se, porém, no instante em que colocou os pés no local, pois o cheiro de comida fez com que o maldito enjôo a atingisse com força.

— Lucy! - Happy chamou, vendo a loira na entrada.

Heartfilia ficou constrangida de ir embora após ser avistada, razão pela qual forçou-se a caminhar até a mesa que seus amigos dividiam, ignorando o suor frio que escorria por sua bochecha.

— Apresse-se Lucy. - Erza ordenou, quando a maga estelar parou ao lado da mesa. - Já escureceu, temos que voltar depressa. - Comunicou, evasivamente. A loira sabia que ela estava evitando falar nas torres em público.

— Eu não estou com fome. - Lucy respondeu. - Vou aguardar no nosso quarto. - Avisou, preparando-se para dar meia volta.

— Mas Lucy-san precisa se alimentar! - Wendy exclamou, levantando-se, chamando a atenção de todos os integrantes da equipe. A loira a encarou desconfiada, fazendo com que a menina desviasse o olhar, constrangida. - É porque Lucy-san dormiu a tarde toda e não almoçou. - Justificou. - Precisamos estar todos bem alimentadados para aguentarmos durante toda a noite. - Completou, sentando-se, envergonhada.

— Não liguem para ela. - Charle tentou consertar a situação, sem desviar os olhos do próprio prato. - Wendy passou a se preocupar em dobro com os outros desde que começou a estudar medicina.

— Que fofinha! - Erza elogiou, apertando uma das bochechas da dragon slayer celeste. - Ela está certa Lucy. Você deve se alimentar. - Concordou.

— Não se preocupe, Wendy. - Heartfilia esforçou-se para sorrir. - Eu comi enquanto estava de guarda, por isso estou sem fome. - Mentiu.

Após a estranha conversa, tal como avisado, Lucy seguiu para o quarto que dividia com as meninas, onde permaneceu até o momento em que deveriam voltar para fazer a vigilância noturna. Quando estavam para sair, Wendy a chamou, e juntas seguiram para a recepção, onde o restante do grupo aguardava.

 

• • 

 

Cidade de Daristan - Madrugada do dia 28 de março de x792 

Já estavam no período da antemanhã, mas nada de anormal havia acontecido. Portanto, havia horas a fio que o grupo composto por Natsu, Lucy e Wendy, encarregado de proteger a gema do fogo, estava escondido na copa de uma grande árvore, lugar perfeito para observar as duas entradas da torre de pedra.

Como se já não fosse difícil o bastante ficar um longo tempo equilibrada em um galho, Lucy estava fazendo o impossível para que o exceed azul e o dragon slayer do fogo permanecessem calados, de modo que não entregassem a localização deles.

Entretanto, a quietude prolongada ia totalmente contra a natureza dos dois, que volta e meia tornavam a fazer gracinhas.

— Pela última vez: - Lucy cochichou, exasperada. Era visível que, se pudesse, a loira estaria berrando. - Calem a boca e fiquem quietos! - Ordenou. - Estamos em uma missão de vigilância!

— Que vai pelo ralo se vocês dois continuarem agindo irresponsavelmente. - Charle completou.

— Vocês duas são muito chatas. - Natsu resmungou em resposta.

— Se vocês continuarem fazendo barulho, o ladrão nunca vai se aproximar da torre! - Ainda em voz baixa, a maga estelar explicou.

— Mas a intenção não é que ele fique longe? - Também em tom baixo, inquiriu o dragon slayer.

— Como espera que o capturemos se ele não se aproximar? - Devolveu Heartfilia. - Temos que recuperar as gemas roubadas, esqueceu? - Perguntou.

— Tá, não precisa ficar nervosa. - Salamander falou, cruzando os braços. - Até porque, se ele chegar a quinhentos metros daqui, eu vou saber. - Gabou-se.

— Sei. - Desdenhou Lucy.

A contragosto, Happy e Natsu tornaram a ficar quietos, para alívio momentâneo de Heartfilia. Ela sabia que eles não aguentariam muito tempo, tanto que iniciou uma contagem mental para determinar até quando resistiriam. Era a sua forma de matar o tempo que, afinal, escoava tão lentamente quando se estava pendurada em uma árvore. Para seu alívio, nada anormal tinha acontecido com a torre que guardavam e, pelo visto, tudo também estava tranquilo no posto de Erza e Gray, já que não tinham recebido nenhum chamado pela Lacrima de Comunicação Portátil.

Dessa forma, a loira seguia com sua contagem, até que ela foi repentinamente interrompida, com um movimento brusco do mago do fogo, que desequilibrou-a ao ponto de ter que segurar-se para não cair.

— Natsu! - Lucy exclamou, assustada, esquecendo-se que tinha que manter a discrição.

Contudo, ignorando-a, o dragon slayer passou os olhos brevemente em torno da torre. Desconfiada, a maga estelar também examinou o local, não encontrando nada alarmante.

— O que foi? - Indagou, confusa.

— Ele está aqui! - Natsu declarou com convicção, antes de saltar em direção ao solo.

 

• • 

 

¹Daristan: Cidade criada pela autora para esta história. Vide mapa do início do capítulo.

²Onibus: Cidade constante no mapa original de Fiore, citada algumas vezes no mangá e no anime.

³Janken-pon: Pedra, papel e tesoura.

 


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Notas finais do capítulo

No próximo capítulo, o inimigo desconhecido se revela, envolvendo o Time Mais Forte em uma luta complicada. Para piorar, Lucy não se apresenta em condições de lutar, e Wendy parece decidida a impedi-la, o que deixa Natsu praticamente sozinho.

Ou seja: AÇÃÃÃÃÃÃO!!! O que me deixa apavorada, já que, para mim, são as partes mais difíceis de escrever.

Gostaria de dizer que, o capítulo pode mudar em relação a prévia, já que eu ainda não o escrevi.

Espero que vocês tenham gostado.

Até o próximo!



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