Conspiração escrita por Lura


Capítulo 10
Decepção


Notas iniciais do capítulo

E aí pessoas? Tudo ok?

Mais uma vez sem atrasar, cá estou. Na boa, estou ficando orgulhosa de mim mesma. Brincadeirinha. xD

Enfim, acho que muita gente temia esse capítulo. Algumas pessoas pareciam realmente desesperadas nos comentários. O que eu posso dizer é que as coisas melhorarão logo.

Ah, um detalhe: O mangá e o anime não são tão claros quanto a força policial de Fiore. Por isso terei que inventar muita coisa, tanto quanto as organizações existentes, como quanto as leis.

Por fim, como sempre, agradeço aos leitores que comentaram os capítulos anteriores: Peter Flach, Alice, Giu Bloodie S2, GabbySaku, Vicky Scarlet, Happy Reader e Rora chan. Abração para vocês, seus lindos! Obrigada por sempre me fazerem feliz!

É isso. Espero que curtam.

Até as notas finais!



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Capítulo IX - Decepção

 

Cidade de Osimiri - 21 de dezembro de x791

Lucy corria desesperada, sem conseguir evitar de esbarrar nos curiosos que povoavam a hospedaria. Ela não fazia ideia do que estava acontecendo ali para atrair tanta gente, mas também não se importava. Seu único desejo era ir para bem longe. E quem poderia culpá-la?

A maga estelar e o dragon slayer do raio haviam desembarcado na cidade de Osimiri há cerca de quarenta minutos. Quando chegaram, foram novamente interrogados pelos cavaleiros rúnicos e tiveram suas bagagens reviradas mais uma vez, mesmo que protestassem veementemente, alegando que já tinham passado por isso.

Graças a este fato, demoraram um tempo razoável para chegar a hospedaria em que a equipe da loira estava instalada. Sorte deles ao menos terem conseguido uma carruagem de aluguel, porque quase ninguém estava trabalhando devido a tempestade de neve.

Assim que chegaram a hospedaria, perceberam um aglomerado de pessoas na recepção. Laxus, em um surto de boa vontade, orientou que a loira procurasse seus colegas, enquanto ele verificava o que estava acontecendo.

Bem, não foi exatamente isso que a garota fez: informando-se na recepção sobre o quarto em que Natsu estava instalado, rumou diretamente para lá, na esperança de achá-lo. Mas o que encontrou a deixou completamente estarrecida e incapaz de fazer qualquer outra coisa que não fosse correr.

E quem poderia criticá-la? Como poderia reagir uma garota que foi traída pelo… Pelo que afinal? O que Natsu e ela eram? Do tempo que estavam juntos, essa pergunta nunca lhe veio a cabeça. Eles apenas estavam juntos, mas não tinham atribuído um título a esse status. Entretanto, isso já não importava mais. Naquele momento, a maga estelar sabiam que eles já não eram mais nada.

E por mais que seu interior tentasse buscar uma justificativa plausível para toda aquela situação, sua mente não poderia ignorar o obvio: Heartfilia presenciara o mago do fogo, praticamente despido, se agarrando com Lisanna, que aliás, estava com as roupas dele. O que mais isso poderia significar?

Chegando ao exterior da hospedaria, a loira deparou-se com a mesma carruagem que a trouxera ali. Ignorando os longínquos gritos de Natsu, pediu, ao cocheiro que a levasse de volta para a estação. Quando o veículo começou a se movimentar, finalmente, cedeu ao choro compulsivo.

Chegando a estação - se por sorte ou azar, so descobriria depois - o trem em que chegara estava prestes a partir. Tendo a passagem para Magnolia comprada, e o nome constante na lista de pessoas interrogadas, a garota nem pensou duas vezes ao embarcar, sem problemas.

 

• •  

 

Sabe quando você se depara com uma determinada situação e simplesmente não consegue explicá-la, porque não sabe como raios chegou àquele ponto? Era exatamente assim que Natsu se sentia.

Sua estupefação com a sequência louca de acontecimentos que envolveram aquele dia era tão grande que, quando percebeu a presença de Lucy na porta de seu quarto, demorou para assimilar o que de fato ela havia visto e o motivo pelo qual fazia uma expressão tão horrorizada. Assim, o mago do fogo simplesmente foi lento em sair de seu estado de torpor, não conseguindo alcançar a loira.

E ele correu. Como correu. Poderia tê-la alcançado facilmente, se aquele maldito lugar não estivesse tão cheio. E para piorar ainda mais, enquanto corria escada abaixo, foi abordado por alguns guardas, que queriam saber se era ele que havia testemunhado o que o tal Souma tinha feito.

— Agora não! - Foi tudo que Salamander conseguiu responder, decidido a continuar seu caminho.

Mas os guardas não ficaram satisfeitos com essa resposta, e estavam decididos a levar o dragon slayer a força para depor, juntamente com a moça molestada. E, claro, como um legítimo mago da Fairy Tail, Natsu ignorou completamente a lógica e se preparou para jogar os homens escada abaixo, quando Erza e Gray, acompanhados de Happy,  apareceram e salvaram o dia mais uma vez.

Aproveitando-se da brecha, o mago continuou correndo e gritando o nome da parceira, chegando a recepção. Infelizmente, apenas a tempo de vâ-la partir em uma carruagem.

— Natsu! - Happy gritou, seguindo o amigo ao perceber o estranho estado em que se encontrava. - A chave não estava na recepção. - Avisou. - Estava com a Erza, por isso demorei. - Justificou.

Sem escutar nada direito, o mago do fogo ignorou completamente o pequeno felino, e começou a correr em meio a neve, decidido a alcançar Lucy na estação. Afinal, ela não poderia embarcar, poderia? Ninguém estava conseguindo sair daquela droga de cidade.

— Natsu! - O exceed chamou novamente. - Onde você vai? - Perguntou preocupado.

— Preciso alcançar a Lucy! - Respondeu, transtornado.

— Lucy? - Repetiu o gatinho. - A Lucy não estava em missão? Você está delirando Natsu? - Sugeriu.

— Lucy estava aqui! - Exclamou, sem diminuir o ritmo. - E eu preciso explicar tudo a ela. - Continuou, fazendo uma careta interrogativa aparecer no rosto do bichinho azul.

— Tudo o quê? - Insistiu Happy.

— Happy, me ajude! - Pediu Natsu. - Preciso alcançá-la, rápido! - Praticamente implorou.

— Aye! - Meio incerto, o felino ativou sua magia, tomando o dragon slayer em suas patinhas e alçando voo.

Contudo, aquele não era um bom dia para voar. O frio intenso e a grande quantidade de neve que caia'

+.+influenciavam muito no desempenho do pobre exceed, que tinha as asinhas rígidas. Mesmo assim, deu o máximo de si, de forma que, quando finalmente chegou a estação, caiu praticamente desfalecido no piso de concreto. Natsu continuou correndo.

Entretanto, da mesma forma que acontecera com a carruagem, o trem já se afastava. O mago de cabelos rosas correu por toda a estação, mas o rastro de Lucy mostrava a verdade revoltante: Sabe-se lá como, ela tinha embarcado.

Desolado, Salamander retornou para onde havia posado com o exceed, só então, vendo ao longe, que ele estava caído, completamente esgotado, no piso da estação.

— Happy! - Gritou, preocupado, alcançando o exceed e pegando-o no colo, feito um bebê.

— Achou a Lucy, Natsu? - O gatinho perguntou, com a voz fraquinha.

— Não. - O mago respondeu simplesmente, enquanto aumentava gradualmente a temperatura do próprio corpo, pois o felino estava congelando.

— O que aconteceu Natsu? - O exceed perguntou, vendo o desespero do companheiro. O mago permaneceu um tempo calado, pensativo, como se fizesse um grande esforço para formular a resposta em sua mente antes de verbalizá-la. De fato, os fatos eram tão absurdos, que juntá-los em uma mesma frase revelou-se um desafio.

— Lucy viu a Lisanna me beijando. - Falou por fim, fazendo com que o felino, mesmo em estado letárgico, arregalasse os olhos. 

— A Lisanna te beijou??? - Indagou o gato, completamente embasbacado.

— Ela estava fora de si, Happy. - Natsu lembrou. Mesmo assim, a situação parecia bizarra para o exceed. Ele não sabia nem o que dizer sobre o acontecido.

— Isso é mau. - Comentou, por fim. Como único a saber oficialmente do relacionamento que Natsu e Lucy mantinham, compreendeu facilmente o desespero do amigo.

 

• •  

 

Lucy não estava pensando direito. Na verdade, mal estava pensando. Tudo que povoava sua mente eram lembranças da cena presenciada, misturadas a flashes de sua primeira noite com o dragon slayer.

Aquilo tudo era tão cruel. A maga estava tão feliz, disposta a se desculpar por ter sido rude com Natsu. Ansiosa por encontrá-lo e fazer as pazes. Mas pelo visto, uma briga e duas semanas foram o suficiente para que ele a trocasse.

E por que agora ela se sentia tão idiota? Como ainda não havia cogitado a possibilidade de haver algum sentimento entre a albina e o dragon slayer? Eles eram amigos de infância, afinal. A história de que eram como namorados quando eram crianças, era conhecida de toda a guilda. Mas desde o retorno da Strauss mais nova, a maga estelar nunca presenciou qualquer demonstração de afeto anormal entre os dois. Ao menos não da parte de Salamander. Será que tinha sido cega?

A confusão de pensamentos durou até que o veículo começasse a se movimentar, momento em que a dor e a revolta em seu peito e o gosto amargo em sua boca ganharam uma nova companhia: um enjoo infernal.

De novo aquele mal estar. A maga, que já chorava por tudo que lhe acontecera, passou a chorar também por seu estado corporal. Definitivamente, seu dia não podia ficar pior: Estava em um trem, a caminho de Magnólia. Suas bagagens tinham ficado no hotel, pois Laxus descera com elas. Estava congelando, e se sentia tão mal que começava a duvidar que teria forças para chegar em casa.

Então, uma nova ideia lhe ocorreu: E se ela descesse em outro lugar? Definitivamente, Lucy não queria encontrar Natsu, mas era isso que aconteceria inevitavelmente, no dia seguinte, quando ele voltasse para casa. Por sorte, a maga ainda estava com sua bolsa e com o dinheiro da missão, então poderia descer em outra cidade que ficava no caminho. Com o último pagamento, poderia sobreviver meses sozinha se quisesse.

Mesmo completamente baqueada pelo mal-estar, a jovem começou a analisar suas opções, repassando mentalmente as cidades que ficavam entre o percurso Osimiri¹/Magnolia. Contudo, logo até mesmo pensar tornou-se custoso demais, e ela acabou por entrar em estado de latência: nem dormindo, nem acordada, levemente consciente apenas de seu mal-estar.

Assim, seguiu viagem, e quando cerca de uma hora depois o trem parou em uma nova estação, decidiu que tinha chegado em seu limite. Naquele momento, tomou a decisão de descer ali mesmo, independente se fosse a melhor opção a se fazer.

Sem muito o que carregar, apressou-se para fora do veículo, dando-se conta do lugar em que havia chegado: Datra². A cidade em que todo aquele inferno com o Portal dos Mundos havia começado.

Apesar de todas as lembranças ruins envolvendo aquele local, Lucy decidiu ignorá-las. Ficaria ali mesmo, ao menos até esfriar a cabeça.

 

• •  

 

Quando Natsu pisou novamente na hospedaria, carregando um Happy adormecido no colo, foi recebido por sete pares de olhos hostis: Quatro eram dos guardas que ele escapara mais cedo, e os outros três eram de Erza, Gray e Laxus. Antes que qualquer um tivesse a chance de falar alguma coisa, Dreyar se adiantou.

— Onde está a Lucy, Natsu? - Perguntou, sério. Afinal, a segurança da loira era sua responsabilidade até que retornassem juntos para Magnólia. Essa tinha sido a missão dada por seu avô.

— Ei, espera aí! - Um dos guardas intrometeu-se. - Nós é que temos que fazer as perguntas para esse indivíduo aí! - Protestou.

— Voltou para Magnólia. - O dragon slayer, ignorando a reclamação do guarda, respondeu, sem emoção na voz.

— Merda. - Laxus praguejou. - Vou avisar ao velhote que ela está a caminho de casa. Agora que já perdi o trem, com essa situação toda, sabe-se lá quando poderei embarcar novamente. - Comentou, deixando o grupo no intuito de encontrar uma lacrima de comunicação.

— Natsu. - Erza chamou. O mago do fogo reparou que ela ainda tinha a face avermelhada, mas parecia ciente de suas ações. Mal sabia ele que Titânia havia ingerido quase um litro de café. - A Guarda Civil precisa do seu depoimento. Nós ja demos o nosso. - Avisou. - Vá com eles, sem causar maiores tumultos. Depois resolvemos os demais problemas.

— Ok. - Sem vontade de discordar, aliás, sem vontade de fazer coisa alguma, Salamander apenas assentiu. - Como está a Lisanna? - Perguntou, preocupado. Afinal, deixara a companheira de guilda sozinha, completamente entorpecida.

— Está bem. - Respondeu a ruiva. - O que quer que ela tenha tomado, o efeito já passou. As forças dela finalmente se esgotaram. - Contou. - Está dormindo no nosso quarto agora, e será ouvida assim que tiver condições de falar.

— Certo. - Foi a única coisa que respondeu, antes de deixar o exceed com a maga de armadura e acompanhar os guardas.

Tudo para o mago passou como um borrão. Parecia até que era ele quem estava sob efeito de entorpecentes. Ele respondia as perguntas formuladas pelos guardas mecanicamente e, mal percebera quando tudo acabou.

Depois, seguiu para o próprio quarto, torcendo para não encontrar ninguém. Não queria dar explicações sobre a partida de Lucy. Afinal, diria o quê? Que a sua parceira o presenciara beijando outra? Lucy nunca permitiu que o relacionamento deles se tornasse público antes que ela se sentisse confiante, e ele duvidava que agora ela estivesse segura do que quer que fosse.

E também havia Lisanna. A situação em que a maga fora envolvida já era por demais constrangedora. O mago sabia dos sentimentos que a albina nutria por ele, mas sabia também que ela era coerente e razoável. Dificilmente teria feito aquilo se não estivesse entorpecida. Por isso, não queria acrescentar o item "agarrou o Natsu" na lista de ações da take over. Afinal, os itens "ser drogada" e "ser molestada" já eram ruins o bastante.

Como se os céus tivessem atendido seus clamores, Dragneel conseguiu chegar em seu quarto, sem ser abordado por ninguém. Por sorte, Gray ainda não havia voltado, e o garoto de cabelos rosas aproveitou para tomar um banho rápido e jogar-se na cama, antes que o mago do gelo chegasse e tivesse chance de fazer perguntas.

Sua noite foi longa e mal dormida. Salamander rolou sobre o colchão o tempo todo, conseguindo apenas breves e ocasionais cochilos. Quando amanheceu, mesmo exausto, levantou-se, decidido a fazer uma transmissão para Magnólia, pedindo notícias de Lucy.

Encontrou Laxus na recepção, e a expressão que ele tinha, não era das melhores.

— Aconteceu alguma coisa? - Perguntou, preocupado.

— Lucy não chegou em Magnólia, Natsu. - Respondeu.

— Como não? - Questionou o dragon slayer do fogo. - Eu tenho certeza que ela embarcou! - Exclamou, entrando novamente em desespero.

— Acabei de falar com a Mira. - Começou o dragon slayer dos raios. -  Eu a contatei ontem a noite, avisando que a loirinha tinha tido a brilhante ideia de voltar sozinha para a casa. - Ironizou. - Como o mestre me pediu para que ela não ficasse sozinha, Mira e Elfman foram esperá-la na estação. Mas ela não desembarcou. - Concluiu.

— Então alguma coisa pode ter acontecido! - Alarmou-se o mago do fogo. - Precisamos encontrá-la! - Começava a entrar em desespero.

— Calma, idiota. - Falou Laxus. - Talvez ela tenha descido em outra cidade. - Ponderou.

— E por que ela faria isso? - Indagou Natsu.

— Acho que só você pode responder essa questão. - Disse o loiro.

 

• •  

 

¹Osimiri: Cidade criada pela autora para esta história. Vide mapa do capítulo anterior.

²Datra: Cidade criada pela autora onde parte dos eventos da fanfic Vínculo Mágico se desenrolaram. Vide mapa do capítulo anterior.

 


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam?

A Lucy com certeza foi precipitada, mas será que o dragon slayer conseguirá esclarecer tudo? Confiram no próximo capítulo (modo propaganda de novela mexicana: off).

O próximo capítulo está praticamente pronto, adianto que gostei bastante de escrevê-lo. Finalmente estou chegando nos capítulos que estou doida para postar! ❤_❤

Gostaria que, se possível, vocês opinassem nos comentários. Isso é muito importante para mim, além de ser extremamente construtivo.

Então é isso. Até o próximo!

Abraços!



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