Os Marotos da Minha Vida escrita por Siaht


Capítulo 5
Prongs


Notas iniciais do capítulo

Olá, leitoras lindas do meu coração!!!;D
Tudo bem com vocês?
Primeiro peço desculpas pela demora imensa, mas tive alguns problemas pessoais. Além disso, empaquei de uma forma nunca vista nesse capítulo. Semanas e semanas para conseguir escrever alguma coisa. Amo Jily, mas essa foi a primeira vez que me atrevi a escrever algo sobre eles e isso foi bem difícil.
Aproveito para dedicar esse capítulo para a linda Callie Potter, que recomendou a fic. Muuuito obrigada pelas palavras lindas, querida!
Bom, é com peso no coração que digo que esse é o último capítulo de Os Marotos da Minha Vida, mas espero que gostem!



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Lily Evans e James Potter viveram uma história de amor épica, mas ninguém se atreveria a dizer que foi fácil. Os dois eram complicados demais para isso! Ainda assim, há quem diga que os grandes amores são os irracionais. Talvez estejam certos, talvez não, o que importa é que para a Evans e o Potter funcionou.

Tudo começou no primeiro dia em Hogwarts quando James viu Lily pela primeira vez. Não, não foi amor à primeira vista. Naquela época o garotinho de 11 anos tinha preocupações maiores que meninas estúpidas, ainda assim, não pode negar que os cabelos vermelhos de Lily lhe chamaram atenção e, por um minuto, ele esqueceu tudo ao seu redor – toda a magia de Hogwarts e os novos amigos – e só se concentrou na garota. A vida, contudo, seguiu e o Potter se tornou um Maroto. Ao longo dos anos isso o rendeu popularidade, garotas, seus melhores amigos e, é claro, a inimizade da Evans.

Vejam bem, Lily Evans nunca odiou verdadeiramente James Potter, mas o rapaz tinha um talento especial para tirá-la do sério. Começou no primeiro ano quando ele insistia em suas piadinhas sem graça e brincadeiras estúpidas, tumultuando as aulas. A menina sempre fora uma grande nerd e não gostava de ver o tempo em que deveria aprender coisas novas desperdiçado. Ela era uma nascida trouxa e tudo aquilo novo e maravilhoso, queria descobrir tudo o que podia sobre o mundo em que caíra de paraquedas e o Potter e seus amigos estavam constantemente a atrapalhando.

Mas, acredite, ficou pior. Por alguma razão os Marotos – como os garotos se intitulavam – resolveram que Severus Snape era o alvo perfeito para suas brincadeiras imbecis e isso despertou a leoa que havia em Lily. Severus era seu melhor amigo, fora ele quem lhe explicara que era uma bruxa, que a consolou após cada um dos insultos de Petúnia e que sempre estivera ao seu lado quando precisou. A garota definitivamente não ia aceitar que ofendessem ou machucassem seu amigo e foi isso que a fez criar uma resistência aos garotos, especialmente ao Potter.

No início, o menino não se importava muito, afinal via Lily apenas como uma colega de casa mal humorada. Tudo mudou a partir do terceiro ano, nessa altura ele já se importava com meninas e percebia claramente o efeito que exercia sobre elas. Acima de tudo, James adorava atenção. Era filho único de um casal muito rico e sua mãe passara anos tentando engravidar, sendo assim, o garoto se tornara seu pequeno milagre e era dessa forma que ela o tratava.

Em Hogwarts não era muito diferente e quanto mais os anos passavam, mais popular ele se tornava. Aos 13 anos, James já havia percebido que beijar era uma das melhores coisas que faria durante a vida e uma das melhores partes de ser um Maroto era que as meninas morriam por ele. Suspiravam, coravam e soltavam risinhos sempre que ele passava, inflando ainda mais seu ego.

Todas as meninas de seu ano – e algumas mais velhas – tinham uma queda por ele, todas, exceto Lily Evans. Quando não estava discutindo com o garoto por alguma piada que havia feito ao Ranhoso, a menina simplesmente o ignorava. Nada de suspiros, ou risadinhas, a ruiva sequer ria de suas piadas. Não lhe olhava, ou cumprimentava e só lhe dirigia a palavra quando era essencialmente necessário. Era como se James fosse invisível e nada irritava mais o rapaz do que isso.

Lily não via razões para agir de forma diferente. O garoto claramente não era o tipo de pessoa com quem gostaria de fazer amizade, mas ela não era do tipo que gostava de colecionar inimigos. Detestava brigas e ofender as pessoas e só recorria a isso em últimos casos. No fim, preferia evitar o Potter e rezar para que ele parasse de ser estúpido e se julgar superior. Mas não foi isso o que aconteceu.

Ao longo do tempo, James foi reparando em como Lily sorria para todo mundo – menos para ele, é claro – quando passava pelos corredores, em como estava sempre pronta para ajudar as pessoas e podia ser mais a doce e gentil das criaturas. Qualquer um conseguia a atenção da ruiva, qualquer um que não se chamasse James Potter e isso feriu seu ego e o irritou ainda mais. Foi então que decidiu que conquistaria aquela garota mesmo que fosse a última coisa que fizesse.

No início fora apenas isso, a reação imatura de um menino mimado. A partir daí, começou a tentar de tudo para chamar a atenção da menina, o que apenas a irritava. Lily não sentia nenhum prazer nos constantes foras que dava no rapaz. Não gostava de perder a paciência e ofendê-lo, mas James não a deixava em paz e aquilo a incomodava profundamente. Por que justamente o garoto mais narcisista, arrogante e infantil de Hogwarts tinha que ter se interessado por ela?

Tudo isso se estendeu até o quinto ano. De certo modo, incomodar a menina e a chamar para sair se tornou um prazer doloroso para o garoto. Era um grande paradoxo. Ele se divertia com aquilo, não podia negar, mas com o passar dos anos acabou caindo em sua própria armadilha e desenvolvendo sentimentos reais pela menina. Como poderia ser diferente? Lily era inteligente, corajosa, leal e tinha o maior coração de que já vira. Estava sempre correndo para ajudar alguém, se importava com pessoas que sequer conhecia e podia distribuir sorrisos bondosos até para sonserinos (claro, ela só não sorria para o Potter!).

Ela era um das melhores alunas da classe e brigava arduamente pelo que queria e acreditava – se havia algo que os anos o ensinaram é que era impossível vencer uma discussão contra a Evans. E, é claro, era linda! James não sabia o que o encantava mais, os cabelos ruivos, os olhos maravilhosamente verdes, o sorriso doce, ou o modo como ela conseguia ficar vermelha quando estava envergonhada ou irritada. Talvez fosse a combinação de tudo.

O que importa é que James se apaixonou por Lily. Não foi algo que planejou, ou queria, Merlin sabia que não, mas aconteceu e as constantes negativas da garota o machucavam mais do que ele admitiria. A situação começou a mudar em uma madrugada durante seu quinto ano. O rapaz não conseguia dormir e passava seu tempo estudando o Mapa do Maroto. Sempre achava interessante descobrir o que as pessoas faziam após o toque de recolher, bom, pelo menos nos momentos em que ele mesmo não estava aprontando alguma coisa.

De qualquer forma, o que importa é que naquele dia resolveu permanecer no dormitório. Durante a tarde, ele e Sirius haviam feito uma brincadeira com o Ranhoso e aquilo irritou Lily mais do que qualquer outra coisa. Teria sido algo normal, se o maldito Snape não houvesse chamado a ruiva de “sangue-ruim”. O Potter mal podia lembrar que já sentia o sangue ferver.

Ainda pensava nisso, quando viu o nome da Evans no salão comunal. Ela estava ali. Sozinha. O rapaz não pensou duas vezes antes de saltar da cama e descer as escadas. O salão comunal estaria vazio, não fosse pela ruiva que, encolhida em uma poltrona, encarava as chamas na lareira. Havia lágrimas rolando por seus olhos e aquilo fez o coração do Potter se apertar.

— Lily...? — o rapaz chamou, após alguns minutos. Atraindo a atenção da jovem.

Ela tentou secar as lágrimas antes de se virar para ele. Ainda era uma grifinória e, como boa grifinória, incrivelmente orgulhosa.Não queria que a vissem chorando.

— O que você quer, Potter? — perguntou cansada, sem se importar com o fato do rapaz a tê-la chamado pelo primeiro nome. Estava exausta demais para discutir e as ofensas de Severus ainda estavam vivas em sua cabeça, dilacerando seu coração. Eles eram amigos há tanto tempo! Por que o rapaz havia agido daquela forma?

— Você está bem? — James questionou, passando a mão pelos cabelos já bagunçados. Nunca sabia bem como agir perto da Evans.

— Ótima! — ela disse, desviando os olhos. Não queria conversar, principalmente com ele.

— Eu sei que o que o Ranho, digo, Snape disse deve ter magoado, mas... — o rapaz começou, mas foi interrompido pela moça.

— Não! — ela disse entredentes, cheia de raiva. — Não ouse falar mal dele. Não você. Não se atreva a falar sobre magoar pessoas quando você faz isso todos os dias.

— Lily...

— Não! E não venha até aqui fingir que se importa comigo...

— Eu me importo com você, Lily! — o rapaz a interrompeu.

— Então, você é realmente péssimo em demonstrar isso, James. — foi tudo o que ela disse, antes de lhe dar as costas e retornar ao dormitório feminino.

O garoto prendeu a respiração por meio segundo. Ela o havia chamado pelo nome pela primeira vez, mas havia tanta mágoa, decepção e desprezo em sua voz que era como se ele tivesse levado um soco no estômago. Remus sempre dizia que Lily era capaz de enxergar beleza em qualquer pessoa, mas, aparentemente, ela não via nada de belo ou bom em James e aquilo machucava. A partir daí, tudo mudou, porque James resolveu mudar. Se a ruiva queria que ele demonstrasse que se importava, era o que iria fazer.

Não fora um processo fácil ou rápido, mas aos poucos o maroto foi evitando algumas brincadeiras ofensivas, começou a se concentrar mais nos estudos e até tentava fingir que o Ranhoso não existia. Quando encontrava Lily pelos corredores se limitava a sorrir e cumprimentá-la com um “Bom dia, Evans”, o que ela achou muito estranho. Havia passado anos insistindo que ele a chamasse por seu sobrenome, mas quando finalmente o fizera havia soado tão errado...

De qualquer forma, aos poucos o rapaz foi se transformando, se tornando menos imaturo e imbecil. No início, aquilo foi apenas por Lily, queria provar que ela estava errada a seu respeito, queria conquistá-la, mas com o tempo aquilo se tornou sobre ele. Acabou percebendo que gostava da pessoa que estava se tornando. É claro que ainda era um maroto e jamais deixaria de quebrar regras e fazer suas brincadeiras, mas percebeu que existiam limites. Percebeu também que o mundo não girava a sua volta e, com isso, conseguiu enxergar todas as coisas erradas da comunidade bruxa. Desejou fazer algo a respeito, desejou mudar tudo aquilo.

Quando o assunto era a ruiva, as coisas foram melhorando gradualmente. Primeiro, ela passou a cumprimentá-lo educadamente, depois aceitou ajudá-lo com um exercício de Estudo dos Trouxas e quando perceberam até mesmo mantinham conversas casuais, nenhum assunto realmente relevante, mas já era alguma coisa. O clímax, no entanto, veio quando Marlene e Sirius começaram a namorar, ou qualquer coisa assim, já que nenhum dos dois admitia que tinham algo sério. De toda forma, sempre que iam até Hogsmeade o Black e a McKinnon arrastavam todos os amigos para o Caldeirão Furado, apenas para não admitirem que aquilo era um encontro. Como se fizesse alguma diferença! Afinal, dois acabavam sempre se agarrando no banheiro.

Dorcas e Remus pareciam entrar em um mundo paralelo em que só os dois existiam e mantinham o flerte e as conversas nerds por horas. Já Peter parecia ocupado demais olhando os peitos da Madame Rosmerta para pensar em qualquer coisa. Sendo assim, James e Lily se viam obrigados a conversar, ou permanecer em silêncio constrangedor. A menina acabou percebendo que a primeira opção era muito melhor.

James podia ser interessante e divertido. Ele lhe contava sobre Quadribol, bandas de rock  e fazia piadas sobre os professores. Lily percebeu que ele falava bastante sobre a família e os amigos, mas, acima de tudo, ele a deixava falar sobre o que quisesse. Prestava atenção em cada palavra e parecia achar até seus comentários mais banais fascinantes. O Potter podia ser gentil, educado e bobo de uma forma doce e a Evans começou a apreciar sua companhia. Chegaram a um ponto em que estavam sempre conversando – algumas vezes surgia uma discussão por pontos de vistas discrepantes, mas nada sério – e a garota, que nunca fora exatamente uma fã de Quadribol, se pegou assistindo a todas as partidas, apenas para vê-lo jogar.

Ainda assim, a ruiva demorou algum tempo para entender o que estava acontecendo. Estava se apaixonando por James sem se dar conta e a ficha só caiu durante uma das reuniões da monitoria. Estava na sala de Minerva McGonagal e ambas esperavam Remus chegar. O garoto estava atrasado, o que era muito estranho, já que o Lupin era um exemplo de pontualidade. Não demorou muito para um garoto do terceiro ano entrar na sala, avisando que o monitor não poderia comparecer, pois seu amigo James havia se acidentado durante um treino de Quadribol. Aparentemente o Potter havia caído da vassoura e estava inconsciente.

A notícia fez Lily prender a respiração, enquanto seu coração disparava. A ideia de que algo pudesse acontecer a James a deixou em pânico e quando percebeu já estava correndo desesperada pelos corredores e deixando Minerva McGonagal falando sozinha. Só parou quando chegou à ala hospitalar, ofegante, descabelada e com lágrimas nos olhos. O rapaz ainda estava inconsciente e o fato a levou a uma crise histérica de choro. Sirius, Remus e Peter a olhavam como se ela tivesse enlouquecido e parte dela realmente acreditava que havia perdido a razão.

De qualquer fora, a ruiva resolveu que ficaria ao lado do rapaz e se recusou a ir embora enquanto ele não abrisse os olhos. Nem mesmo as ameaças de Madame Pomfrey surtiram algum efeito. James passou dias inconsciente e esse foi o tempo necessário para Lily perceber que havia se apaixonado pelo rapaz. O Potter havia finalmente conseguido o que sempre quis, mas não parecia apto a aproveitar, isso a fez sentir raiva de si mesma. Por que tinha que ser tão cega? Por que demorou tanto para perceber o óbvio?

Quando James finalmente acordou, Lily se jogou em seus braços. O maroto nem mesmo acreditou que aquilo estava acontecendo, parte dele se questionava se estava apenas sonhando, ou se havia morrido e acordado no paraíso. A partir daí, tudo se ajeitou. A ruiva convidou o Potter para sair, o deixando ainda mais surpreso, e após alguns encontros bem sucedidos, eles começaram a namorar.

Não foi o namoro mais fácil do mundo e foram muitas as brigas e momentos em que eles desejaram matar um ao outro, mas o sentimento que os unia era mais forte que qualquer outra coisa. Tão forte que James sequer hesitou e pediu a garota em casamento assim que se formaram em Hogwarts. Estavam em meio a uma guerra, ela era uma nascida trouxa – em um contexto que isso estava longe de ser bom – e ele a amava com todas as forças. A vida havia se tornado um oceano de incertezas, mas o Potter não tinha dúvidas de que queria passar o resto da sua vida com Lily, independente do quanto essa vida durasse. A garota pensava da mesma forma, queria estar com James, não importava se por cinquenta anos, ou cinco minutos.

Então, um maroto de sangue puro e uma nerd nascida trouxa se casaram, enquanto o Lorde das Trevas reunia um exército. Construíram uma vida em meio ao caos e lutaram lado a lado pelo que acreditavam. Quando Lily descobriu que estava grávida, ela e James entraram em pânico. Não era o melhor momento para aquilo e eles ainda eram jovens e inexperientes, mas quando Harry nasceu só conseguiam pensar em como amavam aquele garotinho que parecia tanto com o pai, exceto pelos olhos, aquilo havia herdado da mãe.

Por um tempo, puderam viver como a família que sempre quiseram ser, mas você sabe que o desfecho dessa história é trágico. Em 31 de outubro o Lorde das Trevas finalmente os encontrou. Era o fim do conto de fadas. James foi conhecido durante muito tempo por sua arrogância e egoísmo, mas não havia nada daquilo no momento. Na verdade, não havia nada além de Lily e Harry em sua cabeça. Ele precisava salvá-los. Talvez fosse estranho não se preocupar nenhum pouco consigo mesmo, mas há quem diga que amor muda as pessoas e Lily mudou James de todas as formas possíveis. Ela e o filho se tornaram as coisas mais importantes para ele, que trocou a vida de bom grado para que eles ao menos tivessem uma chance.

Amar é fazer sacríficos, então o Potter ordenou que a esposa pegasse o filho e fugisse. A ruiva tentou protestar, mas não havia o que discutir. Nenhuma outra palavra precisou ser dita. Quando seus olhos se encontraram pela última vez, ambos souberam, eles se amavam e sempre amariam. Aquilo não era um adeus, era apenas um “até logo”.

Enquanto corria pelas escadas, com lágrimas escorrendo pelos olhos, Lily soube que se nunca houvesse se apaixonado por James sua vida poderia ter sido bem diferente, ainda assim, se pudesse voltar no tempo faria tudo igual. Não se arrependia de nada, acima de tudo, não se arrependia de ter amado o Potter. Então, ela fez o possível para proteger seu filho e quando a maldição da morte a atingiu rezou para que seu Harry ficasse bem.

No fim, a morte não foi algo tão ruim, afinal James ficaria com a ruiva dos seus sonhos e Lily com seu maroto favorito por toda a eternidade. 


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Notas finais do capítulo

FIM!

Tem um olho nas minhas lágrimas, mas tudo bem! Hahaha
Queria agradecer imensamente a todos vocês que leram, comentaram, favoritaram e recomendaram Os Marotos da Minha Vida. Comecei a escrever essa história sem grandes expectativas, mas acabei me apaixonando muito por ela e fiquei ainda mais apaixonada pela Lily e os Marotos.
Espero que tenham gostado tanto quanto eu e que nos reencontremos em novos projetos!
Beijinhos...
Thaís