Back to the Past escrita por Lady Di


Capítulo 8
Capítulo 8 - The Chaperon




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Os primeiros raios de sol adentravam preguiçosamente pela varanda do quarto.

— Certamente, Rachel... Vens do futuro. Não possuo mais dúvidas disto.

Mesmo tendo pulado a hora de dormir, ambas estavam sem sono algum naquele ambiente cercado por uma atmosfera inebriante.

— Até que enfim! – Rachel deixou que um longo suspiro escapasse de seu forte pulmão. – Mas eu sou...

— Péssima em história. – Quinn completou a frase, seguida de um grande silêncio.

— Deve ser difícil pra você saber disso. – As sobrancelhas de Rachel se curvaram em um tom melancólico.

— Não tanto quanto deveis ser para ti. – A loira deu de ombros.

Sem pensar muito, Rachel levou sua mão direita à mão da princesa, que descansava em seu lençol, causando-lhe um pequeno sobressalto.

— Obrigada por compreender minha situação, Quinn. Eu realmente não conseguiria suportar isso sem colocar para fora.

— N-não deveis agradecer-me. – Gentilmente, retirou a mão debaixo, embaraçada, com um sorriso no canto da boca. – Não tenho como conceber a circunstância em que minha pessoa estaria caso isto viesse a ocorrer-me.

Sem perceber o acanhamento da outra, Rachel se levantou e caminhou até um canto da parede, onde se encontrava um metal polido do tamanho de uma pessoa.

— Sério, Quinn. Vocês precisam inventar logo o espelho. – Aprumou sua imagem no objeto refletor.

— Certamente. – Quinn também se levantou. – Encantei-me pelo que mostrou a mim, minha cara Rachel. Vislumbro-me vivenciando uma época como a em que viveis. Carros, prédios e... como se chama a outra coisa?

— Pasta de dentes? – Rachel arriscou um palpite.

— Pastas de dentes! – Quinn abriu um grande sorriso, levando a outra a imitá-la. – Consideravelmente um frescor e tanto!

— Princesa?

Uma terceira voz ecoara no ambiente fazendo que o coração de ambas disparasse sincronizadamente, assim como a direção de seus olhares para a pessoa de quem a voz amedrontada pertencia. Aquele breve momento fez tanto Rachel, quanto Quinn, perderem a fala. E a voz repetiu, adentrando ainda mais no aposento real:

— Vós? – Mais um breve momento se fez presente. - O que estás a fazer? – A dona da fala insistiu, desviando seu olhar para Rachel, enquanto saía da penumbra.

Mas quem acabou por responder, com uma altivez recém adquirida, fora a loira:

— Rachel – Virou seu olhar para a mais baixa a sua frente, que parecia incrivelmente frágil e indefesa devido ao medo de ser pega outra vez e acabar parando nas celas frias da masmorra. – Esta é Matilda, uma de minhas damas de companhia.

A face de Rachel momentaneamente denunciou uma expressão confusa, fazendo com que, aos poucos, desse lugar para que suas sobrancelhas se curvassem e seus lábios fizessem um formato da letra “O”, como se tivesse entendido.

— E eu achando que vocês eram castos!

Um breve silêncio novamente se estendeu enquanto a princesa tentava compreender o que a morena queria dizer com aquilo.

— Oh! - Quinn tapou a boca com as mãos. - Não penses isto! Que ultrajante! – E então direcionou a mão para a mulher com o fim de apresentá-la melhor. – Matilda é minha aia e auxilia-me em tarefas diárias, assim como na realização de diversas atividades da Corte. Bailes de máscaras, músicas, danças, bordados, dentro outros mais.

— Perdoe-me a intromissão, princesa. – A garota se curvou em sinal de respeito. – Entretanto, não entendo o que estás a fazer aqui em seu aposento com esta bruxa. – Deu alguns passos para frente e só então Rachel pôde analisa-la com mais atenção.

Matilda parecia ser uma jovem segura de si. Rachel julgou possuir os mesmos atributos iniciais que notou em Quinn. Uma espécie de personalidade daquelas que deixa o ambiente mais intenso.

Assim como a princesa, Matilda também possuía os cabelos dourados e Rachel poderia jurar que, se a dama de companhia não fosse subordinada à Quinn, seria uma excelente concorrente para disputar o que quer que fosse com a filha do rei.

Sua pele branca estava parcialmente coberta por um estilo de tecido aveludado que Rachel considerou ser um modelo de uniforme usado para as aias daquela época.

Ela realmente era uma pessoa notável e tinha um certo tipo de presença. E para organizar seus pensamentos de uma maneira que a fizesse entender melhor, Rachel associou aquela atmosfera com duas líderes de torcidas adversárias que disputam um campeonato importante.

A morena, que se encontrava absorta em seus pensamentos, não notara que a conversa ainda fluía e que possuía faíscas nas palavras ditas.

— Por tanto, Matilda, isso não se remete a vós. – Finalizou a princesa, com atitude.

— Definitivamente, minha princesa. – A aia se prostrou em uma reverência que Rachel notara ser um pouco a contra gosto. – Mas meu papel, além de todos estes que citastes, é protege-la. Por isto, peço que entendas minha atitude neste momento...

Deixando a altivez de lado, Quinn se retesou quando Matilda sacou o sabre mantido como decoração na parede do quarto e o apontou para a mais baixa.

Rachel não pôde deixar de lembrar do objeto. Era a mesma arma que Quinn usara quando a ameaçou no estábulo. E ela achando que as mulheres na Idade Média eram pacatas...

Antes que Rachel pudesse processar o que ocorria, a princesa levou suas mãos à cintura da morena e a puxara colocando-a atrás de si assim que o clima tenso e carregado se estabeleceu no local.

— Q-Quinn? – Rachel gaguejou, agora transparecendo o medo em sua voz enquanto encarava a ponta afiada do sabre nas mãos da outra jovem.

— Ousas apontar uma arma para sua princesa? – Quinn desafiou. – Sabeis bem que pelas ordens reais não se pode sacar o sabre em vão.

Antes que tivesse a chance de resistir, Rachel pôde sentir as mãos de Quinn, ainda em sua cintura, pressionarem-na um pouco mais, a trazendo para perto até que tocasse nas costas de sua defensora.

Com a face apoiada no ombro da princesa e sentindo o aroma provindo dos cabelos loiros (devido ao shampoo que a dera de presente), a morena ergueu os olhos e viu a incredulidade estampada no rosto de Matilda.

— Princesa, como saberei que és tu e não um tipo de feitiçaria? Isto não está sendo em vão. Preciso protege-la, mas vós insistis em defender esta bruxa com vosso próprio corpo.

— Se estiver errada, neste momento você está apontando uma espada para a filha do Rei Russel Terceiro. – Rachel ousou falar com uma falsa confiança.

— Mas se estiver correta em minhas convicções, estás enfeitiçando a primogênita do Rei Russel Terceiro.

— Fique tranquila, Rachel. – A morena sentiu o tremor nas mãos da princesa.

— Não, Quinn. – Rachel tirou as mãos da loira de sua cintura e desfez o contato. – Não posso deixar que se arrisque assim por mim.

— Rachel! – Quinn ordenou quando a mais baixa se aproximou de Matilda.


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