A Flor da Carnificina escrita por Essa conta não existe mais, Niquess


Capítulo 28
Capítulo 27 - Sem lar, outra vez.


Notas iniciais do capítulo

Oláaaaaaaaaaaaaaaaa!
Esse é um capítulo TENSO!
Espero que gostem, porque as coisas vão começar a fazer sentido.
Por favor, se puderem, comentem e deixe sua opinião sobre a história. E os que já comentam MUITÍSSIMO OBRIGADAAAAAAA!
boa leitura



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Isaac já estava internado há 1 semana, e todos os dias recebia visitas de Fábio. Porém, naquele dia o outro não havia ido ver o outro, e por mais que Isaac tentasse ignorar isso, era aquela dorzinha que ocorre quando se bate o dedo mindinho na quina dos móveis. O moreno havia tomado banho e vestido a blusa que pegou de Fábio. Isaac não era narcisista, e raramente se olhava no espelho, mas naquele dia ele observou seu reflexo no grande espelho do banheiro, e finalmente percebeu o quão bonito ele era.
– Isaac? Cadê você? - Era a voz de Aline. Isaac sorriu ao ver sua irmã assim que abriu a porta do banheiro.
– Eu estava tomando banho. - Falou ele, sentando na cama do hospital.
– Se arrumou pra ver aquele desgraçado? - Perguntou Aline, indo até seu irmão para abraçá-lo, envolvendo suas mãos em volta das costas dele, e encostando a cabeça dele em sua barriga. - Espero que tenha se arrumado para me ver. - Os dois riram, e Aline soltou o irmão.
– Eu me arrumei para ficar limpo. O doutor veio aqui mais cedo e disse que talvez eu receba alta amanhã de manhã. - Aline sorriu e voltou a abraçar seu irmão.
– E os remédios? Tá tomando direito? Eles trazes direitinho seus coqueteis?
– Trazem - Falou Isaac, olhando para a Aline, enquanto segurava a mão dela.
– Ótimo! - Aline sentou-se ao lado de seu irmão - O Inácio está bastante preocupado com você. Eu não deixei ele vir te visitar porque tenho medo que algum médico diga para ele o motivo pelo qual você está doente.
– E a Cleusa? Ainda está enchendo seu saco?
– Não... ela se arrependeu de ter me atacado com água quente. Coitada... - Ironizou Aline.
De repente, a conversa dos dois foi interrompida quando Fábio entrou pela porta, sem avisar ninguém. Aline fez a cara de desgosto que sempre fazia quando via o rapaz, e Isaac manteve-se sem nenhuma reação aparente, mas por dentro ele estava feliz de ver o rapaz que ele ainda gostava ali.
– Foi mal pela demora, eu estava resolvendo algumas coisas. - Falou Fábio, indo até Isaac para lhe dar um selinho. Fábio retirou a jaqueta jeans que usava e sentou-se em uma poltrona. Estava suado e cheirava a cigarro, o que incomodava 10 vezes mais Aline.
– Eu vou pra casa. Amanhã de manhã eu volto pra ver se você vai mesmo ser liberado - Falou Aline, indo até Isaac e lhe dando um beijo estalado na bochecha. - Eu te amo. Te amo de verdade.
– Também te amo, Aline. - Ele retribuiu o beijo na bochecha da irmã, que saiu sem sequer olhar para o rosto de Fábio, que estava jogado na poltrona.
– Então quer dizer que você vai ser liberado amanhã? - Falou Fábio, com a voz animada.
– Não sei... Foi o que o médico me disse.
– Eu queria tanto que você fosse pra minha casa. A gente podia esquecer tudo o que houve de ruim e voltarmos ao que éramos antes. - Falou Fábio. Os olhos de Isaac encheram-se de água. Fábio tocava fundo na ferida mais dolorida de Isaac.
– Não. Eu vou pra onde estou vivendo e você vai para a sua casa, viver sua vida sem mim. - Fábio ficou de pé, e caminhou até Isaac, ficando de frente a ele.
– Você é meu, Isaac. Olha pra você, tão frágil - Fábio limpou as lágrimas que saiam do rosto moreno de Isaac - Tão solitário... Nós éramos tão felizes.
– Eu nunca fui feliz, Fábio. Nunca!
– O que eu tenho que fazer pra você voltar pra mim, hã?
– Eu não vou voltar pra você, Fábio. Desista. - Fábio sorriu de lado, e colocou sua mão na nunca de Isaac
– Fala desista de novo, fala.
– De... - Fábio juntou os rostos e iniciou um beijo, que foi se intensificando cada vez mais. Isaac não resistia a Fábio, e o Fábio queria muito aquele momento, então os dois se beijaram até sentirem-se excitados, à ponto de Fábio retirar sua camisa e a de Isaac. O rapaz alvo foi deitando devagar o outro naquela cama de hospital, enquanto Isaac retirava a calça do rapaz que o beijava.
– Você não tem camisinha, né? - perguntou Isaac.
– Não. - Respondeu Fábio, beijando toda a extensão do torax de Isaac.
– Então é melhor pararmos - Falou Isaac, mas sem forças para parar com aquele momento.
– Eu tiro antes de gozar, eu prometo. - Falou Fábio.
Os dois prosseguiram o que faziam, até que quando perceberam, os dois já estavam nus, envoltos pelo cobertor do hospital. Fábio penetrou Isaac calmamente, enquanto este gemia baixo, enquanto as estocadas iam se intensificando, e Fábio beijava a boca de Isaac, para que não escapasse nenhum barulho.

Denise havia decido visitar Isaac no hospital, afinal, queria saber como ele estava. Trabalhou durante todo o dia e trocou SMS's com Fábio, que disse para ela que estava bastante ocupado com algumas coisas e por isso não pode ir se encontrar com ela.
A mulher entrou em seu carro e dirigiu até o hospital caríssimo onde ela mandou Isaac, afinal, uma semana de internação já faz um peso no bolso.
Quando chegou, conversou com a recepcionista, que avisou para ela que já havia uma pessoa visitando o paciente, e se essa visita tivesse urgência ela poderia subir para vê-lo. Denise tinha a urgência de não esperar para ver ninguém, e subiu logo, indo até o quarto que era onde Isaac estava internado.
O corredor onde estava localizado o leito de Isaac era calmo, mas especial para pessoas com doenças virais, era o que uma grande placa azul escuro com letras brancas avisava. Denise pensou se deveria ficar ali muito tempo, mas aquela visita seria coisa rápida, e ela logo iria embora antes de ''pegar algum vírus.''
Porém, ao abrir a porta do leito, viu uma cena super desagradável para ela. A mulher viu Fábio sentado totalmente nu, enquanto Isaac também estava sentado em cima do falo de Fábio, e fazia movimentos de ''sobe e desce''.
Ao perceber a presença da mulher ali, ambos pararam o que faziam.
– Podem continuar, gente. - Falou Denise, com a voz embargada.
– Calma... eu posso te explicar. - Falou Fábio, soltando Isaac, e vestindo rápidamente uma calça.
– Explicar o quê, Fábio? Eu acabei de ver, na verdade, eu estou vendo. - Denise não aguentou segurar as lágrimas - Então era com isso que você estava ocupado? E fazendo isso com ele - Denise olhou para Isaac com desprezo, e o rapaz sentiu-se o último da terra.
– Denise... - Fábio ficou de pé para encarar a mulher, mas não teve palavras para dar alguma desculpa convincente para a mulher, até porque, não existe desculpa para alguém não-cego.
– Isaac, não precisa mais voltar para a minha casa. Eu te dei um teto, um trabalho, e é assim que você me retribui? Ficando com o meu... - Denise olhou para Fábio, e lembrou que eles não tinham nenhum vínculo afetivo além de transas casuais e desabafos. - Enfim, não volte mais para a minha casa. E você - Denise olhou para o rosto suado de Fábio - Não me procure nunca mais! Isso é tão nojento! - A mulher apertou os olhos, e secou com as costas das mãos as lágrimas que borravam seu rímel - Sexo gay... E é a segunda vez que acontece isso comigo. Eu sou substituída por outro homem. OUTRO MALDITO HOMEM! - Gritou Denise.
– Abaixa o tom. - Falou Fábio, sem nenhuma alteração em sua voz.
– Não me mande abaixar o tom. Eu tirei você da rua, cara... - A voz de Denise estava misturada com choro e riso irônico. Ela já amava Fábio, e ser golpeada por ele daquele jeito era terrível.
– É melhor você ir pra casa, e amanhã nós conversamos sobre isso. - Falou Fábio.
– Não tem amanhã pra nós dois. Você pode ficar aí com ele, e eu nunca mais quero te ver, nem ver ele. - Denise abriu a porta e saiu às lágrimas. Caminhou secando os olhos e borrando ainda mais sua maquiagem. Quando chegou em seu carro, desabou de vez. Por que com ela nunca dava certo? O que ela havia feito? Por que aquilo estava acontecendo com ela outra vez? Será que deveria virar lésbica? Todos esses pensamentos passaram por sua cabeça, enquanto ela dirigia sem rumo pela cidade. Porém, quando viu que já estava tarde resolveu ir para casa despejar todo o ódio que sentia na irmã do rapaz que ela havia aceitado morar em sua casa, e cuidar de seu filho.
Denise não estacionou o carro na garagem, e desceu furiosa do veículo, indo diretamente para o quartinho onde os irmãos estavam hospedados em sua casa. A mulher não bateu na porta, apenas saiu abrindo-a brutamente, encontrando Aline assistindo sua adorável novela, enquanto comia uma maçã. A garota assustou-se ao ver a presença da outra naquele imóvel, com a maquiagem borrada.
– Arrume suas coisas, e saia da minha casa! - Falou Denise, com a voz firme.
– A senhora está falando sério, dona Denise? - Perguntou Aline, sem entender o que estava acontecendo.
– Estou. Anda, arruma tudo e saia já.
– Mas eu não tenho pra onde ir, e meu irmã está internado. - Denise começou a rir histérica, o que assustou Aline, que torcia para aquilo ser uma brincadeira de mau gosto.
–Seu irmão estava transando com o meu namorado. - Aline sentiu todo o sangue de seu corpo sumir. Era o fim, aquela mulher viu aquela cena e estava decida. Acabaram-se os dias bons, até porque Deus já havia sido generoso demais com eles para durar tanto tempo aquela mordomia. - E acho que alguém doente não estaria com força nenhuma pra fazer isso. E esqueça o salário de vocês, eu vou usá-lo para pagar as despesas que seu irmão fez naquele hospital bom o qual eu levei ele. Anda, você tem 30 minutos pra arrumar tudo e sair da minha casa. - Denise saiu deixando Aline confusa e desesperada. O que seria da vida deles agora? Para onde iam? E como seu irmão havia sido tão tolo daquele jeito para acabar com tudo? A garota pegou algumas coisas e colocou na mochila que ela havia trago para a casa e guardou algumas coisas de Isaac na mochila dele. E enquanto arrumava as coisas, achou a foto que estava com Isaac, dela pequena no colo de sua mãe e Isaac fazendo careta. Como ela odiava sua vida.


Inácio estava desenhando no sofá, quando sua mãe entrou eufórica pela casa, jogando porta-retratos no chão, aos prantos.
– Mãe?! Mãe, o que tá acontecendo? - Perguntou Inácio, segurando os ombros da mãe desolada.
– Eles vão embora... eu não os quero aqui nunca mais! - Falou Denise, chorando alto.
– Mas o que aconteceu para você colocá-los fora daqui?
– Não importa - Denise, se jogou no sofá, e seu rosto estava completamente manchado de maquiagem - Eles vão sair daqui... - Inácio foi até o quartinho onde Aline e Isaac viviam, e assim que entrou, encontrou Aline, chorando baixinho, sentada na cama, enquanto a Tv estava ligada.
– O que aconteceu, Aline? - Perguntou Inácio, sentando ao lado da garota.
– Sua mãe... A história é longa, mas eu acho que não terei saída a não ser te contar. Eu quero que você me ajude, eu não tenho pra onde ir - Falou Aline, abraçando o rapaz, que retribuiu.
– Vai, me conta, o que aconteceu? Não precisa chorar, você não vai pra rua. - Falou Inácio, com a voz firme.
– Você pode trancar a porta, por favor? - Pediu Aline. Inácio ficou de pé, e trancou a porta, sentando na cama que era de Isaac, ficando de frente à Aline.
– Agora você pode falar.
– O novo namorado da sua mãe era namorado do meu irmão - Inácio esboçou uma reação facial engraçada, era uma novidade chocante - Mas eles terminaram. Aliás, foi na casa dele que vocês mataram o Patrick. Só que meu irmão é doente - Aline voltou a chorar, colocando as mãos no rosto.
– Como assim doente?
– Ele tem HIV. - Inácio sentiu o peso daquelas palavras que saíram da boca de Aline - E nós dois vivíamos em uma casa de prostituíção em uma favela aí, e nós fugimos porque ele ficou doente e não queria o mesmo pra mim. Quando você nos estendeu a mão, foi como se nós dois fossemos ao paraíso, porque nossa vida era um inferno. - Inácio sentou novamente ao lado de Aline, deu um abraço forte na menina, colocando a cabeça dela encostada em seu peito.
– O que eu vou fazer agora, hein? - Inácio perguntou retóricamente a si mesmo, enquanto acarenciava os cabelos da menina, que chorava desolada em seu peito.
– Você não tem como convencer sua mãe a nos deixar aqui? - Pediu Aline, com os olhos vermelhos de tanto chorar.
– Ela não vai aceitar. É ela quem manda e desmanda nessa casa, e o que ela fala é lei. Eu vou levar você para a casa do Cristiano, e vou ficar com você essa noite, até que seu irmão receba alta. - Aline sorriu em meio às lágrimas.
– Obrigado, mas sua namorada não vai se importar?
– Não... não irei fazer nada contra ela. Só não quero te ver mal desse jeito, porque vai dar tudo certo. Afinal, eu e Isaac somos grandes gangsters. - Aline tentou evitar, mas acabou rindo.
– Me desculpe por sempre caçoar de você. Você está me ajudando agora, e eu nem sei como vou agradecer isso.
– Não precisa. Eu vou ligar pro Cristiano, para avisar que estamos indo pra lá. - Inácio ficou de pé, e retirou seu Iphone do bolso para ligar para o amigo e gerente ordem para homicídios.

Fábio e Isaac discutiram por horas, até que Fábio cedeu e parou com a briga dos dois. Isaac estava definitivamente sem um lar, mas isso era o de menos. O que esquentava a cabeça de cabeleira negra, era não ter notícias de sua irmã e se ela havia sido posta para fora da casa, e onde estaria naquele momento? Aquilo deixava Isaac mais do que aflito.
– Já falei que você e sua irmã vão para a minha casa. Ponto final - Falou Fábio.
– Não. Se não fosse por você eu não teria passado por essa humilhação. Mas o pior não é você e eu, é a Aline.
– Cara, ela tá bem. Não se preocupe.
– Não me preocupar? Ela tá por aí, sozinha. Caralho, como eu sou burro! E tudo acontece quando você está perto de mim. Sempre quando você está perto de mim. - Fábio olhou triste para Isaac. Não queria que o outro tivesse essa imagem negativa dele, porém aquilo era verdade, as coisas ruins só aconteciam quando ele cruzava o caminho de Isaac.
– Eu vou dormir, e espero que você também durma. Amanhã você vai sair daqui, e nós vamos resolver essa situação.
– Eu só quero saber que minha irmã está segura.
– Ela está. Não se preocupe, porque agora seremos só nós dois, e nós vamos proteger sua irmã. - Fábio foi até a cama de Isaac e deitou ao lado dele. Isaac não relutou, podia aproveitar a presença física de Fábio, porém sua cabeça não saia de perto de Aline, e pela primeira vez em sua vida, orou para Deus, e pediu para que ele mandasse alguma solução, para que nunca mais nem ele, nem Aline sofressem.


Aline mantinha sua mochila nas costas, enquanto Inácio segurava a mochila de Isaac. Cristiano havia topado aceitar Aline e Isaac em sua casa durante um tempo, mas revelou para Inácio que haviam dois amigos dele em sua casa no momento. Não era hora para escolhas, e eles tinham que ir para lá querendo ou não, o que era melhor do que dormir na rua no relento.
Inácio tentou puxar assunto com Aline durante a ida deles para a casa do homem, mas Aline estava retraída, e preferiu não falar nada, queria ficar em silêncio e pensar em uma saída.
Ao chegarem em frente a casa de reboco, Inácio bateu forte no portão de madeira e não demorou muito para ver a figura de Cristiano.
– Podem entrar, eu preparei um colchão direitinho pra você dormir. - Falou Cristiano, direcionando o comentário para Aline, que agradeceu balançando a cabeça.
Ao entrarem na casa, Aline ouviu uma voz feminina familiar, mas no momento não reconheceu de quem era. Colocou a mochila sobre a mesa e sentou-se em uma cadeira, enquanto Inácio conversava com Cristiano na cozinha.
– Você aceita água, querida? - Perguntou Cristiano. Aline balançou a cabeça negativando e o homem voltou para a cozinha. De repente, a voz foi ficando cada vez mais presente, e quando Aline olhou para trás, viu a mesma prostituta que a espancou, e que seu irmão estava dando conselhos na praia, saindo de dentro da cozinha.


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Notas finais do capítulo

Só eu que acho que o Fábio é o grande Caos de tudo? bjsssssss