A Flor da Carnificina escrita por Essa conta não existe mais, Niquess


Capítulo 14
Capítulo 13 - Sondagem


Notas iniciais do capítulo

Oláaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!
Primeiro de tudo quero agradecer a SweetDrama por também recomendar minha história. Muitíssimo obrigadaaaaaaaaa!
Adoro vocês, leitores!



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Aline tirou o avental branco que lhe foi dado pela patroa, e pendurou o pano em um gancho que ficava na cozinha.
Olhou para o grande relógio de ponteiro que havia no local e viu que já era hora de colocar a mesa para o lanche da tarde, mesmo que não tivesse ninguém em casa.
– Cleusa? - Chamou a garota. A empregada que lustrava os móveis da sala de jantar apareceu.
– O que foi? - Perguntou Cleusa, de forma grosseira.
– A dona Denise disse que eu podia colocar a mesa com lanche da tarde quando fosse 4 horas, mas não tem ninguém. Eu espero eles chegarem? - Cleusa bufou e balançou a cabeça afirmando. A garota resolveu então arrumar a mesa para os donos da casa, que agora ela chamava de patrões.
– Escuta - iniciou Aline - Quanto tempo você trabalha aqui? - Perguntou a garota, forrando um pano azul sobre a mesa de jantar.
– Há bastante tempo. Por que quer saber?
– Por nada. - Aline pôs os alimentos em silêncio. Queria conversar com a mulher, mas essa não estava sendo muito simpática desde a hora que ela começou a trabalhar.
– Minha presença te incomoda? - Perguntou a garota, indo até onde Cleusa estava, e ficando de pé à sua frente.
– Sim. - Respondeu Cleusa, direta.
– Por quê?
– Oras... não gosto de trabalho em grupo. Sempre trabalhei sozinha aqui, não me agrada saber que vou dividir as tarefas. - Aline riu.
– Você é a primeira pessoa que eu vejo que não gosta de ser ajudada. - Cleusa entregou uma flanela para Aline e depois um lustra móveis.
– Limpe o corrimão, e depois varra as escadas. - Falou a mulher, com voz de descaso, enquanto fazia seu trabalho por ali. Aline acatou o pedido, não queria causar problemas com Cleusa, e tentaria de todas as formas se unir com a outra.
O que a garota não sabia era que Cleusa se sentia insegura em relação à Aline. A garota tinha 18 anos. Era muito bonita, de fato, o que seria uma possível ameaça ao emprego de Cleusa. Sabia que se houvesse algum problema, seria ela quem iria rodar. Então manteve-se firme em relação à garota. Não estava ali para fazer amizade com ela.

Um segurança negro e alto apareceu, pegando Fábio com uma chave de braço. A garota começou a chorar, desesperada.
– Moço, ele é meu irmão! Não machuca ele! - Falou Carolina, apertando o troco do rapaz imobilizado.
– É verdade isso, senhora? - Perguntou o guarda.
– Sim, mas ele não pode ficar perto da menina. Apresenta risco e tem uma queixa dele na delegacia. - Falou Marli, firme.
– É o quê? - Perguntou Fábio, confuso.
– Ele me roubou! Se quiser levá-lo e levantar a ficha dele vai ver que é verdade. - O guarda se comunicou com outro guarda, pedindo que este chamasse a polícia. Carolina chorava bastante, e sua mãe a segurava para não ficar agarrada com Fábio.
– Por que você fez isso, mãe? - Perguntou a garotinha, enquanto o rapaz era levado até o lado de fora do shopping para não alarmar os que ali circulavam.
– Ele é perigoso, filha! Eu te disse pra não ir com ele caso aparecesse, e você me desobedeceu. Vai ficar de castigo. - Falou Marli, segurando a vontade de chorar. Ela não queria que seu filho fosse preso, mas ele foi canalha com ela. Aqui se faz, aqui se paga.

Fábio foi buscado pela viatura, e chegou justo na hora que Denise ia para casa.
– Doutora Denise, tem um caso pra senhora resolver. - A mulher que já trancava sua sala, bufou quando ouviu sua assistente.
– Tá. - Desvirou a chave, e abriu a porta.
O rapaz foi levado até sua sala por um policial, e foi jogando de qualquer jeito sobre a cadeira que havia no local.
– Foi flagrado com uma criança no shopping, e tem ficha feita pela mãe dele. Resolve aí. - Falou o Inspetor que apareceu depois que o rapaz entrou na sala.
Denise encheu a boca de ar, e depois soprou o ar pra fora.
– Inspetor Régis, me traga a ficha do sujeito, enquanto eu vou averiguar algumas coisas. Feche a porta quando sair, da última vez você esqueceu. - Falou ela, sorrindo no final.
– Então... Qual é o seu nome? - Perguntou a Delegada.
– Fábio Malta. - Falou Fábio, com descaso. Sentia-se triste, porque foi traído pela própria mãe. Mas lembrou que fez a mesma coisa com Isaac.
– Ah, Achei sua ficha. Você tem um possível nome pra ser seu advogado?
– Não... Foi minha mãe quem me colocou nessa, duvido muito que ela arrume algum pra mim.
– Olha... Foi roubou dinheiro dela, né? Foi um delito pequeno. E o que houve em relação a garotinha que estava com você?
– Ela é minha... - O inspetor apareceu outra vez.
– Denise, aqui está a ficha, com hora e quem fez a queixa.
– Obrigado, Régis. Pode sair.- O inspetor fechou a porta.
– Fábio... Não sei se vale a pena você ser preso por causa desse delito. - Denise cruzou a perna e mordeu os lábios, olhando de modo diferente para Fábio. - Não sei... você é tão jovem, bonito... - Fábio entendeu o que a mulher queria dizer. Estava disposta a transar com ela para que não fosse preso. Só precisava esperar o que a mulher iria lhe propor.
– Como eu dizia, a menina é minha irmã - Mentiu sobre a menina, não tinha motivos para falar que ela era sua filha. Só precisava se manter longe da cadeia.
– Entendo. Mas você não acha que pode se auto-advogar?
– O que eu preciso fazer? - Ele sabia a resposta.


Inácio e Isaac ficaram andando o dia inteiro. Inácio fez de Isaac seu psicólogo, e desabafou tudo que tinha pra desabafar sobre os 20 anos mesquinhos de sua vida mentirosa. Contou para o outro que seus viviam um casamento de aparências, e que seu pai nunca o havia abraçado em toda sua vida. Contou que uma fez flagrou o pai com um homem em um carro, o que fez Isaac engolir seco. Ele já esteve naquele carro também.
– E o que você fez? - Perguntou Isaac.
– Passei direto. Era o carro dele, era um homem lá dentro. Mas eu não estava preparado pra bater no vidro e ver que era o meu pai fodendo com outro cara, sabe? - Inácio acendeu um cigarro. Os dois estavam na praia e o dia já ameaçava se pôr.
– Complicado, cara. - Isaac sentiu-se mal por ter transado com o pai daquele garoto que era tão deslocado no sentido familiar. Ele botou um tijolo no muro que separava pai e filho.
– E sua mãe? O que você mais sente falta? - Perguntou Inácio.
– Ah... tudo! - Isaac riu rapidamente - Eu não iria precisar ficar por aí fazendo coisas que eu não gosto de fazer.
– Você não me falou que coisas são essas.
– Já disse que uma hora você vai acabar descobrindo. Calma! - Os dois riram.
– O que vamos ter que fazer pra machucar os caras? Eu estou curioso e ansioso. - Falou Inácio.
– Sondar o espaço. Precisamos dar um passo de cada vez, mas o primeiro de tudo é sondar o espaço.
– Você sabe onde eles ficam?
– Sei... Óbvio que eu sei! Pra isso, você vai convidar a garota da faculdade que você está afim pra ir tomar um chopp com ela naquele lugar onde você foi quando quase te assaltaram. Eles ficam por ali. Precisamos estudá-los e ver em qual momento eles vão ficar mais vulneráveis.
– Isso eu vou ter que fazer hoje?
– Não! Eu quero dormir - Os dois riram. - Não se faz nada bom com pressa. Tem um cara que eu quero machucar mais do que todo mundo.
– E sua irmã? Vai nos ajudar?
– Ainda não sei... Não queria por ela em risco.

Denise saiu com o acusado da delegacia, alegando a todos que havia um habeas corpus par ele. Ela estava desafiando a lei, mas no caso, era ela quem prendia e quem desprendia. E ela queria ser presa em outro sentido pelo rapaz.
Quando já estavam em um lugar mais afastado, ele entrou no carro da mulher e eles foram até um motel que ficava em uma avenida famosa da cidade. Lá ela não correria o risco de ser flagrada por ninguém.
– Você é bem tímido, né? - Falou Denise, enquanto os dois ainda estavam no carro.
– Você que pensa - Fábio colocou a mão sobre a coxa da mulher e apertou forte. Depois desceu com os dedos para baixo da saia que ela usava, e começou a estimular o sexo da mulher. Fazia bastante tempo que Fábio não se relacionava com uma mulher. Era tão estranho perceber que não havia um pênis ali, porque ele estava acostumado com este órgão genital.
Denise sentia-se culpada por estar em um carro com aquele jovem rapaz. Ela nunca traiu seu marido, e agora iria fazê-lo. Além do mais, ela sabia que ele não iria transar com ela por livre e espontânea vontade, e sim porque não queria ir pra prisão. Pensou em parar o carro várias vezes, mas quando ia quase estacionar e liberar o rapaz, viu que estava em frente ao motel, e era longe demais de onde ela estava. Respirou fundo, e entrou com o carro no estacionamento.


Isaac e Inácio chegaram exaustos em casa. Inácio foi jogar video-game, e até convidou Isaac para jogar, mas este queria dormir.
Aline estava no quarto assistindo novela, quando seu irmão apareceu, suado e cansado de tanto andar atoa.
– E aí, como foi seu dia como segurança? - Perguntou Aline, jogando uma almofada no irmão.
– Ele vai me ajudar nos planos que tenho.
– Que planos são esses? - Perguntou Aline, franzindo o cenho.
– Acabar com quem machucou você. Se eles querem me matar, podem até tentar, mas eu posso matá-los primeiro.
– Você não desiste, né? Espero que eles não nos ache antes.
– Eu tenho uma carta na manga. - Falou Isaac, tirando sua camisa, e pegando seus coquetéis para tomar sem ajuda de água.
– Que carta? O garoto? Faz-me rir, Isaac. Ele vai nos colocar em uma enrascada ainda maior, vai por mim.
– Calma... - Engoliu os comprimidos - Vai ficar tudo bem. Enquanto isso, vamos dançar conforme a música.

Denise havia feito todas as posições possíveis com Fábio, e essa era a última. Ela estava embaixo do rapaz que se movimentava sobre ela. Quando sentiu o orgasmo mais uma vez, seu celular começou a tocar dentro da bolsa.
– Que droga! - Falou a mulher, com raiva do toque que atrapalhou o momento.
– Shiii! Depois você atende. - Falou Fábio, tranquilamente, enquanto terminava o que estava fazendo.
Quando os dois atingiram o ápice pela última vez, Denise foi até a bolsa, e pegou o celular. Fábio sentiu-se um pouco incomodado ao ver o corpo da mulher nu daquela forma, ela devia ter a mesma idade de sua mãe, ou talvez alguns poucos anos mais nova. Mas era como se ele tivesse transado com sua mãe.
– Era o meu filho. - A mulher sentou na cama e discou para o número que ligou para ela. Fábio beijava as costas da mulher, que falava ao celular. Sem querer querendo ele ouviu o assunto que ela tratava com o filho.
– Fala amor.
– Onde você está mãe? Cleusa pediu para que eu ligasse pra você pra perguntar se ela pode ir embora. - Denise bateu com a mão na testa. O sexo havia sido tão maravilhoso que ela nem se quer lembrou que tinha uma empregada que só ia embora quando ela a dispensava, e de jantar com seu filho querido.
– Claro. Diga a ela que pode ir embora. Fala pra ela chegar mais tarde amanhã. Não vou trabalhar. Ah, e o Isaac e Aline? - Fábio sentiu um arrepio na espinha quando a mulher falou esses nomes. Podia ser a maior coincidência do mundo ter um Isaac e uma Aline sendo mencionados ao mesmo tempo.
– Eles estão no quarto deles. Não sei se posso chamá-los para jantar comigo.
– Seu pai está? - ''Ela é casada'' Pensou Fábio. Com certeza a mulher tinha transado com ele para dar um troco no marido, ou o homem era um banana mesmo. Mas Denise não tinha jeito de ser uma mulher maldosa que fazia isso por prazer. O sexo dela era intencionado, com um propósito, e se ela era casada, o propósito era ferir seu marido. Tá, mas e Aline e Isaac? Ele queria saber mais.
– Não. Ainda não chegou. - Denise murchou um pouco.
– Tá bom meu filho. Daqui a pouco eu chego em casa, tá? Beijos. - E desligou.
Fábio puxou Denise para um beijo caliente. Mas tudo não passava de uma estratégia para amolece-la até contar quem era o tal Isaac e a tal Aline.
– Obrigado pelo beijo. - Agradeceu Denise, que tinha ficado triste após a resposta do filho.
– De nada. Você vai pra casa agora?
– Vou. - A mulher ficou de pé, e começou a se vestir.
– Você gosta muito dos seus filhos, não é? - Fábio jogou o verde.
– Ah não. - A mulher riu - Só tenho um filho. Os outros estão morando na minha casa por um tempo. O tal Isaac é segurança do meu filho e a Aline é irmã dele. Eles estão lá porque estavam na rua.
– Sério? - Perguntou Fábio. Ele sentia-se contente. Agora sabia onde encontrar Isaac e resolver seu problema com ele.
Quando Denise e ele entraram no carro, o rapaz perguntou se podia ir com ela até sua residência, para que ela não ficasse só, porque parecia frágil. Denise, que de fato estava frágil, aceitou.

– Bem, cheguei em casa. - A mulher estacionou 2 casas antes da sua. Antes de Fábio sair do carro, os dois se beijaram avidamente.
– Eu vou andando daqui, não tem tanto perigo assim. Fique bem, tá? - O rapaz abriu a porta do carro da mulher e saiu. Agora ele tinha como sondar Isaac, e não iria perder tempo.


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Notas finais do capítulo

Será que pode haver alguma possibilidade do Isaac voltar pro Fábio? O que vocês acham? Beeeeeeeeijos.