Ancorado escrita por Edgar Varenberg


Capítulo 4
Gravidade Zero


Notas iniciais do capítulo

Tudo explode em mim em silêncio...
É muita pressão...



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E se já não bastasse as enxaquecas de tantos erros, daqueles tão errados que te enchem da confiança mais absoluta de que seriam certos. Aí você quebra a cara. Qualquer dor no mundo é suportável e, se não for, existe morfina. Qualquer dor. O problema é quando a dor é indolor; quando a dor é invisível, e quem me dera se estivesse falando do que desatina sem doer, do que arde sem ver. Ah, quem dera...

É pressão, sabe? Aquilo que te escapa da garganta na hora da tentativa ríspida de absorver um pouquinho de oxigênio que nunca te satisfaz. Um desespero latente que parece com que se afogar; só que é pior, porque em vez de água não há nada. É um vazio tão poderoso desse, como o nada pode estar aos olhos de tudo? É muita pressão...


Quero espaço, não o seu vácuo
Mistério e bloqueio de som
Seus lábios me ensurdecem
Meus ouvidos não merecem
Receber a melodia do seu barulho
Porque quanto mais se tem espaço
Mais silencioso é o escuro

Eu estou morrendo
Por dentro
A cada segundo que não te ouço
É desalento o crescimento
Porque quanto mais se tem silêncio
Mais se tem pressão
Tímpanos em estouro
Como pode ser tão alto?
Estou de ti a um salto
De pura ausência
Pura ausência

Tudo explode em mim em silêncio
É muita pressão

Além de pesado, ainda é silencioso.

Imortal e mortífero.


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