Ancorado escrita por Edgar Varenberg


Capítulo 3
Contra-mão sem saída


Notas iniciais do capítulo

Quebre a cabeça literalmente...



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O trauma das areias funcionou como miragem litoral. À noite era fria, de um tom astral, repetindo adjetivos como forma confusa de se expressar. Paredes de areia viravam concreto na salgada ilusão pós-mar. Quando um vasto objetivo te é lançado, é comum que se perca e reperca, até que volte ao mesmo lugar, a vida, em lugares mais abertos, te fecha em portas que ninguém consegue destrancar.

Chamam-se males do objetivo. E você decide: ou faça ou falhe. Teus pés podem desintegrar na terra, ou os músculos se arrebentarem violentamente quando você está a três passos de errar, achando que vai acertar. E há muitos erros antes do primeiro acerto. Esperar nem sempre é a melhor escolha. Prosseguir também não. O que fazer então? Trapacear os objetivos, quebrar-se por inteiro... Quebre a cabeça literalmente.


Acontece dos muros se erguerem
Mais ou menos quando o sol se põe
De mitos inorgânicos se compõe
Esperando minhas chances perecerem

Tolos esperam a morte sem saída
Eu bato a cabeça, pois sou gênio
Os problemas não gostam de oxigênio
Coagulam junto aos estragos da recaída


Quebre a cabeça literalmente
É mais saudável que vomitar
E, pior, se realimentar da tua podridão

O fracasso não escolhe a dedo, escolhe à mão
O labirinto não vai desmoronar
Portanto, quebre a cabeça literalmente

Por mais delirante que fosse, ainda não era minha hora.

O labirinto cedeu.


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