Whole Lotta Love 3 escrita por mlleariane


Capítulo 4
Eu confio em você


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Finzinho do domingo e cá estou! Devo dizer que inicialmente esse capítulo não terminaria aqui, mas como ficou muito extenso, resolvi fragmentar.
Quando à enquete do final do capítulo anterior, as respostas nos comentários foram tão múltiplas que todas as alternativas foram citadas! Veremos que Kate tomará uma decisão agora, mas circunstâncias farão as coisas mudarem de rumo. Se para pior ou melhor, só lendo o próximo capítulo para saber ;)

Ahh, e um muito obrigada à Cleo, Frozen Heart, Karine, May, KB, Mia, Liv e Lucci que favoritaram :)

Beijo, Ari ;)



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Na segunda-feira, Kate deixou as crianças na escola e foi para a delegacia. Assim que adentrou sua sala, teve uma grande surpresa.

Kate: Pai?

Jim se levantou da cadeira da filha, indo até ela.

Jim: Bom dia, Katie. – ele lhe deu um beijo no rosto.

Kate: Bom dia – ela sorriu, mas não conseguia esconder o espanto – Que... que bom te ver!

Jim: Pode dizer que está surpresa em me ver aqui.

Kate: Ok, eu estou. Não são nem 8h da manhã! E nós nunca nos vemos às segundas-feiras...

Jim: Nunca é tarde para se quebrar regras, não é mesmo?

Kate olhou desconfiada para o pai.

Jim: Não vai me oferecer um café?

Kate assentiu, e os dois caminharam até a sala do café.

Jim: Então Castle viajou no sábado?

Kate: Sim, sábado à noite.

Jim: E você já está morrendo de saudades, suponho... – ele sorriu.

Kate: Sim, eu estou – ela sorriu de volta – É tão visível?

Jim: Bastante.

Kate: Um dia e as crianças já o questionaram quando ele volta. Essas três semanas serão difíceis.

Jim: Você precisa ser forte. Mas eu sei que você consegue.

Kate tirou as duas xícaras com o café fervente da máquina e entregou uma ao pai.

Jim: Você não vai me perguntar por que eu vim?

Kate: Pensei que um pai não precisasse de motivos para ver a filha...

Jim: Não precisa. Mas como vocês mesma disse, nós nunca nos vemos às segundas.

Kate: E a história de quebrar regras?

Jim: Você sabe que não sou bom nisso.

Os dois sorriram. Falar em códigos estava interessante, exceto pelo fato de que Kate estava muito curiosa. Era realmente estranha a presença de Jim ali, em tal horário e circunstâncias.

Jim: Nós podemos voltar à sua sala?

Kate olhou novamente desconfiada para o pai. Ele tomou a direção de sua sala, e ela o seguiu. Com um sinal, ele pediu que ela fechasse a porta.

Jim: Eu vim te trazer isso aqui – Jim apontou para um envelope em cima da mesa. Kate lhe lançou um olhar, mas ele fez apenas sinal para que ela abrisse e olhasse por si mesma.

Kate leu a primeira linha e olhou para o pai.

Kate: Como... – Kate olhou de novo para os papéis, e depois para o pai – Por que?

Jim: Eu te conheço, Katie. Quando eu soube que ele havia sido solto, eu tive certeza de que você perderia a razão e remexeria no caso. E, por Deus Katie, eu não quero isso.

Kate: E por isso me trouxe uma cópia do arquivo do processo?

Jim: Foi Maggie quem conseguiu, a meu pedido. Você vê o nome do juiz que o soltou?

Kate: Jacob Louis Armengton – Kate leu.

Jim: Ele é assumidamente apoiador do ex-partido de Bracken.

Kate: Mas isso não o faria impedido de julgar?

Jim: Sim, mas Armengton foi mais esperto. O julgamento foi agendado em seu último dia de trabalho. Era para ser outro juiz, e Armengton o substituiu de última hora. A promotoria não teve tempo de entrar com uma exceção de suspeição. Foi tudo arquitetado, Kate. Passo por passo.

Kate: Inacreditável... – Kate balançou a cabeça negativamente – Esse homem consegue passar por cima da lei com uma facilidade inacreditável.

Jim: Sim, e é por isso que eu te trouxe esse arquivo. Ele ainda tem poder, Katie.

Kate: Pai, você acha justo o que ele está fazendo? Se livrando de crimes, forjando uma inocência que nós sabemos não existir e andando por aí impunemente?

Jim: Não, não acho justo. Mas eu já perdi uma vida por causa desse homem, e eu não quero perder mais nenhuma.

Kate: Eu sei me defender.

Jim: Sabe mesmo? – Jim apontou para o peito da filha.

Kate: Isso foi... – Kate parou, sem conseguir explicar.

Jim: Isso foi uma prova do que ele é capaz. Você quer mesmo se colocar na mira dele de novo? Por seus filhos na mira dele?

Kate: Não diga isso, pai. Nunca diga isso!

Jim: É o que vai acontecer se você mexer nesse caso. Eu te trouxe esses papéis Kate, para evitar que você os fosse buscar. Eu não quero você mexendo nisso.

Jim olhou seriamente para a filha. Ele tinha os olhos de bronca, que Kate conhecia bem. Havia levado muitos daquele olhar quando era criança.

Kate: Esse homem me tirou a minha mãe...

Jim: E nós nunca poderemos tê-la de volta, por mais que isso doa. – Jim se aproximou da filha, e segurou suas mãos – Katie, me ouça, pelo menos uma vez na vida. Você me trouxe felicidade novamente quando teve aquelas duas crianças. Não os coloque em risco por uma vingança, Kate, por favor.

Kate: Eu não irei – Kate enxugou uma lágrima que caiu.

Jim: Você promete?

Kate: Prometo.

Jim deu um beijo na filha e foi em direção à porta.

Kate: Você vai deixar isso aqui? – ela se referia à cópia do arquivo.

Jim: Eu confio em você, Katie. Você é uma excelente mãe – Jim deu mais um passo e se virou novamente – Além do mais, eu sei que toda vez que você se sentir tentada a pegar esse arquivo, se lembrará do quanto Castle odiaria saber o que você andou fazendo na ausência dele.

Jim deu um último sorriso para a filha e saiu.

Naquela noite, depois que as crianças dormiram, Kate foi até o escritório de Castle e encheu um copo de uísque. Tirou a cópia do arquivo do envelope e leu cada página lentamente, linha por linha, palavra por palavra. Quando terminou, guardou no fundo de uma gaveta, jogando outros papéis por cima. Voltou os olhos para a mesa, onde havia uma foto de Castle sorridente, cercado pelos três filhos. Deu um último gole no uísque, apagou a luz e saiu. Ela não mexeria mais naquilo.

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A rotina de cuidar sozinha das duas crianças era puxada e cansativa. Como Castle fazia falta! Era bem verdade que Martha a ajudava muito, levando e buscando Jo e Alex nos compromissos semanais: escola, natação, karatê, balé. Mas mesmo assim Kate se desdobrava quando chegava em casa. Tinha que colocar as crianças no banho, preparar o jantar, ajudar nas lições de casa, separar a roupa para a manhã seguinte, alimentar o gato, lavar a louça, conferir os dentinhos bem escovados e botar os pijamas. Feito isso, era hora da conversa com o pai.

Enquanto Johanna e Alexander contavam as aventuras do dia, Kate telefonava para a delegacia e se informava de tudo que estava acontecendo por lá. Depois, era sua vez de conversar com Castle, e matar um pouco da saudade. Quando finalizavam, Kate lia uma história e fazia os filhos dormirem. Só depois de tudo isso era que Kate entrava no banho, e quando saía, ia direto para a cama. Ao final da primeira semana, ela já estava exausta.

Na sexta-feira, Jo e Alex foram dormir na casa do vovô Jim, e Kate teve um tempo para si. Aproveitou e fez algo que precisava muito: dormiu. No sábado, o tumulto na delegacia fez com que ela tivesse que trabalhar. Passou a noite por lá, e as crianças tiveram que ir para casa da vovó Martha. Apenas no finzinho do domingo que as coisas voltaram mais ou menos ao normal. Alexis veio ver os irmãos, e eles fizeram desenhos para o pai.

À noite, que era o único momento disponível de Castle, mais uma chamada de vídeo foi efetuada. Ele agora estava na Alemanha.

Jo: Papai, papai, olha! Esse é o meu desenho, o desenho que eu fiz para você! – Jo grudou uma folha na lente da câmera.

Castle: Sou eu aí no meio desse grande coração?

Jo: É sim!

Castle: Own meu amor, eu adorei! Você é uma verdadeira artista!

Johanna sorriu orgulhosa.

Alex: Isso porque você ainda não viu o meu! – Agora era a vez de Alexander mostrar seu desenho na lente.

Castle: Somos eu, você e o Capitão América?

Alex: Nós somos o melhor trio de todos os tempos!

Jo: E esse daqui é o desenho da Lex, olha, somos nós cinco e o Tiger.

Alex: Ahhh papai, você não viu o Tiger!

Alexander pulou da cama e rapidamente encontrou o gatinho, trazendo-o consigo.

Jo: Fala oi pro papai, Tiger.

Alexander grudou a cara do gatinho na câmera.

Alex: Ele está morrendo de saudade de você, papai!

Castle: É mesmo?

As crianças assentiram com a maior certeza do mundo.

Kate: O que o Tiger está fazendo em cima da cama? – Kate adentrou o quarto e foi logo perguntando.

Jo: Falando com o papai.

Kate: Sei... E será que agora o senhor gatinho aí poderia me deixar falar com o meu gatão?

Castle: Quer dizer então que eu sou o seu gatão?

Kate: Não vá se achando... – Kate se ajeitou na cama. As crianças não cederam.

Castle: Eu já estou.

Os dois pararam seu olhar no olhar do outro. Um silêncio se fez.

Jo: O que vocês estão fazendo?

Castle: Namorando.

Alex: Não, vocês estão se olhando feito bobos.

Castle: O que é uma outra definição para namorar.

Kate e Castle sorriram.

Kate: Por que vocês não levam o Tiger para a casinha dele, ham? Não esqueçam do leitinho.

Jo e Alex obedeceram a mãe e saíram com o gatinho.

Kate: Como foi seu dia, babe?

Castle: Ah, você sabe, muitos autógrafos, mulheres por toda parte... – ele mordeu o canto da boca e esperou a bronca.

Kate: Continua me provocando que quando você voltar eu ainda faço greve de sexo por mais um mês!

Castle: Como se você fosse aguentar!

Kate: Humpf.

Castle: Como eu amo essa carinha emburrada!

Kate apenas sorriu.

Castle: Babe, você nunca esconderia nada de mim, não é?

Kate sentiu seu corpo gelar. Será que Castle sabia sobre Bracken? Não era impossível, mas também não era provável. Quando viajava, Castle vivia num universo à parte, focando-se totalmente na carreira e nos fãs, só abrindo exceções de seu tempo para a família.

Kate: Não amor, claro que não.

Castle: Então está tudo bem mesmo?

Kate: Rick, está tudo bem por aqui.

Castle: Posso confiar?

Kate: E algum dia eu te dei motivo para não confiar?

Castle: Não.

Kate: Então você já tem sua resposta. Mas... por que isso agora Cas?

Castle: Não sei, é só que... eu fico longe, e com essa sensação de que pode acontecer algo.

Kate: Nada vai acontecer, pode viajar tranquilo. Quer dizer, nem tão tranquilo assim.

Castle a olhou sem entender.

Kate: Olhe lá você e aquelas espanholas amanhã heim? – ela fez uma cara de brava.

Castle: Pensei que você não gostasse das francesas.

Kate: Eu odeio todas.

Castle: Eu também. Só amo minha capitã brava.

Kate: Acho bom!

Os dois sorriram.

Kate: Me liga quando chegar lá?

Castle: Claro.

O casal continuaria trocando intimidades, se os filhos não tivessem invadido a cama e a conversa novamente. E assim, mais um dia se passou.

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Naquela semana, Castle permaneceria na Espanha até a quinta-feira, quando, no fim do dia, voaria para a França. E foi exatamente na quinta-feira que tudo aconteceu...


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