Whole Lotta Love 3 escrita por mlleariane


Capítulo 2
Distância


Notas iniciais do capítulo

“Nada melhor q WLL pra animar nesse hiatus! Ameeeeei” (Houghton Beckett)

Oi gente! Quem conversa comigo sabe que relutei bastante para começar WLL 3. Os plots já estavam formados, mas me faltava uma espécie de impulso. Confesso, estava bem desanimada.
O pontapé inicial foi uma conversa que tive ontem com a Juh, uma amiga de longa data que eu trouxe para o fandom e que agora surta com a gente. Juh, obrigada por, sem querer e perceber, ter me ajudado a começar. Termine logo WLL 2 e venha acompanhar com a gente ;)

Esse capítulo veio rápido por motivos de: praticamente todos os meus leitores fiéis (aqueles que se manifestam) já vieram, e isso me deixa muuuito feliz!

“Como assim você já vai levar o Cas pra longe? 3 semanas? Tadinha da Kate.” (CuddyBeckett)

Sim! E bota longe nisso! Muita coisa vai acontecer nesse meio tempo. Além da saudade, claro.

Beijo, Ari ;)



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Castle: Kate?

Silêncio.

Castle: Kate?

Kate: Hum?

Castle: Babe, acorda...

Kate: Não...

Castle: Essa é a prova que ficará para a posteridade.

Kate não entendeu o que Castle quis dizer. Abriu um dos olhos e espiou por uma parte da coberta. Ele parecia falar com o celular.

Castle: A cama desfeita, roupas pelo chão. Parece que um furacão passou por aqui. Ou algo sobrenatural. A vítima permanece imóvel, sem forças.

Kate: Você ta filmando? – Kate afastou as cobertas do rosto e seus olhos se contraíram com a claridade.

Castle: Reparem na aversão à claridade. A vítima já começou o processo de transformação.

Kate: Quer parar com isso?

Castle: E as marcas no pescoço... Diga-nos uma coisa: o processo foi demorado? Doloroso? Você gritou ou pediu por mais?

Kate tentou arrancar o celular das mãos de Castle, mas ele foi rápido no movimento.

Castle: Nós precisamos do seu depoimento para futuros estudos científicos.

Kate: O que vão ter que estudar são as suas fantasias sexuais, isso sim!

Castle sorriu sem vergonha, e como baixou a guarda, Kate arrancou o celular das mãos dele.

Kate: Vídeos, deletar...

Castle: Ah não! Estava ficando tão bom!

Kate deu uma encarada.

Castle: Você despreza nossos momentos íntimos.

Kate: Nossos “momentos íntimos” deixariam de ser íntimos no minuto em que seus filhos tirassem esse celular das suas mãos, o que eles fazem com a maior facilidade do mundo.

Castle: Eu não tinha pensado nesse detalhe.

Kate: Ainda bem que alguém pensa nessa casa.

Kate colocou o celular de volta nas mãos dele. Os dois pararam para se olhar.

Castle: Mas que eu suguei suas energias, ah isso eu fiz!

Kate: Eu pareço bem disposta... – ela empinou o queixo.

Castle: Às 10h da manhã, né?

Kate: São 10 horas? – Kate puxou o celular de volta para conferir.

Castle: Sim, senhora “não estou cansada depois de três rodadas”. Minha mãe deve estar chegando aí.

Kate deu um pulo da cama, exibindo apenas a lingerie preta.

Kate: E o que você está esperando para se vestir?

Castle: Um “bom dia”?

Kate parou de abotoar a camisa e se inclinou até ele.

Kate: Bom dia, amor – um beijo foi trocado.

Castle: Hum... assim está bem melhor... – Castle disse ainda entre os lábios dela. Foi quando um “Richard” soou no corredor. Os dois se soltaram rápidos. Castle, que estava de calça, mas sem camisa, correu para a porta, enquanto Kate terminava de se trocar.

Castle: Mãe!

Martha passou os olhos no filho. Os dois estavam parados no meio do corredor.

Martha: Bom dia Richard. Desculpa por interromper.

Castle: Você não está interrompendo nada – ele tentou parecer natural, inutilmente.

Martha: Ok, vamos brincar de que eu não sei o que vocês estavam fazendo e que você não sabe do que eu estou falando.

Alex: Papaaaai!

Alexander jogou o homem de ferro de lado e veio correndo ao encontro de Castle, pulando em seu colo.

Castle: Ei garotão!

Alex: Você não foi viajar! – Alex deitou a cabeça no ombro do pai.

Castle: Ainda não, vocês vão me levar, lembram? – Castle falou já se abaixando para enlaçar a filha no outro braço disponível. Johanna beijou o pai.

Jo: Você ainda vai viajar, papai?

Castle: Vou, mas vai ser rapidinho, eu prometo.

Kate: Martha, bom dia. – Kate chegou meio afobada, indo em direção à soga e a cumprimentando com um beijo no rosto.

Martha: Desculpa por interromper – a senhora sussurrou no ouvido da nora.

Kate: Ah não, você não interrompeu nada. É só que acabamos de acordar.

Martha: Ahhh entendi... noitada de despedida... – Martha sorriu para Kate, que corou – Saudável meu filho, ham?

Kate engoliu seco.

Jo: O papai é muito saudável, ele corre no parque.

Kate e Martha olharam para baixo. Johanna já estava entre as pernas delas, ouvindo tudo.

Jo: O que você e o papai ficaram fazendo ontem?

Kate: É... conversando.

Martha: Namorando.

Kate olhou para Martha, mas essa continuou com os olhos na neta, explicando.

Martha: O papai vai ficar uns dias fora, lembra? Ele e a mamãe precisavam namorar um pouquinho antes dele ir.

Jo: Ah... por que eles vão ficar com saudade um do outro, não é?

Kate sorriu com a conclusão da filha. Por que esconder algo que era tão evidente? As crianças sabiam perfeitamente a saudade que os pais sentiam um do outro.

Kate: É minha princesa, bastante saudade.

Castle: E vocês, vão ficar com saudade de mim?

Jo: Toda a saudade do mundo! – Jo abriu os braços.

Castle abraçou os dois novamente.

Castle: E eu de vocês! Vocês prometem cuidar da mamãe?

Jo e Alex voltaram os olhos para Kate.

Alex: Claro papai, eu serei o homem da casa!

Castle: Muito bem! Eu quero saber de tudo heim?

Jo: Pode deixar, papai.

Kate: Muito bonito vocês aí arquitetando com o papai, prometendo cuidar de mim e nem um beijo de “bom dia” me deram!

Johanna e Alexander correram para a mãe, que envolveu as crianças num abraço único.

Kate: Vocês já tomaram café?

Alex: Faz é tempo!

Castle: Acho que só nós perdemos a hora.

Jo: Foi porque eles namoraram muito ontem à noite – Jo explicou para Alex.

Kate: Você podia repetir menos o que ouve, não é? – Kate tocou o pequeno e perfeitinho nariz da garotinha, e Johanna sorriu.

Enquanto Kate ficou mimando os filhos, Castle puxou Martha, se afastando.

Castle: Você e meu pai vão ficar de olho neles, não vão?

Martha: Que pergunta, Richard! Claro que sim. Ajudaremos Katherine o quanto pudermos.

Castle fez que sim tentando sorrir. Olhou para Kate e as crianças preocupado.

Martha: O que está acontecendo, Richard?

Castle: Não sei, é só que... eu nunca fiquei longe tanto tempo. Minhas viagens duram no máximo uma semana, e agora serão três... – a voz de Castle refletia sua aflição.

Martha: Ei, está tudo bem, e vai continuar. Pode confiar.

Castle: Eu confio, confio em vocês.

Martha: Então não precisa ficar aflito assim.

Castle assentiu, e abraçou a mãe.

Castle: Obrigado.

Martha: Vá em sua turnê e dê o melhor de si. E saiba que eu estou muito orgulhosa de você, muito mesmo! – Martha abraçou novamente o filho. Depois, se despediu de Kate e das crianças, e saiu.

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Alex: Olhaaaa Jo! O avião do papai é igual o que nós fomos pra Disney!

Castle: Na verdade esse é um Boeing, é um pouco maior – Castle agachou e abraçou as duas crianças, que olhavam pelo vidro de um dos saguões do aeroporto. Kate estava parada em pé atrás dos três.

Jo: Papai, você vai viajar para muito longe?

Castle: Sim, princesa. Espera aí – Castle pegou o celular e rapidamente abriu uma foto do mapa mundi. – Essa daqui é uma foto do mundo. Nós estamos...

Jo: Quem tirou essa foto? – Johanna interrompeu.

Castle: Oi? – Castle olhou para Kate, que segurou o riso. Explicar as coisas para Johanna e Alexander era algo sem fim. Sempre aparecia outra pergunta, e outra pergunta, e outra pergunta.

Jo: Foi o papai do céu que tirou essa foto?

Castle: Mais ou menos por aí. Então, nós estamos aqui – ele apontou os EUA – Eu vou voar até chegar aqui – Castle fez o caminho por todo o oceano Atlântico, parando o dedo precisamente sobre o Reino Unido.

Alex: Rei-no Unido.

Castle: Isso, em Londres.

Jo: Nossa papai, você vai passar por esse mar todo?

Castle: Esse é o oceano Atlântico. Grandão, não é?

Johanna e Alexander concordaram, ainda com os olhos no mapa.

Castle: E depois o papai vem pra cá – Castle deslizou o dedo até a Alemanha – depois aqui – mostrou a Espanha – aqui – apontou para a França – e por último aqui – repousou o dedo sobre a Itália.

Jo: Olha, parece uma bota!

Alex: Igual as da mamãe!

As crianças riram divertidas. Olharam então para a mãe, e ela sorriu.

Jo: Esse podia ser o seu país, não é mamãe?

Kate: Eu ia adorar!

Castle: Cada um desses países fala uma língua diferente, e tem uma cultura diferente também.

Jo: Eu só não entendi uma coisa...

Castle: O que meu amor?

Jo: Por que nós não vamos junto?

Kate e Castle trocaram um olhar.

Kate: Porque a mamãe tem que trabalhar.

Castle: E vocês têm escola.

Alex: Quem liga para escola quando podemos viajar no mundo com o papai?

Kate: Eu ligo, e muito!

Castle: Vocês ainda irão conhecer muitos lugares, eu prometo. Mas agora não vai dar. O papai vai a trabalho, nem daria pra gente se divertir.

Um número de voo foi anunciado, e Castle olhou para Kate.

Castle: É o meu voo.

Ela fez que sim, resignada. Despedir-se era sempre triste.

Castle abraçou as crianças mais uma vez.

Castle: Meus amores, vocês prometem que vão obedecer a mamãe?

Jo: A gente sempre obedece a mamãe, papai. A gente não obedece é você.

Kate riu e balançou a cabeça.

Castle: Muito engraçado dona Johanna. A senhorita vai se ver comigo quando eu voltar.

Jo fez uma cara de choro.

Castle: To brincando princesa, você é meu docinho de chocolate.

Jo: E morango.

Castle: E morango.

Kate observou a cena. Ela não sabia dizer quem enrolava Castle melhor, ela ou a filha.

Castle: Bom, então obedecer a mamãe vocês já obedecem. Mas eu quero que vocês também não a enlouqueçam, ok? Sem briga, sem puxar cabelo nem beliscar.

Alex: Isso eu já não posso garantir...

Castle: Alexander?

Alex: Papai, ela me irrita!

Castle: Ela é sua irmãzinha e você tem que cuidar dela.

Alex: Ta bom... – Alexander disse emburrado, a mesma cara emburrada do pai.

Castle: Papai ama vocês.

Jo: Eu também te amo, papai.

Alex: Eu também.

Castle beijou as duas crianças e se levantou, parando diante de Kate. Ela passou a mão por seu peito, ajeitando a camisa, numa tentativa de evitar seus olhos.

Kate: Só me diga que vai se comportar...

Castle: Ei... – Castle levantou o rosto dela para ele, vendo as lágrimas se formando nos olhos avermelhados – Isso não é necessário.

Kate: É sempre necessário me certificar.

Castle: Eu me referia às lágrimas.

Kate: Eu sei... – Kate o abraçou, escondendo a cabeça em seu pescoço e deixando uma lágrima cair. Rapidamente a enxugou e voltou ao normal – Me desculpa... é que é tanto tempo...

Castle segurou as mãos dela, entrelaçando-as com as suas.

Castle: Vocês vão ficar bem? Eu posso cancelar...

Kate: Não, não! – Kate foi rápida na resposta – Babe, foi só um momento de fraqueza. Eu vou ficar bem, nós vamos ficar bem. Você pode viajar tranquilo. Essa turnê vem sendo programada há tanto tempo... você merece isso.

Castle: Eu preferia merecer ao seu lado.

Kate: É, eu também – Kate enfim deu um sorriso, e deixou seus lábios irem ao encontro dos dele – Eu te amo.

Castle: Eu também babe. Always.

Outra chamada do voo foi anunciada. Castle então abraçou os filhotes mais uma vez, e beijou novamente os lábios da amada.

Castle: Eu amo vocês!

Alex: Nós também, papai!

Kate e as crianças acenaram. Castle deu alguns passos, mas parou ao ouvir a voz de Kate.

Kate: Rick! – ela correu até ele.

Castle: Que foi amor?

Kate deixou seu rosto colado ao dele.

Kate: Você é sim meu vampirão. Você suga toda a minha energia, e eu amo quando você faz isso. Você me deixa exausta, e me acabar em seu corpo é a melhor sensação do mundo. É por isso que eu vou te esperar ansiosamente nessas três semanas.

Castle abriu um grande sorriso, e ela continuou.

Kate: Volte logo para mim, por favor.

Castle: Quando essa mordida sumir – ele afastou os cabelos dela e apontou para uma marca no pescoço – eu já estarei aqui para fazer outra no lugar.

Os dois riram e se beijaram mais uma vez. Castle então caminhou para o voo. Os fãs da Europa o esperavam.

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As crianças ainda dormiam quando Kate chegou na cozinha para fazer o café. Era manhã de domingo, não havia por que levantar cedo. Nem Kate deveria ter acordado tão cedo. Poderia ter ficado mais algumas horas na cama, mas rolar de um lado para o outro sentindo falta de Castle não era exatamente bom. Ele já havia aterrissado em Londres, uma mensagem em seu celular confirmava. Castle não ligaria às 4h da manhã para acordá-la.

Com uma xícara de café fervente, Kate caminhou até o escritório do marido. Estar ali era, de certa forma, estar junto a ele. Seu perfume ainda estava no cômodo, e Kate sorriu com isso. Sentou-se em sua cadeira e ligou a tv. Enquanto uma notícia desinteressante era anunciada, Kate folheou os últimos escritos dele. Em meio aos muitos papéis, haviam ainda rabiscos de Jo e Alex, e Kate se divertiu com aquilo.

De repente, um nome conhecido na tv a fez levantar os olhos. Enquanto absorvia as palavras que a repórter dizia, desequilibrou a xícara, e o líquido negro molhou os desenhos das crianças. Kate tentou secar, em vão. Os pingos já caíam no chão, mas ela agora não se importava. Voltou os olhos para a tv, lendo a manchete escrita no rodapé da tela. Ela agora não ouvia mais o que era falado, apenas tinha fixos os seus olhos naquelas letras. Leu e releu a frase, inacreditando.

“Ex senador e candidato a presidente William Bracken deixa a prisão”.


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