Whole Lotta Love 3 escrita por mlleariane


Capítulo 10
Amore mio


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Hoje venho muito feliz agradecer a mais uma linda recomendação feita pela Grazi, leitora fiel desde WLL. Obrigada sempre Grazi ♥
Também quero deixar os agradecimentos especiais à Always Love 123 e Penny por terem favoritado :) e um muito obrigada a todos os comentários, vocês deixam meu dia mais feliz :)

“Amate, amate, tutto il resto è nulla” (Jean de La Fontaine)

“Ame, ame, todo o resto é nada.”


Beijo, Ari ;)



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Castle: Você não comprou malas? – Castle fitou Kate atônito. Faltavam poucas horas para o voo, e as roupas ainda estavam espalhadas pelo quarto.

Kate: Amor, eu nem pensei nisso. Mas será que se a gente não apertar...

Castle: Kate, você comprou três casacos só para Johanna.

Kate: É que eles eram tão lindos...

Castle: Não vai caber aqui. Precisamos de mais malas.

Jo: Papai, você pode usar minha mochila – Johanna esticou a mochila das princesas para o pai.

Castle: Own você é mesmo um amorzinho, mas vamos fazer assim, você e o Alex guardam os brinquedos de volta na mochila que o papai vai comprar mais mala, ok? Eu já volto.

Kate assentiu. Continuou pegando as coisas do quarto das crianças, e depois foi para o quarto do casal. Castle tinha razão, as compras jamais caberiam numa única mala.

Ao abrir o armário para pegar os calçados, Kate avistou a sacola de cartas que Desiré havia lhe entregado no primeiro dia. As cartas das fãs de Castle. Kate lembrou-se do quão interessada ficara em lê-las, mas a tensão e correria dos dias fizeram com que ela as deixasse de lado. A curiosidade então voltou com tudo, e ela escondeu os papéis no fundo da mala. Assim que pudesse, traçaria um perfil minucioso das leitoras de seu marido.

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“Nós vamos voar de novo!” – Alexander e Johanna corriam pelo aeroporto comemorando.

Castle: Cadê os antialérgicos?

Kate: Castle, o antialérgico é para casos extremos. Esse voo é rápido, nós damos conta.

Jo: Mamãeee vamos na cabine do piloto?

Kate: Ok, talvez só meio comprimido.

O casal riu, e assim que entraram na aeronave, Castle foi o escolhido para acompanhar os filhos à cabine.

Alex: Eu posso apertar esse botão?

Castle: Nããoo Alex! – Castle puxou a mão do garoto, que antes mesmo da resposta já ia mexer no painel.

Jo: Nem aquele vermelho?

O piloto riu da curiosidade das crianças.

Castle: O combinado era não mexer em nada, lembra? – Castle voltou-se ao piloto – Eles são terríveis!

Piloto: É normal, as crianças ficam curiosas mesmo. Mas agora nós temos que ir...

Castle: Obrigado pela paciência.

O piloto assentiu e Castle voltou com os filhos pelo corredor. Apesar de ser orientada do contrário, Johanna correu em direção à mãe. Uma comissária de bordo desviou da garotinha e sorriu.

Alex: Papai, olha as aeromoças sorrindo pra gente. Elas são tão legais, não são?

Castle: Sim, elas são. Mas nunca, em hipótese alguma, diga isso perto da mamãe.

Alex: Por quê?

Castle: Porque nós queremos viver. Apenas siga essa dica do papai, ok?

Alex: Ok.

De volta aos lugares, Johanna viajou ao lado da mãe, e Alexander ao lado do pai. Em pouco tempo, a família Castle estava na Itália.

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Os compromissos de Castle na Itália incluíam palestras sobre seu gênero literário em universidades e sessões de autógrafos por várias cidades, o que preencheu os horários do escritor nos 3 dias em que ficaria naquele país.

Kate usou as horas sozinhas para passear com as crianças, mostrar a elas a beleza de Roma e ensiná-las um pouco sobre a cultura local. Ao final do primeiro dia, quando colocou os filhotes para dormir, Kate acabou cochilando com eles. Não era fácil lidar sozinha com aqueles dois, afinal.

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Kate acordou de repente e olhou para o relógio, que marcava 22 horas. Castle não havia chegado ainda, mas não devia demorar. Ela então resolveu esperar acordada e encontrou um passatempo. Saiu da cama das crianças cuidadosamente para não acordá-las, e foi direto a uma das malas. No fundo dela, estavam as tão esperadas cartas, que aguçavam sua curiosidade. Com o material todo em suas mãos, não sabia nem por onde começar. Meia hora depois, porém, já havia lido metade delas.

Castle: Brincando de detetive, capitã?

Kate levou um susto quando viu Castle parado à porta. Ela estava tão concentrada que não ouvira os passos dele se aproximando.

Kate: Cas? Oi... é, eu... Eu... estava só passando o tempo.

Castle: Sei... – ele se aproximou – Não havia nenhum filme nem nada na TV? – ele provocou.

Kate: Por que, escritor? Tem algo nessas cartas que eu não possa saber?

Castle: Me diga você, eu não as li ainda.

Castle estava agora sentado na cama ao lado dela.

Kate: Sim, eu direi. Mas antes eu quero saber por que essas cartas nunca vão para nossa casa.

Castle: Acho que é porque eu recebo muitas, elas ocupariam muito espaço, então eu deixo na editora – ele fez uma pausa e a encarou – Ou talvez seja porque você ficaria com ciúme.

Kate: Ciúme, eu? Ciúme do que? Disso? – ela pegou uma carta e leu com voz sensual fortemente acentuada – “Ontem à noite eu sonhei que eu era Nikki e você Rook e sim, nós estávamos fazendo amor como no livro. Como eu queria ser sua Nikki, Richard Castle, e poder te chamar de meu”.

Castle riu ao receber um olhar sério de Kate.

Castle: Elas são intensas, não são?

Kate: Intensas? Isso é um sonho erótico!

Castle: Não é bem um sonho erótico, elas só se veem nas páginas do livro.

Kate: Ah sim... e isso aqui está no livro também? “Meu maior sonho é te conhecer, Rick. Poder sentir seu perfume e apertar essa sua bunda linda”.

Castle: Ela não disse nenhuma mentira...

Kate: Seu sem-vergonha!

Castle: Ai amor, não precisa me bater!

Kate: É por isso que você esconde essas cartas na editora, não é?

Castle: Você ia gostar de guardar isso em casa?

Kate: Essa não é a questão.

Castle: Essa é exatamente a questão, senhora Castle. E eu acho que não, você não gostaria. Se cada vez que eu recebesse uma carta dessas seu ciúme atacasse, nós viveríamos em crise.

Kate: Você é um metido. E essas suas fãs umas desocupadas.

Castle: Você também era desocupada? – ele a agarrou pela cintura.

Kate: Não, e exatamente por isso eu nunca escrevi uma carta.

Castle: Mas você sonhava comigo? – ele agora passeava pelo pescoço dela.

Kate: Não vou nem te responder.

Castle: Sonhava ou não sonhava?

Kate: Por que você se acha tanto? – Kate virou e o encarou.

Castle: Eu não me acho, eu sou! – Kate revirou os olhos e ele continuou – São elas que dizem, olha! – ele apontou para as muitas cartas espalhadas na cama e riu.

Kate: Você se acha sim, e muito!

Castle: Sabe o que eu acho? – ele a agarrou de novo – Que você sonhava comigo sim.

Kate: E eu acho que odeio suas fãs!

Castle: Não seja cruel, você já foi uma delas...

Kate: Eu não escrevia cartas.

Castle: Não mesmo?

Kate: Não.

Castle: E se você fosse escrever uma carta hoje, o que você diria?

Kate: “Richard Castle, seu talento é quase do tamanho do seu ego”.

Castle: Nossa, que cruel. Nem parece a mulher que me serviu chocolate no próprio corpo duas noites atrás – Castle deu uma forte mordida no pescoço dela, arrancando uma reclamação – Eu sou seu vampiro, lembra? E querendo ou não, você ainda é minha musa.

Kate: Não se depender dessa daqui – Kate mostrou outra carta – “Rick, sou sua fã desde Derrick Storm, e preciso ser sincera: não gosto de Nikki Heat. Não me leve a mal, os livros são bons, muito bons. Mas não acho que a detetive Beckett mereça tanto. Ela é uma mulher comum, eu sinceramente não sei o que você viu nela”.

Castle: Separa essa que eu vou responder o que foi que eu vi em você.

Kate: Calma, tem mais, ela não parou por aí “Eu te garanto que se você me conhecesse ficaria muito mais inspirado. Pensa no assunto”. E ela ainda mandou uma foto! Mas é muito abusada mesmo – Kate continuava com os olhos na carta quando Castle pegou a foto, que estava ao lado.

Castle: Isso é uma cinta liga vermelha?

Kate puxou a foto brava e ele não conteve a risada.

Castle: Não gostei... eu ainda fico com você. – ele apertou Kate em seus braços.

Kate: Você sempre recebe essas coisas? – havia um certo incômodo na voz de Kate.

Castle: Eventualmente – mentir seria pior, Castle pensou – Mas eu não me importo.

Kate: Eu não entendo, você é um escritor, não uma estrela do rock!

Castle: Eu posso até não ser uma estrela do rock, mas sou tão bonitão quanto uma.

Kate: Deus, Castle, como você se acha!

Kate correu os olhos pelas cartas espalhadas pela cama.

Castle: Você nunca me mandou uma carta mesmo?

Kate: Você queria que eu tivesse mandado, não é?

Castle: Eu fico me perguntando o que você teria escrito.

Kate: Talvez eu mandasse uma foto de lingerie.

Castle se virou rapidamente para ela.

Kate: Qual é Castle, você sabe que eu jamais faria isso.

Castle: Nunca é tarde, você sabe... – a mão dele desceu pela coxa dela, levantando a camisola – Eu ainda recebo cartas...

Kate: É mesmo? E quem é que tiraria uma foto minha seminua para eu te mandar?

Castle parou os movimentos e a encarou sério.

Kate: Deu medinho agora né? – ela sorriu provocativa.

Castle: Você não sabe brincar, Kate, não sabe! – ele virou-se emburrado.

Kate: Ei, volta aqui – ela contornou seu corpo com os braços, debruçando-se nas costas dele, e distribuindo beijos no pescoço – Ninguém nunca tirou nem vai tirar uma foto minha desse jeito.

Castle não respondeu, ele estava mesmo emburrado.

Kate: Mas talvez eu deixe você tirar...

Castle: Deixa? – ele se virou rapidamente.

Kate: Eu disse talvez...

Castle: Com essa camisola assim no meio da coxa... hum... deixa amor, vai...

Kate: Só se você apagar no fim da noite.

Castle: Qual a graça de tirar a foto e apagar?

Kate: Qual a graça delas serem descobertas e meu apelido virar “Naked Beckett”?

Castle: Nenhuma.

Kate: E então... fechado?

Castle: Fechadíssimo!

Kate: De que jeito você quer?

Castle: Todas as posições possíveis!

Kate: Castle! Como você é pervertido!

Castle: Você ainda não viu nada!

Kate revirou os olhos e se deitou. A primeira posição foi de Lolita: as pernas cruzadas, a camisola ajustada ao corpo, fazendo o contorno das curvas, e deixando as pernas à mostra. Para a segunda posição, a camisola foi tirada, e o corpo de Kate ressaltou a lingerie preta rendada. Na terceira foto, Castle se aproximou tanto que não resistiu. Jogou o celular para o lado e agarrou sua modelo. Quem precisa de fotos quando se tem todo o material à sua disposição?

Kate mordeu os lábios e sorriu com a urgência de Castle. Com suas mãos hábeis, despiu-o apressadamente. O corpo nu dele agora roçava ao dela, e os dois rolavam pela cama, derrubando as cartas para o chão.

Posicionando-a de lado, Castle alisou a linda curva que seu corpo fazia. Enquanto seus dedos percorriam a pele macia, sua boca mordia a pontinha da orelha, fazendo Kate gemer e arquear-se em direção ao peito dele. Quando os dedos encontraram o que tanto procuravam, Kate gemeu alto, o que fez Castle intensificar os movimentos. Implorando que ele não parasse, ela tentou se virar, mas foi impedida. Ele a queria assim, e foi assim que, quando fez seus lábios encontrarem os delas, a penetrou num forte impulso.

Movimentos rápidos e precisos embaixo, mãos passeando pelos seios em cima, e a boca beijando-a sem parar. Kate não sabia qual sensação sentir primeiro. Ela sentia todas. Ela queria todas. Aquilo não deveria acabar nunca, pensou, enquanto se entregava a orgasmos que se seguiam uns aos outros.

Segurando Kate como um prêmio, Castle viu seu corpo contorcendo-se em espasmos de prazer. Sorriu, e continuou. Ele queria mais, ela queria mais. A intensidade de energia que fazia com que aqueles corpos não se soltassem era tão grande quanto o amor que possuíam. Não era só sexo. Não era só amor. Era sexo com amor, no mais alto grau de plenitude que podiam alcançar. Não havia foto que pudesse retratar o que sentiam.

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Kate: OMG Castle, isso foi novo!

Castle: Sim – ele sorriu presunçoso – sempre quis fazer isso.

Kate rolou por cima dele, parando com a boca no queixo e mordiscando o local onde uma leve barba começava a despontar.

Kate: E por que nunca tentou?

Castle: Talvez eu estivesse esperando um momento em que pudesse te surpreender.

Kate: Você sempre me surpreende, babe – ela segurou o lábio inferior dele com os dentes, soltando-o devagar – Fazer amor com você nunca será algo comum.

Castle: Quem disse que o romantismo acaba depois do “sim”?

Kate: Algum tolo que certamente nunca amou.

Os dois trocaram um beijo apaixonado, entrecortado a sorrisos. Castle então a moveu para o lado, levantou-se e pegou a garrafa de vinho e as taças que repousavam sobre a mesa.

Castle: Eu proponho um brinde – ele encheu as duas taças, entregando uma a ela – Um brinde a nós.

Kate: E à Itália.

Castle: Ao romance, que ele nunca acabe.

Kate: E ao melhor amor do mundo – ela fez uma pausa, e as taças dos dois se encontraram – O amor que nós fazemos.

Regadas a vinho, sorrisos e beijos apaixonados, as noites na Itália foram repletas de muito amor.

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A sexta-feira chegou e com ela o dia de voltar para casa. A Kate da volta não parecia nem de longe a Kate da vinda. Sentindo-se mais leve, segura e confiante, Kate voltava a NY com a certeza de que tudo ficaria bem. Ela e Castle trocaram um último beijo, antes de serem separados pelas poltronas.

Foi com mais ou menos uma hora de voo que Castle, ao guardar o celular no bolso, encontrou um papel dobrado, que cheirava a um perfume muito conhecido.

“Eu poderia sussurrar essas palavras em seu ouvido, mas fãs escrevem cartas, e eu, como a maior delas, preciso escrever para dizer que sim, eu já sonhei com você, escritor. Não uma, duas, ou três vezes. Eu sonhei com você por quatro anos. Sonhei com seus lábios, que eu sabia que seriam macios, com seu corpo forte me abraçando, com seus olhos de um azul profundo me chamando para entrar em sua vida. Sonhei com cafés na cama, com sorrisos trocados e com seu cheiro se misturando ao meu. Eu só nunca sonhei que você pudesse me amar tanto. E quanto a isso, bem, eu não preciso mais sonhar. O amor que nós fazemos tão bem, esse não é mais sonho, e sim a mais feliz e completa realidade. A nossa realidade.

Io te appartengo, amore mio, e tu me appartieni.* Sempre.

Kate”

Castle dobrou o papel sorrindo. Olhou para o lado e viu Kate, Johanna e Alexander adormecidos. Sua amada e os frutos do imenso amor que existia entre eles. Sim, eles pertenciam um ao outro. Sempre.


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Notas finais do capítulo

*Eu te pertenço, meu amor, e você me pertence.