The New Age escrita por FairyTales


Capítulo 9
A revelação.


Notas iniciais do capítulo

:o



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/620406/chapter/9

Tânia galopou de volta ao reino, ao chegar próxima o bastante para ver os altos muros do castelo, ela se depara com uma estranha multidão em volta de um homem uniformizado com as roupas do reino de Drest e que possuía o símbolo da nobreza em seus ombros. Ele estava em cima de um de palco de madeira anunciando algo, Tânia achou aquilo estranho, pois com Talorc morto e Otávio sequestrado, quem iria ordenar um anunciamento em Gharnes, vestiu então um sobretudo que estava em sua bolsa, evitando assim que percebessem sua presença, e foi ver o que era. Quando se aproximou pôde ouvir o homem:

– ATENÇÃO! ATENÇÃO! COMUNICADO OFICIAL DO REI DREST E SUA FILHA NATÁLIA! - ele berrava fazendo com que todos prestassem atenção nele e começou a ler o pergaminho nas suas mãos - "ESTAMOS EM BUSCA DA MAIOR TRAIDORA DE TODOS OS TEMPOS, ELA ROUBOU AS JÓIAS DO REI, SEQUESTROU VOSSO PRÍNCIPE E AGORA MEU CARO POVO, TALORC ESTÁ MORTO! - a população quase toda se surpreendeu com a notícia, e ao fundo podia-se ouvir alguém gritar que queria se vingar - QUEM TROUXER A PRISIONEIRA VIVA OU MORTA GANHARÁ UM TÍTULO NOBRE E DINHEIRO BASTANTE PARA SUSTENTAR 10 GERAÇÕES DE SUA FAMÍLIA, QUEM FOR VISTO AJUDANDO TÂNIA, SEJA DE QUALQUER MANEIRA QUE FOR, SERÁ EXECUTADO SEM DIREITO A DEFESA! "

Todos que estavam assistindo, correram para suas casas, pegaram a primeira coisa que pudesse ferir ou matar uma humana e saíram à caça. Uns iam em direção a floresta, outros ficaram procurando dentro do reino.

Tânia não sabia o que fazer ou com quem contar, então correu para um beco e ficou agachada pensando no que iria fazer para sair de toda aquela confusão. Após um tempo sentou-se, tirou um sanduíche da bolsa e o comeu enquanto assistia aquele povo todo indo atrás dela. Eles estavam, inconscientemente, fazendo a vontade de Natália.

De repente alguém lança uma pedra perto de Tânia, que num rápido movimento pega a faca e aponta na direção de um rapaz moreno, magro, alto e que possuía os dentes um pouco tortos, usava roupas velhas e sujas, sua cara estava borrada de poeira de carvão como se ele tivesse acabado de passar um dia inteiro numa minha de carvão. Ele levou o dedo a boca pedindo para que ela fizesse silêncio e fez sinal para que ela se aproximasse. Tânia não tinha escolha, se não o seguisse talvez ele gritasse para toda população que ela estava ali na cidade.

Então o acompanhou até uma casa antiga, no fundo da cidade, onde foi recebida pela mulher do rapaz. A casa não tinha muita riqueza, o casal era pobre, porém mantinham o ambiente aconchegante e receptivo.

– Tânia, correto? - disse o homem sorrindo, enquanto servia uma caneca de leite quente para ela - eu sou Prado e esta é minha mulher, Lanuzi.

A mulher possuía os cabelos e olhos castanhos, sua altura era mediana, pele clara como a neve, usava um vestido muito simples, mas era mais bonita que muitas garotas naquele país. Ela cumprimentou Tânia se curvando e sorriu em seguida.

– Muito prazer!

Tânia continuava na defensiva, mesmo o casal sendo tão simpático. Ela não sabia qual era a verdadeira intenção deles.

– Vão me entregar para o rei? - Ela fitava a caneca - Se forem fazer isso por favor me escutem primeiro. Eu não fiz nada disso, Talorc... - ela lacrimejou - Não é justo! Ele era meu amigo...

– Se acalme minha querida - a mulher chegou perto e a abraçou de lado - nós sabemos que foi tudo a princesa Natália.

– Sabem? - Tânia mudou sua expressão agora estava surpresa - Como?

A menina sorriu.

– Nós eramos servos fieis ao rei Talorc, ele nos contava sobre seus segredos, conquistas e derrotas. - ela pegou um papel, que por uma momento Tânia havia confundido com uma folha de uma planta qualquer, nele estava escrito:

" Caros amigos Prado e Lanuzi, venho por meio deste bilhete, lhes informar sobre a princesa Natália, ela não é quem diz ser, ela é egoísta, só pensa em si mesma, fria, má e perversa. Foi ela quem sequestrou nosso príncipe Otávio. Caso eu não volte vivo desta missão que parto agora ao lado dessa destemida camponesa, assim que ela voltar digam-na que eu nunca vou ter como agradecer a ajuda dela. É de meu desejo que Tânia vire a rainha de Gharnes ao lado de Otávio, tenha acesso a toda fortuna real e controle total sobre nosso país. Deem esta carta para o conselho real que cumprirá meu desejo, um abraço para vocês e que sua criança nasça com muita saúde e prosperidade, com carinho, do seu rei, Talorc."

Tânia ficou emocionada ao ouvir cada palavra de seu amigo, ela estava tão focada que nem pode perceber a barriga de Lanuzi.


– Quantos meses? - ela secava suas lágrimas.


– Por volta dos 4 já. - ela acariciou a barriga - continuando, Talorc me confiou também metade da poção da verdade quando foi entrevistar Natália e eu pude ver que ela realmente estava mentindo.

– Ele sempre foi um rei esperto e consciente das coisas. - Prado se sentou numa poltrona perto da lareira - ao ir junto de você em busca de Otávio, sabia que talvez não voltasse vivo de lá. Sempre foi um bom rei para todo seu povo, e se ele escolheu você para suceder o trono, ele sabia exatamente o que estava falando.

– Preciso destruir Natália para vingar a morte de Talorc - Tânia se levantou - Obrigado pela hospitalidade mas eu preciso ir o quanto antes.

– Tudo bem não vamos te forçar ficar aqui, você precisa deter a princesa e salvar toda nossa terra.

A camponesa já ia saindo pela porta da casa quando Lanuzi desmaiou, ela não podia deixar de ajudar aqueles que a acolheram, então resolveu voltar e verificou que a mulher estava com febre.

– O que houve com ela? - Tânia estava nervosa.

– Eu não sei, ela estava bem a um segundo atrás. - Prado estava ao lado de sua noiva, que respirava fundo, como se estivesse ficando sem ar.

De repente uma risada ecoa na casa e uma nuvem roxa aparece dando origem agora a uma garota que todos naquele continente conheceriam de longe. Ela olha para Tânia e diz:

– Então é aqui que você se esconde? - Ela sorriu - Achou mesmo que poderia vir nas minhas terras sem ser detectada? Sei muito bem o que Zelani te deu...

– O que você fez a Lanuzi sua megera? - Tânia apontava o arco com uma flecha para Natália - Ande! Diga logo o que você fez!

– Ora nada demais apenas retribui a traição contra a princesa - ela passou as mãos no cabelo de Lanuzi deitada - Digamos que o filho dela será um grande monstro e me ajudará futuramente!

– Não! - Prado chorava - Porque fez isso ? Porque Natália?

– Não é nada contra você camponês - ela apontou para Tânia - é mais com essa aqui.

– Pare com isso Natália, ela não te fez nada! - Lanuzi se contorcia no chão, enquanto o bebe não parava de se mexer na barriga da mãe - O que quer em troca? Quer que eu me entregue é isso? Eu me entrego - ela jogou o arco no chão - Estou aqui ande me mate!

– Não, não isso seria muito fácil, o antídoto para reverter a maldição está em sua bolsa - ela balançou a mão e um frasco apareceu em sua mão.

– Não! Como você sabia sobre isso!? - Em um movimento rápido ela tomou o vidro da mão da bruxa.

– Tânia, Tânia, eu sei de mais coisa sobre sua vida que você - ela encarou a heroína e sorriu maleficamente - Acha que não procurei tudo sobre você, assim que a vi beijando o meu noivo? Eu assisti a luta de Talorc contra Hélase e vi você enchendo com sangue da minha discípula.

– Me leve com você, deixe-os em paz!

– Agora é muito tarde. Ou você da a poção da imunidade para Lanuzi ou o filho dela será condenado a me servir pelo resto da eternidade. - disse Natália abrindo um largo sorriso.

Tânia não pensou duas vezes e deu o frasco para Prado que deu todo o líquido a sua noiva, ela aos poucos foi recuperando a cor e o bebê se acalmando.

Natália deu as costas mas antes de ir disse:

– A proposito Tânia, se eu fosse você não demoraria muito para sair de Gharnes - ela apontou para fora onde uma multidão estava vindo em direção a cabana.

Tânia pegou sua faca na bota e arremessou, mas já era tarde, a bruxa havia sumido numa nuvem roxa deixando apenas sua risada no ar.

Lanuzi voltou a ficar consciente. Prado e Tânia a levantaram e sentaram-na numa cadeira.

– Você está bem, meu amor? - Prado segurava uma das mãos de sua mulher.

– Prado tenho que ir, você viu a multidão vindo para cá - Tânia se levantou pegou sua bolsa, colocou o arco nas costas e botou sua faca na bota novamente.

– Tem um alçapão no fundo da casa que sai na floresta, leve estes pães com você.

– Obrigada pela ajuda. - Ela cumprimentou ele.

– Antes de ir me responda. Que poção era essa?

– A poção da imunidade negra que Zelani me dera.

– A rainha das fadas é real !? - Prado ficou surpreso e feliz. - Sempre quis vê-la pessoalmente.

– Mais real do que você pensa - ela abriu a porta no chão - até mais breve meus amigos, eu voltarei para ver como seu filho será - e entrou no alçapão.

– Que Zelani te guie daqui para frente - Prado acenou.

– Até mais futura rainha! - Lanuzi falou entre respirações.

Tânia entrou no local que o camponês havia comentado, andou muito até que chegou ao outro lado da floresta, ela já sabia para onde iria, precisava de resposta para as perguntas que ficavam rodeando sua cabeça, e só existia um ser capaz de responde-las.

Depois de andar por algumas horas chegou a seu destino, subiu em cima de uma rocha e gritou:

– ZELANI! - Ela parecia querer chorar - Eu sei muito bem que você está ai, sei que está me ouvindo agora e sei também que você sabe qual são as minhas perguntas. - Tânia começou a chorar levemente - Por favor, ao menos responda quem sou eu? E porque Natália não me mata logo e acaba com esse sofrimento? Me diz!

Nada aconteceu, Tânia ficara decepcionada, precisava das respostas, ela não sabia se conseguiria derrotar Natália sem aquela poção.

Estava quase partindo, já havia desistido, quando uma luz amarela clareou toda a região, poderia ser vista a quilômetros de distância. Tânia sorriu e se virou.

– Zela... - a camponesa se surpreendeu com o que viu, a mulher que estava a sua frente não era Zelani, ela era mais bonita, possuía os cabelos pretos, seu sorriso era lindo, tinha as asas mais belas que Tânia já viu. A futura rainha de Gharnes começou a chorar de felicidade, reconheceria aquela fada em qualquer lugar que fosse.

– Mãe!? - Tânia não estava acreditando no que via, podia jurar que havia visto sua mãe sendo decapitada no passado e agora ela estava ali viva bem na sua frente. - Como a senhora sobreviveu?

– Sente-se minha filha, eu lhe explicarei tudo...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Mas gente esse autor ta doido né? Haahha