The New Age escrita por FairyTales


Capítulo 5
Duas bruxas e uma poção.


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo. E ai o que será que vai acontecer? :)



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O reino de Talorc estava em total colapso. O rei estava preocupado com seu filho que não voltava para casa havia dois dias. Talorc sabia que o príncipe se apaixonara pela ladra de joias. Otávio havia contado ao pai que nenhuma garota do reino era igual aquela e que nada o impediria de ir atrás dela. Tânia era especial, tudo o que o filho de Talorc queria estava naquela garota. Talorc sabia o que deveria de ser feito, precisava se encontrar com a plebeia. Otávio deveria estar com ela. Tânia era a última esperança do rei.

Ao amanhecer, o rei se levantou, colocou sua armadura, soltou dois lobos cinzentos para que farejassem Tânia, montou em seu corcel e saiu em busca da camponesa. Os lobos eram rápidos, Talorc quase não conseguia os acompanhar, depois de algumas horas cavalgando, os lobos pararam no portão de um pequeno vilarejo, o rei desceu de seu cavalo e serviu água para os lobos.

O rei não fazia a menor ideia de onde começar a procurar Tânia, ele começou a caminhar pela cidade para ver se encontrava alguma pista de onde começar, quando estava prestes a desistir da camponesa, ele ouve uma voz feminina o chamar:

– Talorc!

Tânia estava em cima do telhado de uma casa com um arco apontado para o rei.

O que fazes aqui?– ela continuo com arco mirado no rei.

Eu preciso da sua ajuda - Talorc disse levantando as mãos - Por favor me perdoe mas eu preciso de você!

E o que te fez crer que eu te ajudaria? - Tânia estava prestes a atirar – você tirou a vida de meu pai e o humilhou na frente de todos!

– Me desculpe pelo seu pai. eu realmente me sinto arrependido pelo meu passado - O rei começava a ficar com medo - Por favor tu es minha única salvação!

Tânia ignorou e estava prestes a acertar uma flecha bem no peito de Talorc.

Abaixe este arco por favor! eu só quero saber onde meu filho está e se ele está bem - Talorc estava preocupado.

"Otávio sumiu?" pensou Tânia, ela pensou bastante até que abaixou o arco, estava meio assustada e confusa. A camponesa desceu do telhado, guardou o arco nas costas e disse:

Venha– ela colocou o capuz do seu casaco na cabeça - Vamos conversar em outro lugar, as pessoas aqui não são dignas de confiança.

Otávio abriu os olhos, estava frio e escuro, ele não conseguira enxergar absolutamente nada a não ser por uma pequena abertura na parede, "uma janela" ele pensou, era uma pequena janela no alto de uma parede. O príncipe tentou correr para aquela janela para tentar ver onde estava ou até mesmo fugir, só que ao correr foi puxado por uma estranha corda roxa que apareceu do nada, ele caiu no chão e tentou outras três vezes fazer o mesmo, porém todas falharam. Um clarão invadiu a sala escura, Otávio teve que cobrir os olhos com o braço, ele ouve passos de um salto estavam vindo em sua direção, quando recupera a visão, ele reconhece aquela garota e ela sorri.

Olá príncipe– Natália ainda sorrindo - Aproveitando sua estadia na minha cela? olha que reservei a melhor só para você.

Otávio fingiu que não havia ouvido nada e olhava fixamente para a janela, como se pensasse em um jeito de escapar ou como se a qualquer momento alguém fosse entrar e o tirar daquele lugar.

– Oh meu querido, essa magia de aprisionamento te fará ficar aqui por um tempo bem longo– Ela segurou o queixo do príncipe - Ou você coopera com nosso casamento ou será inútil tentar escapar daqui.

– Eu nunca irei cooperar com você, sua bruxa demoníaca!

Otávio virou a cara e foi logo perguntando.

O que você quer Natália?– ele reparou que a princesa usava a coroa do pai - Onde está o rei Drest?

O que eu desejo não é do vosso interesse e mesmo se fosse, eu não diria absolutamente nada– Ela ficou séria - Eu fiz um pacto com meu pai sobre não dizer nada sobre o nosso plano, nesse momento ele está la em cima no meu quarto fazendo algumas coisas, para que no final eu prevaleça.

– O que fará comigo, sua megera!?

– Isso... – Ela sorriu - Você terá que esperar para descobrir por si próprio HAHAHAHAHAHAHA...

Natália deu as costas para o príncipe e assim que saiu as portas se fecharam, deixando Otávio na escuridão. Ele se voltou para o único lugar aonde podia se ver o céu e desejou ver Tânia.

Enquanto isso no pequeno vilarejo perto do reino de Talorc.

Está me dizendo que Otávio foi atrás de mim?– Tânia estava assustada, confusa e preocupada, tudo ao mesmo tempo.

Sim, antes de deixar o castelo, ele me contou que se apaixonara por você, que estava determinado em te achar, que ninguém impediria ele de fazer isso e queria muito conversa com você sobre algo que não me contou direito.

– Majestade, Otávio não chegou até mim, alias eu também não o vejo tem alguns dias.

– Como não?– Talorc se levantou preocupado - Mas, ele veio atrás de você, onde está meu filho?

Talorc estava preocupado, quase chorando de nervoso.

Então você disse que Otávio mencionou que estaria apaixonado por mim, correto? - Tânia disse pensativa.

Sim - Talorc não entendeu o porque dessa pergunta justo agora.

– Talorc, acho que tenho uma certa ideia do que pode ter ocorrido com Otávio ou de quem o pode ter pego ele – Ela teve uma ideia e estava determinada em descobrir a verdade - Preciso que você fique calmo, porque eu tenho um plano e preciso de sua ajuda.

– Se for para achar meu filho, eu faço qualquer coisa, te ajudarei sim!

Tudo bem– Ela botou o arco nas costas - Vamos precisamos visitar uma velha "amiga" assim minha.

Talorc percebeu que Tânia falou amiga com tom de ironia mas fez que sim com a cabeça, botou seu elmo e saiu atrás de Tânia. Os dois montaram em seus respectivos cavalos e saíram floresta a dentro, após algumas horas cavalgando, pararam perto de um lago para alimentar e dar água aos cavalos.

– Porque está me ajudando a encontrar Otávio?– Tânia estava agachada lavando o rosto no riacho - Você deveria ter atirado aquela flecha assim que me viu, você nem ao menos me odeia por ter matado o seu pai. Me desculpe mas eu cometi muitos erros no passado– Ela ficava o tempo todo de cabeça baixa - Quem era seu pai?

– Lembra de uma vila no interior da floresta? - Ela continuava contando de cabeça abaixada - um homem que foi fazer um tratado de paz com vossa majestade, o senhor o amarrou em cavalos e o esquartejou na frente da vila toda.

– Oh minha querida eu sinto muito mesmo - Ele parecia amargamente arrependido - Mas eu realmente não me lembro de ter atacado vila e ter matado alguém desta forma.

– Como não? - Ela ficou em dúvida - Eu lembro do senhor, lembro muito bem da cena...

– E porque eu não me lembro? - O rei também achou aquilo bastante incomum - Vamos focar na nossa missão e eu prometo que assim que acabar isso tudo vamos descobrir o que houve com seu pai.

– Sabe Talorc– Ela se levantou e enxugou o rosto com um pedaço de pano - eu não sou tão ruim igual vocês pensam, eu precisava comer por isso tentei te furtar, me perdoe.

– Tudo bem, eu entendendo– ele abaixou a cabeça - Só de pensar que eu quase te executei, me perdoe também, pois sem você eu não teria nenhuma chance de reencontrar meu filho.

– Sem problemas, você só estava seguindo as leis de Gharnes– Tânia subiu em seu cavalo, sorriu para Talorc e disse - Vamos parar com as melações? temos um príncipe para ser salvo.

Talorc deu uma leve risada, como poderia ter quase matado aquela garota? ela era boa, doce e especial, exatamente como seu filho dissera. O rei montou em seu cavalo e partiu atrás de Tânia. Alguns minutos depois, a plebeia parou e fez um sinal com a mão para que o rei parasse também.

– Chegamos bem na hora– Tânia dissera - Veja!

Ela apontou para um local cheio de árvores, assim que o sol se pôs, as árvores daquele lugar começaram a se juntar fechando a visão para o céu e abrindo uma passagem entre elas. Talorc não acreditara no que estava vendo, no final da passagem uma cabana apareceu. Tânia foi na frente e o chamou, ele a seguiu. Ela amarrou os cavalos em numa árvore, desceu e disse:

– Vamos as regras– ela falava contando nos dedos - número um: pegamos o que é necessário e saímos logo, número dois: não demonstre medo ou dê uma risada na frente delas e a mais importante regra de todas.

O que?– O rei estava assustado.

– Não demonstre medo ou de gargalhadas perto delas!

– Você já não disse isso?– o rei pareceu confuso.

– Foi só para focar bem nessa regra– ela sorriu - entendeu tudo?

– Sim– ele estava curioso para saber o que havia na cabana.

Talorc não sabia o que esperava ele lá dentro, estava com medo. Tânia lhe entregou um anel, botou um igual no dedo dela e disse para ele apontar para elas quando ela pedisse, ele fez que entendeu com a cabeça. Tânia foi na frente, assim que abriu a porta, uma campainha tocou avisando sua entrada.

O rei nunca tinha visto local parecido como aquele, parecia uma loja de coisas velhas e hippies, tinha uma mistura de estilos, meio mistério e meio hippie antigo, tinha um cheiro bem perfumado, no fundo da loja Tânia tocou um sino e duas mulheres bem estranhas apareceram, eram muito parecidas, o rei demorou algum tempo para perceber que eram gêmeas idênticas, exceto por uma ser loira, ter um nariz de tucano, literalmente de tucano e usava roupas hippies, a outra era morena tinha quatro olhos, duas presas nos cantos da boca e usava roupas bem antigas dos anos 50 ou 60. Assim que olho para a morena Talorc teve a sensação de que algo estava invadindo sua mente, suas lembranças mais aterrorizantes estavam passando em sua cabeça, ele teve vontade de sair correndo e gritar, porém teve que se segurar.

– Boa noite, Hélase e Hílase– Tânia sorriu sem mostrar os dentes.

– Tânia– Hélase sorriu, Hílase fez cara de nojo - A que devo tal honra?– Hélase indagou sarcástica.

– Bom eu estava procurando uma poção– Tânia tirou dez moedas de ouro do bolso e a ofereceu.

– Vejo que a poção é valiosa– Hélase mantinha-se sorrindo - E qual seria ela?

– Dessa receita aqui– Tânia retirou o papel do bolso e a entregou - Tem tudo o que precisa?

– Tenho sim, me de alguns minutos e eu a farei– Hélase entrou.

Tânia se virou e ficou dando uma olhada na loja, ignorando a existência de Hílase, Talorc não conseguia fazer o mesmo, ele ficou com medo de Hílase, o que não era um bom sinal, ele se aproximou de Tânia. Hílase sentiu o cheiro do medo do rei e sorriu mostrando as presas.

– Tânia, o que são essas mulheres!? - O medo era tão grande que o rei não conseguia esconder.

– Bom, a morena com 4 olhos e presas se chama Hílase, ela se alimenta do medo das pessoas e depois as mata, mas não chega nem perto do que a loira nariguda faria com você, solte uma risada perto dela e você irá pedir para ir pro inferno para ser atormentado pelos sete pecados eternamente.

Talorc começou a sentir mais medo do que antes, saiu da cabana para tentar recuperar o fôlego e se acalmar. Alguns minutos depois Hélase volta com a poção verde em mãos.

– Aqui está sua encomenda!– Ela entregou o frasco a Tânia. - Se quiser sorrir como forma de agradecimento.

– Não já te paguei o que devo - Tânia apenas olhou séria - Acha que eu não te conheço?

– Você nunca vai cair nessa né? - Hélase riu - Bom, já que fiz tudo por aqui vou indo pros fundos tenho muito trabalho a fazer.

– Muito obrigada pela poção e até nunca mais!– Ela guardou o vidro no bolso do casaco e notou que a irmã de Hélase não estava ali - Onde está Hílase!?

Hélase apenas riu, deu as costas e entrou. Tânia logo sacou e correu para fora da cabana. Assim que chegou lá fora, Talorc estava sentado numa rocha, por um segundo ela relaxou e gritou logo em seguida assim que avistou a bruxa:

– CUIDADO!! – Tânia gritou mas já era tarde.

Hílase conseguira fisgar o rei e estava começando a sugar sua alma, Tânia pegou uma pedra no chão e acertou a cabeça da bruxa parando o transe.

– HÍLASE– ela pegou outra pedra - AFASTE-SE DELE AGORA!

Hílase saltou para cima da cabana, Tânia levantou o rei do chão.

– Está tudo bem com você?

– Sim, só estou meio zonzo.

– Não é hora de ficar vulnerável - Tânia sacou seu arco e se posicionou - prepare-se para a verdadeira forma dela.

– Não é essa não?– Talorc engoliu a seco, ele ainda estava com medo.

Talorc apontou sua espada para a bruxa, Hílase riu, falou umas palavras que parecia um latim muito antigo e começou uma transformação, ela virou uma espécie de aranha gigante que possuía asas de demônio e rabo de escorpião e tinha um cheiro bom, esse cheiro hipnotiza aos poucos quem fica inalando o gás por algum tempo.

– Não se engane pelo cheiro, é apenas para te atrair!– Tânia retirou um pano velho da bolsa e jogou para Talorc - Ponha-o no rosto.

Hílase começou a disparar teias na direção de Tânia que saia correndo e desviando de todas. Talorc bradou e tacou uma faca no demônio, Hílase se virou contra ele e saltou em cima daquele pobre homem, que rolou para fora do alcance da aranha, com um novo movimento ela soltou uma teia que pegou no pé dele subindo magicamente até o pescoço, Talorc estava em um casulo perfeito pronto para ser devorado, Tânia tinha que fazer algo, então colocou uma flecha no arco e a atirou num dos olhos de Hílase que gemeu de dor. Talorc conseguiu se soltar do casulo e com um movimento de espada acertou o outro olho da aranha, Hílase viu que ia perder a luta, começou a bater as asas e quando estava a alguns metros do chão, Tânia lançou uma flecha com uma corda e puxou o demônio para baixo, então ela gritou

– Talorc! O anel, use o anel!– ela parecia desesperada - AGORA!

Talorc sem discutir apontou o anel para a criatura, Tânia apontou na mesma direção do rei, os dois anéis começaram a brilhar e soltaram um feixe de luz branca que atravessou Hílase, fazendo a voltar a forma humana, porém ela já estava morta. Tânia suspirou em aliviou e se aproximou de Talorc que estava assustado.

– Talorc você está bem?– Tânia disse com a voz cansada.

– Sim, com alguns machucados e arranhões, mas bem.

– Vamos sair daqui, antes que Hélase sinta falta da irmã que no momento não está muito viva– Ela correu para os cavalos e os desamarrou - Se Hílase já quase nos matou, não temos chance contra a irmã.

Os dois montaram nos cavalos e cavalgaram por horas e horas na floresta. Quando o sol estava quase nascendo, Talorc ofereceu um quarto a Tânia que não recusou afinal eles deveriam trabalhar juntos, mas antes de Tânia entrar em seu aposento o rei perguntou:

– Tânia o que tem de tão valioso nesse vidrinho com esse liquido verde?

– É uma poção que apenas Hélase consegue fazer em todo o mundo– Ela mostrou a ele o frasco - Uma poção que nos ajudará a descobrir aonde Otávio está.

– E eu poderia saber o que ela faz?

– Ela da a quem bebeu o poder de saber temporariamente quem está contando uma mentira e quem está falando a verdade.

– E quem nós vamos interrogar?– Talorc ainda estava sem entender.

– Nós? ninguém– Tânia estava determinada - Você irá tomar e entrevistar uma amiga sua.

– Quem você acha que sumiu com o Otávio?– o rei ainda estava confuso.

– Eu não acho– A camponesa estava olhando para o frasco - Eu tenho quase certeza de quem foi.

– E quem foi, dá para me dizer?– O rei parecia irritado por Tânia enrolar tanto para falar.

– Natália...


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Notas finais do capítulo

Continuo ou não?