The New Age escrita por FairyTales


Capítulo 10
Uma profecia, um destino.


Notas iniciais do capítulo

É isso ai o/



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Otávio estava fraco, pálido, desidratado e exausto, suas roupas já estavam imundas. Deitado no chão gelado não sabia mais o que fazer, rolava de um lado para o outro na esperança de que alguém o salvaria.

Havia ficado preso por tanto tempo que o príncipe perdera a noção do tempo ali dentro. Voltou seus olhos para o único lugar a onde tinha luz, quando ele ouve alguém abrindo a porta, mas desta vez não é quem ele pensava, uma serva adentra correndo, respirando fundo, cansada, à solitária sala escura. Ela chega perto do prisioneiro real, com roupas novas, uma tigela de comida e um vaso com água.

A princesa Natália pede que vossa alteza se apronte para sair da cela. - Ela se ajoelha e entrega tudo a ele.

Otávio segura a mão dela e a olha como se implorasse por ajuda, ele não tinha forças nem para falar, a serva o olhou e lacrimejou, ela também não gostava de vê-lo assim, mas eram ordens de sua mestra, caso não obedecesse seria executada. Ela fez o que Natália pediu, secou suas lágrimas e saiu dali. Dessa vez o rapaz não negou a comida e nem a água, que para sua sorte não estavam com nenhum tipo de feitiço, apenas matou sua fome e sede.

A serva foi direto para a sala do trono, e lá ela encontrou Natália sentada na cadeira do rei, com seu vestido azul, enquanto um de seus servos massageava seus pés e o outro dava aperitivos em sua boca. A serviçal se curvou, ela estava suja e com cara de quem não havia dormido a dias.

Mestra, já fiz o que a senhora pediu.– Ela falava o tempo todo de cabeça abaixada - Mais algum desejo a ser realizado?

Apenas que fique atenta, pois assim que lorde Blank chegar peça-o para vir a sala do trono necessito falar com ele.

– Sim madame.

A serva se levantou limpou seus joelhos com as mãos e saiu daquele local.

Passado alguns instantes, Natália se sentou em frente a sua penteadeira e onde se admirava e arrumava seu cabelo, quando um homem de altura mediana, pele branca como a neve, usava uma armadura feita de metal todo preto, com uma capa vermelha onde estava escrita "SANGUE", possuía chifres de bode na cabeça, no rosto uma cicatriz marcava-o do olho até o queixo e seus dentes eram tão afiados que conseguiria cortar até o ferro mais duro existente apareceu logo atras dela.

Sorrindo o homem abriu os braços e disse:

Sentiu saudades minha querida?– O homem falava de modo idêntico à uma serpente, sua voz ecoava na sala. Natália se virou e quando viu quem estava a sua frente, ficou estagnada, arregalou os olhos e deixou seu pente cair.

Lú... – Ela engoliu a seco - Lúcio? Como... como conseguiu quebrar?

Ora acha mesmo que aquele selo iria durar para sempre, minha querida?– Ele chegou perto dela segurou seu queixo - Sorte sua que eu não posso lhe machucar.

Me larga!– Ela virou o rosto se soltando das mãos dele - Saia daqui agora!

Pode deixar que eu não vou interferir em seus planos.– Ele sorriu - Mas nós dois sabemos que nem eu e nem você podemos machuca-la, na verdade nenhum mago negro pode. Como você vai fazer? Mandar seu exército para cima dela? – Agora ele gargalhava em deboche, enquanto, num balançar de mãos, fez com que uma taça de vinho aparecesse em suas mãos, tomou um gole e continuou - Tão bobinha que nem pensou em nada...

Cale-se! Eu não preciso mais de suas ordens ou ensinamentos, já sei tudo que eu devia saber– Ela estava furiosa observando cada passo que ele dava por aquele quarto - Sou a maga mais poderosa viva na terra.

É? Sorte sua que ela não seguiu o caminho do mal, se não– Ele se teleportou para trás dela e passou seu dedo sobre seu pescoço, como se o cortasse e arrancasse a cabeça fora. Natália engoliu seco.

Amélia nunca contaria a verdade para ela.

Lúcio riu, bem baixo, em deboche a última frase de Natália. Ele mexeu a mão e o espelho da penteadeira agora estava focado na cara de Tânia.

Amélia, sua mãe, estava sentada ao seu lado conversando sobre algo, mas os dois malvados não podiam ouvir uma palavra sequer, apenas viam as bocas se mexendo. Natália novamente ficou surpresa, ela correu até uma cômoda, abriu uma gaveta e retirou um lagarto morto de dentro dela. A princesa puxou o ar, soprou uma névoa roxa em cima do bicho e ele ganhou vida.

Vá e seja nossos ouvidos.– Ela o colocou no chão e o réptil saiu rapidamente em direção a floresta.

O que seria de você sem mim ?– Lúcio sorriu.

Natália cruzou os braços, odiava depender de alguém, principalmente quando esse alguém era o ser das trevas mais poderoso até então existente.

Você sempre foi minha aluna favorita de magia negra.– Ele passou a mão sobre o cabelo dela e o cheirou.

Sai de perto de mim! – Ela o empurrou. - Vamos ficar quietos, precisamos saber o que Amélia vai dizer a Tânia para poder agir logo.

Lúcio consentiu e ficou observando o espelho junto da princesa das Trevas.

Então quer dizer que esse tempo todo você estava alterando a minha memória?– Tânia estava confusa - Mas porquê?

Vou lhe contar tudo que você queira saber, mas com calma– A mulher dizia, sua voz era doce. - A história de sua vida começa assim...

Vamos eu quero muito saber– Tânia cortou a mulher.

– Se acalme querida, vou lhe contar– Ela parou e continuou - Então como eu estava dizendo, a história de sua vida, na verdade começa a muito tempo atrás, um tempo em que existia uma deusa muito amada e contemplada, a filha da deusa da bondade e do deus da generosidade, seu nome era Amélia.

Pera...– Tânia arqueou sua sobrancelha - Você é uma deusa?

Sim, eu sou conhecida como a deusa da luz– Amélia sorriu - Enfim, os povos me amavam, todos vivendo em paz, até que em um dia bastante calmo, todos receberam a notícia de que os deuses do submundo haviam gerado um filho, e deram a ele o nome de Lúcio. O menino que nascera, filho do deus do caos e da deusa da ruína, carregava em seu coração quantidade de trevas nunca vista antes em ninguém, superava até mesmo a de seus pais– Amélia deu uma pausa, respirou fundo e continuou - Um dia os dois deuses do submundo foram ao prognóstico, aqui na terra o conhecem como oráculo, para saber o destino de Lúcio. Então ele lançou uma profecia:

A filha do bem e do mal, nascerá;

Imune a magia ela será;

Paz a Terra ela trará:

E o povo a ela, amará.

Dos ventres da bondade;

Duas crianças nascerão;

Um coração será a ruína da divindade;

E o outro, a salvação.

– E aí? O que houve com o menino?

– Então após ouvir aquelas palavras da boca do oráculo e com medo do possível fim deles, os deuses bons e maus decidiram afastar os bebês um do outro. Pediram ajuda a Zelani para que fizesse um portal que levasse um deles para a Terra mas a questão era: Qual dos dois seria banido das terras divinas? Então houve uma votação entre todos os deuses menores e o resultado foi unânime: Lúcio seria banido e nunca mais teria acesso as terras dos deuses.

– E os pais dele aceitaram sem nem lutar pelo filho? – Tânia sentia uma pequena pena do bebê.

Na verdade as coisas não aconteceram como deveriam. O deus do caos não aceitava que seu único filho nunca conhecesse os próprios pais, ele não podia deixar as coisas como iam acontecer, então uma noite antes do grande banimento, o deus aprisionou a deusa da bondade numa jaula especial e ameaçou mata-la caso eles não banissem a mim. Eles não podiam deixar a deusa morrer, então Zelani se voluntariou para cuidar de mim na Terra, visto que os deuses maiores não podem visitar solo terrestre. O acordo foi feito, eu fui banida e criada por Zelani aqui nesta floresta. Ela me ensinou a controlar meus poderes, a respeitar a todos e me contou sobre tudo, até sobre você e sua procura pelo príncipe.

Mas o que aconteceu com Lúcio e o resto dos deuses?– Tânia perguntou se levantando, esticando as pernas e arrumando as botas.

Lúcio se revoltou com todos os deuses e iniciou uma guerra contra os quatro deuses maiores, na época, já adulto, ele ganharia a batalha, então sem escolha os deuses bons expulsaram-no. Mil anos depois vagando por este planeta imenso, nesta mesma floresta, ele havia feito um castelo, um castelo enorme, onde ficara sozinho. Numa terrível tarde de tempestade, o sino toca e Lúcio que nunca tinha recebido uma visita, vai ate porta e ao abrir se depara com uma garota toda molhada. "Eu poderia entrar apenas para esperar essa chuva passar?" Lúcio teria ignorado e continuado sua vida, mas por alguma razão que nem ele mesmo conhecia, ele a deixou entrar.

Mas pera ai, Lúcio não é o ser com o coração mais escuro que existe até então?– Tânia perguntou confusa - então porque ele seria bom com aquela menina?

Existem coisas que nem mesmo nós, os deuses, compreendemos– Amélia sorriu e olhou para o lagarto de Natália na árvore - A garota ficou maravilhada com a imensidão do castelo que Lúcio tinha, ele a deixou ficar por dias ali e ela não querendo ir embora, ficou. Os dois acabaram se apaixonando, por centenas de anos moraram juntos sem nenhuma pessoa por perto, o tempo foi passando e a mulher acabou ficando grávida dando a luz a uma linda menina, os dois a amaram muito e criaram-na como se fosse única na vida deles. Tudo estava indo bem ate que...– Amélia puxou a varinha, se levantou, apontou na direção de duas árvores que ali estavam, elas se contorceram formando um pequeno círculo - veja você mesma.

Tânia agora estava totalmente focada. Começaram a aparecer imagens de Tânia nos seus 18 anos, mas eram imagens totalmente diferentes do que ela se lembrava, nas imagens ela e a mãe se arrumavam para alguma coisa importante.

"Filha como você está linda!"

"Se não fosse pela senhora, obrigada mãe." Tânia sorria muito feliz.

Amélia e Tânia se abraçaram e saíram do quarto de mãos dadas. As duas se dirigem a uma sala onde um homem estava sentado de costas para elas numa cadeira já conhecida por Tânia.

No círculo a história continuava, a jovem Tânia anda em direção ao trono, o homem se levanta e vira. Sua aparência assustaria qualquer menina pequena, suas roupas elegantes não conseguiam tirar a atenção do seu rosto, seus chifres de bode e seus dentes afiados, davam para ser vistos de longe, porém ele exclamou "Minha filha!". Tânia o abraçou.

Pera nossa casa era o castelo do rei Drest?– Tânia perguntou surpresa, Amélia apenas concordou com a cabeça e apontou para portal para que a filha focasse nele.

Naquela noite os três comemorariam mais um ano de vida da jovem, estava tudo ocorrendo como havia sido planejado, até que alguém bateu à porta.

"Nossa convidada especial chegou!" Exclamou o homem mostrando os dentes afiados num belo sorriso.

"Pode deixar que eu atendo, Lúcio" Amélia sorriu e saiu.

Para a visão por favor...– Tânia lacrimejava - Se Lúcio é meu pai, então... eu sou o bebê da profecia...

Sim, minha filha...– Amélia consolava Tânia num abraço - Era isso que eu queria te mostrar, precisamos recuperar suas memórias de volta.

Mas Amélia, se não estão com você...– A filha de Amélia se controlava para não chorar - Com quem mais estaria?

Com ela...

A visão continuou, enquanto Tânia sorria junto de Lúcio. Amélia volta com uma menina mais ou menos da mesma idade de sua filha, o vestido que ela usava era longo e preto, seu salto e sua luva também da cor preta. O pai de Tânia se levantou foi até a garota, trouxe ela para perto de sua filha e a apresentou.

Filha, está é minha melhor e mais forte aluna de magia negra.

Prazer – A garota estendeu a mão e sorriu, para cumprimentar Tânia. - Meu nome é Natália...


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Notas finais do capítulo

Eai Povo, Gostaram?