My Broken Hero escrita por july_hta66, JulieAlbano, Haverica


Capítulo 5
Chapter IV - The Deads


Notas iniciais do capítulo


Hi my people! Como vão? Voltei com mais um capítulo. Agradeço imensamente pelos comentários e em especial para a MissJackson por me dar uma recomendação e me achar merecedora mesmo a história estando no início. Dedico o capítulo a ela.
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Espero que todos gostem, e como prometido, no final do capítulo há o link para a OneShot do Lokizito *-*
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* Esse capítulo possui um link de música camuflado



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Capítulo IV - Os Mortos

Lola sentia seu coração tamborilar, sentia-o na garganta; era como se as vibrações das batidas estivessem sendo projetadas nos tecidos de sua traqueia. Uma ilusão confusa acompanhada de um imenso nó amargo que impedia até a saliva de ser engolida.

A Stark percorria aquele corredor infinitamente branco, os segundos pareciam horas. Ela não sabia muito bem se deveria apertar os passos ou continuar como estava. Queria muito vê-lo, mas se encontrava com certo temor de fazê-lo. O que a aguardava?

Steve. A resposta veio rapidamente, ela apressou o passo. E quanto mais chegava ao fim do corredor, mais rápido e desesperado seu movimento se tornava. Carter de início tentou acompanhar acelerando-se, contudo, no fim acabou desistindo, Lola começou a correr.

Mas parou. Parou antes de chocar-se com uma "parede" transparente, parecia um acrílico espesso ou algo do tipo. Ela entrou em estado de choque. Congelou por alguns segundos graças o que via.

A Stark via uma centena de aparelhagem médica, milhares de fios e tubos ligados a Ele. Ele?

– Steve? - Sua voz saiu como um sussurro choroso como se ele sequer pudesse responder.

Olhava para o centro daquilo tudo. E o que era aquilo tudo? Parecia um quarto de hospital hiper-tecnológico dentro de uma imensa caixa dura e transparente. As paredes ao redor do "quarto" serviam para isolá-lo e impedir que a radiação que emitia ao decair de seu corpo não contaminasse outras pessoas. Eram cinco imensas máquinas metálicas organizadas de forma concêntrica sobre a cama que ainda providenciavam forças artificiais para a figura pequena e esquelética que quase parecia desaparecer no meio do colchão e dos travesseiros.

Não havia nenhum outro móvel dentro daquele "quarto", eram apenas cama, aparelhos, Steve, e paredes que formavam uma área de aproximadamente dez metros quadrados. E Steve, ele estava tão. .. Tão não-Steve.

Lola despertou da paralisia tendo uma reação bem oposta. Começou a ter um ataque, literalmente.

– Abra esse negócio! - Ela ordenou para qualquer um que a estivesse ouvindo enquanto batia na parede a sua frente. Um tom de desespero sem disfarce.

A "parede" não vibrou ou ameaçou cair, era bastante firme, bem mais do que sua aparência denunciava, mas provocava um barulho oco. No entanto, Lola continuou batendo e caminhava enquanto fazia isso, não dava para entender se o que ela queria era derrubar a estrutura ou fazer barulho para acordar o rapaz em coma.

– Abram. - Ela rosnou.

De repente, ao vasculhar a estrutura mais minuciosamente, bateu os olhos numa estrutura periférica que provavelmente era a porta. Um retângulo vertical com uma tela para a digitação dos códigos ao lado. A garota voou naquela direção, mas antes de sequer ter a chance de alcançar o painel para tentar rackear a porta, a Agente 13 a agarrou pelos pulsos.

– Controle-se! - A loira exclamou ordenando.

Lola a empurrou, lançando um olhar animalesco sobre a loira, seus cílios e bochechas estavam encharcados de lágrimas que provavelmente liberava até ser interrompida pela Agente. Seu olhar permanecia como o de uma besta, mesmo quando Sharon parou de cambalear para trás conseguindo encontrar o equilíbrio para não cair de bunda no chão.

– Controle-se. - A loira pediu com uma voz mais atenuada.

– Preciso... ir lá! Preciso tocá-lo. - Lola explicou voltando a parecer uma "pessoa". A ira desaparecendo e outra coisa ficando no lugar, algo que Sharon não conseguia identificar, mas parecia muito com... Culpa?

Culpa, dor, tristeza e uma série de outras emoções. Todas
relacionadas a Steve, nenhuma sobre o que tinha acabado de fazer com a Agente. Sua mente simplesmente ignorou aquilo sem remorso algum.

–Você sabe que não pode. Esse isolamento todo existe por um motivo e não é preciso ser uma gênia bilionária Stark para adivinhar. - Sharon mantinha-se distante por precaução, mas tentava acalmá-la.

– Eu sei muito bem que a radiação que está emanando dele é prejudicial às outras pessoas. Não estou pedindo para contaminar ninguém, apenas Eu. Quero entrar lá. Você não entende! Preciso estar com ele! - Lola quase voltava a chorar.

– Aí que você se engana. Eu entendo completamente. Você não sabe o que eu daria para entrar nessa quarenta e segurar a mão dele, mas eu não posso. Ninguém pode! Ele está contaminado e possui alto grau de capacidade de contaminação. - Sharon foi interrompida pela morena.

– Ele precisa de mim... - Lola foi interrompida pela loira logo em seguida.

– É claro que ele precisa! Mas ele precisa de uma Dolores viva e saudável para encontrar uma forma de curá-lo, uma maneira de trazer ele de volta. Não posso, não podemos permitir que você entre em contato físico com ele, seria o mesmo que assinar sua sentença, e além do mais, não se esqueça de que está em recuperação ainda. Acabou de acordar do seu coma! - Sharon concluía sua argumentação.

–... EU preciso dele. - Lola terminou (corrigiu) seu lamento interrompido com um suspiro entristecido.

A garota se virou tirando Carter de seu campo de visão e se aproximou da parede transparente mais próxima. Recostou sua testa nela e pousou ambas as mãos no material arranjando um substituto bastante fajuto para o que deveria ser a pele de Rogers.

– Deveria ser eu aí dentro. - Ela afirmou após quase cinco intermináveis minutos que ficou parada naquela posição olhando para ele enquanto Sharon estava a poucos centímetros atrás.

A loira sentia que o certo a se fazer seria confortá-la e dizer que não, mas não conseguiu expelir isso com sinceridade logo de cara. Não podia fingir que ela sofreria menos se Steve fosse aquele que tivesse sido menos afetado pelo ataque de XY-32.

– Não fale uma coisa dessas. Pense no quão inútil ele se sentiria se não tivesse garantido que você sofresse menos. - A loira tentou descontrair.

– Para início de conversa ele não deveria ter tido sequer a chance de querer me defender. Ele nunca deveria ter me conhecido. Eu nunca deveria ter sido descongelada, ou o Samuel... Todo o Projeto Fênix foi um erro. Só trouxe desgraça para o mundo. - Lola era severa consigo.

– Diga isso para todas as pessoas que receberam ajuda dos projetos derivados da sua ideia e dos trabalhos do Dr. Ford motivados por ela. - Sharon discordou.

– O que? - A Stark questionou, aquela era informação nova para ela.

– Nos anos 60 você criou um soro capaz de manter um corpo congelado vivo, e seu pai usou isso com bastante astúcia. Entregou seu trabalho para a SHIELD, criou o projeto. E a partir do seu trabalho alguns cientistas que tinham acesso a ele puderam usá-lo para aprimorar as técnicas dos medicamentos e métodos de induzir uma pessoa ao coma. Se não fosse por você, muitas pessoas no mundo inteiro não resistiriam a necessidade de serem colocadas em coma quando sofreram algum acidente, ou por outras necessidades. Se não fosse pelo Projeto talvez ninguém teria o conhecimento
necessário para manter você viva e mesmo o Steve até agora, então não... -Sharon dizia quando Lola a interrompeu.

– Não é essa a minha surpresa maior, e sim "os trabalhos do Dr. Ford". - Lola havia separado sua testa da parede, mas ainda com as mãos nela, inclinou sua cabeça de forma inquisidora esperando uma resposta.

– Bem, se tivesse lido a ficha de todos os Experimentos saberia que o envolvimento do Doutor Samuel Ford no Projeto Fênix vai muito além do que sua participação como cobaia por acidente. - Sharon alfinetou. Talvez se a Stark tivesse lido a droga da papelada muitos dos problemas teriam sido evitados, mas mal sabia a loira que estar chateada por pensar que ela mesma e Rogers eram um casal foi um dos motivos para a Stark não ter tido cabeça para ler os arquivos.

– Admito esse erro, mas o que tem a ver a droga do Samuel com o projeto que criei? - Lola agora estava irritada consigo mesma. Deveria ter lido os papéis daquela caixa após ter assistido o vídeo "revelador" de seu pai.

– Bom... Depois da sua "morte" nos anos 70, seu melhor amigo cientistas ficou bastante abalado, e Howard Stark ciente das habilidades dele decidiu usar Samuel de forma útil. Seu pai tornou ele um dos cientistas do Projeto Fênix, contou a ele que na verdade você não tinha morrido e havia sido congelada. Por sua causa o projeto teve um impulso incrível. Samuel passou anos obcecado em te trazer de volta a vida, na verdade, obcecado com você até seus últimos dias vivo "naquela" época. Ele desenvolveu diversos estudos com sua especialidade em radiação vita. Estudou arduamente o Projeto Renascimento do Dr. Erskine, e foi aí que surgiu o raio vita refinado e aditivado que entrou em contato com você e o Steve... - Sharon dizia as informações e Lola não sabia o que sentir. Ela odiava Samuel agora, precisava odiar. Não podia mais gostar dele uma vez que ele fez aquela monstruosidade com Steve, com memória ou sem, ele foi capaz de fazer aquilo. - O Doutor Ford foi sem dúvida o cientista que mais contribui com o Projeto depois de você, é claro. Foi ele quem teve a ideia de atrelar o Projeto de criar o super-soldado perfeito ao seu... -.

– Quer parar! Não quero mais saber o quanto aquele infeliz foi útil para essa porcaria de Projeto! Quero que ele e suas contribuições vão para o inferno. Se não fosse por mim, se não fosse por ele, Steve não estaria assim! - Lola socou a parede com ódio e pela primeira vez algo aconteceu.

O soco teve uma intensidade bastante alta, a parede deu um estalo estranho e uma rachadura se formou, o que se seguiu foi rápido demais para Lola conseguir compreender. Luzes vermelhas de emergência começaram a piscar, dezenas de agentes vestidos com roupa de proteção contra radiação - pareciam astronautas - adentraram o salão, dois voaram na Stark e na Carter, puxando-as para fora de lá enquanto o resto deles cuidava do vazamento/rachadura.

[...]

Já haviam terminando os testes em Lola, a garota estava "limpa"; ela foi levada até onde Sharon estava. Os testes de radiação na loira também haviam sido finalizados.

– Está tudo bem com você? - Lola obviamente se sentia triplamente culpada.

– Sim. Limpa de contaminação, mas os médicos disseram que se as coisas tivessem acontecido um segundo sequer mais devagar eu teria sofrido mais do que um simples "enjôo matinal". - A aparência de Sharon estava péssima e ela olhava com ironia para o balde ao seu lado que estava sendo usado para amparar seus vômitos causados pelos milésimos de segundo de contato (quase nulo) que teve com a radiação que Steve emanava. Lola não passava pelo mesmo, na verdade, com ela nada aconteceu. -... Mas antes que queira fazer o drama, deixe-me fazê-lo por você: Sim! A culpa é sua! -.

Lola sinceramente não soube distinguir da voz da Agente se a culpa de que ela falava era da quase contaminação ou de tudo o que ela e Steve estavam passando. Apenas escutou calada.

– E o que eu quero de você é que faça pelo Steve, no mínimo, o que o Doutor Samuel fez por você. Eu não quero que descanse até ajudá-lo, quero sim que fique obcecada com isso. Não estou falando como Agente, estou falando isso como alguém que se importa com ele, e alguém que se sente inútil por não ter chance de descobrir como cura-lo. - Lola não conseguiu ficar calada por muito tempo.

– Não precisa ficar repetindo essas coisas como se estivesse tentando me convencer a ajudar, o que você quer parece ser o mesmo que eu quero. Não tenho intenção de nem mesmo pensar em outra coisa enquanto ele não estiver bem. - A Stark confirmava seus planos.

– Para ajuda-lo você precisa crescer, Dolores, não pode ficar choramingando pelos cantos como se isso fosse resolver alguma coisa. Precisa assumir o controle de si, guarde suas emoções para depois. Não é da Lola ou Lolita que precisamos agora. Precisamos de uma Dolores Francisca Carbonell-Stark cientista. - O episódio da rachadura realmente aborreceu Carter, decidiu que precisava ser mais dura com a morena.

Mas pouco Sharon sabia sobre quem Lola era e quem ela já fora. Expressar seus sentimentos nunca fora seu forte, mas Steve havia mudado isso nela. Steve, Natacha, Clint, Tony e até mesmo Loki, cada um deles ajudou a
construir uma garota bem diferente daquela que foi congelada anos atrás. E agora, guardar seus sentimentos sem transbordar em lágrimas pelo Capitão era quase impossível. Entretanto, no fim ela sabia que a Agente 13 estava certa, ela precisava se controlar ou nunca seria capaz de dar o máximo de si para ajudar seu herói.

– Eu serei 100% controle de agora em diante, por ele e por mim. - A Stark inspirou fundo.

– Perfeito. Então... Como você está agora? - Sharon questionou.

Lola não compreendeu muito bem qual o sentido da pergunta, mas tentou responder.

– Acho que estou bem ignorando as circunstâncias. -.

– Não. Você não está bem. Você está morta, você, Samuel e o Capitão estão mortos oficialmente. - Sharon apanhou um montante de jornais e revistas que estavam atrás de si, prontos para serem apresentados à Lola quando ela chegasse. Nas capas e nas manchetes tinham uma única notícia "A Morte trágica da Miss American Girl, do Capitão América e do Sequestrador Terrorista".

Lola leu um pouco chocada um pedaço de um jornal.

– "a América e todo o mundo sofre e lamenta a imensa perda, nossos dois maiores ícones nacionais, nosso casal patriota foi brutalmente assassinado pelo terrorista que sequestrou a Senhorita Stark e que, segundo fontes seguras, também havia causado o envenenamento misterioso em massa na Casa Branca mês passado. O que deixa claro que o incidente também havia sido motivado pela tentativa de eliminar dois de nossos heróis. Felizmente, durante o processo de assassinato, o próprio Experimento XY-32 acabou morrendo em um incêndio acidental. Entretanto, um fator não compensa outro. Temos um vilão, inimigo do bem, morto, mas perdemos dois heróis insubstituíveis." - A morena não quis comentar sobre ela estar sendo colocada como uma pessoa patriota, ou como heroína. Lola nunca achou que tinha salvado alguém na vida, apesar de estar enganada.

A Stark pegou uma das revistas e folheou até encontrar a reportagem da capa, tinha duas fotografias colocadas lado a lado na intenção de fazer uma
comparação. O cenário era o mesmo nas duas fotos, o cemitério de Washington, e a única pessoa que estava em ambas era Anthony Stark. Na primeira ele era um garotinho de terno negro sendo amparado e amparando os pais ao entrar na Cripta da família. Na segunda era ele atualmente também de terno negro com óculos escuros entrando amparado por Pepper e ao seu lado estavam os vingadores remanescentes. Todos terrivelmente abalados.

Local leu um trecho da revista em voz alta.

– "... na segunda vez que damos adeus a Dolores Stark, tudo parece mais intenso, tudo parece mais doloroso. Nossa amada mártir teve mais alguns meses conosco e foi capaz de conquistar a afeição de uma nação inteira com sua história de vida sofredora, com seus traumas, com sua rebeldia e inteligência. Essa Stark morreu pela 'segunda vez' deixando para
trás uma família muito maior do que a que tinha da primeira vez. Os Vingadores te amam, o mundo te ama. Encerro esse artigo desejando que onde quer que sua alma esteja, você e o Capitão estejam juntos e felizes, saiba que nunca esqueceremos vocês. Nunca esqueceremos de amar nosso país e ao mesmo tempo odiar a tirania daqueles que usam o poder para magoar os inocentes. Nunca apagaremos da memória aquele que amou e abraçou sua bandeira e nem da garotinha que superava tragédias..." - Lola tentou engolir o choro, havia prometido que seria 100% controle agora há pouco. Mas teve que secar um par de lágrimas sorrateiras.

– O mundo está de luto, e é assim que ele deve permanecer. A Eukharya precisa pensar que seu plano foi bem sucedido até conseguirmos destruí-la e até você recuperar o Steve. A Área 51 é o lugar mais isolado do mundo, nenhuma informação daqui ou do mundo lá fora chega sem ser filtrada. A intenção é de que as situações políticas e sociais do mundo exterior não interfiram aqui dentro. Dois países podem ser parceiros de trabalho aqui e ao mesmo tempo estarem em guerra lá fora, seus agentes não ficam sabendo de nada para que o avanço tecnológico não seja atrasado. - Sharon começou a explicar o grau de isolamento em que se encontravam, mas Lola interrompeu.

– Quer dizer que o Tony pensa mesmo que estou morta? -.

– Claro que sim. Caso contrário, ele ia arranjar um jeito de causar cena lá fora até estar com você. As únicas pessoas que sabem que você e o Capitão estão vivos são o Diretor Fury, Maria Hill, e eu. Quanto menos, melhor. Sugiro que quando entrar em contato com outros agentes ou experimentos pelos corredores, você se apresente como Experimento XX-23. As pessoas aqui não devem compartilhar informações pessoais, são "regras da casa". Impessoalidade. - A loira explicava.

Lola balançava a cabeça compreendendo.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Me deixem saber com um comentário antes de seguirem para ler a OneShot, que tal? Estou curiosa. *Dessa vez não há trailer intencionalmente, da outra foi por esquecimento mesmo*
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LINK DA ONESHOT: https://fanfiction.com.br/historia/637550/Prisioner_Prince/
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Beijos