My Broken Hero escrita por july_hta66, JulieAlbano, Haverica


Capítulo 13
Chapter XII - Literally Broken Hero


Notas iniciais do capítulo

HELLO! COMO VÃO, PESSOAL?
Espero que gostem
.
* O capítulo contém link de música camuflada



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        Lola foi empurrada contra algo pontudo, ela não conseguia saber o que era. Estava muito escuro, mal conseguia ver seu agressor, já há metros da porta, a única iluminação que adentrava o local.

            Perdia feio, cada golpe a atingia em cheio. Ela não conseguia se defender, logo, não era capaz de revidar. E se ela não conseguia atacar, não conseguiria ganhar e se proteger. Não estava apta a se proteger. Nunca venceria.

            Seu estômago doendo, seu olho direito pinicando, sua boca estava cortada, entretanto, sua visão começara a se habituar com a falta de luminosidade do local, e ao ser lançada mais uma vez ao chão, quando Bucky fez menção de chutá-la outra vez, a garota agarrou sua perna antes que o impacto da bota fosse novamente contra seu estômago. Lola tentava aplicar golpes marciais que aprendeu com Romanoff, mas nada funcionava.

            O que houve com ela? Tinha sido uma aprendiza brilhante dentro dos treinos e testes, mas agora, lutando por sua vida, ela parecia um zero a esquerda. Incapaz de salvá-la de um único homem. Era humilhante a forma como ele a destruía e a mantinha no chão.

            Barnes, mesmo com uma perna presa, deu um salto no ar, e com a perna livre chutou a mandíbula de Lola. A garota cuspiu sangue e não foi capaz de controlar seus atos involuntários. Soltou-o.

— Você não é páreo para mim, Starrrk. – Bucky avançou sobre a mulher no chão. Agarrou-a pelo pescoço com sua mão metálica e a ergueu do chão.

            Recuperando um pouco de consciência e tentando pensar numa estratégia, ou melhor, aproveitar o que pensou se tratar de um erro na estratégia dele, ela tentou socá-lo nos limites do abdome, mas não alcançou.

            O Soldado Invernal esticou o braço que a segurava no ar tirando os pés dela do chão. Lola balançou-os tentando alcançar terreno inutilmente. Tentou bater no braço robótico, o que só gerou dor nas mãos humanas dela.

            Sufocando, com a mão inumana lacrando a entrada de ar em seu corpo, ela só pode fazer o que qualquer humano à beira do estrangulamento faria. Tentou usar os próprios dedos para abrir espaço e quem sabe por milagre conseguir respirar. Não era de suspeitar que foi uma tentativa em vão. Sem oxigênio, saturada de gás carbônico, os olhos dela pareciam querer pular da órbita.

            Com uma de suas mãos, voltou a bater no braço prateado, sem força alguma, apenas na tentativa inútil de por mágica ele a deixasse respirar. Ninguém aparecia para salvá-la. Ela estava por conta própria, sendo atacada em plenos domínios do lugar que supostamente deveria ser o mais seguro do mundo.

            Lola não conseguia enxergar o rosto dele direito, mas por meio de uma penumbra conseguia vislumbrar os traços faciais daquele que provocou o acidente de seus pais. Aquele que matou Howard e Maria. Aquele que a estava matando.

            Não demorou muito e tudo se tornou muito mais escuro, muito mais silencioso, e quieto, sem movimento algum; porque Lola havia perdido a consciência.

...

            Quando seus olhos abriram novamente tudo estava claro, dolorosamente branco e iluminado. Havia morrido?

Seria o Paraíso?

Definitivamente não. Se fosse mesmo o Paraíso, Dolores não estaria sentindo o interior de sua boca arder como o inferno, e muito menos suas costelas, e seus braços, e sua perna, e sua cara inteira, e principalmente sua garganta. Tudo doía como se tivesse sido atropelada por um tiranossauro.

            Lola bateu as pálpebras e olhou um pouco para o ambiente, não fez movimentos muito bruscos, seu pescoço estava latejando que é uma beleza. Compreendeu que estava na enfermaria, a mesma que havia sido levada quando deu a louca e tinha esmurrado a parede transparente que protegia o mundo de Steve e vice-versa.

            A segurança do lugar devia ter funcionado. Alguém apareceu. Alguém a salvou do psicopata do Bucky Barnes. Assassino desgraçado de uma figa. Lola estapearia Rogers por ter sido um dia melhor amigo daquela coisa, embora, ela achasse que não era ninguém para julgar, afinal havia sido amiga do Experimento XY-32.

            Coincidência do destino. Ambos haviam tido melhores amigos que haviam feito coisas horríveis, todavia, não se podia comparar Bucky com Samuel. Lola teve um estalo de consciência.

            Por mais horrível que tenha sido o que Ford causou a ela e a Steve, nem de longe se comparava ao mal que o Soldado Invernal causou a ela e a milhares de outras pessoas. Samuel nunca matou alguém. É verdade que ele quase fez isso a Lola e a Rogers, mas ele não completou a ação de fato, e era evidente o quanto estava arrependido e fazia de tudo para tentar cometer seu erro mesmo sabendo que ela nunca o perdoaria com todas as letras; como ela disse. Samuel não podia ser tão monstruoso quanto Bucky.

            Lola apertou os olhos fechando-os ao tentar afastar tais pensamentos, era só o que faltava... Ela não tinha que começar a justificar Samuel e muito menos perdoá-lo. O erro dele não tinha perdão. Não é mesmo?! Ou tinha? Não! Não tinha!

            A Stark, ainda deitada, varreu a enfermaria com os olhos apenas por instinto, e quando focou as vistas no seu lado direito da maca descobriu a figura sombria quase espectral sentada numa cadeira colada a parede.

— AAHH! – Ele gritou, ou melhor, tentou, sua voz estava rouca e grave devido ao inchaço em suas cordas vocais.

            Bucky estava lá encarando a garota mais uma vez.

— SOCORRO! ALGUÉM! – Ela se esforçava para gritar, porém, seu tom soava como um apito baixo e quebrado.

— Acalme-se! – Bucky se ergueu da cadeira e começou a andar na direção da cama.

— ALGUÉM! AJUDA! SOCORRO! – Lola tentou se erguer da cama toda dolorida, infelizmente descobriu estar incapacitada, pois sua perna esquerda estava engessada. Ela havia quebrado.

            Barnes percebeu que quanto mais se aproximava, mais histérica a garota ficava. Ele então ergueu suas mãos no ar como um símbolo de rendição e deu uns passos para trás mantendo a distância.

 - Eu não estou aqui para te fazer mal algum, eu juro! – Ele insistiu tentando acalmá-la.

— SOCORRO! – Aquilo não colou para a garota incapaz de fugir. – ME AJUDEM! -.

— Porra, Stark. Falo sério! Se eu quisesse te matar não teria esperado você acordar para fazer isso! – Bucky deu um passo para frente novamente e rosnou irritado com o pânico da garota. Tudo bem que ele tinha exagerado lá naquela sala, mas ela não precisava dar showzinho. Bastava usar o cérebro e perceber a lógica no que ele dizia.

— SOCOR... – Lola parou um segundo para pensar e viu que não tinha sentido mesmo. - O que você quer de mim? – Ela o olhava com ódio.

— O que eu quero? – Bucky passou os dedos pelos próprios cabelos castanhos e bufou um riso. – Quero ajudar Steve, quero eliminar a fraqueza dele. -.

            Lola se contraiu na cama assustada, quase querendo afundar nos travesseiros em suas costas.

— Me eliminar. -.

— NÃO! – Ele exclamou. – Você não entendeu nada. -.

— Oh, eu entendi! Eu entendi tudo e muito bem! Você tem uma paixão reprimida por Steve e quer acabar com a concorrência! Você pode ser muito mais forte do que eu, posso não ter chance, mas eu vou morrer lutando. – De súbito Lola teve uma sobrecarga de adrenalina e ainda lá, sentada, pegou o suporte metálico do soro que estava nela e se armou com ele como se este fosse sua espada.

— Não é nada disso! Eu gosto de garotas, gosto MUITO de garotas! Quer largar isso, você vai acabar se machucando! – Bucky pegou o “espeto” das mãos da garota e colocou-o de novo em pé ao lado da maca.

— EU vou acabar ME MACHUCANDO? Você só pode usar umas drogas muito pesadas! Ou ser um psicopata com um péssimo humor! ME MACHUCANDO? ME MACHUCANDO? Não aja como se ligasse! Olha o que VOCÊ fez COMIGO! – Ela se irritou mais ainda e deixou o medo que estava sentindo dele de lado em nome da fúria misturada a adrenalina.

Ela o odiava, o odiava muito. Era oficial. Perto do que ela sentia por Bucky, o que Lola sentia por Samuel poderia até ser confundido com amor.

— SIM! EU MACHUQUEI! E EU VOU MACHUCAR DE NOVO! – Ele sinceramente não tinha paciência para aquela garota. Acabou explodindo.

            Lola voltou a ter noção do perigo, arregalou os olhos. Barnes inspirou fundo.

— Me deixe explicar sem surtar como uma patrícia, ok? – Ele tentava acalmar os próprios nervos.

— O QUE? – A Stark deixou a raiva dominá-la de novo. – Patricinha, é a sua m... – Lola estava se erguendo para pegar o suporte de soro de novo para se armar, ela não ia escutar insultos, não do homem que matou os pais dela.

— ME ESCUTA, CARALHO! - Bucky puxou o apoio que ela estava querendo usar como espada antes que ela o tocasse.

            Lola se sentiu assustar novamente. Era uma montanha russa de emoções. Ódio, medo, raiva, desprezo, ódio de novo, medo mais uma vez.

            Barnes resolveu soltar tudo antes que ela o interrompesse, porque se ela o fizesse novamente, ele não conseguiria responder por si.

— Você vai se recuperar e eu vou te machucar de novo, daí você vai se recuperar outra vez e volto a te atacar. Eu vou fazer isso de novo e de novo e de novo até você ser capaz de se defender, Dolores. – Bucky começava a explicar. – Meu melhor amigo está preso a uma cama sem a superforça que ele mereceu conquistar, sem sequer ter a certeza de que poderá viver normalmente longe de aparelhos algum dia, e... Ele é incapaz de treinar você como se deve, do jeito que a S.H.I.E.L.D. precisa que você seja treinada... Steve foi incapaz de machucar você, mas eu não sou ele. Eu vou te fazer sangrar, vou quebrar seus ossos, vou fazer você chorar de dor, eu vou te quebrar repetidas vezes... Você vai chegar à beira da morte muitas vezes. E nesse meio termo, ainda estará trabalhando na cura dele, e tenho certeza que vai encontrar, porque vi com meus próprios olhos o avança que conseguiu em poucas semanas. E é por ele que devemos fazer isso. É por ele que eu VOU fazer isso, porque no dia que ele estiver de pé novamente, no dia que o Capitão América voltar com tudo para salvar o mundo, ele não correrá riscos de novo, porque ele não terá mais fraqueza nenhuma. Não terá, pois a eliminarei. Tornarei a fraqueza dele uma fortidão. – Bucky ofegava quando terminou seu discurso.

            Lola o tinha escutado sem nem piscar. Ela não sabia o que sentir, estava mais do que confusa. Não sabia como reagir ou o que deveria falar, mas de repente uma coisa que Barnes disse ecoou em sua mente. 

“do jeito que a S.H.I.E.L.D. precisa que você seja treinada...”.

— Nicholas Fury tem tudo a ver com isso, não é mesmo? – Ela sentiu uma pontada de raiva do padrinho, foi a primeira emoção que conseguiu organizar.

— Bom, sim. Não tudo, mas grande parte. E não conversou diretamente com ele, a Agente 13. Ela foi a intermediária. Ele quer que você aprenda tanto as táticas da corporação, quanto as da KGB, e da Hydra. Quer que você tenha o melhor treinamento, que esteja preparada para tudo, mas... De início eu me neguei, não queria ajudar. Eles não me convenceram a “entrar” para a equipe. Mas você me convenceu, você e Steve ontem. Na cena que assisti. – Barnes encarou o vazio. – Eu não queria chegar perto, eu não queria conhecer você.

— Não queria ME conhecer? – Lola teve um nó sendo formado na mente.

— Err... Eu falei sério quando eu disse que sinto muito pelo quê eu fiz, eu... Sou assombrado pelas minhas vítimas, você não sabe o quanto. Ninguém nunca saberá, e bem... Não me sinto confortável olhando para você, o mal que já fiz a sua família. Eu não consigo... – Bucky se virou de costas para ela sendo pego por uma onda sentimental que ele estava tentando evitar.

            Lola ficou sem fala e sem reação mais uma vez.

— De certa forma, treinar você... – Barnes se virou mais uma vez, já tendo espantado seu sentimentalismo. – Sei que não conserta nada, mas pelo menos sinto como se fosse o mínimo que pudesse fazer para amenizar a dívida eterna que tenho. Me deixe transformá-la em uma agente invulnerável, Stark.  – Ele soltou o ar dos pulmões.

            Ela olhou para os próprios pés parecendo ponderar.

— Me transforme em “alguém” invulnerável. Eu não serei uma agente. Estou decidida, depois de tudo isso, quando Steve estiver melhor, eu não quero ter nada a ver com a S.H.I.E.L.D., a Área 51, a C.I.A., ou com a Associação de Duendes do Polo Norte! – Lola estava irada. Não com Bucky necessariamente, o que era estranho. E sim com Nick Fury, ela entendeu muito bem o recado indireto que ele estava mandando. Sabia muito bem qual era as intenções dele, e para ser sincera, pela primeira vez, estava querendo mandar o caolho ir pasta à la Tony Stark style.

            Ela não permitiria que o Pirata do Caribe manipulasse-a para conseguir porcaria nenhuma. Lola não cederia.

         E apesar de estar com uma perna quebrada, a cara toda inchada, um ombro deslocado, entre outras luxações à parte, o resto da semana da Stark acabou sendo muito mais animador do que tinha sido há muitos meses. Graças a novas aplicações de uma nova versão da Vita Rursus aperfeiçoada por Samuel, o Capitão logo deixou de precisar do auxílio de máquinas para conseguir respirar.

            Um mês depois, ele já estava conseguindo ficar consciente por mais tempo. Tradução: Lola poderia visitá-lo e conversar com ele. Aquilo sim era um pedaço do paraíso.


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Notas finais do capítulo

BOOOOOM, espero que tenha sido um bom capítulo e que me deixe saber o que achou.
O próximo se chama O Bebê Rogers, mas quero que seja tudo inédito.
Até mais!
Beijos



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