Eu acordei cedo naquela manhã, na verdade nem dormir, passei a noite toda acordada pensando no que eu havia feito, em como eu tinha sido grossa com o Raphael, eu precisava me desculpar, mas eu estava muito sem graça. Me levantei da minha came, me enrolei no cobertor. Eu precisava falar com ele, mas estava muito cedo ainda não eram nem 6:00 horas da manhã. Pensei por algum tempo, mais enfim criei coragem e fui. Mas me bateu um dó dele, de acordar ele aquela hora. Sai do meu quarto devagar para não fazer barulho. Em frente ao quarto dele eu paro, fico sem graça de bater, só que eu necessitava me desculpar.

Bato na porta com insistência, e pouco tempo depois escuto passo vindo em direção a porta, minha vontade era de sair correndo dali, mais me contive e esperei, até que ele abre a porta e me olha de cima a baixo. Eu deveria estar linda com aquela cara amassada, cheia de olheiras por não ter dormido e sem contar aquelas meias ridículas e aquela coberta me cobrindo toda.

– Oi. – Digo com um sorriso amarelo.

– Oi. – Fala ele.

– Tenho que falar com você!

– Essa hora da madrugada? – Ele diz consultando o relógio que havia em seu pulso.

– Sim. Posso entrar?

– Claro. Fique a vontade. – Ele sorri e abre caminho para mim poder passar e fecha a porta atrás de si. Começo a observar o quarto dele, era muito bagunçado, tá tudo bem que ele era homem, e homem era bagunceiro, desorganizado, mais o Rapha parecia ser todo arrumadinho, organizadinho. Bem as aparecias enganam.

– E então o que você quer? – Pergunta ele me tirando dos meus pensamentos.

– Pedir desculpas. – Falo rápido.

– Não precisa.- Fala ele indo em direção a sua cama e se deitando.

– Precisa sim, eu fui grossa com você.

– Eu te entendo, você não estava de bom humor, e eu fui mexer com você.

– Eu sei. Mais me desculpa.

– Tá bom. Se é desculpas que você quer ouvir, eu te desculpo.

Ufa! Ainda bem, ele tinha tirado um peso das minhas costas.

– Ontem te esperei o maior tempão para gente ir embora e você não apareceu. Ai eu fui embora.

– Sério? – Falo me assentado na casa dele, que sorri.

– Sim.

– Me desculpa de novo? Eu estava com vergonha.

– Tá tudo bem.

– Agora a ajudinha eu aceito.

Ele dá uma gargalhada e eu fico sem graça. Ele se assenta e puxa para um abraço e com queixo na minha cabeça diz:

– Tá de pé então.

***

Na mesma noite depois de chegarmos em casa e jantarmos com papai e Eva, o Rapha começou a me ajudar com as matérias da faculdade. Ele era ótimo, mantava muito bem nas matérias. Acho que ele era nerd, por isso era tão inteligente.

Ficamos estudando até tarde e por incrível que pareça eu aprendi, ele explicava muito bem, depois dos estudos ele disse carinhosamente:

– Vou te ajudar a passar de período, tá bem?

– Tá. Obrigada!

– Não precisa agradecer.

Dou um sorriso desta vez ingênuo, e não sem graça como os outros.

– Agora só falta eu conseguir aprender a dirigir também. Já fui reprovada três vezes.

– Poxa. Eu passei de primeira.

Nossa quanta sorte ele tinha. Que me dera ter passado de primeira, não iria mais depender de ninguém para poder sair de casa.

– Se você quiser eu posso te ensinar a dirigir também.

– Sério? Claro que eu quero. – Falo toda entusiasmada, ele começa a rir. Um pouco sem graça continuo dizendo. – Porque você sempre rir de mim?

– Porque o seu jeitinho é fofo e engraçado.

Dou um sorriso bobo. Ele era muito fofo, um bom rapaz. Eu esperava um dia encontrar um cara tão bom quando o Rapha. Nós estávamos bem íntimos, eu gostava muito de conversar com ela. Tanto que naquela noite ficamos conversado até tarde e não vimos a hora passar. Fomos dormir já era mais de duas horas da madrugada, papo proveitoso aquele.