POV Ana

A campainha tocava sem parar, me enrolei no lençol e fui atender. Ainda era bem cedo. Quem seria aquela hora? Eu tinha acabado de acordar depois da noite incrível de sexo selvagem que tive com o Chris. Abri a porta e dei de cara com a vaga da Eva. O que ela queria desta vez?

— Sua infeliz, mentirosa, duas caras, víbora! Você me enganou! – Eva começa a gritar comigo, e me empurra entrando na minha casa.

— Quem você pensa que é? Para ir entrando assim e falado deste jeito comigo? – Digo, segurando o lençol.

— O que está rolando gata? – Diz Chris chegando na sala somente de cueca.

— Se vista garoto! – Diz Eva o olhando de cima a baixo, e em seguida tampa os olhos com as mãos.

Cris sai da sala. Eva me olhava com muito ódio, as vezes até me arrepiava. Mais não ligava porque ela não era mais perigosa que eu, nem nunca seria.

— O que você veio fazer aqui? – Digo.

— Vim lhe dar isso! – Ela diz, e em seguida me dá um tapa forte no rosto.

Aquela mulher era maluca ou o que? Quem era ela para me xingar e ainda por cima me dar um tapa no rosto? Me virei para ela com o rosto ardendo e lhe dei um soco no meio do rosto, ela caiu no chão na mesma hora, perdeu os sentidos.

— Christian! – Grito.

Chris chega na sala bem rápido, e olha para Eva caída no chão e em seguida olha pra mim. Ele balança a cabeça e diz:

— O que você fez com ela?

— Só dei um soco nela, e ela caiu. Me ajuda a levar ela até o carro dela! – Digo.

Ele me olha e balança a cabeça em sinal negativo. Se aproxima de Eva e a coloca no sofá. Vou até meu quarto e me troco rapidamente, volto para sala e Chris pega ela no colo e saímos de casa.

Chegamos a garagem e de longe vi o carrão último tipo da coroa. Peguei a chave do carro e o abri. Chris a colocou no assento do motorista. Abri a bolsa de novo, coloquei as chaves dela e peguei a carteira de dinheiro dela, que estava recheada de notas peguei todas e enfiei no bolço da minha calça. Voltei a colocar a carteira na bolsa dela, e joguei a bolça no acento do carona. Bati a porta, e voltei pra casa!

***

POV Raphael

Minha mãe entrou em casa abalada com um óculos escuros, o cabelo um tanto bagunçado e o nariz inchado. Quando ela me viu abaixou rapidamente o rosto, me aproximei dela e levantei o rosto dela.

— O que aconteceu mãe? – Digo preocupado.

— Nada filho... – Diz ela.

— Não mente pra mim! – Digo.

— Filho eu...

Ela se joga em cima de mim e começa a chorar copiosamente. A abraço forte, eu estava com muita dó da minha mãe. O que teria acontecido? Quem teria feito aquela brutalidade com uma senhora como a minha mãe?

— Mãe me fala o que aconteceu! – Torno a dizer.

Minha mãe levanta a cabeça e olha profundamente nos meus olhos, enquanto deixava algumas lágrimas rolarem.

— Eu juro para você, que assim como você e a Fernanda eu também fui enganada! – Diz minha mãe.

— Enganada? – Pergunto sem entender.

— Sim filho! A Ana me enganou... – Ela volta a chorar.

Sentei minha mãe no sofá e fiquei de frente pra ela. Eva começou a dizer que ela havia planejado com a Ana para que ela a ajudasse para que eu e Fernanda rompêssemos. Com isso a Ana tinha armado tudo aquilo do DNA e fez com ela minha mãe acreditasse que era verdade. Ela me olha com os olhos cheios de lágrimas e continua dizendo:

— Eu acreditei nela. Mais me arrependi! Fui procurar ela hoje á tarde, e ela me recebeu com um soco...

Antes que minha mãe terminasse de dizer a deixei onde estava e sai de casa com muita raiva. Quem aquela Ana pensava que era? Ela podia fazer o que quisesse comigo, mais com minha mãe nem pensar! Entrei em meu carro e bati a porta com força. Ana iria ver com quem ela estava lidando, se ela se achava perigosa veria quem realmente era perigoso naquela história.  

Corria pelo trânsito igual um desesperado. Ultrapassando todos os carros que estavam na minha frente! Eu tinha um destino, mais ao mesmo tempo estava sem rumo não tinha noção do que estava fazendo e para onde eu estava indo. Eu estava completamente desnorteado!

Sempre quando me aconselharam a não ficar com a Ana e ter muito cuidado com ela eu dizia ser bobagem deles, que a Ana era a mulher da minha vida. Ela era carinhosa e amorosa! No começo porque logo depois foi mostrando suas garrinhas, mostrando quem ela realmente era. E eu um cego não conseguir ver o que ela realmente tinha sido desde o começo.

Meu celular começou a tocar, eu olhei para tela e vi que era a Fe. Ignorei! Precisava me concentrar no transito, que era algo que estava sendo difícil no momento com todos aqueles pensamento indo e vindo, tumultuando cada vez mais minha mente.

Eu tentava me concentrar e cada vez mais o meu celular tocava e tocava. Comecei a me preocupar! E se tivesse acontecido alguma coisa com ela, ou talvez quem sabe com o bebê?

— Alô! – Digo.

— Raphael...

Aquela foi a única palavra que consegui escutar. Porque depois o barulho que se fez ouvir foi péssimo! Eu não tinha noção de nada estava meio zonzo, meus olhos doíam e eu via tudo embaçado. Até que eu fechei meus olhos e não vi mais nada!