POV Fernanda
Eu ainda não conseguia acreditar que o Raphael tinha me chamado de Ana, e o pior de tudo de Puta. Pra mim nossa relacionamento já tinha dado o que tinha que dar, na verdade nem sei porque tinha deixado me envolver por ele.
Fazia dois dias que não via ele ou melhor dois dias que não via ninguém, estava trancada em meu quarto desde o dia que tinha rolado tudo aquilo. Eu só conseguia ficar deitada em minha cama não tinha forças pra ir ao banheiro. Eu estava sentindo uma raiva absurda, tinha raiva de mim mesma. De como eu tinha sido idiota ao me apaixonar pelo Raphael, de ter feito tudo que fiz para ficar com ele.
Alguém começa a bater com insistência na porta de meu quarto. E eu não estava nem um pouco afim de abrir a porta, não queria ver ninguém. Mais cansado de ouvir aquelas batidas com insistência me leventei e abri a porta. Dei de cara com Raphael. O que ele estava querendo comigo? Eu não queria ver ele nem pintado de ouro e cravejado de diamantes.
– O que você quer? - Digo secamente.
– Precisamos conversar! - Ele diz e entra apressado em meu quarto.
– Não quero falar com você! - Digo.
– Mais eu quero! - Ele diz e segura firme em meus braços.
Começamos a discutir feio. Ele estava sendo extremamente grosseiro e eu não ficava muito atrás. A discussão estava tão absurda que começamos a gritar um com o outro uma verdadeira baixaria. Parecíamos duas crianças brigando por causa de um brinquedo. Ridícula nossa atitude.
– Crianças parem com isso! - Diz Verinha. - Senhor Augusto e Dona Eva estão na sala e querem falar com vocês!
A discussão sessa e vamos em silêncio para sala de cabeças baixas e sem falar uma palavra um com o outro. Entramos na sala e depois de comprimentar papai e Eva, meu pai começa a dizer:
– Como vai o namoro de você?
– Ótimo! - Diz Raphael.
– Péssimo. - Digo junto dele.
Eva arregala os olhos e diz:
– Será bom que esteja péssimo mesmo, pois vocês não podem continuar mais juntos. Na verdade nunca poderiam ter ficado juntos!
– Como assim mãe? - Diz Raphael.
Eva fica um pouco confusa e deixa algumas lágrimas rolarem de seus olhos e então meu pai começa a falar:
– O Raphael é meu filho Fernanda, ele é seu irmão!
Naquele momento meu ar me faltou. Meu chão se abriu, e eu quase cai se Raphael não tivesse me segurado. Aquilo não podia ser verdade, era só uma brincadeira de mal gosto que meu pai estava fazendo, e olha que hoje nem era o dia da mentira.
– Isso é mentira né mãe? - Diz Raphael. - Só pode! Vocês não seriam capazes de nos esconder isso por tanto tempo. Como vocês puderam deixar com que eu e a Fernanda nos envolvessemos tanto!
– Me desculpa filho! É que eu nunca pensei que vocês iriam ter alguma coisa mais séria! - Diz Eva chorosa.
– E então porque quando começamos a ter vocês já não nos falaram? - Continua Raphael.
– Eu tentei! Mais vocês não me escutaram! - Diz Eva.
Eu não conseguia falar e nem ter expressão nenhuma. O mundo todo tinha caído sobre minha cabeça. Como assim, o cara que amava como homem era meu irmão, sangue do meu segue. Eu não podia acreditar. Comecei a andar de vagar pro meu quarto eu precisava pensar. Entrei em meu quarto e me joguei em minha cama e comecei a chorar. Era a única coisa que conseguia fazer.
***
POV Raphael
Parecia que todo o teto tinha caído sobre a minha cabeça quando Augusto disse que eu era filho dele. Eu só queria que ela me dissesse que era apenas uma mentira, eu tinha aprendindo a amar a Fernanda como mulher e não como irmã. Como entender e aceitar tudo isso? Era demais pra mim.
Não sabia como eles tinham sido capazes de nos esconder tudo aquilo, e nos deixar ficar tão íntimos um do outro, a ponto até mesmo de transarmos. Eu não sabia o que fazer ou o que pensar. Não conseguia entender. Queria muito falar com Fernanda mais ela estava muito abalada para conversarmos naquele momento. Fiquei em meu quarto olhando para céu com os olhos cheios de lágrimas aquilo não podia está acontecendo.