Online Dating escrita por Sunny Deep, Ally


Capítulo 19
Capítulo 19 // say my name


Notas iniciais do capítulo

Oie gente! Aqui é a Ally e antes de começar a falar eu e a Sunny SENTIMOS MUITO POR DEMORAR TANTO para postar esse capítulo, nestes últimos meses aconteceram tantas coisas incríveis - e coisas nem tão legais assim como escola - nas nossas vidas, o que acabou nos afastando um pouco de OD mas agora com o final do primeiro ano do Ensino Médio (e.e Segundo Ano /) e o começo das férias a gente tem tempo para completamente se dedicar a OD!
E como vocês mesmas já devem ter percebido, a cada capítulo que passa estamos cada vez mais próximas do final da fanfic... É incrível perceber que depois de um ano postando essa fanfic ( ela foi lançada em 29/05/2015 não nos mate agshagasu) nós tivermos a oportunidade de conhecer pessoas incríveis como vocês, os reviews, as recomendações, o carinho, as histórias, as piadas... coisas que jamais seremos capazes de agradecer o suficiente e muito mais do que isso, de ser gratas pois sem vocês Online Dating não seria nem 1/10 de tudo isso ♥
Bem, agora... depois de uma semana de muito açaí e eu e Sunny trabalhando juntas no Drive, capítulo 19!



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capítulo 19

say my name

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A cabeça de Rose doía, seus dedos estalavam de cansaço e seus olhos encaravam a tela do notebook. Tentava terminar de escrever mais um — entre os diversos — trabalhos de encerramento de trimestre que lentamente levavam a garota a loucura, mas apesar das datas de entrega cada vez mais próximas, os altos gastos em energéticos e o fim de ano, Rose não conseguia ignorar o pequeno aparelho eletrônico jogado no outro canto do sofá.

Rose esperava uma mensagem dele.

Não que estivesse desesperada pelo o garoto loiro ou pelo o beijo que tiveram em frente a Burgers and Butter, mas, mesmo assim, apesar de todas as tentativas, Rose Weasley não conseguia parar de relembrar a memória daquele dia.

Era errado, confuso e totalmente irresistível.

Os braços de Scorpius em volta de seu corpo, a sensação de seus lábios e toda a energia elétrica que tomou conta de sua pele naquele instante. Ou nos instantes em que tudo aquilo era revivido por suas células cerebrais de forma irresponsável, levando em conta que ela tinha muito mais com o que se preocupar.

“Acho que é melhor eu deixar você trabalhar, antes que Florence venha reclamar de atentado ao pudor” ele murmurou baixinho, como se contasse um segredo. Ambos sorriram. Seus rostos permaneciam próximos um do outro, hipnotizados pela completa carga de adrenalina que havia acabado de ser liberada. Ela não conseguia tirar os olhos dele, porém — apesar da vontade de ficar abraçada nele pelo resto de sua existência — ela concordou, deu dois passos para trás e abriu mais um sorriso tímido. “‘Acho melhor eu entrar… ahm, a gente se fala depois?”

A garota havia dito aquilo. Havia aberto a oportunidade pro lance — ou qualquer coisa que eles tivessem — continuasse acontecendo. E ali estava ela, quase morrendo ao lado do celular.

Rose suspirou, concentrando-se novamente no trabalho da faculdade.Tentando, ao menos, agir racionalmente em algum momento de sua vida. Faculdade, Rose, faculdade, nada de mutantes, nada de beijos e distrações— murmurava, como um mantra. E, como se ele não estivesse surgindo efeito algum, seu celular vibrou.

E ela não poderia ter aberto um sorriso maior, mais ansioso ou mais encantador.

número desconhecido

“Rose?

ahshahusha oi, é o Scorps

Albus acabou me passando seu número e eu acabei saindo mais cedo da aula

então...

eu tava pensando se você não queria sair e sei lá

comer alguma coisa? :)”

Puta merda.

Puta merda definiria tudo naquele exato momento. Puta merda definia a vida de Rose do início ao fim, de fato, mas aquela situação em si tinha um motivo especial para ter aquele lema.

Tentou controlar o máximo que pode a vontade de mandar uma quantidade quase infinita de mensagens ao ver o nome de Scorpius.

Sem surtos, Rose, sem surtos.

Ajeitou o óculos e respirou fundo. Ela conseguia lidar com isso.

Oieeee

hahaha albus é louco

mas hoje não dá

mesmo...

tô terminando um texto pro seminário do curso que vai rolar essa semana

uma tremenda merda

:/

Ahhhh rose,

a gente podia ir naquela pizzaria que o albus tanto fala

eles têm pizza de batata frita

é inacreditável

Hahaha pizza de batata frita é maravilhoso

mas mesmo assim, eu não posso hoje

:(((

e, além do mais, minha série favorita começa daqui vinte minutos

desculpa, é sagrado

não posso perder

HAHAHAHA eu sabia

tinha que ter um motivo maior

então nada hoje?

Se havia qualquer esperança de salvação para Rose antes dele a chamar, ela duvidava que existisse depois daquilo. Roeu a unha, impaciente. Essa era a pior conversa da sua existência! E, no fundo, ela sabia que não poderia terminar assim.

Ela sentia uma súbita necessidade de que o dia não terminasse sem que ela pudesse, ao menos, vê-lo por alguns minutos.

Você tá livre hoje né?

Tudo bem,

acho que tá na hora de você conhecer

a melhor série de barracos que já foi produzida

é um privilégio sem igual

aceita?

Ai no seu apartamento?

Okk mas eu vou levar a comida, só avisando

okk hahahah

melhor ainda

Te vejo em 15 min

bjos

bjss

Quando Rose terminou de escrever a última mensagem, uma estranha sensação de nervosismo e até mesmo arrependimento havia invadido seu corpo. Ela havia acabado de convidar Scorpius para ir no seu apartamento, só os dois, sozinhos. Isso definitivamente não deveria deixá-la tão ansiosa. Ela não tinha mais quinze anos.

Scorpius, porém, a fazia sentir coisas que nem mesmo os melhores cientistas poderiam explicar.

Não demorou muito para que o garoto batesse em sua porta. A sacola de comida chinesa na mão e um sorriso de desmontar corações  no rosto. O cheiro dos bolinhos primavera tomou conta do apartamento, e, mesmo assim, ela identificou o perfume amadeirado dele. Aquilo era, com certeza, um sinal evidente de que aqueles últimos acontecimentos haviam lhe destituído de qualquer racionalidade. Completamente.

— Eu acho que nunca entrei no seu apartamento. — Scorpius disse, olhando aos arredores. Observando os livros empilhados em um canto, a quantidade de xícaras vazias em cima da mesa e como o papel de parede era tão Rose.

— Tá uma bagunça total, como sempre. — riu, trancando a porta. — Sinta-se em casa.

Ele riu com a frase.

— Tranquilo, parece com você… — colocou a sacola cheia de comida em cima do balcão da cozinha, sentando em cima dele logo em seguida. Rose se deu conta, naquele instante, de  como Scorpius simplesmente conquistava as coisas ao seu redor. Invadia, tomava conta. E surpreendeu-se ao perceber que, com ele, aquilo não era ruim ou incômodo. Era como se todas aquelas coisas tivessem existido predestinadas à ele.

— A gente já pode ir lá na sala, ahm… — abriu a geladeira, mordendo o interior da bochecha e analisando o conteúdo. — Olha, tem refrigerante, cerveja…

— Você toma suco detox? — ele riu, curioso, depois de se inclinar um pouco e ver duas garrafinhas cheias de líquido verde.

— Não, definitivamente não. A coisas legais dessa geladeira são minhas, as diets são da minha prima.

— Ahhh, tá. — saiu de cima da bancada em um pulo, com um ar bem humorado. — Pode ser cerveja, mesmo.

Rose tirou a bebida do fundo da geladeira, sem ter certeza da origem dela. Normalmente quando bebia, ela não estava em casa, então era provável que pertencesse a algum dos amigos de Domi. E que Dominique a perdoasse, mas ela compraria outras para a prima depois.

Rose colocou a bebida em cima da mesa e fez esforço para abri-la, e então suspirou.

— Scorpius, abre a primeira gaveta ali e me alcança… — ele seguiu sua instrução e balançou o abridor no ar, a fazendo rir.— Isso, isso mesmo.

Ele se aproximou e passou um braço ao redor de sua cintura, e ela pegou o abridor, concentrando-se em não parecer tão boba com a proximidade dos dois —nemtão corada.

Abriu as garrafas e girou o corpo, ainda extremamente próxima de Scorpius, ficando de frente com ele. O mutante era, com certeza, uns bons centímetros mais alto que ela, mas ela não conseguiria reparar nisso naquele momento. Não quando estavam tão próximos, não quando era necessário apenas se esticar um pouquinho e então ela poderia sentir a sensação de ter os lábios del…

— Ahm, cerveja — alcançou para ele, sentindo-se ridícula por ter acordado daquele transe. Pela abertura da série tê-la feito voltar à realidade. Pegou ele pela mão. — Vem, tá começando.  

Ele riu e a acompanhou, pegando a sacola em cima da mesa com a mão livre.

— É importante saber que entender a logística da família cigana é essencial, mas não o mais importante. — começou, jogando-se no sofá.

— O que é importante, então? — questionou, tirando os tênis e sentando-se desleixadamente ao seu lado.

— Você levou bem a sério o “sinta-se em casa, né?” — ele riu com a pergunta, e apoiou a cabeça no ombro dela. — É, já respondeu.

— Tá, mas o que é mais importante? — questionou virando o rosto em sua direção com uma curiosidade quase infantil. E ela o achou muito fofo naquele momento.

Os gritos começaram, vindos da televisão, e ela deu risada.

— Isso é o mais interessante! — apontou.

Quando ele encarou a tela e viu a briga, não se segurou e gargalhou.

….

— Espera, então aquela loira barraqueira é prima da morena, que tá pegando o cara dela? - questionou depois de mordiscar um pedaço de tempurá. — Ela não tá pegando ninguém, são boatos. Você prestou atenção ou não? — ralhou.

— Claro — assentiu fervorosamente, a fazendo rir.

Era estranho, Rose se sentia completamente confortável ao lado dele, como se nada mais existisse no mundo. Nenhuma pressão para que ela fosse legal demais, bonita demais ou inteligente demais. Nenhuma pressão por ela não se encaixar perfeitamente em nenhum arquétipo, nenhum modelo. Scorpius fazia com que Rose se sentisse Rose, algo que era claramente visível pelo os braços dele enlaçando os ombros da ruiva, os cabelos vermelhos jogados pelo o sofá e as pernas de ambos não se importando nem um pouco de ocupar o espaço privado do outro.

Ambos quase perderam noção do tempo até os créditos do programa e televisão ocuparem a tela e sons altos de comerciais preencherem o silêncio da sala. Scorpius olhou para os dois lados antes de encarar Rose que quase dormia em seu peito.

— Rô? — sussurrou, deslizando os dedos pelas mechas ruivas com delicadeza.  

Rose balançou a cabeça para os lados recobrando os sentidos, esfregou os olhos e se deparou com Scorpius sorrindo carinhosamente para ela. Por um leve instante de segundo se assustou, sem entender as coisas à sua volta, até as memórias voltarem novamente a fazendo abrir um sorriso pós-sono.

— Eu não dormi, juro.

Ele riu e aquiesceu.

— Eu percebi. Mas me diga, sou um bom travesseiro?

Sim, sem dúvidas.

Nossa, eu devo ter te deixado com cãimbra, desculpa.

Scorpius passou a mão pelo os cabelos ruivos dela.

— Não tem problema. Não se for você, Weasley.

Seu nome saiu de forma suave da boca dele, a fazendo inclinar a cabeça mais para perto. Scorpius também se aproximou lentamente dela e mordiscou seu lábio inferior, simplesmente para provocá-la. E então que se danasse racionalidade, nada importava até que não restasse mais nenhuma distância entre os dois.

O beijo não se assemelhava em nada com o primeiro. Intenso, energético e que não parecia dar oportunidade de fazê-la pensar em algo além de que precisava de mais. E, aparentemente, ela não era a única. Estava tão envolvida, que seu raciocínio demorou a processar quando as mãos de Scorpius provocaram cócegas em sua cintura.

Se afastou em um pulo, dando um gritinho. Quando percebeu a situação que ele mesmo provocara, não perdeu a chance, e continuou procurando lugares que a fizessem gargalhar ainda mais.

Rose ria, em desespero, e tentava afastar as mãos do garoto. Era inútil, claro.

— SEU DOIDO! — gritou a garota quando resvalou do sofá para o tapete, e tentou engatinhar para longe, mas sem conseguir escapar. Ele a puxou pela cintura e parou de fazer cócegas. Rose não se importou nem um pouco pelo tapete revirado. Estavam ali, abraçados, rindo como crianças. — Você é completamente maluco, sabia?

— Aham — murmurou, afastando uma mecha ruiva do nariz dela. — Você também é bem doidinha, só pra constar.

Abriu a boca, fingindo espanto e ultraje. Scorpius apertou os lábios e ela percebeu que ele tentava não rir.

— Isso é uma calúnia, sabia?

Scorpius abriu mais um sorriso, e Rose xingou-se mentalmente por ficar tão boba com aquele simples gesto. Ela mal o conhecia e, de uma hora para outra, lá estava ele, no meio de sua sala, brincando com o cabelo dela, abraçado a ela. E não era desconfortável, não era  estranho. Rose estava aproveitando cada segundo e era como… se fosse certo, como se tivesse que ser exatamente daquela forma.

— O que foi, ruiva? — ele perguntou ao ver os olhos dela o encarando como se tentasse guardar um segredo

E então ela sentiu, como uma pontada fina no subconsciente, a mesma coisa do outro dia, quando subia na moto do garoto. Algo que…

— Nada. — Rose respondeu rápido, forçando uma risada logo em seguida — Eu… eu só estava pensando em umas coisas…

— Coisas? Mas que tipo de coisas? — perguntou curioso, apoiando seu cotovelo em um dos cantos do sofá na melhor pose de O Pensador.

A estudante esquivou a cabeça para o lado, segurando o sorriso

— Ah, bem, só… é engraçado. Tudo isso. Quer dizer, olha pra gente! Deitados no meio da minha sala e, algumas semanas atrás, em como eu vivia tentando fugir de você, e depois a Burgers and Butter e, Deus… o abajur da casa do Albus… — Rose suspirou, rindo. — É estranho.

Scorpius ficou em silêncio, absorvendo cada palavra dela. Bem, de fato, era estranho. Havia se passado tão pouco tempo e as mudanças tornaram-se cada vez mais frequentes, mostrando a eles como não tinham controle sobre aquilo. Como nunca tiveram.

— Talvez essa seja a graça — disse, seus olhos vibrantes fixos no rosto dela. — E admito que você se provou uma pessoa bem interessante pra mim, desde o primeiro dia que você tentou me matar.

Ela semicerrou os olhos, dando um tapa no braço dele com o máximo de força que podia.

— Eu não tentei te matar!

Ele tentou se esquivar do próximo, rindo e murmurando protestos por causa das agressões.

— Tentou sim. Mas desde o momento que eu vi você no jantar da sua família, ou nas vezes em que vi você andando pelo os corredores da faculdade, quase dando saltos de alegria enquanto discutia sobre algum novo filme alternativo com alguém, ou na Burgers, na festa do Albus... Eu soube que gostava de você, Rose. Não demorou muito pra perceber.

Ela não disse nada, por um bom tempo. Ele pareceu ficar tenso ao silêncio que se seguiu, Rose percebeu, e de certa forma constrangido.

— Isso tudo soou um pouco estranho. — Scorpius se retratou ao dar-se conta do quão detalhista ele fora.

Ela negou, balançando a cabeça.

— Não, não foi não. Bom, só um pouco. — Rose aproximou-se dele, rindo baixinho. — Mas talvez você esteja certo. Talvez a gente…

Antes mesmo que a Weasley conseguisse finalizar sua fala, a garota quase pulou de susto — e para longe de Scorpius — com o baque da porta e o reflexo dourado do cabelo de Dominique passando pela a porta principal da sala. Recuperou o óculos que estava perdido no sofá e tentou se recompor.

Domi não parecia nem um pouco com ela mesma. Seu cabelo era um emaranhado de fios, as olheiras debaixo dos olhos ainda eram visíveis apesar da maquiagem e suas roupas pareciam ter sido escolhidas cegamente, mesmo que não parecesse uma combinação absurda. A quantidade gigantesca de livros sendo carregados em seus braços fez Scorpius até mesmo questionar como Domi ainda conseguia andar.

Dominique não estava nem um pouco animada.

Ela não estava nem um pouco animada em ver ele.

Ah. — foi a única coisa que Dominique foi capaz de dizer.

Não por causa da dor que sentia em suas costas, por puro sono ou qualquer outra razão envolvendo seu bem-estar biológico. Era por causa de Scorpius. Ela sabia dos jogos dele, o que ele estava fazendo com sua prima e onde aquilo iria terminar. Ela sabia quem ele era desde o momento em que viu as mensagens no celular dele durante a festa de Albus, e não gostava nenhum pouco daquilo.

— Domi! — Rose exclamou com uma falsa animação na voz ao esquivar-se do corpo de Scorpius, completamente sem jeito — Tá tudo bem? Você parece muito cansada, tu voltou tão tarde da aula hoje…

Dominique colocou a bolsa de ombro em uma das cadeiras, apoio os livros no balcão da cozinha e voltou a olhar para a prima. Sem esboçar qualquer reação dramática demais, como seria o normal.

— Sim, sim, eu só to com dor de cabeça, a gente teve aula de Clínica Cirúrgica hoje.

— Ainda não tive essa disciplina, mas a prática deve ser bem legal — Scorpius comentou, já de pé, com as mãos nos bolsos. — Pelo menos é o que dizem.

A loira não respondeu. Seus pensamentos pareciam estar a velocidade da luz a cada vez que ela percebia a presença do Malfoy. A sensação era do seu corpo tentando rejeitar o máximo possível dele, tentando se livrar aos poucos de sua existência no meio do seu apartamento.

A sala se encontrava em completo silêncio. Scorpius coçou a nuca e tirou o celular do bolso, olhando no visor o horário indicado.

21:13

Nossa, já são nove horas, eu acho que é melhor eu ir indo… tenho aula de genética amanhã cedo e eu não posso me atrasar, então… — meio sem jeito, Scorpius deu dois passos até Rose, e beijou a bochecha da ruiva, que nem ao menos se moveu. Guardou o celular e deu um rápido adeus - Até Rose, tchau Domonique.

— Até. — Rose disse, com delicadeza e desânimo, mesmo não sabendo a razão. Havia sentido, pelo menos, o algo entre Scorpius e Dominique, e um sentimento ruim alastrou-se pelo peito. Não podia ser que Domi...

— Domi… o que foi isso? Parecia que faltava você tirar uma armal da bolsa e fuzilar o Scorpius!

— Ah Rose, cala a boca ok?  Você não faz ideia de quem ele é! Você nem o conhece!

— Não é como se você nunca tivesse me obrigado a ficar com quem eu nunca tinha visto na minha vida! — Rose contrapôs. Sempre fora assim, desde o primeiro dia do ensino médio até quando Dominique começou seu quarto ano de medicina, a prima sempre fazia questão de se meter na vida dela, de decidir o melhor e o pior, o certo e o errado sem sequer perguntar como a prima se sentia.

— É completamente diferente, Rose. Eu sempre busquei o melhor pra você, e não alguém que visivelmente só quer te comer!

Rose sentiu a garganta fechar, mas resistiu ao impulso de deixar-se levar pelas palavras da prima. Como ela podia dizer aquilo?! Como ela podia atacá-la daquele jeito tão baixo?

— Como você é hipócrita, Dominique. — engoliu toda a vontade de chorar e manteve o máximo que pode uma postura impassível. — Você por acaso percebe o quão preconceituosa tá sendo? Porque quando ele era só o amigo do Albus tudo bem, né? Cara gato e meio riquinho, não foi isso que você falou?! Ah, mas quando é pra sua prima, pra sua amiga, começar a ter um negócio legal com ele aí ela não pode!

Dominique rolou os olhos, e aquele movimento fez surgir uma raiva resguardada na ruiva.

— Meu Deus, Rose… Pelo amor de Deus, olha quem fala! — abriu um sorriso de escárnio, claramente forçado, que sumiu logo em seguida. —  A santa, a pura Rosie que sempre faz questão de jogar a culpa em mim por tudo que acontece na própria vida, mas não se dá conta que você é a única responsável!

Bang. Ponto para Dominique.

Rose cruzou os braços, sem desviar o olhar da garota a frente. A garota que ela jurou que conhecia, mas que se tornava cada vez mais distante a cada dia. E ouvir uma verdade, um sinal de que aquela mesma garota a conhecia tão bem, e ao mesmo tempo era irreconhecível foi como um tapa.

A raiva a fez dizer a primeira coisa mais egoísta e imatura que podia.

— Sabe o que eu acho? Você não consegue me ver bem, não consegue porque EU ESTOU COM ELE, não VOCÊ! — apontou para ela. — E acho que você está com inveja, porque pela primeira vez a santa e pura Rose Weasley se deu melhor que Dominique-pega-geral!

Dominique respirou fundo, e então deu um passo para trás, como se tivesse acordado de um transe. Como se tivesse lembrado de algo e se dado conta do quão infantil a cena estava se tornando.

—  Tanto faz, Rose, tanto faz. Não é como se um garoto qualquer fosse fazer a diferença na minha vida, muito menos sendo o seu. Só depois não vem chorar e pedir consolo, porque eu cansei.

Domi falou, séria para a ruiva enquanto andava em direção seu quarto. Os passos firmes no chão, a batida da porta.

Nenhuma, nenhuma discussão que elas já tiveram em sua vida — isso inclui “qual barbie é mais bonita” da infância — havia chegado àquele ponto. Rose sempre ignorou os comentários de Dominique, fechando a cara ou ignorando tudo. Porque, em maioria, suas discussões eram bobas. Brigavam, mas não por aquilo. Não por um interesse amoroso. Nunca por interesse amoroso.

Rose nunca se levantou contra Dominique até aqueles últimos dias, não daquela forma, não daquele jeito

Rose estava certa, e querendo ou não, com ou sem medicina, Rose sempre foi a garota inteligente da família.

Rose suspirou fundo de cansaço, recuperando o máximo possível de ar no mesmo instante em que viu Dominique ir para seu quarto irritada. Ela também estava irritada e cansada, ela… ela mal se reconhecia mais.

Segurou as lágrimas que começavam a aparecer, afundou-se no sofá e se manteve quieta.

“Domi está errada, ela só estava irritada por causa do Scorpius, o que ela disse não é verdade”

Socou a almofada com força.

“Você conhece ele poxa, você sabe que ele é muito mais do que isso… você gosta dele de verdade Rose, hoje foi a prova disso... Você sabe disso, Rose.”


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Notas finais do capítulo

/ jhbhfsg o que falar desse capítulo, eu tenho que admitir que ele é com certeza um dos quais eu mais gostei de escrever mas como sempre, não esqueça de dizer o que tu achou do capítulo ou que vai acontecer nos próximos e.e

Beijos, Ally



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