Online Dating escrita por Sunny Deep, Ally


Capítulo 16
Capítulo 16 // jailhouse rock


Notas iniciais do capítulo

Heeeeey, ovelinhas :3
Um mês depois de postar pela última vez, aqui estamos nós mais uma vez. Espero que ainda estejam com a gente, porque apesar de alguns atrasos, nós adoramos escrever OD e esperamos que estejam adorando ler também! Neste capítulo temos... Como posso dizer isso sem deixar muito na cara?! Momentos muito intensos haha!

Aproveitem!



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capítulo 16

jailhouse rock

.

Se Rose pudesse ser engolida pelo o sofá preto e desgastado que se encontrava no canto da sala, ela seria.

Não, ela não se arrependia de, por puro impulso, ter ido a festa que Albus organizara só para ver os primos Dominique e James juntos, e ela poder (enfim) forçar a melhor amiga a contar a verdade. O problema se dava, basicamente, pelo fato da garota se encontrar sentada contra o sofá com sua melhor cara de tédio, fingindo não ligar para o casal desconhecido ao seu lado se pegando pra valer.  

Seus olhos corriam pelo o apartamento do primo e amigo. Tinha que reconhecer, tudo parecia tãooo diferente com aquelas luzinhas de natal coloridas penduradas em toodos os lugares e as pessoas andando de um lado para o outro, ficando cada vez mais próximas e com menos oxigênio para dividir. Dentre essas pessoas, Rose se lembrava de alguns rostos, mas não deu sinal de que iria se levantar para conversar com alguém ou algo do tipo.

Colocou o copo que segurava, agora já vazio, perto de seus pés, e agilmente desbloqueou o celular.

“Afffeeeeee”

“Casal chato do meu lado se pegando e eu entediada aqui”

“Esperava mais da vida”

— Você

Logo guardou o celular, sabendo que não seria respondida urgentemente — apesar de querer muito que isso acontecesse — e se preparou para tentar encontrar alguém com um chapéu estranho na cabeça, provavelmente bebendo chá gelado batizado ao invés de cerveja: Dominque.

A jovem não se mexeu um centímetro do sofá, apenas virou a cabeça bruscamente para trás a procura dela, mas depois de não encontrar nenhum sinal da prima ou do James, Rose bufou, cogitando a ideia de ter que levantar dali para seu plano funcionar. Ao virar a cabeça de volta para a posição original, deu de cara com um loiro alto e de um sorriso branco muito encantad... normal.

— Rose! — Scorpius exclamou em um tom um pouco mais alto do que o normal,  claramente causado pelo o copo quase vazio de bebida em sua mão. — O que você está fazendo aqui?

"Esperando meus primos se pegarem loucamente, talvez".

— Ah... —  ela pensou em uma resposta boa o suficiente, mas todas suas opções inteligentes não pareciam muito cabíveis, restando a ela o tradicional... — Eu não tinha nada para fazer.

Scorpius abriu um sorriso impertinente, sentando ao seu lado. Só então ela percebeu que o casal já não estava mais ali. Encontraram um local mais privativo, provavelmente. 

— Pensei que seu “não” para a festa do Albus fosse definitivo. — ele disse, lembrando-se do que a garota havia dito mais cedo, na Butter & Burguers. 

Rose semicerrou os olhos em sua direção, não gostando nenhum pouco de seu comentário, apesar de gostar de saber que ele havia lembrado de sua fala. 

— As pessoas podem mudar de opnião, sabe.

Ele assentiu, rindo, e a empurrou levemente, sem nenhum motivo visível, com o ombro. Ela acabou rindo também, pegou o copo que estava na mão esquerda dele e virou o resto do líquido que estava ali em sua boca. 

— Eu tava meio entendiado também. Depois de estudar anatomia a semana inteira para a prova lá da faculdade, eu lembrei que já sabia das coisas e vim pra cá. Ou melhor, saí do quarto. 

Rose não sentiu-se impelida a mudar de assunto, como imaginava que aconteceria se alguma vez ele tocasse no assunto “medicina” com ela. Talvez fosse o álcool, a própria presença alterada e animada dele, ou a falta de noção das coisas que ela teve quando ele sentou ao seu lado; mas por algum motivo ela não estava desconfortável com o assunto.

— Deve ser legal ficar estudando o corpo de pessoas e decorando nomes de ossos, quer dizer, isso soou estranho, ahm... — respirou fundo, sem entender do porque tinha falado aquilo. É que por um momento ela estava olhando fixamente para os olhos de mutante de Scorpius, adorando o fato de que as luzinhas coloridas refletiam no cinza cristalino, criando o melhor dos caleidoscópios. Ela só podia estar pirando, claro.  — Que bom que pôde vir. — disse por fim, pra só então perceber que não deveria falar aquilo pra ele, até fazia parecer que ela tinha intenções. Procurou outras coisas para emendar, talvez ele não percebesse. — E, ah, sobre o meu “não” definitivo.... Você precisa entender que às vezes eu falo umas coisas da boca pra fora. Tipo, a todo momento.

 

Ele continuava com aquela curvatura nos lábios, como se não importasse o quão sérias ou estranhas as palavras de Rose eram, elas se tornavam coisas idiotas o bastante pra ele não desfazer sua expressão. Ele sorria demais, ela precisava concordar.

— É, acho que vou ter que me acostumar com isso... — ela quis saber o porque, mas resolveu não perguntar. — Mas então, curtindo?

— Curtindo o quê? — perguntou, se aproximando do loiro para ouvir sua voz melhor, devia ser ou efeito da bebida que havia tomado a pouco ou o volume da música que Albus tinha colocado.

De perto ela se deu mais conta do quão Scorpius estava bêbado, e do quão ela provavelmente também estava, apesar de estar menos que ele. Odiava admitir pra si mesma, mas aquela respiração quente próxima a sua bochecha fez sua própria garganta queimar.

— Eu perguntei se você está curtindo a festa... — ele repetiu, pausadamente. 

Rose sorriu com o fato de entender enfim a pergunta. Ela só podia estar bêbada, por favor. Chegou mais perto para ter certeza que o mutante ouviria sua resposta, ou talvez por pura provocação, e disse:

Agora sim.

Não sabia se Scorpius havia sentido aquela onda de adrenalina dando duas voltas por cada célula, mas gradativamente a distância entre eles diminuía a ponto de Rose pensar que talvez ele...

— E-Eu vou pegar algo para... — Scorpius levantou, rapidamente, com uma careta estranha. Não olhou para ela. — Ahm... Bebermos.

O garoto, naquele momento, realmente parecia alguém alterado. Ele saiu de perto dela indo em direção a algum lugar, e parecia muito perdido no próprio apartamento que estava morando até que um cara esbarrou nele, e ele pediu desculpas, depois de soltar o que parecia um palavrão.

 A ruiva coçou a sobrancelha, nervosa, sem nem entender o que tinha acabado de acontecer — ou melhor, o que quase havia acontecido. Só o álcool para fazer aquilo, mesmo. Era óbvio que ele não queria... enfim, não. Havia sido só impressão dela. E, é claro, ela também não o faria. Nunca faria qualquer coisa assim com o mutante. Ridículo pensar na possibilidade de acontecer. Simplesmente fora de cogitação.

Balançou a cabeça, pensando que isso faria com que seus pensamentos esquisitos se dissipassem. Respirou fundo e olhou ao redor para ver se achava Dominique, e não tardou para ver as madeixas loiras brilhantes da prima próximo dali. Ela estava rindo de alguma coisa que um garoto havia dito, e seu braço estava enrolado no de James, que também ria ao seu lado.

— Bem óbvio, Domi, bem óbvio. — Rose riu. Tinha pego a prima! 

— Não acredito! Rose Weasley! — Uma voz no fundo ecoou, obrigando a garota a se virar completamente para a pessoa a sua frente. Ao olhar aqueles cabelos escuro médio quase na metade do pescoço, foi impossível não conter a alegria súbita.

Lysander! — Rose disse com alegria, levantando e dando um longo abraço no garoto. — Onde você estava que eu não tinha te visto?

— Aproveitando a festa, Rosinha. — ele sorriu, daquele jeito Lysander de ser. — A última pessoa que eu imaginava ver nessa festa era ver você, Weasley.

— É, isso eu não duvido.

Lys sorriu, havia mais de anos que não via Rose. A última vez devia ter sido no primeiro ano do Ensino Médio, antes de sua família decidir se mudar para o Estados Unidos e trabalhar com Zoologia especializada. Não imaginava que ele voltaria pra Londres, e também não tinha ouvido sobre. 

— Aposto que deve ter sido coisa da Dominique, certeza. Ela que sempre inventava de colocar a gente no meio desse tipo de situação, lembra? Como na oitava série que fez a gente ir para a diretoria por jogar as coisas pela a janela.

Rose deu uma risada meio sem graça ao pensar da situação, não gostando de lembrar daquele dia, nem da forma como ele havia dito. Tivera que tomar toda a culpa pelo o "incidente" enquanto Domi e Lysander saiam ilesos e dando risadas da situação.

— Ela sempre nos convenceu de muitas coisas, não?! — continuou, nostálgico. — Eu conversei com ela antes, e não me surpreende que ela continue com esse poder sobre você, Rose. Aliás...

Ela já tinha parado de sorrir. Enquanto Lys repetia mais alguma história colegial em que Rose se dava mal, a ruiva sentiu algo ruim no peito, uma sensação nem um pouco bem-vinda. Quis que ele parasse de falar, que encontrasse outro conhecido e fizesse uma sessão de nostalgia longe dela. Ela não era manipulada pela Dominique, quer dizer... Muitas coisas do que ela fazia eram por causa da prima, mas... Ela não... Era?!

— Eu que decidi vir pra cá, Lysander, por que você acha que Dominique teria que me convencer?  — Algo na voz de Rose parecia ter um jeito irritado.

Apesar de sempre ter adorado o garoto — a ponto de no passado já ter considerado ele mais que um amigo, principalmente depois do beijo de despedida dos dois no primeiro ano —, mas odiava como ele sempre a fazia se sentir menos, mesmo que não fosse de propósito.

Lysander coçou a nuca, sem jeito.

— Acho que eu vou...

— É, acho que eu ouvi uma pessoa te chamando ali perto da mesa de baralho. — falou, assentindo e se sentando logo em seguida, enquanto ele se virava e ia até um bolinho de pessoas.

Apoiou o rosto numa mão, enquanto ajeitava o enfeite de sua sapatilha vermelha já feinha de tanto uso. A sensação ruim ainda não tinha passado, mas ela se convenceu de deixá-la ali e não lhe dar muita atenção.

A ruiva levantou o rosto e viu Scorpius caminhando em sua direção, trazendo dois copos meio cheios e algo cinza nas mãos, ziguezagueando pelas pessoas. Ele estava quase saindo do meio de um grupinho de gente quando tropeçou no pé de alguém e deixou os copos caírem no chão, molhando todos que estava ali perto. Rose colocou a mão na frente da boca, se segurando para não rir.

— Meu Deus — murmurou, colocando as mãos na cabeça.

Enquanto Scorpius pedia desculpas para as pessoas ao redor e juntava os copos, Dominique surgiu ali perto e recuperou do chão o objeto cinza, que sem dúvidas era o celular do garoto. Rose levantou do sofá, indo em direção à Albus para perguntar onde havia algum pano para limpar aquilo tudo.

— Ahm, ali do lado... — e apontou para onde outro garoto já vinha trazendo um pano. Rose o achou bem prestativo, apesar de não conhecê-lo. — Scorpius tá bem alterado, acho melhor você tomar conta dele, hein, priminha.

Rose emburrou-se, tanto um peteleco na cabeça de Albus, que deu um grito infantil.

Agressiva.

Idiota.

Ambos fizeram uma careta debochada, e deram as costas um para o outro. Como sempre, Rose e Albus eram a dupla infantil da família, sempre fazendo provocações e brigando por nada — mas no fundo, adoravam-se.

Rose andou para perto do local onde Scorpius estava da última vez, e reparou que o líquido antes jogado no chão já havia sido limpo. Procurou pelo garoto e o viu saindo da cozinha. Caminhou em sua direção.

— Eu acho que deu de bebida pra você, mutante. — sentenciou ela, séria.

— Ai, foi mal. — ele passou a mão na testa, olhando na direção da garota, apreensivo. — Eu... É, acho melhor eu parar mesmo.

Ela riu.

— Eu estraguei tudo, né? — ele questionou, com aquele olhar de quem havia aberto os presentes de Natal antes da hora e sido pego pelos pais. Ela não imaginava alguém que conseguisse ficar irritado com ele dando aquele olhar.

— Tudo o quê, Scorpius? — perguntou, querendo realmente saber a resposta. Se fosse o que ela estava imaginando, então... Não, ele não tinha estragado tudo. Quem tinha estragado tudo havia sido Lysander, com aquele papo que havia enchido a cabeça de Rose com caraminholas de incertezas. Mas nada que não pudesse ser esquecido por, pelo menos, alguns minutos.

— Tipo, é que... Olhando pra você, agora, por exemplo, eu...

Ele ainda está bêbado, Rose, ele ainda está bêbado.

Naquele ponto nem adiantava mais pensar aquilo. Ela queria ouvir o que ele parecia extremamente nervoso ao falar. Ela já podia prever que sua pele já estava tornando-se roseada, e que... Bom, ela realmente queria que aquilo acontecesse.

— Rose!

Fechou os olhos, realmente irritada por ser a segunda vez que estavam sendo atrapalhados — a primeira vez havia sido pelo próprio garoto, mas ignorou o fato, assim como tantos outros naquela noite. Olhou para o lado e viu Dominique vindo em sua direção, com uma expressão indecifrável. Franziu o cenho, estranhando.

— Vamos embora, Rose. — mandou, quando chegou perto dela.

Dominique direcionou um olhar estranho para o loiro, ajeitando o chapéu verde musgo ao mesmo tempo.

— Como assim ir embora? — perguntou, não entendendo o que a prima queria dizer com aquilo. — Por quê?

Manteve a atenção presa na prima, esperando por sua resposta. Odiava não entender das coisas, e era exatamente assim que Dominique a fazia se sentir naqueles últimos dias.

— Ah, Rose, por favor, você nem queria ter vindo no inicio de tudo. Vai querer ficar aqui, agora?

O tom de deboche na voz da prima fez algo mudar na postura de Rose.

— Você prestou atenção no que acabou de falar? — a ruiva questionou, entrando na defensiva também. Domi não era assim com ela, não agia assim com ela. Por Deus, o que estava acontecendo com as pessoas naquela festa?!

— Rose, qual é, vamos lá. Ou você vai querer ficar aqui, dividindo espaço com um monte de gente bêbada e sem sentido?

Rose percebeu a indireta da prima e não gostou nem um pouco. Além de estar agindo de forma estranha, Dominique estava ácida também?!

— Domi, eu só quero saber porque você quer ir embora, é demais você me falar? É demais você se abrir um pouco e me contar as coisas? Eu quero te apoiar, ser sua amiga como sempre, mas me diz: como fazer isso quando você não me conta as coisas?!

A loira piscou algumas vezes, sem ação.

— Tudo bem. Quer saber? Fica aí, aproveita a festa, faça o que quiser.

Rose suspirou, irritada.

— É, é o que eu vou fazer. — aumentou o tom da voz enquanto Domi dava as costas pra ela e ia em direção a porta, sem olhar pra trás. Rose viu James indo discretamente atrás dela. — E sabe o que você deveria fazer? Tirar esse repolho de cima da cabeça, por que tá ridículo.

Domi abriu a porta e, após olhar feio para a prima, a bateu com força. Se o abajur de Albus não estivesse no canto do quarto da ruiva, em outro apartamento, ela tacaria contra a maldita porta.

Viu Molly ao seu lado segurando um copo cheio de líquido cristalino, estática olhando para a garota que acabara de ter uma discussão inteiramente madura. Sem nem pensar duas vezes pegou o copo e virou, sentindo a ardência horrível em sua garganta. Colocou-o de volta na mão de sua prima, que estava com os olhos arregalados.

— Valeu. — Rose murmurou para Molly.

Olhou em direção a onde Scorpius supostamente deveria estar, porém não o encontrou. Talvez fosse melhor assim, pelo menos não teria que olhar pra ele depois de todas aquelas situações constrangedoras da festa — situações as quais envolviam desde quase.... enfim... e palavras ridículas de Domi.

— Você tá bem, Rose? — a garota miúda ao seu lado questionou, ainda com o copo vazio nas mãos. — Quer que alguém te dê uma carona ou algo assim?

Ela negou com a cabeça, e saiu em direção a sacada do apartamento de Albus, procurando por um local que não estivesse cheio de gente ou a música estourando aos ouvidos. Rose precisava, afinal, pensar.


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Notas finais do capítulo

YEY!
Estou super curiosa pra saber o que vocês acharam do capítulo! Espero que ninguém aqui queira arrancar nossas cabeças fora pelos quase acontecimentos entre Rose e Scorpius. Uh, e quais são seus palpites sobre essa forma estranha que Domi agiu na festa?
Hahaha, espero vocês nos comentários!
Um beijão a todos, vocês são uns amores, nossas ovelhinhas ^-^



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