Olicity - Muito Além da Amizade escrita por Buhh Smoak


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Demorei, mas voltei.
Não tem previsão para o próximo, mas espero que gostem desse capítulo.
Obrigada a todos que acompanham a fanfic e até mais.

=***



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~ Dois meses depois ~

Oliver mal conseguia respirar quando finalmente abriu os olhos. Uma dor intensa e constante na lateral do corpo o lembrava de que ainda estava vivo, mesmo sem saber como sobreviveu a uma queda de mais de 15 metros.

Precisou de alguns minutos para reconhecer onde estava e para seu alivio tudo a sua volta era familiar. Estava deitado no sofá de seu apartamento, com uma camisa de botão aberta no peito, com somente uma manga vestida em seu corpo. O outro braço estava enfaixado e preso junto ao corpo, o que explicava o porquê da forte dor ao recobrar a consciência.

— Alguém ai? – falou o mais alto que conseguiu, mas a dor não permitia que ele tomasse fôlego para ir além.
— Oliver?

A voz embargada de Felicity chegou antes que ele pudesse virar o rosto e vê-la parada ao lado da bancada que separava a cozinha do resto da sala. Seus olhos estavam cheios de lágrimas e mesmo que isso fosse angustiante para Oliver, não conseguiu evitar de olhar sua barriga já saliente por seus cinco meses de gravidez.

— Presente.

A gracinha de Oliver não surtiu efeito, porque assim que ela se aproximou ele entendeu o quanto estava encrencado.

— Qual é o seu problema? Quer me deixar viúva e mãe solteira? – de braços cruzados e mesmo com as lágrimas escorrendo em seu rosto ele sabia que ela estava furiosa com ele.
— Me perdoa? – tentando se mover com a intenção e sentar, mas a dor nas costelas não permitiu o movimento.
— Você precisa de descanso, faz quatro dias que você se machucou e só hoje o Diggle achou prudente te trazer para casa.

Aquela distância entre eles estava incomodando Oliver, estendeu a mão na direção dela esperando que ela entendesse o que ele queria. Falar começava a ser uma opção a ser descartada enquanto tudo latejava.

— Isso não quer dizer que eu te perdoei. – aceitando sua mão e se aproximando, sentando perto de seu quadril. – Você poderia ter morrido, Oliver.

O choro logo veio e ele entendeu o tanto arriscou ao se deixar levar pela adrenalina. Ainda conseguia lembrar-se da caçada por um dos aliados de Slade. Felicity gritava pelo comunicador que ele tinha que desistir, mas sempre que Oliver estava prestes a alcançar seu alvo ele ganhava vantagem e aquilo virou uma perseguição.

No fundo Oliver estava descontando naquela missão as frustrações dos últimos meses e que não tinha coragem de compartilhar o que sentia com ninguém. A única pessoa que lhe dava contentamento nesse tempo era Felicity, que mesmo grávida e tendo que aguentar o Palmer cada dia mais obcecado em comprar tudo que via pela frente, ela conseguia fazer com que os momentos a sós fossem somente deles, sem trazer problemas ou intrusos para as conversas que tinham no fim de cada dia.

Só que como um bom Queen, Oliver não conseguia lidar com a frustração de ver sua empresa nas mãos do pai do filho de sua namorada e a cada dia os lucros triplicavam por causa dele, a ponto de Oliver não ser mais tão necessário assim nos negócios da família.

— Me perdoa? – perguntou de novo, mesmo que isso o fizesse perder o pouco de fôlego que ainda tinha.
— Eu sempre te perdoo. – indo sentar no chão, ficando com o rosto próximo ao dele. – Sei que não é a melhor hora para falar sobre isso... – fazendo carinho no rosto dele. - ... mas minha mãe...

Estavam prestes a se beijar quando a porta foi aberta com tudo, os assustando. Felicity levou a mão ao peito por sentir seu coração perder o rumo por um momento ao se deparar com sua mãe que usava um vestido justo na cor rosa, carregando uma mala de rodinhas e uma de mão, que ela deixou cair no chão.

— Oliver Queen.

A voz aguda de Donna Smoak invadiu a mente de Oliver antes que ele conseguisse raciocinar sobre o que estava acontecendo. Talvez fosse por causa os remédios que entorpeciam seu corpo, mas somente quando a sogra se materializou a sua frente que ele acreditou em sua presença.

— Olá Donna.
— Olá?

Quando seus olhos encontraram os de sua sogra soube que suas dores não seria nada comparado ao que estava por vir. 

— Como assim olá? – com as mãos na cintura, sua feição não poderia ser pior. - Você perdeu o juízo? Como você me anda de moto sabendo que agora vai ter um filho? Se você morrer e deixar a minha filha sozinha eu te mato de novo Oliver Queen. – apontando o dedo para ele, mas com os olhos cheios de lágrima. – Mas você está bem mesmo não é? – abaixando a mão e a apoiando contra peito. 
— Estou...  

Oliver tentou novamente se mover, mas como da outra vez não conseguiu. Precisou da ajuda de Felicity para que conseguisse sentar, que ajeitou algumas almofadas em suas costas aliviando suas dores por ter uma superfície macia para encostar. Permanecer deitado deixava tudo mais difícil quando sua sogra o encara com lágrimas escorrendo pelo rosto e ainda sim seus olhos demonstravam o quanto estava furiosa com ele.

— Claro que estou. – sorrindo e voltando sua atenção para Donna.
— A senhora não chegava só amanha? E na minha casa? – Felicity agora estava de pé, encarando a mãe. 
— Resolvi vir antes e quando cheguei a sua casa sua cunhada me disse que você estaria aqui cuidado do Oliver. 
— Essa minha irmã sempre prestativa. – segurando o riso por ver que Felicity ainda encarava a mãe.
— Ela  é uma graça Oliver. – voltando a falar com Oliver. - Disse que logo vem pra cá para nos conhecermos melhor. – sorrindo, mas em seguida fechando a cara de novo. – Está proibido de subir em uma moto outra vez. Não admito que meu neto fique órfão antes mesmo de nascer. Mesmo que vocês dois tenham me contado sobre o outro lá, eu não me importo com ele e sim com você. Entendido?
— Nunca mais vou andar ou chegar perto de uma moto, Donna. Prometo.

Pelo modo que Donna se referiu a Palmer, Oliver se lembrou do dia que ele e Felicity resolveram que era hora de contar a sogra que o pai verdadeiro do bebê era o ex da filha. Ligaram para ela da caverna, mais precisamente com Felicity sentada em seu colo enquanto atualizava a mãe de tudo. O que mais os surpreendeu foi quando Donna disse, depois de longos segundos em silêncio, que não interessava quem era o pai biológico, que era Oliver o pai de seu neto e estávamos proibidos de tocar naquele assunto de novo com ela. E lembrar disso só piorava a culpa que Oliver sentia por ter se arriscado tanto.

Um soluço trouxe Oliver de volta ao presente e quando olhou para Felicity a viu desviar o olhar e correr em direção ao banheiro. 

— Ela ainda está com enjoos? Pensei que já tinham passado.
— Até cinco minutos atrás tinham. – franzindo a testa, sem conseguir nem mesmo olhar para trás em direção ao banheiro. – Eu queria levantar daqui e ir vê-la, mas não posso.
— Deixe comigo querido, agora Mama Smoak está aqui para cuidar de vocês dois. – sorrindo. Indo fechar a porta que ainda estava escancarada e seguindo para o banheiro.

Donna sabia conhecia sua filha e sabia que ela não tinha corrido para vomitar. Ela já estava sensível e ter que lidar com o acidente de Oliver tinha tornado tudo ainda mais complicado. Não preciso de muito para ouvir os soluços a filha por trás da porta. 
Batendo na porta Donna esperou que a filha abri-la, o que demorou um pouco até que ela desse passagem para a mãe entrar. Felicity chorava sem conseguir parar, voltou a encostar-se a pia e abraçou a si mesma. Estava muito enjoada, mas o que provocava tanto o enjoo quanto o choro compulsivo era lembrar-se de como chegou perto de perder Oliver.

— Minha menina. – se aproximando e a abraçando. – Não fique assim, o Oliver está bem agora.
— Eu sei mãe. – falando entre os soluços enquanto tentava sair do abraço, mas em vão.
— Deixa de ser besta e me abraça de volta. – se afastando somente para soltar os braços dela e envolve-los em sua cintura. – Aprende que de agora em diante esse seu lado nerd racional vai ter que dar espaço para o lado mãe chorona. – sorrindo ao sentir os braços dela apertarem sua cintura.
— Eu pensei que ele morreria mãe. – voltando a soluçar e sentir as lágrimas escorrerem pelo seu rosto.

Ainda podia sentir o pânico de quando ouviu Oliver cair a quatro dias atrás. Ela pensou que desmaiaria ao chama-lo e não receber resposta. Só quando Diggle entrou na caverna o carregando nos braços que ela voltou a respirar aliviada, mesmo sabendo que o estado dele não era dos melhores.

— Não consigo imaginar sua dor por passar por isso, mas ele está aqui e precisa os seus cuidados. Chore o quanto precisar, mas não deixe que isso te afaste dele por não saber lidar com o trauma.

Aos poucos os soluços foram cessando e quando Donna a soltou, sua filha já demonstrava no olhar algo que ela nunca tinha visto antes.

— Eu não gostei de saber que o Palmer é pai desse bebê. – colocando a mão na barriga dela. – Na verdade nunca gostei dele porque sempre achei que o Oliver era o cara para você.
— Eu sei, mãe.
— Então, vá até a sala e tranquilize seu namorado. Ele nem mesmo consegue levantar para te consolar quando é ele que precisa de seu apoio agora.
— Obrigada mãe. – limpando as últimas lágrimas.
— Vá e aproveite alguns minutos com seu homem lindo e debilitado. Daqui a pouco eu vou lá estragar o clima. – indo até o espelho e ajeitando o cabelo. – Vai aprendendo porque essa é a função de uma mãe. Estragar os melhores momentos dos filhos. – sorrindo.
— Você nunca estraga nada mãe. – dando um beijo em sua bochecha e saindo do banheiro.

Donna ficou olhando para a porta sem conseguir acreditar no quanto sua filha tinha mudado. Sempre recebeu carinho dela, mas nunca daquele modo, sem medo de se expressar. Era Donna que sempre ficava com o lado meloso da relação, mas pelo visto a gravidez da filha tinha dado há ela muito mais do que o tão sonhado neto.


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