Olicity - Muito Além da Amizade escrita por Buhh Smoak


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Oie amores, perdoem pela demora.
Vou postar sem revisão para que vocês possam ir lendo, mas jaja atualizo revisado, ok?



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Aquele tinha sido o pior dia para Felicity. Os enjoos não tinha permitido que ela saísse de casa cedo, só conseguindo chegar a Palmer depois do almoço. E foi ao chegar à empresa que se deparou com algo que nunca estaria preparada para lidar.

A cada passo que dava desde a portaria até sua sala os funcionários a parabenizavam pelo bebê e alguns chegaram a chama-la de Sra Palmer. O que ela corrigia no segundo seguinte dizendo que ela e Ray não eram um casal para que ela fosse chamada assim. Se admirava por Ray ter conseguido manter segredo por todo aquele tempo, mas sabia que uma hora ele deixaria escapar que seria pai. 

Terminou tudo o que estava pendente naquela semana, porque desde o dia que recebeu os balões de Ray, quase duas semanas tinham se passado. E desde então ela mal tinha conseguido manter uma rotina completa de trabalho. 

— A mamãe está pronta para ir? 

Layla tinha se comprometido a ir busca-la no fim do dia já que há dias ela queria conversar com a amiga e não encontrava tempo. Foi à própria Laila que deu a ideia de uma noite das garotas, com as duas e Thea, que tinha se convidado antes mesmo de a chamarem. 

— Thea está com minha filha, por isso vamos logo antes que ela ensine a Sara a falar o nome dela antes de falar mamãe ou papai. – rindo. 
— Sim, vamos. Só preciso... 

Antes que pudesse terminar de falar ela saiu correndo para o banheiro. 

— Os enjoos estão constantes ainda? – parando na porta do banheiro. 

Depois de vomitar por minutos que pareceram mais longos do que realmente eram, Felicity saiu da cabine e se apoiou na pia sentindo a fraqueza pelas horas sem comer. 

— Dizem que estar grávida é viver no paraíso. Acho que entrei na porta errada, não é possível. – lavando as mãos e jogando água no rosto. 
— Tem mulheres que realmente não sentem nada. 
— E eu as odeio. – molhando a nuca. 
— Fiz uma sopa para você caso a pizza não caia bem. 
— Pizza? – olhando para ela. – Que se dane meu estômago, jamais vou trocar um pedaço de pizza por sopa. – rindo, apesar de ainda sentir o mal estar.

Saíram do banheiro para pegar as coisas dela e seguiram para o elevador. Layla riu o caminho todo até o estacionamento com o modo que todos estavam tratando Felicity. Desde cumprimentos pela gravidez até presentes. As duas chegaram ao carro com os braços cheios de “lembrancinhas” para o futuro herdeiro da Palmer. 

— Esse povo não tem vergonha na cara de tentar te subornar com presentes? 
— Me subornar? – jogando tudo no banco traseiro e entrando na frente. 
— Felicity, as pessoas falavam com você assim antes? 
— Não, só converso com os responsáveis pelo TI. 
— Então eles acham que te presentear os faz ganhar pontos com o chefe. 
— Claro que não. 
— Os presentes estão com nome. – dando a partida no carro. 
— Estão? – se esticando e pegando um embrulho. – Filhos da mãe. Tem nome e o setor em que trabalham. 
— Viu. Tudo por interesse, espero que pelo menos os presentes sejam úteis. 

Chegaram à casa de Layla em poucos minutos e quando entraram Thea estava sentada no chão com Sara, batendo em duas panelas o que fazia a pequena gargalhar. 

— Olha o que te aguarda Felicity. – trancando a porta. 
— Finalmente, eu já estava entrando em pânico com essa pirralhinha. Ela não parava de chorar. Tive que apelar. – Thea levantou com a pequena no colo, que logo esticou os braços para a mãe. 
— Vem meu amor. Eu te salvo dessa tia louca. 
— Ela gosta é de bagunça. – Thea beijou o rosto da pequena e se virou para Felicity. – Oi né. 
— Se convidar para a casa dos outros é feio viu. 
— Você acha que eu perderia sua sessão de analise sexual com a Layla? JAMAIS. 

Felicity sentiu seu rosto arder de vergonha e se não estivesse na frente de Sara teria tacado sua bolsa em Thea.

— Sutileza é sua maior qualidade, não?
— Estamos entre mocinhas, não preciso ser sutil.
— Vamos sentar que logo as pizzas chegam.

Sentaram no sofá enquanto Layla colocava a filha em uma cadeirinha de balanço que tocava música enquanto era movimentada. Ver o carinho com o que a amiga tratava a filha fez com que seus olhos enchessem de lágrimas.

— Felicity? – Layla a chamou quando a viu encarando a pequena.
— Oi. – voltando sua atenção à amiga.
— Agora é assim, Layla. Vaza por qualquer motivo. – abraçando Felicity.
— Eu me emociono vendo como você é carinhosa com a pequena. Não sei se vou saber ser assim quando o meu nascer. – limpando os olhos.
— Eu também não sabia. – sentando no chão do lado da filha. - Mas quando ela nasceu eu sentia como se pudesse fazer qualquer coisa para que ela fosse feliz.
— Meus exemplos de maternidade não foram dos melhores. Não que minha mãe não tivesse cuidado de mim, principalmente porque ela me criou sozinha, mas ela não tinha muito jeito com criança.
— Mas ela fez o melhor que pode, não fez?
— Sim, fez.
— Então é isso que vale, nunca fui maternal só que descobri esse lado depois que ela nasceu. Durante a gravidez eu ficava pensando em como lidar com um ser tão frágil sendo que eu estava acostumada a lidar somente com bandidos.
— E você tem a vantagem de ter dois pais te cercando. Um pirado da cabeça e um possessivo. Me diga como essa criança não terá uma infância divertida? – Thea sentou no chão de frente para a pequena, que começou a rir quando fez careta para ela.
— E uma tia que também não é muito boa das ideias. Precisando fugir minha casa está a sua disposição.
— Obrigada, Layla. Vou aceitar essa rota de fuga.

Mais uma rodada de enjoos fez com que Felicity levantasse e saísse correndo para o banheiro. O mal estar foi maior do que das outras vezes que precisou sair correndo durante o dia, porque estava há muitas horas sem comer.

— Acho que vou aceitar a sopa, Layla. – deitando no sofá, sem forças. – E um pouco de gelo também.
— Eu pego o gelo. – Thea levantou seguida de Layla.

Olhando para o lado, ela viu a pequena a olhando. Sara não tinha nem um ano e já era muito expressiva, observava tudo a sua volta e os olhos eram parecidos com os do pai, o que dava a ela um olhar familiar.

— Aqui está. – Thea sentou no chão de novo, encostada no sofá perto da cintura dela. – Esses enjoos vão parar, né?
— Espero que sim.
— De quantos meses você está?
— A médica fala por semanas, estou de 10 semanas.
— Nunca sei quanto é isso. – fazendo uma careta.
— Quase três meses.
— Caraca, você já está separada do Ray a todo esse tempo?
— Sim, acho que engravidei na última vez que dormi com ele, ou a penúltima. Terminamos há mais ou menos um mês e meio.
— Que vida né? Se o Oliver tivesse sido mais esperto esse filho poderia ser dele.
— Duvido muito que se eu não tivesse engravidado chegaríamos a tanto.
— Também acho difícil, eu sempre desconfiei que vocês se gostavam, mas meu irmão é muito cabeça dura. Ele tem que quase perder pra fazer alguma coisa, ainda lembro como ele ficou transtornado quando te viu com o Ray pela primeira vez. Jurava de pé junto que a fúria com que ele lutou aquela noite era por causa da adrenalina do momento, mas eu sabia que não era isso.
— Aqui está a sopa. – entregando para ela. – Está quase fria porque você não vai conseguir comer de outro jeito.
— Obrigada.
— Então o Oliver já abraçou a paternidade do pequeno ai? – apontando para a barriga de Felicity.
— Mais do que eu esperava. – comendo a sopa e esperando que a primeira colherada lhe desse enjoo, o que não aconteceu.
— Se está tudo bem entre vocês qual o motivo essa reunião. Pelo que nossa querida Thea disse tem a ver com sexo, certo? – sentando ao lado da filha.

Felicity estava prestes a comer mais uma colher de sopa só que desistiu para não engasgar. Seu rosto ficou vermelho e ela precisou de alguns segundos para conseguir responder.

— Eu ando tendo muitas vontades ultimamente, mas não consigo pensar em ir além com o Oliver por estar grávida do Ray.
— Pelo visto vocês não conversaram sobre isso.
— Não tive coragem.
— Mas precisa, Felicity. Antes de mais nada você precisa saber como ele se sente quanto a isso. Não vai adiantar você decidir se vai adiante ou não se ele não estiver de comum acordo.
— É, não pensei nisso.
— Na gravidez a gente tem que lidar com uma quantidade absurda de hormônios e algumas mulheres entram em um estado de quase cio. – rindo.
— Misericórdia, estou começando a me arrepender de ter vindo pra essa reunião. Como vocês conversam sobre essas coisas na frente da menina? – apontando para a Sara.
— Ela não faz ideia do que estamos falando, Thea. Ela só tem 10 meses.
— Mesmo assim. Somos muito inocentes para ouvir tanto absurdo. – fingindo tampar os ouvidos.
— Desde quando ser inocente é se pegar com o namorado na caverna quando todo mundo sai?
— Não sei do que você está falando, Felicity. – tentando disfarçar seu embaraço.
— Cheguei na caverna uma vez e encontrei você e o Roy se pegando. Sai de fininho para não atrapalhar, mas pensa se fosse o Oliver a fazer o flagra.
— Aff, ele quase pegou a gente uma vez lá no Verdant, eu morreria se meu irmão me visse transando.
— Acho que morreriam ambos, você e o Roy. – rindo.
— Quanta safadeza no mundo dos heróis. – Layla ria enquanto dava impulso para o balanço da pequena se mover. – Daqui a pouco ela já estará dormindo. Fique tranquila, Thea.
— Quero um desse pra mim. – observando o balanço da pequena.
— Thea, foco.
— Tudo bem, voltemos à vida sexual inexistente do casal do ano. – revirando os olhos.
— Então, Layla. – ignorando a cunhada. - Às vezes eu acho que não vou aguentar ficar perto dele, mas eu percebo que ele também anda tenso por causa disso.
— Claro que anda. O Oliver sempre foi de ficar com tudo quanto é mulher, mas de uns tempos para cá ele não sai com ninguém.
— É verdade, o Dig já comentou isso comigo.
— Ele está se guardando. – Thea segurou a gargalhada ao ver que Sara estava quase pegando no sono.
— Como você é sensível, cunhada.
— Mas estou falando sério. – com as mãos na boca.
— O que eu faço Layla? Como vou ficar tanto tempo sem fazer nada caso ele não aceite ir além por causa do bebê?
— Primeiro, você se importa em fazer amor com ele estando grávida do Ray?
— Não sei, parece que eu estou cometendo um crime só de pensar nisso. Só que a vontade é tão grande. – voltando a comer, porque seu estomago começava a dar sinal de vida.
— Você precisa decidir antes de mais nada. Porque eu não vejo problema, ainda mais porque você conhece o Oliver há anos, ele te respeita e tudo mais. Só que essa decisão precisa ser tomada pelos dois, juntos.
— É, preciso conversar com ele.
— Infelizmente nessa conversa não vou estar presente, mas queria muito ver a cara do meu irmão. – rindo.
— Ter a Thea como cunhada é uma provação constante.
— Você me ama. – indo até ela e dando um beijo em seu rosto.

A campainha tocou atrapalhando a conversa, mas para a surpresa de Layla não era o entregador de pizza que tinha dado o ar da graça.

— Oliver?
— Oi Layla, o Diggle está? Tentei ligar para ele, mas só chama.

A voz de Oliver chegou até Felicity e Thea, o que as surpreendeu. Ambas se levantaram e logo estavam paradas de frente para ele, que as olhava sem entender o que faziam ali.

— Achei que vocês duas estariam em casa. – parecendo nervoso.
— Eu as convidei para uma noite das meninas. – dando passagem para ele entrar.
— Nossa, eu não sabia. – se aproximando de Felicity e lhe dando um selinho.
— Saberia se tivesse me ligado durante o dia.
— Me perdoa, mas eu estava um pouco ocupado na empresa. O pai do seu filho resolveu me enlouquecer.
— O que o Ray tem a ver com nossa empresa? – quis saber Thea.
— Ele comprou ações da Queen sem que eu soubesse, agora ele tem 30% da empresa e apareceu hoje no escritório para dizer que resolveu me ajudar a levantar a empresa já que o filho dele seria o futuro herdeiro de ambas as corporações.

Felicity estava em choque com a atitude de Ray, mas quem estava se divertindo com isso era Thea, que correu para o banheiro para rir do jeito que queria. Era possível ouvir suas gargalhadas, mas isso não interferia no sono de Sara.

— E agora Oliver? – quis saber Layla, seguindo para a sala com ele.
— Ainda não consegui assimilar nada, ele pagou todas as dividas da empresa com dinheiro da Palmer, organizou o pagamento atrasado dos funcionários e só faltou sair distribuindo dinheiro pela empresa só porque o dia estava ensolarado. – sentando no sofá em Felicity encaixada em seu braço.
— Desculpa por isso. – segurando sua mão.
— Não se desculpe por ter engravidado de um lunático.
— E agora? Como vai ficar esse dinheiro todo investido?
— Agora é esperar que a empresa lucre para que eu devolva tudo a ele, nem posso fazer isso agora porque o banco já recebeu o dinheiro e liberou a linha de credito da empresa. Nem posso xingar o filho da mãe porque ele está tirando a empresa do buraco.
— Ultimamente ele está se metendo em muitos buracos que não é da conta dele.

A voz de Thea saiu engasgada por mais uma gargalhada contida, o que fez com que ela saísse correndo de novo para o banheiro.

— Vou levar minha filha para o quarto, porque senão a Thea vai passar a noite inteira no banheiro. – rindo ao ouvir as gargalhadas dela.
Enquanto Layla pegava a pequena e ia para o quarto, Felicity e Oliver observavam todo o cuidado que ela tinha com a pequena. Quando Oliver voltou sua atenção para ela, a viu o encarando com a testa franzida.

— O que foi?
— Porque você não está bravo com o Ray?
— Mas eu estou bravo com ele.
— Mas não revoltado com a atitude dele.
— É, não estou nesse ponto de indignação.
— Porque?
— Hoje eu estava analisando os papeis que a contabilidade me entregou com o balanço dos últimos meses. A situação não era tão feia, mas caminhava para uma fase ainda pior. Fiquei pensando em como iria conseguir manter minha vida de arqueiro, como iria nos sustentar se a empresa chegasse a um ponto de ter que abrir falência e meia hora depois o cretino do Ray entra na minha sala com aquele sorriso na cara, que eu tenho vontade de socar, e anuncia que somos sócios e que nosso filho teria o melhor dos dois pais. – abaixando o olhar para duas mãos entrelaçadas. – O que mais eu poderia fazer a não ser ficar indignado por alguns minutos e depois aceitar? Ele não quer tomar a empresa, ele quer investir para que eu possa ser um bom pai pro filho dele. Não entendo a logica da cabeça desse cara. Se fosse outro homem que estivesse no lugar dele já estava agitando os papeis com os advogados para tirar a guarda do seu filho por estar comigo.
— Eu sempre te disse que o Ray era um cara diferente.
— E esse diferente dele me irrita em um grau inimaginável.
— Eu sei. – sorrindo e o beijando. – Mas eu amo você, não ele.
— Também te amo. – fazendo carinho no rosto dela e a beijando.
— Já vai começar com a pegação? – Thea voltou para a sala com os olhos cheios de lágrimas.
— Thea, juro que está cada vez mais difícil te aturar. – tacando uma almofada na irmã.
— Se você sobreviveu a minha adolescência, nada será uma problema em nossa relação maninho. – se jogando em seu colo, o fazendo se soltar de Felicity.
— Te amo coisa chata.
— Também pai possessivo e neurótico.

Felicity olhou para o lado e viu Layla os observando. A amiga sorria e aquilo acalmou o coração dela por saber que independente dos obstáculos, nada seria tão complicado que uma boa conversa não resolveria. A pizza chegou e o assunto que conversavam antes não voltou a ser mencionado, uma vez que logo Diggle se juntou a eles. Felicity sentou no colo de Oliver quando se juntaram na cozinha para comer e enquanto os amigos conversavam e comiam ela agradecia em silêncio por ter todos eles ao seu lado e por dar a seu filho tios, tias e dois pais que o colocariam sempre em primeiro lugar em suas vidas.


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