Trust escrita por katiclover


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Olá! Voltei pra livrar vocês do sofrimento! Já vou dar um spoilerzinho e dizer aqui pra vocês respirarem tranquilos pois nada de grave vai acontecer à Kate. Foi mais o susto mesmo, porque eu tenho um coração muuuito bom e também porque não suporto ver ela sofrer. Essa fic é para mexer em um ponto muito interessante que é o da confiança e das consequências dos atos tomados na hora do impulso, e como eu sempre tive muita raivinha do Eric (pelos comentários percebi que não sou a única haha) estou amando fazer dele o vilão!!

OBS: um obrigada especial para as fofas Alwayscf, angiecoffee, Beatriz47, Jack Bastos e LahAlves, por favoritarem a fic.
OBS²: esse capítulo está sem o "anteriormente" pois o trecho do acidente já foi citado duas vezes então achei desnecessário.

Boa leitura, aproveitem! :)



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Rick’s POV

Senti um calafrio quando Kate se afastou rapidamente com o carro. Cheguei a me esquecer de que não estava sozinho, mas logo quando senti a loira me abraçando por trás. Virei-me encarando a moça e sem jeito a afastei rapidamente, arrumando uma desculpa para mandá-la embora.

Fui até o bar e me servi de uma dose do uísque mais forte que encontrei, sentindo o liquido rasgar a minha garganta. A imagem de Kate me olhando do outro lado da porta, o olhar de piedade em seu rosto, substituído por uma decepção notável, quando ouviu a voz de outra mulher chamando o meu nome, martelavam em minha mente como em forma de tortura. As suas palavras, a sua quase declaração de amor... Até mesmo a mensagem de texto ela citou.

A mensagem de texto.

Como Kate poderia tê-la enviado, como poderia chamar-me para busca-la se estava naquelas condições? Como iria para a cama com aquele homem, sabendo que eu chegaria a qualquer momento? Havia me esquecido desse detalhe ao primeiro momento que bati o olhar dentro daquele quarto. Saí tão rapidamente quanto entrei, e quando estava a caminho de casa, não pensei claramente ao ligar para aquela moça e dizê-la para encontrar-me aqui. Como pude? Como fui capaz de deixar-me enganar tão facilmente? Estava me sentindo como há anos atrás, com uma mulher linda e desconhecida parada em minha sala de estar. Impressionada com a beleza e grandeza da mansão de praia, e com um sorriso bobo nos lábios por estar sozinha com “Richard Castle, o solteirão desejado por todas as mulheres”. Mas meus pensamentos estavam longe a todo o momento, e eu não conseguia deixar de ver tudo o que estava acontecendo como um dos piores pesadelos que já tive.

Ela realmente nunca faria isso. Pude sentir sua dor apenas ao vê-la me implorando para ouvi-la. Pude sentir a sinceridade em sua voz e o seu desespero para atrair a minha atenção. E ainda assim, eu deixei-a ir... Naquele quarto, eu pude ver a confusão em seu olhar, o tremor em sua voz quando sussurrou o meu nome. E ainda assim, eu simplesmente saí. Virei as costas e a deixei. Nem mesmo dei a ela a chance de se explicar. Qualquer um diria que aquela cena não precisava de explicação nenhuma, e que nada seria capaz de justificar. Mas era Kate que estava lá. Minha Kate. E não havia possibilidade alguma de aquilo ser verdade. Porém, no momento de choque, no momento de raiva, minha atitude foi totalmente impulsiva. Eu começava a sentir o peso dos meus atos, enquanto virava a terceira dose da bebida.

Subi as escadas lentamente. Ainda confuso e sem saber ao certo qual seria meu próximo movimento, peguei o celular. Disquei o número dela e liguei para seu celular, ouvindo vários toques e sendo encaminhado para a caixa de mensagens. Tentei novamente, e recebi a mesma resposta. Decidi dar um tempo. Encaminhei-me para o banheiro e tomei um banho rápido, retornando para o quarto e alcançando o celular para tentar falar novamente com ela. Notei que havia três chamadas perdidas, e senti meu coração acelerar ao pensar que poderia ser ela. Quando abri e me deparei com o nome de Lanie no visor, senti uma pontada de decepção antes de ligar de volta, e ser atendido no segundo toque.

– Lanie?

Castle, eu... – ela deu uma pausa, e pude ouvir sua respiração ofegante do outro lado da linha.

– O que aconteceu? Você está chorando?

Castle, em quanto tempo você pode chegar aqui? – parou novamente, e dessa vez pude ouvir um soluço. Não era necessário que ela respondesse a segunda pergunta.

– Lanie, eu não estou na cidade. Mas o que aconteceu? Kate está com você?

Rick, a Kate... – mais uma pausa. Aquilo realmente estava começando a me preocupar, e quando ouvi o nome de Kate sendo sussurrado por sua voz baixa e assustada, senti minha respiração parar por alguns segundos, esperando que ela continuasse. – houve um acidente, Castle. Kate está no hospital.

Por um momento senti tudo rodar, e sentei rapidamente na cama. Um silêncio assustador se formou e todas as palavras pareciam terem sumido. Tudo que eu conseguia ouvir era o choro desesperado de Lanie. Com a pouca força que ainda me restava, pedi o endereço do hospital, e desliguei o telefone.

Saí rapidamente e dirigi o mais depressa possível. Me encaminhei correndo à recepção e informei o nome da paciente. Quando parei no andar indicado, mais uma vez senti aquela sensação estranha de tudo à minha volta parando.

A alguns metros, avistei Lanie sentada, com a cabeça baixa e envolta por suas mãos. Um pouco mais à frente, estavam Ryan e Esposito, e no canto da sala de espera, Jim andava de um lado para o outro. Me aproximei calmamente, e quando me sentei ao lado de Lanie, seu olhar me encontrou, e ela me abraçou fortemente. Senti suas lágrimas molharem minha camiseta e o som de seus soluços tomando conta da pequena sala. Afastei-a lentamente e olhei nos seus olhos novamente.

– O que aconteceu? – perguntei baixo, com medo de qual poderia ser sua resposta.

– Ela estava desacordada, Rick. Ela estava pálida, e coberta por tubos. Eles a levarem rapidamente, e tudo o que eu os ouvi dizer é que ela estava em alta velocidade, e foi atingida por um carro vindo da direção contrária... Eu estou com tanto medo, Castle. Eu só...

Esposito parou ao seu lado, e lhe afagou os ombros.

– Vem comigo, vamos tomar um café. Você precisa se acalmar.

Os dois saíram, e Ryan os seguiu. Senti uma presença ao meu lado e virei-me, encarando Jim. Ele me olhava sério, e tinha lágrimas nos olhos. Abri a boca e ameacei falar, porém fui interrompido por sua voz surpreendentemente calma.

– Não consigo acreditar que estou passando por tudo isso novamente... – ele deu uma pausa, e automaticamente memórias do dia do tiroteio vieram à minha cabeça também. Mais alguns segundos se passaram, e ele continuou – soube que ela estava voltando de sua casa quando... Houve o acidente.

– Jim, eu sint...

Fui interrompido novamente, mas dessa vez pelo homem de jaleco branco que se aproximava de nós.

– Senhor Jim Beckett?

– Sou eu. Como ela está? – levantou-se num impulso, dando mais alguns passos em direção ao médico. Permaneci sentado, atento à resposta que ele daria.

– Katherine teve sorte. Está com alguns arranhões, mas passa bem. Chovia muito na hora do acidente e ela estava em uma velocidade consideravelmente alta. A pancada foi forte, porém do lado do passageiro, o que impediu maiores danos a ela. Ainda assim, Kate bateu forte com a cabeça, portanto está na UTI para melhor monitoramento. Fizemos uma bateria de exames, que aparentemente não apontaram nada de errado, mas iremos fazer uma avaliação profunda para confirmarmos. Neste meio tempo, a família pode entrar para vê-la, porém ela ainda está desacordada por conta dos medicamentos.

Senti meus músculos relaxarem levemente ao ouvir a declaração do doutor. Jim me deu um olhar rápido, ao que eu apenas retribuí com um sorriso.

Alguns minutos se passaram até que Jim voltou a se sentar próximo de nós, com a feição muito mais relaxada do que há minutos atrás. Ele sorriu brevemente e me lançou um olhar, dizendo:

– Vá, Castle. Sei que está tão ansioso quanto eu estava.

– O médico disse “a família”, acho que não tenho permissão para...

– Vá, senhor Richard Castle Beckett. – interrompeu-me, e disse a última palavra com um tom divertido, sorrindo ao ver a confusão em meu rosto. – Mas ande logo, antes que chequem a ficha dela e descubram que ela não é casada.

Meu rosto se iluminou, e eu o agradeci. De certa forma, estava aliviado por ela ainda estar dormindo, pois não fazia ideia de como iria conseguir encará-la depois de todos os últimos acontecimentos.

Girei a maçaneta devagar, e aos poucos adentrei ao quarto. O único som do local era de minha respiração ofegante, e dos aparelhos medindo seus batimentos cardíacos. Puxei uma cadeira que estava no canto da sala e me sentei ao lado da cama em que Kate dormia, com uma expressão serena em seu rosto. Um pouco apreensivo, toquei a minha mão na sua, sentindo um arrepio percorrer todo o meu corpo com o contato. Vê-la assim, em uma cama de hospital mais uma vez, mexia comigo de uma forma inexplicável. Eu sentia uma necessidade enorme em protegê-la, cuidá-la e fazê-la se sentir segura. Mas mais uma vez, eu falhei. A culpa estava começando a tomar conta de mim, e aos poucos senti as lágrimas embaçando minha visão. Passei mais alguns minutos apenas velando seu sono, então levei meus lábios lentamente até sua testa, já me afastando para sair do quarto em seguida. Foi quando senti um aperto leve em minha mão. E depois outro, até que ela virou o rosto em minha direção e aos poucos começou a abrir os olhos. Senti meu coração acelerar quando ouvi sua voz sussurrar o meu nome, e sua mão apertar a minha com um pouco mais de força.

– Oi Kate, estou aqui... – disse, fazendo pequenos círculos com meu polegar em sua mão. Ela abriu um pequeno sorriso, se ajeitando na cama para achar uma posição mais confortável. – Você está sentindo alguma coisa? Precisa que eu chame as enfermeiras? Eu também posso...

– Calma, Rick. Estou bem. Apenas com uma forte dor de cabeça, e parece que passou um caminhão por cima de todo o meu corpo.

– Você se lembra do que aconteceu? – as palavras escaparam, e eu observei seu sorriso desaparecer e ser substituído por um olhar triste e magoado.

– Sim. – respondeu simplesmente.

Senti meus músculos tencionarem novamente ao ver a serenidade se afastando de seu rosto, e seu olhar se desviando do meu pela primeira vez desde que ela acordou.

Afastei minha mão lentamente e a parei sobre as minhas pernas, levantando da cadeira e caminhando ao redor do quarto. E agora? Deveria falar sobre o assunto aqui? Deveria ir embora, e esperar que ela se recuperasse? Ou deveria esperar que a atitude de iniciar a tão temida conversa partisse dela? Não conseguiria esperar tanto tempo mais para dizê-la o quanto eu sinto muito. Então caminhei novamente em direção a ela, e olhando em seus olhos, sussurrei:

– Escute, Kate... Sobre o que aconteceu... Eu sinto muito... Eu...

– Castle, não. Por favor... Eu ainda estou cansada. Estou meio tonta e realmente quero descansar e ficar sozinha agora. Então, se você pudesse sair...

Ela realmente estava magoada. Pude notar as lagrimas surgindo eu seus olhos enquanto ela dizia aquelas palavras, e seu olhar desviando do meu ao pronunciar a última frase. Já me encaminhando para a porta, respondi:

– Claro. Vou avisar ao seu pai que você acordou. – dei uma pausa, e olhei em seus olhos novamente – Estou realmente feliz por você estar bem, Kate.

...

Cheguei em casa e notei que estava sozinho. Fui direto para o banho. Passei longos minutos revivendo cada segundo das últimas horas. Precisava dar a ela o tempo que ela precisava. Precisava mostrar que eu ainda me importava.

Saí do chuveiro e fui para a cozinha preparar algo para comer antes de desabar na cama, e dormir quase que instantaneamente.

...

Acordei pouco antes das 10 da manhã e senti minha cabeça latejar quando me levantei. Troquei de roupa e fui para a cozinha, atrás de um analgésico. Parei ao ouvir a campainha, já imaginando ser minha mãe voltando de mais uma de suas “noitadas”.

Abri a porta e paralisei no mesmo instante. Eu só poderia estar sonhando. Suspirando, perguntei:

– Você?


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Notas finais do capítulo

E ai, quem será que foi fazer uma visita ao Castle??
Comentem!! :)



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