Young and Beautiful escrita por Duda Costa


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Essa one é para o concurso do blog Help Writer, e mostra que sou uma escritora capaz de escrever qualquer tema!
http://ligahelpwriter.blogspot.com.br/

Eu espero que vocês gostem tanto quanto eu amei escrever com base em um dos melhores filmes que já vi, o de 1962 né.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/618707/chapter/1

Primeiro parecia mentira, depois eu pensei que aquilo era bom demais para ser verdade e no fim das contas eu acabei perdendo o controle. Ás vezes é isso que a paixão faz.

Eu era um professor de inglês, mas nunca fora amante dos romances, eu sequer acreditava neles, afinal, para que ler sobre o final feliz alheio se o meu morreu com a bela garota de cabelos ruivos há tanto tempo? Eu achava que meu coração havia sido levado junto com Lola para o túmulo, mas curiosamente eu o senti pulsar novamente em meu peito quando vi outra bela menina de cabelos ruivos, ou melhor, eu a vi, sim, eu vi Lola nela. Eu via seus olhos petulantes, sua boca franzida em desafio, o nariz arrebitado e o rosto complacente, eu descobriria tarde demais que aquilo era apenas semelhanças tolas, que nem tudo é o que parece.

No fim das contas, o óbvio aconteceu, eu me apaixonei pela jovem menina, pode chamar de pedofilia ou qualquer coisa do gênero, mas eu a amei, eu a desejei, eu me entreguei. Ela me tinha nas mãos e eu me deixei levar, ela sabia onde me tocar, onde me beijar e o que falar, parecia que ela tinha um manual de instrução que dizia a ela o que fazer comigo, Lily, ela me tirava do controle e lembrava a minha doce e amada Lola que, pela primeira vez, ficara no passado.

— Você ainda me amará quando eu deixar de ser jovem e bela? — Lily me pergunta em meio aos beijos, na verdade, ela me perguntava aquilo todo à noite, aquilo virou uma mania dela.

— Sua juventude não é externa e eu não amo você apenas pelo que vejo amo você por tudo que eu sinto e aprecio. — respondo olhando em seus olhos.

Eu não me orgulho de tudo o que fiz por Lily, o amor não justifica tudo e eu estava fora de mim, não me orgulho de ter matado indiretamente a mãe dela, a pobre viúva Evans que apenas queria ter alguém por ela, não a culpo de me acusar ou de tentar me denunciar, eu não queria ter discutido e se ela tivesse conseguido mandar as cartas eu não fugiria da minha sentença, eu devia aquilo á ela. Eu me casei com ela apenas para ficar perto de Lily e eu sei que ela me amou e eu apenas a desprezei, a deixei de lado quando tudo que eu queria era fugir sorrateiramente para o quarto de Lily.

Não sou um pobre velho professor, não externamente, minha alma é velha, mas meu corpo é jovem, acredito que eu tenha vivido mais que muitos homens de meia idade com meus 27 anos, Lily fora a maior experiência dentre os meus anos, Lola fora meu primeiro amor.

Depois que a viúva Evans morrera, fui atrás de Lily no acampamento que a mãe dela mandou-a, ela não se importava com a mãe, a morte de Evans fora um alívio para ela, tenho que admitir que também fora um alívio pra mim. Percorremos todo o país e nos amamos intensamente, ela tinha apenas 15 anos. Ela era uma menina e eu um jovem adulto.

O fato é que, aparentemente, sua alma era livre demais pra mim, ela desejava independência e eu a sufocava, admito. Eu a queria só pra mim, eu não entendia que meu coração era dela, mas o dela não era meu, não importava o quanto viajássemos, ela nunca seria totalmente minha então, ela fugiu. Nunca mais a vi ou ouvi falar dela, dei asas pra ela voar e ela não hesitou em fazer bom uso dela, não me arrependo, mas também não repetiria o ato. Se eu tivesse a maturidade que eu tenho hoje na época em que a conheci, eu daria meia volta e deixaria pra trás a garota, mas há males que vem para o bem.

Tão linda como sempre fora, ela estava encostada no meu carro avaliando ás unhas, ela estava aparentemente mais velha, mais alta, mais bonita e mais mulher. Seus cabelos continuavam tão ruivos como antes e quando ela levantou os olhos e me viu pude perceber que seus olhos estavam tão inebriantes como antes, essa era a única diferença entre Lily e Lola, Lily tinha olhos verdes, Lola tinha olhos azuis. Ela sorriu marotamente, vestia calças justas e uma regata compatível com o calor daquele dia. Não fazia ideia de como ela me achara, Lily sempre tivera seus truques.

— James Potter. — diz ela com uma mão enrolando uma mecha de cabelo. — senti sua falta.

— Eu devo mesmo acreditar nisso? — rio com escárnio. — desculpe, mas a sua carta fora bem convincente nesse aspecto.

— Você sente raiva de mim? — pergunta de volta e depois morde o lábio inferior e franze a testa.

— Eu jamais sentiria raiva de você, Lily. — poderia ter dito que sim, mas decidi dá a ela uma verdade que ela me devia.

— E eu jamais deixaria de amar você — solta Lily.

— Sabe, é realmente difícil acreditar nisso depois de todos esses anos em que você esteve sumida. — dou de ombros. — você não tem ideia de como eu fiquei desolado depois que você sumiu. Como eu vou saber se um dia eu vou acordar e você vai ter ido embora novamente?

— Eu sinto muito, sinto mesmo, eu fui embora porque precisava ir, eu tinha que me encontrar e eu tinha que fazer isso sozinha, eu te amava — ela se aproxima e segura meu rosto entre as mãos. — eu ainda te amo você não imagina como foi difícil ficar longe de você por todos esses anos.

— Por que você não volta para onde você nem devia ter saído? — pergunto olhando cansado pra ela — só não digo o nome porque, você sabe, não faço ideia que lugar é esse. Sinto muito não corresponder as suas expectativas, mas eu realmente tenho uma vida pra seguir. — a afasto e me direciono ao carro, eu apenas queria ficar longe dela.

— Lola — ela diz e eu congelo — eu sei sobre ela, eu tive muito tempo livre esses anos e eu lia seu diário enquanto você dormia. — eu me viro pra ela novamente e me encosto no carro em busca de apoio — foi por isso que eu fugi, pense o que quiser de mim, mas sim, fugi por causa da garota morta, você tem ideia do quanto foi difícil pra mim descobrir que o homem que eu amava estava comigo porque eu parecia com o seu amor morto? — uma lágrima solitária desceu pelo seu rosto — eu visitei o túmulo dela e falei com algumas pessoas da sua cidade natal, sinto muito por ela, mas eu nunca quis ser comparada com uma garota morta.

— Você não se parece nada com ela — digo sem emoção — talvez fisicamente, mas você nunca se parecerá com Lola, quando eu amei você, amei pelo que você era, quando eu amei Lola, amei por tudo que ela era.

— Foi porque eu amei demais você que fugi, sinto ter metido os pés pelas mãos, mas eu era jovem demais, não sabia o que fazer.

— Você continua sendo jovem demais — me aproximo dela —sinto também não ter te falado de Lola, sinto muito não ter sido sincero o suficiente, eu estava cego de paixão e foi bom você ter ido embora no fim das contas — ela me olha confusa — eu consegui ver além de nós dois e concertar meus erros, não sou mais apaixonado por você.

— O quê? —eu via dor no verde de seus olhos.

— Agora — pego seu rosto com as minhas mãos, como ela mesma fizera anteriormente — eu tenho certeza que te amo. — então a beijo.

Eu não tenho ideia do que será daqui pra frente, se ficaremos juntos ou não, sei que agora está certo, não há mais erros e não há mais mentiras. Fico feliz que, apesar da história ser relativamente parecida, eu não vá acabar como Humbert, que a minha Lolita, a minha Lily, não vai acabar como a do romance trágico de Vladimir Nabokov, fico feliz em saber que o final da minha história será diferente e incomparável. Qual é o final dela? Não faço a menor ideia e essa é a maior beleza a vida, não saber quando o final chega.

— Você ainda me amará quando eu deixar de ser jovem e bela? — perguntou ela me olhando os olhos.

— Eu te amo pelo que sinto e aprecio em você, e acredite em mim, isso não tem fim. — eu falo e ela sorri e me beija novamente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada por terem lido até aqui.