A Carruagem Dos Corcéis de Aço escrita por SurfinBird


Capítulo 1
A Carruagem Dos Corcéis de Aço




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Os jornais previam, com palavras otimistas, que o ano de 2122 seria um ótimo ano. Crianças circulavam o terreno do castelo aparentemente abandonado com suas bicicletas, apontando dedos e formulando teorias de que a construção era assombrada. Sim, os garotos do bairro de baixo ouviram ruídos estranhos, mas ninguém ousou passar pelos portões e atravessar o jardim morto. A parcela de teto baixo e abobadado era engolida pela escuridão da noite, mas duas luzes acendiam no castelo em cada uma das duas torres. Cilindros gêmeos de pedra, em cantos opostos.

As janelas que acendiam eram altas demais para que as crianças tivessem qualquer vislumbre do interior das torres, não importando de onde tentassem olhar. Mesmo lunetas não eram o bastante. Mas aquela luz vinha do quarto de uma menina, que por acaso era a princesa prometida noiva ao príncipe regente. Ela se admirava no espelho naquele mesmo instante, passando delineador nos olhos. Alguns aldeões viam o mundo a partir de uma luneta; focavam a visão em um ponto inalcançável e agarravam-se à essa ideia com todas as suas forças, perdendo a percepção de outras coisas à sua volta. Muito brevemente, essa ignorância causaria grande confusão naquele misterioso castelo.

Os jornais previam também, com palavras otimistas, que o ano de 2122 seria um ótimo ano para o ouro. Nossos heróis se achavam debaixo da terra, todos armados com picaretas nas mãos. Tinham lanternas, mochilas, toras, pás, carrinhos e suprimentos. Apolônio, o mais velho e barbudo de todos; Sr. Schnoebelen, que era capaz de entornar um barril de rum inteiro em menos de dois minutos; Wei e Foo, engraçadinhos gêmeos chineses que andavam sempre juntos; Kristoff, o jovem prodígio, apenas um pouco porcalhão; Urso, o mais peludo de todos, exceto pela barba, que era menor que a de Apolônio; por fim, Agnes, a pequena garotinha aventureira. Não apenas mineravam, mas também eram caçadores de recompensas em ouro e trabalhavam sempre juntos. Eles também amavam cantar.

Vamos nos sujar por ouro!
Porque ficar limpo não paga o pão!
Vamos nos sujar por muito ouro,
então vão! Vão! Vão!

Apolônio, cava-cava! Sr. Schnoebelen, larga a garrafa! Wei e Foo, tragam toras! Kristoff quebra-quebra! Urso, puxa a corda! Lá vem a pequena Agnes, que acompanha no assovio!

Uma picaretada de Agnes movida por sua prodigiosa intuição revela o cobiçado ouro em grande quantia. As cabecinhas dos mineiros se empilham ao redor dela, de ânimos renovados. Trabalhando juntos, não demorou para que conseguissem encher os carrinhos de material bruto, agora felizes por poderem voltar para a casa vitoriosos. Parabenizando-a, Apolônio dá um cascudo e esfrega o punho cerrado na cabeça de Agnes, arrancando uma careta emburrada da garota. Agora todos faziam o caminho de volta em fila indiana, imundos e cansados, mas ainda cantavam. Agnes era a última da fila, em seu passo saltitante e assoviando, como sempre. Quebrando a coreografia, Kristoff deixa sua posição e persegue Agnes com pressa. O que ele poderia querer? A menina pensa.

- Ei, Agnes! Eu estava pensando, porque você acompanha esses sujeitos até o bar se você não bebe álcool? Podíamos ir para outro lugar. Quer dizer, você e eu. – Kristoff coçava a cabeça, desconfortável por não saber como chamar uma garota para sair.

Olha só o que eu achei! – Disse da forma mais natural possível. Finalmente, o jovem mineiro revela um punhado de rosas brancas. Ou pelo menos, eram brancas antes de manchadas de lama e sujeira assim que Kristoff as pegou. Superando um momento de embaraço, os dois começam a rir e ele deixa as flores nas mãos de Agnes. – Pode ficar com isso aí, tá?

- ...Okay? – Ela apressava o passo sem aviso, voltando a seguir os outros até o bar. - Vamos logo! Digo, estamos ficando para trás!

- Que garota!

Bebe Sr. Schnoebelen! Bebe Sr. Schnoebelen!
Bebe Sr. Schnoebelen! Você é uma atração! (Ritmo do Bom Companheiro)

Mais canções eram entoadas quando o grupo chegava ao bar que sempre frequentavam. Agnes pedia uma batida de fruta e tirava sua boina, batendo a mesma contra o balcão para levantar a poeira. Deixava agora que seus cabelos loiros escorressem até os ombros, com direito à curvinhas que lhe espetavam o queixo. Era mesmo uma cena engraçada de se ver, todos os mineiros ocupando os banquinhos do balcão. Julgando pelo seu tamanho, mais parecia que Urso quebraria seu assento. Sempre que queriam seus copos cheios novamente, batiam com ele sobre a mesa, imperiosos.

Todos sentem de imediato uma presença dissonante no local. Uma mulher madura vestindo peles sintéticas, que mais parecia envolta por cobertas do que vestindo uma roupa propriamente dita. A misteriosa era acompanhada por um menino moreninho carregando uma caixa de som, que tocava uma sinfonia para completar a entrada triunfal da mulher. Dirigindo-se aos mineiros aventureiros, acenou discretamente, tomando cuidado para não encostar em nenhum deles, nem mesmo com sua luva. Todos giraram seus bancos para escutar o que ela tinha a dizer, foi quando ela ordenou com um gesto que o menino parasse a música.

Bravos senhores, venho em nome do Duque. – Começou já arrancando exclamações surpresas e um grande “Oh”. – Suas empreitadas se fizeram conhecidas por todo o reino, chegando até aos ouvidos da Rainha. Dizem que são os melhores no que fazem, e sinceramente, espero que correspondam à suas reputações. Vim fazer-lhes uma proposta, sugerir uma nova aventura para vocês. Valendo uma justa recompensa em ouro, é claro.

Apolônio, o mais velho, costumava falar pelo grupo. Todos olharam para ele, esperando sua confirmação, pedindo em silêncio para que aceitasse. O velhinho consultou sua longa barba, acariciando-a em busca da decisão mais sábia, e não levou mais de dez segundos para pedir que a mulher misteriosa contasse mais a respeito.

E assim ela fez.

Como sempre, história envolvia uma princesa, um príncipe e uma bruxa. A princesa e o príncipe estavam prometidos para casar e pouco tempo faltava para que ficassem juntos para sempre, até a jovem noiva ser raptada pela bruxa e aprisionada em uma torre. Desesperado, o príncipe ordenou que encontrassem homens corajosos para libertar sua donzela e queimar a bruxa. Tanto a bruxa quanto a princesa estariam escondidas em um castelo abandonado, cada qual em uma torre, fortemente protegidas por uma horda de fantasmas malignos. Mas seria essa história contada por pessoas que enxergavam através de lunetas? De qualquer maneira, os mineiros acataram ao pedido do Duque e se preparariam para uma nova aventura.

Sem saber quando voltariam, os aventureiros prepararam sua carruagem mecânica. O veículo era basicamente um vagão de trem preto-fechado de bom tamanho, puxado por uma dúzia de cavalos de aço. Cada corcel mecânico tinha sua própria armadura prateada, e seus olhos de aspecto de bolha de sabão refletiam as cores do arco-íris. Eram bonitos de se olhar e nunca se cansavam, mas faziam um barulhão quando galopavam todos juntos. Para a sorte dos heróis, o interior do vagão fora desenhado para abafar sons externos. Porém, mesmo de longe, os passantes que atravessassem seu caminho já sabiam de antemão que o famoso grupo de mineiros caçadores de aventuras viajava em sua carruagem.

- Essa é uma chance e tanto para nós, não é? – Comenta Urso, quebrando o silêncio no vagão.

- A sorte tem estado do nosso lado ultimamente. Nesse ritmo, juntaremos tanto ouro que nos tornaremos príncipes! - Foo se achava deitado em um canto, uma revista cobria seu rosto. Seu irmão fazia o mesmo no lado oposto.

- Ora, o que acontecerá com o “Vamos nos sujar por ouro”?- Agnes interrompe.

- Não implique, garota! Aposto que você também trocaria tudo por uma vida de princesa. – Protestou Urso. – Por sinal, essa é a nossa chance de salvar uma donzela em perigo e casarmos com uma princesa. Com toda a certeza, ela caíra de amores por seu salvador, ainda mais quando ganharmos a recompensa e virarmos nobres!

- Mas e o príncipe dela? - Kristoff entra na conversa.

- Bah! Ela mudará de ideia quando conhecer seu verdadeiro amor! Seu salvador! – Urso continua. – É claro, eu! Enquanto isso, vocês podem lutar contra a bruxa!

Em pouco tempo, todos os homens já estavam brigando pela chance de conquistar a bela princesa em perigo. Pelo que raciocinaram, aqueles que entrassem na torre da bruxa, perderiam a oportunidade de salvar a donzela na torre oposta. Além disso, no fundo, também tinham muito medo de enfrentar aquela bruxa. Por fim, votaram que Apolônio deveria trazer a solução para o problema. O mestre consultou sua barba grisalha, como já era ritual, e decidiu.

- Muito bem, é justo que todos tenham sua chance de ser o cavaleiro valente, porém, alguém ainda deve lutar contra a bruxa. Não se esqueçam que um de nós não tem nada a perder, uma vez que não pode se casar com uma princesa; estou falando de Agnes, é claro. Deem uma espada para a garota, ela deverá enfrentar a bruxa na segunda torre enquanto vocês procuram a prisioneira na primeira.

Como era muito corajosa, Agnes aceitou a ideia e todos se alegraram. Jogaram Agnes para o alto cantando que ela era “uma boa companheira”. Com toda graça, ela brandiu sua espada e apontou para os mineiros.

- Provarei meu valor e lutarei sozinha contra essa bruxa! Não quero me tornar nobre, tampouco uma princesa! Vou viver pela espada e pela aventura!

Mas aquela noite, a princesa cativa visitaria Agnes em seus sonhos. Ela a chamava pelo nome e mesurava com suas delicadas mãos reais. Agnes vestia malha de aço e gentilmente tomava o braço da princesa para beijar seu pulso, antes de acordar no meio da noite com a mão no coração. Do lado de fora, o som estrondoso galopante da carruagem dos corcéis de aço. Os heróis aproximavam-se de seu destino.

O que realmente teria acontecido com a princesa, seu noivo e a bruxa? Primeiramente, a princesa não era apenas uma princesa, mas uma garota chamada Annie que adorava admirar a si mesma no espelho. Nunca se apaixonaria por um príncipe mais do que por seus próprios traços meigos e finos de realeza, ou talvez o espelho exercesse um poder hipnótico. Mas a imagem daquele lindo rosto de repente é distorcida e o espelho ganha um aspecto aquático, revelando pouco a pouco uma forma que atravessa para fora do espelho. Uma mão. Uma mão feminina saindo do espelho. Annie salta de susto, mas não demonstra medo.

- Joan? É você, Joan? – Annie entrelaça seus dedos com os da mão misteriosa.

- Claro que sou eu, princesa. – Uma voz de dentro do espelho que começa a formar o rosto de uma bela mulher. Ela tinha longos cabelos e jeito artístico, que emprestava ao espelho a impressão de uma obra de arte moldurada.

- Como você consegue atravessar sua mão pelo espelho?

- Eu sou uma bruxa, se esqueceu? – Gradativamente, Joan recolhe seu braço de volta para dentro, trazendo consigo a mão de Annie até que ela afunde no espelho. Fazia leves cócegas. – Quando você vai fugir desse casamento, princesa? Pensei que tínhamos feito planos. Temos um castelo da eternidade nos esperando.

- Em breve... – Annie responde e sente a mão de Joan lhe escapar entre os dedos. Rapidamente, ela tenta lhe dar um beijo, mas o rosto sumira do espelho e a princesa ao invés disso beija o próprio reflexo. Estava sozinha novamente.- ...meu amor.

Esse era o grande segredo da princesa Annie, antes de fugir com sua amiga bruxa e escrever uma carta de despedidas para o príncipe regente confessando sua vontade de desafiar seu casamento arranjado. Irado, o príncipe parte a carta em pedacinhos com seu florete e decide inventar sua própria história. Afinal, não era a função de toda realeza? Fazer história?

“O Reino Precisa de Você Para Queimar As Bruxas! ” Era a manchete dos jornais. Com dois furinhos nas páginas, o Homem Estranho de Chapéu espiava. Aquelas páginas mais tarde dariam lugar à outras e mais outras, e assim, muitas manchetes se passaram até o dia em Agnes subiu os degraus da escada circular, segurando firme em sua espada, atenta aos fantasmas malignos.

Nenhum espírito deu as caras, haviam apenas uma série de pinturas que pareciam vigiá-la. Enquanto fazia seu caminho até o topo, Agnes cruza com uma pessoa que descia os degraus e encolhe os ombros de susto. Olhando de baixo para cima, se dá conta que é uma mulher de camisola carregando uma vela. O encontro deixou Agnes atônita por alguns segundos, fazendo-a baixar a espada lentamente, sem desviar o olhar daqueles olhos expressivos. A aventureira quase perdera a voz com a visão inesperada, mas encontrou forças para falar de forma meio abobada.

- Você é a princesa? Não é possível que eu tenha entrado na torre errada!

- Não, eu sou a bruxa. - Joan respondia com doçura no falar e olhar penetrante, desatava em risos sutis e cortava a distância entre as duas, aos poucos. – Venha, vou te dar uma carona!

Agnes mal teve tempo de recuperar o fôlego perdido e fora pega no colo por Joan. A bruxa se pôs na ponta dos pés como uma bailarina, conseguindo impulso para flutuar com um pequeno salto. O vão circular no centro da torre era o espaço perfeito para voar até o topo, poupando muito tempo e energia. Mas a subida era lenta e sem pressa. Agnes segurava no ombro de Joan e não parava de olhá-la com uma expressão interrogativa, e ainda tinha a espada empunhada sem lhe apontar. Já Joan, parecia dizer em uma língua muda “Você quer respostas, certo? ” Aos poucos, elas começaram a conversar sobre uma variedade de assuntos, se conhecendo como podiam naquele encontro improvável.

E assim a verdadeira história foi afinal revelada à aventureira, e Agnes contou-lhe a sua também e tudo sobre os aventureiros do ouro. Mas a história de Joan não tinha um final feliz.

- Vocês eram amantes? E agora? – Agnes era curiosa.

- Não mais. Aparentemente, eu fui apenas sua válvula de escape em uma situação indesejada. Agora ela se trancou no outro quarto e temos vivido nessas torres opostas, o que ainda é romântico de uma forma um tanto triste. Apesar de admirar a coragem de seus amigos, não sei se serão capazes de tirá-la de seu isolamento, ela aprendeu a viver assim.

- Mas estão todos atrás de você! O povo está falando em queimar bruxas e libertar a princesa! Isso é muito injusto!

- Vejo que você acredita em mim. Talvez você tenha bons olhos para mágica.

Lá estava o quarto oposto ao de Annie, de decoração muito parecida. Mas é claro que Agnes não poderia saber disso, mas era nessas ocasiões que sua intuição mágica lhe era útil. Podia imaginar que o outro lado possuía um espelho oval quase idêntico, bem como a mesma lanterna que era vista acesa nas redondezas todas as noites. O espelho chamava por Agnes, que o encarou por alguns minutos até perceber a figura que surgira atrás de seu reflexo. Era Joan, em um manto ritualístico negro e chapéu pontudo. A bruxa divide o espaço com Agnes para observar o espelho, colocando o rosto logo acima de seu ombro. As duas eram um tanto parecidas vistas juntas.

- Te assustei, Agnes? - Joan vira de leve mirando os lábios no ouvido da heroína. – Acho que não pareço mais tão inocente com essas roupas.

- Eu não tenho medo de você, e eu gostei do chapéu.

- O que você fará agora?

- Eu vim lutar, e você precisa de mim. Quando eles vierem te caçar com garfos e tochas, eu não deixarei que te queimem.

Joan sorriu e cobriu a lanterna desatando e atirando sua capa escura, que engoliu toda a luz. Agnes virou-se e logo protestou por não enxergar nada, mas podia sentir que Joan estava muito perto. Sentiu seus lábios serem capturados por outros, macios. Suas pernas vacilaram, mas braços também a seguravam com firmeza não deixando que caísse. Em meio à escuridão, a imagem de uma estrela passeava pelo quarto. Depois, uma estrela gêmea dançava pelas paredes também, depois outra, e mais outra até contarem dezenas. Agnes perguntava o que era, segurando mais firmemente em Joan, que respondia apenas que eram luzes do outro lado do mundo que se abrigavam em seu quarto. Era um momento perfeito no castelo da eternidade.

A bruxa e a mineira acordariam na manhã seguinte, deitadas de mãos dadas, olhando o céu azul preencher toda a janela.

- Sabe, Joan, ontem eu poderia ter te ferido com minha espada por um mal-entendido e porque estava lutando por uma mentira. Eu não era diferente daquelas pessoas que vão caçar você com garfos e tochas, contra quem prometi lutar e matar. Eu entendo agora, são todas marionetes.

- Vendo o mundo através de uma luneta, acreditando enxergar além. – Joan sorri, tranquilamente.

Era claro o som das trancas do portão do castelo sendo arrebentadas.

- Então... o que podemos fazer?

- Há uma magia que só pode ser feita por duas pessoas.

- No que está pensando? Fugir para viver um final feliz?

- Não um final feliz, seria mais como... Gostaria de viver uma aventura comigo no outro mundo?

A multidão gritava do lado de fora. E apenas quando Agnes e Joan deram as mãos, o povo pode enxergar um brilho ofuscante que vinha do topo da torre da bruxa. Por um minuto completo, esqueceram seu ódio, maravilhados com aquela luz irreal. Os homens tiraram os chapéus e o puseram no peito. Mas quando voltassem a si, e alcançassem o topo depois de muitos lances de escada, ninguém estaria mais no quarto. Nem mesmo notaram, algo de estranho no espelho.

Apolônio, cava-cava! Sr. Schoebelen, larga a garrafa! Wei e Foo, tragam toras! Kristoff quebra-quebra! Urso, puxa a corda! Lá vem a pequena Annie, que acompanha no assovio!


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