Guerreiros escrita por L M


Capítulo 9
決定


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!! Leitores novos, bem-vindos!!! :D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/617825/chapter/9

"Hana estava correndo em meio a uma mata repleta de fogo, as chamas corriam fortes e ágeis tentando chegar a ela. A menina corria batendo o rosto nos galhos e machucado seus frágeis pés descalços, agora repletos de arranhões que pingava sangue, o vestido completamente rasgado e somente se ouvia seus passos, gritos e o som do fogo queimando toda a vida da mata ao redor.

Hana tropeça próxima a um rio que ali estava refugiando flores que se banhavam ali, e em cima das águas com uma espada em mãos estava seu pai Chang olhando fixamente para os céus enquanto o fogo se aproximava.

Hana caiu dentro do rio e foi nadando até o pai:

–Pai! Papai! Pai!-gritava a menina nadando, enqaunto uma névoa começava a levar seu pai para longe e o fogo consumia por inteiro tudo:-Não! Pai! Não vá! Mate! Onegaishimasu! Espere, pai!

Seu pai lhe encarou e deixou a espada cair nas águas boiando perto de Hana que a pegou e o encarou com os olhos arregalados e algumas lágrimas deslizando pelo seu rosto:

–Papai...-murmurou a menina.

O velho guerreiro sorriu de lado e acariciou os cabelos da pequena e em seguida um imenso dragão se postou atrás dele e o carregou para dentro da névoa:

–Pai! Pai! Não! Espere! Não!-gritava Hana sacudindo a espada.

A menina olha para trás e vê o fogo se aproximando e consumindo até mesmo as águas. Hana gritou e nadou até uma pedra que ali estava e se colocou em pé segurando a espada, mas ela sabia que seria inútil contra o fogo que se alastrava.

A menina gritou ao senti-lo alcançar sua pele."

Hana dá um pulo e ergue o corpo rapidamente olhando tudo ao seu redor, procurando por algum rosto conhecido, mas ali apenas está a escuridão e somente a luz da Lua que entrava por sua janela. Ela estava em seu quarto, agora com uma camisola de seda azul clara, ofegante.

Hana se levanta e sente o braço doer e arder, e então ela o vê enfaixado com faixas brancas até os dedos, só deixando aparecendo as unhas. A garota fecha os olhos recordando do que havia acontecido, e xinga baixo socando o colchão com a outra mão livre.

A menina se levanta e olha o relógio marcando dez da noite, ela havia dormido por muito tempo realmente. Só se lembrava do rosto da velha Alli tentando curar seu machucado. A mente da garota se volta para um pente em cima de sua gaveta de cabeceira de madeira, era um pente prata com um dragão desenhado em vermelho:

–Papai...-ela murmurou por saber de alguma forma que fora o pai que deixou para ela.

Os olhos dela arregalaram-se ao se dar conta de que o mesmo iria sair amanhã cedo junto com Riki para a guerra e seu peito começou a doer ao tempo que o desespero tomava conta de si, a garota deslizou no chão deixando as costas encostadas na cama e então ficou encarando o pente:

–O que vou fazer? Deus, ajude-me! Dê-me uma luz, eu imploro!-falou a menina tentando controlar o medo pela vida do pai e as lá´grimas que ameaçavam cair:-Meus ancestrais, façam algo... Um sinal, qualquer coisa!

Ela bate o pente com força no chão e o mesmo sai deslizando até as cortinas próximo da janela. A menina pesarosa se ergue e pega o mesmo, mas para observando o céu a noite, estrelado e com a mãe Lua bela iluminando as trevas.

Seus olhos param na enorme estátua de um dragão e um guerreiro em seu jardim, era uma homenagem a seu avô Isamu, que foi o primeiro a aperfeiçoar o fogo do clã próximo a um dragão. Ela via o modo como ele erguera a espada e encara com ferocidade os céus, com o dragão atrás de si mostrando proteção e poder.

"-A guerra é uma coisa horrível, minha filha.-falou Azami:-Agradeça aos deuses por ter vindo uma menina."

As palavras da avó sacudiram sua mente e a mesma se apoiou na janela de madeira abaixando a cabeça com os cabelos caindo no rosto enquanto tremia segurando o pente em mãos. A ideia era absurda, suicida e se desse errado lhe custaria a vida e a desonra total de todo o seu clã... Mas como ela mesma disse ao pai, a honra não vale sua vida.

Hana ergue o olhar semi-cerrado e com raiva para a estátua e ergue o pente, símbolo de uma noiva, e o parte ao meio.

No momento os raios começam a estalar, e a Lua desaparece dando lugar as nuvens carregadas pela chuva que estava se aproximando. Haa fecha os olhos mais uma vez e vai a passos lentos abrindo a porta de seu quarto, e um outro raio soa... Mas ela não pararia agora.

Hana vai caminhando até os aposentos de seus pais, com a postura ereta e firme, abre a porta calmamente e entre sem fazer barulho. Em cima da cabeceira de seu pai estava o pergaminho da convocação, a menina pega e em seu lugar coloca o pente partido ao meio e antes beija a testa do pai.

Vai até seu armário, onde sua mãe havia deixado suas coisas para levar. Ela pega uma rupa ninja de treino preta com o símbolo de seu clã atrás, uma roupa do mesmo modo porém verde e bege, a armadura negra e vermelha, o chapéu de cavaleiro, as rédeas do cavalo e a grande espada.

Ela os leva para fora do quarto, mas antes passa no quarto dos irmãos beijando a testa de Natsumi, fazendo a mesma coisa com Raiden que dormia agarrado a um ursinho; Hana sorriu para o menino rezou por seus sonhos e para que ele não sofra por ela.

Em seguida a menina vai até o quarto as duas avós que dormiam serenamente e pesadamente, a menina beija a testa de a avó Azami e lhe acaricia os cabelos grisalhos, em seguida faz uma reverência a velha Alli e lhe acaricia a testa.

Hana sai do quarto em direção a sala de treinos da sede de seu clã. A menina sai em meio a chuva fina que começava e se tornaria mais forte, dentro da área de treino haviam muitos espelhos e armas de treinamento onde Raiden costumava treinar com seu pai. Hana olhou ao redor, e retirou a camisola de seu corpo frágil e suave, deixando o vento frio lhe abraçar, eriçando seus pelos do braço, a menina suspirou e colocou a roupa negra de ninja com o símbolo de seu clã atrás e as luvas.

Guardou as demais coisas em uma mochila grande e pegou a espada se olhando para o espelho, pegou seus cabelos enormes e negros para um lado e com a espada se posicionou e cortou por inteiro. O cabelo batia em sua nuca, enquanto os fios que a faziam uma menina em aparência deslizavam por seu corpo. Hana amarrou os cabelos em um coque e colocou o capacete do pai em seguida e se encarou no espelho mais uma vez.

Ela não era mais Hana, não era mais uma garota, agora ela era, ou passaria a ser, um homem que lutaria na guerra e que veria sangue manchando as mãos de muitos homens incluindo a sua.

Com a espada posta na cintura e a mochila nas costas, Hana caminhava saindo do templo sendo molhada pela chuva que caía com força agora e os raios riscavam o céu negro. Ela caminhava com as rédeas do cavalo em mãos, mas parou de frente a estátua de seu avô com o dragão atrás e fez uma reverência pedindo benção, perdão, coragem e sorte pelo que ela estava fazendo:

–Conforte minha família Ojīchan, se o pior acontecer eu estarei os honrando mesmo que com a morte!-falou a menina.

Hana saiu caminhando para fora do clã em direção a uma velha casa de fazenda mais adiante da sua. Onde Riki morava.

Hana correu em meio as chuvas chegando até a casa, entrando furtiva pela cerca, sem que os cachorros a vissem, pisando em lama e circulando a casa até chegar a janela do quarto de Riki. A menina abre a janela e entra dentro do quarto do garoto que dormia pesadamente.

Hana retira o capacete e solta os cabelos e sacode Riki.

O garoto abre os olhos encarando um rosto estranho e pensa em gritar, mas a pessoa segura sua boca. Riki soca o estômago de quem quer que seja, mas a pessoa não emite nenhum som, porém se curva para frente e lhe dá uma rasteira quando tenta fugir e se coloca em cima de si com a mão contra sua boca.

Riki tenta lutar e se livrar, mas a pessoa segura em seu rosto e o faz encará-la:

–Sou eu Riki, Hana...-murmurou a menina em cima dele.

Riki arregala os olhos, e se levanta com calma enquanto Hana arruma os cabelos saindo de cima de s e se colocando se pé:

–Shikashi, nani?!-fala o menino alto, mas ele mesmo tapa sua boca enquanto Hana arregala os olhos:-O que está fazendo, mulher?! Que roupa é essa?

–Eu irei no lugar do meu pai para a guerra.-falou Hana:

–O que?! Ficou maluca, se te pegam você será morta e eu também por saber e sua família... Ou melhor, nossas famílias caíram em desgraça, Hana!-falou Riki andando de um lado para o outro:

–Não posso voltar atrás agora, já está feito.-falou Hana:

–Céus, você cortou seu cabelo!-falou Riki:

–Riki, só irão me matar se me descobrirem, mas não irão me descobrir!-falou Hana:

–Hana, você está indo para uma guerra. Pode acabar morta pelos inimigos, nós podemos acabar mortos!-falou Riki a encarando de perto agora, mesmo com a parecendo um garoto ela ainda era mais baixa:

–Não me importa, Riki! Não perderei meu pai, já dei desonra o suficiente, estou tentando ajudar e se não me pegarem neinguém descobrirá! E se eu morrer, não fará diferença!-falou Hana:

–Fará sim, Hana!-falou Riki a pegando pelos ombros:

–Não voltarei atrás...-ela disse firme:-Estou te esperando no estábulo.

Hana sai pela janela novamente sem encarar o rosto temeroso de Riki.

O garoto passa as mãos pelos cabelos nervoso e em seguida chuta com força sua cama, para depois começar a se aprontar às 24:45 horas.

Hana entra no estábulo e fica na chuva ainda encostada de braços cruzados, esperando pelo amigo que iria junto dela. A menina olha os cavalos e encontra um negro, o que provavelmente seu pai montaria, ela se sentou no muro que os separava e ficou o encarando, o animal deveria de ter achado alguma semelhança entre ela e seu verdadeiro dono que era seu pai, por não ter emitido nenhum som:

–Hana!-falou Riki.

A menina se virou e contemplo Riki se aproximando com a mesma roupa, porém de coloração verde-escuro e de capacete o que realçava seu rosto. Ele estava com uma mochila e uma espada na cintura:

–Vamos logo.-falou Hana e Riki apenas assentiu.

O garoto abriu as portas do estábulo e colocou tanto as suas quanto as rédeas de Hana nos animais e em seguida a ajudou montar no alazão negro de Chang:

–Hana... Por favor, ainda há tempo de voltar com isso. Sabe que é uma ideia suicida! Watashi wa monogoi... Imploro-lhe.-falou o garoto a segurando pela cintura indo montá-la no cavalo:

–Watashi wa mōshiwakearimasenga, Riki! Não voltarei atrás.-falou a menina abaixando o olhar.

Riki enrijeceu os músculos e a colocou sentada no cavalo e em seguida montou também. Os cavalos saíram do estábulo e Hana olhou uma última vez para sua casa mais a frente e em seguida saíram em disparada rumo ao desconhecido da guerra.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentem o que acharam!! Agora a aventura começa!! HAHA! :D bjs