Guerreiros escrita por L M


Capítulo 78
Bônus: Honō ryū


Notas iniciais do capítulo

MEU DEUS!!!! MEU DEUS!!!! Eu quero agradecer a Nk0202 pela RECOMEDAÇÃO maaaaravilhosa!!! Muito obrigada mesmo, fiquei tanto tempo sem receber uma que fiquei relendo a sua umas cinco vezes kkkkkkkkk fiquei muito feliz!!!
E aí, Guerreiros?! Como estão?? Então gente, como a pedido de uma leitora fiz um capítulo Bônus do Hotaru, resolvi acatar um pedido feito já um tempo por uma oura leitora de fazer um Bônus sobre a nossa linda família Honō ryū, mostrando como cada um reagiu, como ficou a vida deles, a passagem de tempo (que só para lembrar, é vagarosa para quem vive uma espera, mas rápida para quem vive dentro da guerra) alguns podem levar um susto com o tempo estipulado que se passou, mas não quis ressaltá-lo na trama, para não perder a história em meio a passagens de tempo.
OUTRA COISA!!! Guerreiros, infelizmente está chegando ao fim, mas estou com um novo projeto. Pretendo postar o primeiro capítulo da nova fic, no mesmo dia em que postar o último de Guerreiros, espero que vocês continuem comigo, me apoiando, comentando, favoritando, acompanhando, recomendando ♥, até os fantasminhas são importantes porque, pelo menos, sei que leem. Então já deixo avisado sobre a nova fic quando postar o último capítulo e Guerreiros, vou pôr o link da nova fic!!!
Bom, sem mais delongas, boa leitura!
Ps:Obrigada novamente Nk0202, amei a recomendação ♥



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https://www.youtube.com/watch?v=hRMLOfLCVLQ

A garoa fina caía resplendorosa naquele fim de tarde, o vento frio entrava pela janela de madeira aberta, arrepiando os braços da mulher parada encarando o horizonte nublado pensativa, sentindo dentro de seu peito a saudade lhe doer. Tal sentimento que fazia-a chorar ainda as noites, quieta para não acordar o marido em repouso ao seu lado, porém que sempre acordava e a tomava para si, para reconfortá-la; os últimos dias tinham sido demasiado difíceis desde a notícia oficial que fora decretada no país, sobre o massacre do exército Imperial acabando com o exército shibiō, não havendo sobreviventes em ambos. Recorda-se da dor que sentiu a um único nome soar gritando pela casa, o nome de sua irmã que provavelmente está em algum lugar naquelas montanhas de neve sepultada para sempre, ao lado dos demais homens do exército. Sua irmã estava morta e se ela não tivesse ido, seu pai quem estaria. Natsumi não sabia dizer com total convicção o que poderia ter sido pior, não teriam escolha, a dor da perda seria sentida de um jeito ou de outro, independente de quem fosse se esse era o destino final. Hana salvara seu pai e nem ao menos pôde dizer adeus a ela.

Natsumi a amava muito. Ela era um verdadeiro exemplo para ela e Raiden, sempre capaz de arrancar risadas de alguém, possuía a determinação tão similar a de seu pai, a leveza de sua mãe, mesmo que ela nunca achasse isso -e Nastsumi nunca tinha procurado dizer-, queria que a irmã se visse como ela a via. Como todos a viam. Ainda se lembrava daquela noite fatídica quando a irmã fora levada até o quarto com o braço queimado pelas chamas de seu pai, pensou que na manhã seguinte a veria e conversariam sobre o que havia acontecido, porque além de imãs, elas eram amigas. Porém não foi o que aconteceu. Natsumi lembrava-se dos gritos horrendos da avó Alli ecoando pela casa no meio da madrugada, lembrava-se de encontrá-la caída no dojo de trinamento de seu pai em meio a restos de cabelos cortados, aos prantos. Sua mãe estava gritando em meio a noite chuvosa o nome de Hana, enquanto seu pai a segurava tentando passar algum conforto, mesmo que Chang tivesse sentindo uma dor até pior do que a matriarca Honō ryū. Sua avó Azami quase chegou ter um princípio de infarto, porém os pais de Rick chegaram para dar algum auxílio a família quebrada.

Ela se lembrava que Raiden era muito pequeno na época e não conseguia entender o sumiço repentino da irmã e vivia a perguntando onde Hana estaria e quando ela iria voltar para casa, o pequeno garotinho até pensou que ela teria fugido de casa por conta do que seu pai havia feito a ela, mas Natsumi fora paciente e tentava explicá-o de um modo simples. Hoje, já um adolescente, Raiden sabia o que havia acontecido e tem conhecimento de que o treinamento mais pesado incumbido a ele pelo pai, tinha uma justificativa, afinal o velho guerreiro Chang, havia perdido sua princesa.

Natsumi recordava-se que sentiu muita raiva da irmã naquela ocasião, como Hana ousara cometer tal atitude tão imprudente?! Como ela ousara deixá-a para trás, deixar Raiden, sua mãe, as avós... Como teve coragem para fazer isso? Era sempre isso que martelava na cabeça de Natsumi, como Hana achara coragem tamanha para cometer tal loucura? Vestir-se de homem e enganar a todos, treinar duro, (algo que nenhuma mulher podia) tornar-se um guerreiro como seu pai, destino que deveria ser de Raiden, passou para ela. Ainda era algo que atormentava Natsumi, ela não sabia como estava a vida da irmã, não sabia se ela se arrependera no final, se ela sentiu dor no final desta vida. Natsumi não estava lá para reconfortá-la o segurar a mão pequena dela.

Porque mesmo ela tendo ido, a família aguentou o máximo que dera na esperança de uma dia, quando a maldita guerra chegasse ao fim, ela retornaria. Ela voltaria para eles, como sempre sonhavam. Todavia a triste notícia abalou as estruturas de todos, mesmo que em seus ínfimos, sabiam que seria inevitável, a esperança era uma bela mentira que todos se pegam a acredita quando suas forças estão se esvaindo.

Depois de tanto tempo sem ouvir a voz de Hana, eles tinham que se acostumar a ausência constante da pequena garota. Natsumi via o quão forte sua família era, tendo que assumir a público que a filha havia fugido e ouvido os absurdos falados para a mesma, via seu pai mais distante e frio, a mãe sorrindo de dia e chorando a noite, as avós tentando ambas se ajudarem e Natsumi se vira sozinha... Encarregada de cuidar de Riaden que sentia ainda mais a falta dos pais, porém ambos sabiam que não poderiam fazer nada. Foi em uma dessas tardes de verão, que ela andava pela estrada voltando pra casa depois das compras na feira e perdia em pensamentos, que ela conhecera seu futuro marido. Era irônico pensar que ali naquele lugar ela iria conhecê-lo, por ser justamente ali que se encontrava as escondidas com Rick na adolescência para trocarem beijos, carinhos e juras de amor, que Hana nem sequer sonhava (outro arrependimento), porém Natsumi amava o garoto Nohara, os olhos verdes-musgo que a reconfortavam, as palavras vindas proferidas... Ouro buraco em seu coração pela perda dele, mesmo que ela não tivesse cara de olhá-lo depois de ter se casado e engravidado de outro homem, ele teria de entender que ela não poderia esperá-lo para sempre. As vezes não é somente um amor que mantém as coisas bem, ele não cura sempre, as vezes machuca muito.

Foram oito anos almejando o dia do retorno de Hana, mas que acabou uns dias atrás. Natsumi respirou fundo sentindo a garoa se dissipando aos poucos e os braços de Akio, seu marido, circularem ao redor de seu corpo. O homem entendia a rachadura na família; quando se casou com Natsmi ficara realmente sabendo do trágico acontecimento e sempre fora muito respeitoso, ele a amava muito e sempre passava forças par ela:

—Temos que ir, meu amor. Sua mãe ficará triste se não formos almoçar com eles.-falou Akio beijando sua bochecha em seguida:

—Eu sei, querido... Mas, só é difícil ter de ficar ali, naquele clima tão ruim.-falou Natsumi fechando o olhos deixando a brisa beijar-lhe a face:-Ela faz muita falta, você iria ter gostado dela.

—Não tenho dúvidas, mas ela iria querer que você reconfortasse seus pais, Natsumi. Ou, ao menos Raiden.-falou Akio virando-a para encarar seus olhos verdes:-O garoto deve estar passando por momentos ruins, entrando na adolescência e...

—Raiden é forte, Akio! Ele se parecer muito com o papai e... Com ela também.-falou Natsumi sentindo a mãos do marido em seu rosto:

—Seus pais precisam de você, não se esqueça de que o luto de um pai é eterno para um filho.-falou o homem e em seguida Natsumi entendeu quando seus dois filhos adentraram o cômodo correndo e sorrindo.

Ichiro, seu filho mais velho de seis anos, e Kim, sua pequena flor, de quatro anos entraram no quarto correndo segurando seus bichinhos de pelúcia. A família só se tornou o que era antes, quando Natsumi deu a luz a Ichiro, o protegido de seu pai, depois via-se ainda mais felizes com a chegada de sua pequena princesa, o que Natsumi tinha certeza que tinha alegrado o coração do pai anda mais. A primeira vez que Chang pegou Kim nos braços chorou como um bebê, e o velho guerreiro disse que ela seria a sua flor que se foi, por Hana significar flor. A mulher sentiu o peito se apertar ao imaginar perder um dos dois, tão preciosos na vida dela, simplesmente os abraçou com força e decidida que iria à casa dos pais. Como disse seu marido, eles precisavam dela.

                                                                 ***

 

https://www.youtube.com/watch?v=Xojr6DKkwkA

A cada soco no saco de areia era uma frustração a menos. Os punhos dele estavam doloridos, o suor escorria nas costas malhadas na mudança de criança para adolescente, os dentes cerrados e as pernas rápidas nos chutes certeiros e fortes como um pedaço de madeira. A voz mudando e se tornando grave a cada grito de raiva, e um novo golpe sendo arrebatado no saco de areia. Raiden entendera recentemente como o treinamento era ótimo para estravazar as dores de raivas da vida, sua rotina tinha se tornado ainda mais intensa em seus treinamentos, desde que descobrira que sua irmã havia sido morta junto aos demais componentes do exército Imperial. Hana estava morta em algum lugar naquelas maldita montanhas de gelo e seu corpo ali ficaria, congelado, como se ela fosse para sempre eterna. Ele gritou novamente pegando impulso e girando o corpo chutando forte o saco de areia, fazendo o mesmo se desprender do fero que o siustentava.

O garoto caiu sentado, vendo o saco de areia com rastro de fogo no mesmo, o garoto bufou revirando os olhos indo até o objeto e o chutando para sair as chamas, que ele ainda não conseguia controlar. Os cabelos castanhos lisos e brilhantes estavam batendo até a nuca, deixando uma franja próxima a seus olhos de mel, usava uma calça negra, com uma faixa da mesma cor, porem com o símbolo da família em vermelho, tal faixa amarrada em seu abdômen forte para a idade. O garoto chutou o saco de areia para longe com raiva, fechando as mãos em punho, ele foi caminhando até a entrada do dojo cruzando os braços vendo a chuva fina logo se tornando garoa. Ele sorriu irônico, pensando que até os céus estão de luto por ela, ele fechou os olhos com raiva e tristeza acumuladas dentro de si.

Raiden passara a infância vendo as mudanças de comportamentos da mãe e os choros sofridos dela durante a noite, a velha Alli se tornando ainda mais rabugenta, a avó Azami tentava sumir com sua tristeza cozinhando vários biscoitos para ele e o pai, bom... Basicamente apenas o via nos treinamentos, forçando a ir ao limite, mas também era um bom homem que sempre o auxiliava e tentava dar carinho e amor, mesmo estando quebrado o pobre homem. Quando Hana se foi, ela levou um pouco de todos com ela, para Raiden ainda era pior, por apenas ter lapsos rápidos de lembranças da irmã que tanto gostava; não iria admitir nunca para ninguém que começava a esquecer como era o rosto da irmã, mas sempre se pegava vendo o quadro da família, para que a imagem nunca se desfaça em sua mente. Apenas tivera momentos felizes com a chegada de sues sobrinhos, por alguns instantes ele pensou que tudo mudaria, que o luto todo passaria e poderiam viver em paz, mas sempre as malditas más notícias os perseguem. Ela havia morrido então, mesmo passando quase oito anos resistindo, ela morreu no final. Hana foi forte, era isso que sempre ecoava pela mente do garoto:

—Ah, que merda!-ele falou fechando as mãos em punho:-Maldito seja exército shibiō, por matarem minha irmã. Espero que vocês estejam ardendo no inferno, seus desgraçados.

O garoto proferira tais palavras vendo as chamas dançarem em seu punho, maravilhado pelo chakra quente circulando em suas veias, os olhos se tornando cada instante mais claros conforme passava as mãos próximas a seu rosto. As chamas dançavam e flutuavam ao seu redor, conforme a raiva se libertava através de pequenos chakras. Temia seu poder, temia machucar alguém que amava, temia desde que vira seu pai ferindo Hana, algo que nunca saiu de seus pesadelos, precisara quase apanhar do pai para aceitar aprender o charka da família:

—Palavras duras para um menino tão jovem. Muito ódio, não acha Raiden?-perguntou uma voz arrastada entrando dentro do dojo com uma sombrinha azul escura. A velha Alli ainda elegante e bem comportada entrou ali com uma xícara de chá para o neto:

—Vai me dizer que a senhora não sente ódio deles?!-indagou o garoto pegando a xícara e ajudando a avó a sentar no degrau de madeira, enquanto ele se mantinha de pé:

—Ah, meu caro... Queria eu poder tê-los matado! Mas a raiva é um sentimento momentâneo, ou precisamos fazer que sim. Viver com raiva não faz bem para ninguém, temos que aceitar.-falou a mulher segurando ambas as mãos, os cabelos grisalhos presos em um coque, deu kimono quentinho azul escuro com flores a bordadas , com faixas coloridas em rosa claro, vermelho, verde, lilás e laranja:-Tivemos que ter aceitado desde quando ela partira.

—Mas nunca é fácil aceitar a morte de alguém vovó, ainda mais de alguém tão amado.-falou o garoto bufando impaciente:-Por qur a mamãe inventou esse almoço, afinal?

—Deixe ela... Ela precisa aceitar, ela está tentando seguir em frente.-falou a velha Alli pegando seu leque e batendo na panturrilha do neto:-Por falar nisso, Azami veio ajudá-la a cozinhar e trouxe biscoitos para você.

—Cristo! Espero que não seja os de tofu, só de lembrar me dá refluxo.-falou o garoto causando uma risada da velha:

—Não, mandei que ela fizesse de chocolate. Assim Ichiro e Kim poderiam comer também, e Akio teve intoxicação com os de tofu.-falou a mulher e Raiden riu de lado:

—Natsumi vai vim então?! Depois de se trancar do mundo?!-bradou garoto retornando para dentro e pegando seu saco de areia:

—Não culpe sua irmã. Fi difícil para ela.-falou Alli se levantando e se virando para olhar o neto:

—Para ela?! Para ela?! Vovó com todo respeito, eu também perdi uma irmã e não estou a ponto do suicídio por isso.-bradou o garoto com raiva, fazendo o fogo subir até um pouco acima dos pulsos:

—Acalme-se garoto! Não queremos nenhum acidente aqui. Vá logo tomar seu banho e esfriar essa cabeça!-falou a velha e o garoto saiu a passos duros até a entrada, porém Alli segurou-o pelo punho:-Veja o que falará a mesa, seu pai está ainda mais mau-humorado do que você, não queremos nenhum acidente.

—Não prometo nada, Alli.-falou o garoto se soltando do agarre e a velha bufou impaciente:

—Adolescentes problemáticos, ainda bem que nunca fui uma adolescente.-falou a mulher pegando a sombrinha novamente:-Não fique nessa chuva menino, vai pegar um resfriado e não vou fazer chá para ninguém!

                                                                          ***

 

https://www.youtube.com/watch?v=2Pfwpddq-LU

Emi estava na cozinha ao lado e Azami cozinhando o almoço, presa em silêncio, conforme os pensamentos iam e vinham todos relacionados a sua filha morta. A cada lembrança ela segurava com mais força a faca em mãos que picava o peixe; cada risada, beijos, abraços, os primeiros passos, as primeiras palavras, os sorrisos e os beijos de boa noite; sua filhinha não mais voltaria. Respirou fundo, limpando uma lágrima que fugira pela lateral de seus olhos, não passando despercebido por Azami que encarou a filha com pesar, a mulher também estava sofrendo, mas precisavam superar e seguir em frente, só traria mais tristeza continuar a lembrar. Mas esquecer o que se ama muito, é ainda mais difícil:

—Emi, minha filha.-falou a anciã e a mulher tentou disfarçar:

—O que foi, mamãe? Precisamos arrumar tudo, logo Natsumi vai chegar e eu também chamei os Nohara.-falou Emi limpando os olhos e indo preparar o suco e o saque:

—Como eles estão com tudo isso?-perguntou Azami sentando na cadeira, vendo a filha atarefada arrumando tudo:

—O senhor Nohara disse que a mulher anda tendo pesadelos todas as noites, não come, não dorme... Eu não a culpo, passei por isso no início, ela terá de se acostumar com a falta que o Rick fará.-falou a mulher mexendo na jarra de cristal que continha o suco:-Pelo menos ficou oito anos sem vê-lo ou ouvir sua voz, consegue suportar para resto da vida.

—Você diz isso da boca para fora ou porque também pensa assim?-perguntou Azami segurando a mão da filha posta na jarra:

—Ora, mamãe... Penso assim também. Eu a entendo e quero ajudá-la a passar por isso.-falou Emi encarando a mãe sem paciência:-Não posso ficar pelos cantos chorando, tenho que dar forças a essa família. Vou puxar a orelha de Natsumi por sumir assim, beijar muito meus netos, mimar o Akio, abraçar mais o Raiden e amar meu marido todas as noites.

—Emi...-começou a senhora:

—Mamãe o que quer que eu faça?!-indagou a mulher gritando e a velha senhora se levantou da cadeira:

—Você mal consegue dizer o nome dela, Emi.-falou Azami vendo os olhos de Emi encherem-e de lágrimas:-Não consegue dizer o nome da sua filha.

—A minha filha morreu, mamãe. Morreu em uma montanha como se fosse um homem de guerra, morreu sei lá como... Não sei se foi rápido ou vagarosamente.-falou a mulher chorando pegando a faca novamente e voltando a fatiar o peixe:-Ela morreu!

—Você é forte, filha.-falou a mulher:

—Parece que estou morrendo também...-murmurou a mulher forçando mais:-AH!

Emi largou a faca com a mão ensanguentada, havia se cortado e agora chorava segurando a mão. Azami tentou se aproximar, mas Emi a deixou cuidando da comida indo se limpar.

A mulher saiu do cômodo indo em direção o seu quarto pegando um lenço para limpar o corte que jorrava sangue de sua mão e ardia um pouco, as lágrimas descendo de seu rosto conforme pressionava o ferimento, até sentir um calor conhecido e seu estômago se revirar, ao perceber Chang se aproximando da mesma. O corpo do amado estava quente pelo recente treinamento, e ela sentiu uma mão sendo posta em seu ombro, virando-a para ele.

Chang viu sangue na mão da mulher e pressionou suas grandes mãos quentes em cima do ferimento, passando o lenço em seguida, causando conforto pelo calor emanado, ouvindo com pesar no peito os soluços da amada:

—Como se machucou?-perguntou Chang com a voz grave e áspera, mas ainda sim, amável:

—Me cortei com a faca.-falou ela dando de ombros e sorrindo, para disfarçar:

—Está chorando por causa do machucado?-perguntou Chang:

—Sim... Esse machucado.-falou a mulher pegando a mão do marido e pondo no peito, no coração:-Minha filha morreu, Chang!

—Eu vou cuidar de você, meu amor!-falou o homem abraçando forte:-Eu vou proteger todo mundo, nada mais irá acontecer! Eu esto aqui com você, sou sua rocha, jogue suas frustrações em mim, eu as suportarei.

—Oh, minha filha...-chorava a mulher no peito do marido.

Porém, quando estava quase se acalmando e as lágrimas haviam cessado um pouco, vários gritos foram ouvidos da parte de baixo da casa. Chang afastou rapidamente Emi que o encarou em dúvida e em seus olhos havia susto e temor, desceram correndo ambos para saber o que estava acontecendo.

Chang já ia com raiva, não estava querendo perder sua tão rara paciência, mas tinha alguém que estava querendo mexer com o perigo. Chegaram ambos na sala vendo Nastumi conversando com senhora Nohara que chorava sorrindo, ao passo que Akio segurava ambos os filhos em seus braço e o senhor Nohara andava de um lado para o outro nervoso:

—Papai!-exclamou Natsumi chamando a atenção de todos:

—Vovô!-chamaram os netos de Chang:

—Mas, o que é isso?!-indagou Chang descendo os últimos degraus:

—Chang, me amigo! Você não saber o que aconteceu! Você precisava saber!-gritava o senhor Nohara:

—Mas, o que...?!-indagou Emi:

—Que gritaria toda é essa aqui?-perguntou Raiden com o peito molhado, só com um calça e uma toalha ao redor do pescoço:

—Alguém perdeu a educação.-falou Alli se aproximando a lado de Azami:

—O que há, Natumi?-perguntou Emi:

—Eu não sei, mamãe. Ela não consegue falar.-falou Natsumi nervosa:

—Nohara! Acalme-se o que aconteceu?!-perguntou o homem:

—O exército Imperial não foi morto! Acabaram de atacar o palácio do Imperador e eles estão lá... E... Há uma mulher com eles!-gritou o homem e todos ficaram com os olhos arregalados:

—Hana! Ah, meu Deus... É a Hana!-gritou Emi caindo em um desmaio, sendo amparada por Raiden:

—Puta que pariu, pai!-gritou Raiden.

Mas o grande guerreiro apenas abriu um sorriso:

—Vou para a cidade Imperial!-falou Chang saindo correndo dali:

—Pronto, ficou louco.-falou Alli:

—Papai, espere!-gritou Natsumi:

—Espera mesmo! Vou com você!-gritou Raiden.


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Notas finais do capítulo

Comentem!!! Bjsss