Guerreiros escrita por L M


Capítulo 7
招集


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Os raios de Sol aqueceram a face de Hana conforme entravam pela janela descoberta de cortina, a menina ergueu o corpo e esfregou os olhos passando as mãos pelos longos cabelos negros e em seguida saiu da cama. Porém parou ao ver um vestido azul claro com o símbolo do clã de sua mãe, uma coruja, com sapatilhas em cima da cama, Hana sorriu levemente e foi se arrumar.

Azami estava sentada tomando um café quente para afugentar a preocupação que lhe apertava o peito. Hana desciam as escadas e viu avó jejuando, sentou-se com ela e comeu em silêncio.

Hana sentia-se a caminho da forca, como faria para encarar o pai, a mãe, os irmãos?! Deus... Seu peito queimava em aflição, o que diria? Como agiria?

Azami logo retirou a mesa e ambas foram pegar a estrada, como não tinham carruagens para levá-las as duas iriam a pé até as terras dos Honō ryū, que era banhada por vegetações verdejantes e rosas vermelhas-fogo por todos os lados Na entrada ficava a placa negra com o símbolo do dragão em vermelho.

Hana deu o braço a sua avó e a mesma assentiu sorrindo enquanto as duas começavam a caminhar. A cidade encarava Hana de um modo acusatório e fofocando, mas a menina apenas olhava para frente e tentava ao máximo ignorar os muitos olhares em sua direção:

–Kami! Isso é horrível, estão me acusando com o olhar-falou a garota:

–Não sabem o que fazer com a inveja, minha querida.-falou a avó:-É uma coisa ruim para o coração desses pobres infelizes!

–E para mim também, não se esqueça. Ah, seu eu avistar aquela casamenteira vou voar no pescoço dela.-falou Hana com raiva:

–Tondemonai! De jeito nenhum, Hana. Mostre-se superior.-falou a avó:

–Cansei disso vovó, eu também tenho orgulho.-falou a garota:-Agora que não irei casar e nem terei família e possivelmente a minha família irá me deserdar dentro de algumas horas, não tenho mais nada a perder! Vou ser uma fora da lei!

–Gāru!-falou a avó batendo em Hana que sorria brincando:

–Jōku, o bāchan! É brincadeira...-murmurou a menina rindo e a avó sorriu também.

Hana reparava que muitos pais de família estava com suas famílias e recebiam orações, algumas crianças estavam chorando agarradas a seus pais e mães agarradas a seus filhos. Algumas senhoras também estavam sendo consoladas pelos maridos, Hana sentiu o peito se apertar:

–A guerra é uma coisa horrível, minha filha.-falou Azami:-Agradeça aos deuses por ter vindo uma menina.

Hana a encarou e depois voltou-se para frente novamente, caminhando mais rapidamente dessa vez. A imagem a havia perturbado:

–Kanashīdesu.-sussurrou Hana:-É triste!

Hana e a avó entraram na estrada de chão e conforme iam caminhando viam como o céu estava completamente azul com apenas algumas nuvens lhe desenhando, a grama estava verde e haviam flores do campo por toda a parte. Hana ia sorrindo levemente, estava com a mente limpa, não sabia o que ia acontecer quando chegasse em sua casa, mas no momento ela se sentia feliz.

O vento soprava e as pétalas das flores no chão dançavam flutuado no ritmo do mesmo, Azami ia conversando com Hana e de vez ou outra dava-lhe frutas que a mesma trazia em sua cesta para manterem a energia. Hana ia sorrindo conforme via a paisagem, porém seu sorriso se desmanchou ao ver próxima a placa negra com o símbolo dos Honō ryū. Seu clã.

Azami sentiu a neta estremecer. Hana estava com medo, seu coração acelerava apenas em pensar em encontrar seu pai:

–Vovó, a senhora pode ir na frente.-falou Hana soltando o braço:

–São só mais alguns metros, você tem que ir comigo.-falou Azami:-Chegaremos na hora do almoço, todos devem está com bom-humor, certo?!

–Errado!-falou a menina:-A senhora pode ir indo na frente, que eu fico aqui criando coragem e quando eu sentir que posso fazer isso eu irei.

–Watashi no aisuru, Hana.-falou Azami acariciando o rosto da menina:-Querida Hana! Tudo vai dar certo, eu confio em você.

A senhora beija a testa da neta e sai andando a frente de Hana que fico ali acariciando a testa e suspirou alto se sentando em uma pedra fora da estrada e entrando na mata:

–Mas eu não confio em mim, vovó-murmurou a menina para si mesmo.

Hana se levanta e começa a caminhar e ergue a cabeça para os céus, sentia-se pequena (ainda mais do que ela já era), pensava em Natsumi que conseguiu honrar a família e em Raiden que com certeza seria um grande guerreiro e daria orgulho e honra a seu pai. Mas e ela? Será que o pai a vê como um nada agora? Porque era, exatamente, como ela estava se sentindo:

–Hātsu... O fracasso dói.-murmurou Hana se apoiando em uma árvore e se sentando no chão juntando as pernas junto da grama curta.

Hana estava presa em pensamentos negativos e o medo se alastrando pelo seu corpo, o tempo se passava e ela já estava vendo a avó Azami vindo até aqui procurando por ela, porém Hana ainda tinha medo:

–Hana-chan!-uma voz gritou seu nome saltando na sua frente:

–AHH!-Hana grita chegando para trás, mas bate a cabeça na árvore e depois se vira para frente e lá vê Riki sorrindo de lado para ela.

Os cabelos castanhos estavam curtos, porém ele ainda possuía a franja caindo pelo rosto bonito. Estava com uma blusa verde com o símbolo de águia de seu clã:

–Kurutte?! Ficou maluco, garoto?! Você quase me infarta, Riki!-grita Hana se levantando e começando a bater nele que agora segura seus pulsos e a puxa para perto:

–O que está fazendo aqui?-perguntou Riki:-Todos estão no almoço importante na sua casa, até minha família como "amiga" da sua fomos convidados.

–Eu não estou com cara para ir até lá! Eu acho que você já soube o que aconteceu ontem.-falou Hana se virando a abraçando o próprio corpo:

–Eu já soube e, para ser sincero, eu já esperava-falou Riki.

Hana se vira par ele com os olhos arregalados:

–Nossa, você é a segunda pessoa que me diz isso. Eu sou tão horrível assim?!-falou Hana rindo irônica:

–Kesshite, Hana! Nunca!-falou Riki se aproximando e segurando seus ombros:-Você é mais do que isso!

–Você combinou isso com a minha avó, ela disse a mesma coisa.-falou Hana sorrindo:

–Isso prova que idosos sabem das coisas, menos aquela casamenteira horrorosa.-falou Riki e Hana sorriu:

–Aposto que foi Azami quem te mandou.-falou Hana começando a caminhar:

–Pra ser ainda mais sincero, foi ela mesmo. Mas por quê eu, seu irmão, sua irmã e seu pai perguntaram de você.-falou Riki:

–Meu pai perguntou?-indagou Hana com o coração disparando:

–Sim, ele está preocupado, ou pelo menos me pareceu.-falou Riki:-Seu pai não é nenhum monstro que irá te condenar por defender sua honra!

–E minha mãe...?-perguntou Hana já sabendo a resposta:

–Bom... Ela não perguntou de você.-falou Riki:-Sinto muito.

–Eu também.-falou Hana.

Hana se sentou próxima a árvore novamente e Riki se sentou ao lado dela acariciando uma ponta dos cabelos negros e longos dela. Ambos ficaram assim em silêncio, apenas aproveitando a companhia um do outro até Hana se recordar de algo e agarrar com força o braço de Riki:

–Você!-falou Hana agarrando o braço e o puxando:

–Au! O que foi?!-indagou o garoto:

–Você foi convocado para a guerra!-falou Hana e o garoto a encarou agora sem palavras:-Riki, você irá para a guerra! Meu Deus!

–Karuma! Fica calma, Hana.-falou Riki pegando em seu rosto:-É, eu fui convocado, na verdade... Meu pai foi convocado, mas eu não irei deixar meu pai ir com essa idade já que eu estou na idade correta. Então eu irei!

–Riki faça o favor de não se machucar!-falou Hana e Riki sorriu de lado acariciando o rosto dela como se a mesma fosse porcelana:

–Está preocupada?-perguntou ele:

–Sotchoku ni itte! É claro que estou preocupada com você, Riki-kun! Somos amigos, melhores amigos!-falou Hana e Riki perdeu o sorriso:-O que foi?

–Acho que você ainda não sabe que seu pai também foi convocado, não é?!-falou Riki.

Hana sentiu o coração parar por alguns instantes. As palavras ecoavam por sua cabeça e o ar lhe faltava, o sangue parecia estar mais pesado e gelado, os olhos dela começaram a arder conforme o desespero a consumia por inteira.

O seu pai não poderia ir! Mesmo que ele seja um grande guerreiro, o mais forte de todos, ele não pode ir no estado em que se encontra A menina se levantou e Riki a encarou pesaroso a segurando pela mão com medo dela cair:

–Não! Não, Riki! Não! Ele não pode ir para a guerra!-gritou Hana:

–É... Acho que você não sabia.-falou Riki se amaldiçoando internamente:

–Oh, meu Deus! Riki, não! Ele não pode ir!-falou Hana em pavor:

–Hana, escute-me Onegaishimasu.-falou o garoto:-Esse almoço importante é porque é o último do seu pai com sua família!

–O que?!-gritou a garota:

–Porque todos nós devemos está no acampamento dentro de dois dias. E seu pai e eu iremos juntos, ele com o cavalo dele e eu com o meu.-falou Riki:

–Não! Não!-gritou Hana.

A menina nem pensou direito quando saiu correndo em direção a sua casa, ela não sabia qual emoção estava tomado conta a vergonha, o medo ou o ódio. Mas mesmo assim ela saiu correndo com Riki gritando seu nome atrás de si em direção a sua casa, e ela enfrentaria seu pai e sua fúria.


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Notas finais do capítulo

:) comentem o que estão achando.... bj!