Guerreiros escrita por L M


Capítulo 66
Sorrateiros


Notas iniciais do capítulo

Oieee!!! Leitores novos sejam bem-vindos!! :)
Boa leitura!!! :D



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Kyo e Ran estavam próximos do estábulo onde os demais animais estavam junto com os outros caras que estavam vestidos como eles. Ambos olhavam tudo ao redor não deixando passar nada, mantendo suas facas presas em seus cintos enquanto tentavam não demonstrar nervosismo por estares tão próximos de animais de grande porte e naturalmente perigosos.

Estavam ambos com um chicote em mãos, o que pelo menos, lhes ava alguma segurança do que fazer. A noite estava estrelada, todavia as nuvens ao norte, escuras, chamaram a atenção de Ran que se postou a olhá-las com os braços cruzados em torno do grande chicote de couro marrom em suas mãos:

—O que foi?-perguntou Kyo:

—Os ventos estão mudando.-falou Ran:-Vem tempestade por aí.

—Tem certeza?! As estrelas estão brilhando e a Lua também.-falou Kyo se aproximando do garoto de cabelos arrepiados:

—Eu conheço os ares, Kyo.-falou Ran:

—Nē! Nani o yatte imasu ka?-gritou o chefe deles, chamando a atenção dos dois garotos:-O que estão fazendo aí parados?! Voltem e ajudem os demais com os tigres!

—Sensei wa i!-falaram os dois garotos ao mesmo tempo, empunhando os chicotes e entrando dentro do estábulo real.

Era um local enorme com grades em dourado, bronze e prata. Os animais ficavam deitados em fenos e mantinham-se bem alimentados, para o caso de ficarem com muita fome e atacarem os tratadores, pelo menos os dois garotos pensavam e rezavam para que assim seja.

Os elefantes enfeitados com pedras brilhantes pelo enorme corpo. Os ursos com túnicas coloridas, as garças e os macacos imitando o visual fantasioso:

—Com tanto bicho nesta merda, a gente tinha que cair justo com os tigres?!-indagou Ran:

—Ā, kuru, otoko?!-exclamou Kyo:-Qual é, cara. Pelo menos não são os lobos ali.

—Já lutei tanto com eles, que já me acostumei se der algo errado.-falou Ran:

—É a mesma coisa, só que o tigres dão mais medo.-falou Kyo:

—Watashi wa negatte imasu.-murmurou Ran:-Eu espero mesmo.

—Agora fique focado, imite os outros caras daqui.-falou Kyo:

—Eu já sei.-resmungou Ran.

Chegaram próximos as jaulas dos tigres e viram os três com os dentes bem amostras, causando um arrepio na espinha dos dois garotos que engoliram em seco tentando manter a calma. Viram que o outro garoto usava o chicote para atrair o tigre em sua direção e amarrar a corda contra a boca do animal e colocar um enfeite em sua cabeça.

Ran estava com a boca aberta, descrente de tal cena que se via; enquanto Kyo se apoiava contra a parede de madeira sentindo as pernas bambas:

—Karera wa nani o matteimasu ka?-perguntou o garoto se virando para Kyo e Ran:-Estão esperando um convite formal por acaso?! Vamos logo com isso rapazes.

—Chottomatte!-bradou Ran:-Espera um estante! É pra gente atrair o bicho com o chicote e não bater nele?!

—Exato.-falou o garoto o olhando como se ele fosse maluco:

—E colocamos uma corda em volta da boca do tigre.-continuou Ran:

—É! Isso aí.-falou o garoto:

—E se o bicho atacar é rezar pra morrer depressa, né?!-indagou Ran:

—Watashi ga itta yō ni?!-indagou o garoto:-Do que está falando, cara?

—Sore wa nani mo arimasen!-interrompeu Kyo ainda encostado na parede:-É só pra ver se era isso mesmo pra fazer. E uma piadinha interna, ele é muito brincalhão. Não achou engraçado?!

—Claro... Claro...-murmurou o garoto:-Dá para ver que ainda não foram mordidos por um desses, devem ser novatos não é?!

—Jura?! Deu pra notar?!-indagou Ran pálido e Kyo com as pernas bambas:

—Relaxem, tudo tem uma primeira vez. Vão logo com isso.-falou o garoto.

Os garotos assentiram vagarosamente vendo o garoto se distanciando, ambos se encararam pegando os chicotes e olhando na face dos felinos sanguinários:

—E não fiquem com medo! Eles sentem!-gritou o garoto:

—Ā, keikoku o arigatō!-murmurou Kyo acenando de leve:-Deus! O que fazemos?!

—O que o tapado do garoto disse. Mas se os bichos atacarem eu vou é sentar o chicote no meio do focinho dele.-falou Ran:

—Claro! Só não se esqueça que o focinho fica perto da boca cheia de dentes que doem. Só isso!-falou Kyo irônico:

—Cale-se! Não atrapalhe a minha concentração:-falou Ran entrando na área dos tigres:-Oi, gatinho! Antes de mais nada eu só tenho osso, você não vai gostar de me jantar não, tá?! Vou te dá uma bela de uma intoxicação alimentar. Não me obrigue a usar força bruta, seu tigre da peste!

                                    ***

 

Norio e Daisuke estavam próximos aos demais civis, mantendo uma pose fria e olhando tudo ao seu redor. As luzes os cegavam, todavia mantinham-se sempre atentos a tudo.

Estavam andando em direção aonde ocorreria a cerimônia, entravam dentro das redondezas do palácio, mas ficaram a baixo das escadarias de onde desceria o Imperador:

—O que estamos procurando, exatamente?-perguntou Norio:

—Qualquer atitude suspeita.-falou Daisuke:

—Seja mais específico, por favor.-falou Norio:

—Chūi o haratte kudasai!-falou Daisuke:-Quem estiver do mesmo modo que nós, encarando tudo ao redor, mas com um semblante suspeito.

—Ah... Por acaso, quem estiver conversando com Jin é um suspeito, correto?!-falou Norio parando e encarando mais ao fundo atrás das escadarias:

—Wau! É um enorme suspeito que seria bom de interrogatório.-falou Daisuke:

—Então, o que fazemos? Seguimos o infeliz ou já vamos na pancadaria?-perguntou Norio:

—N-Nani?!-indagou Daisuke olhando para onde Norio olhava, dando-se conta de que realmente Jin estava conversando com algum homem:-Oh, Pai de misericórdia. Disfarça, Norio!

Norio e Daisuke viraram-se um pouco, para que o Wurochiha de cabelos brancos não suspeitasse de absolutamente nada. Seria um grande problema chamar atenção justo dele.

O garoto conversava com um homem de óculos enormes e um kimono negro, exageradamente grande, que mantinha uma expressão séria enquanto o garoto falava com o mesmo. Logo, Jin saiu disfarçado de perto do homem e seguiu para fora da área do palácio, enquanto o homem de kimono negro subia as escadas laterais:

—Watashitachi wa nani o shimasu ka?-perguntou Daisuke:-O que a gente faz? O que a gente faz, homem?!

—Calma!-falou Norio:-Que droga! Foi um pra cada lado, e ambos importantes. Somos dois, afinal! Vamos ter que nos separar!

—O que?! Vamos sair da formação do plano, Norio!-falou Daisuke:

—Mas precisamos descobrir quem era o cara de óculos e chegar até o Jim! Porque se chegarmos até o Jin, encontramos Mitsuo e se encontrarmos Mitsuo...-falou Norio encarando Daisuke:

—Achamos Kabuto.-falou Daisuke:

—Sonotōri!-exclamou Norio:-E se acharmos Kabuto...?

—Metade do plano já vai ser feito!-falou Daisuke:

—Isso mesmo!-falou Norio:-Eu sigo o cara de óculos e você vai atrás do Jin

—Certo!-assentiu Daisuke:-Ganbatte!

—Boa sorte pra você também!-falou Norio.

Ambos os garotos seguiram em direções separadas, mas que seus inimigos haviam acabado de tomá-las. Daisuke ia se perdendo em meio a multidão para fora da área real, enquanto Norio tentava ser invisível o bastante para ir até as escadas laterais sem que atraísse olhares indevidos em cima de si.

                                         ***

 


Hideo, Riki, Takeshi, Goenji, Hana e Hotaru iam seguindo os corredores reais do palácio, admirados pela beleza, todavia com os olhos abertos e concentrados em qualquer ameaça que pudesse lhes ocorrer. O guarda estavam os acompanhando, o que não deixava Hideo menos suspeito pela ação do homem aparentemente grande, todavia com um olhar estranho.

Mas não iria agir sem antes deixar Hana e Hotaru pelo menos na área para onde estavam indo, o que não agradava nem um pouco o garoto de olhos perolados. Tudo o que não precisava seria de separá-los com o grande risco que estavam correndo, e ele sabia que todos pensavam da mesma forma.

Riki ia tenso ao lado de Hana, enquanto encarava todos os locais possíveis, com o suor escorrendo por suas costas; não queria mesmo deixar Hana sozinha, mesmo ela estando com Hotaru. Agora era o momento em que o destino deles seria traçado:

—Mondai, heishi?-perguntou o homem robusto atrás deles para Riki:-Algum problema, soldado?

—Mondai wa arimasen!-falou Riki frio e indiferente:-Não há problema algum.

Chegaram em frente a duas portas feitas de roxo com traços em ouro, onde vozes femininas eram ouvidas de fora. Notoriamente o local onde as esposas dos soldados ficavam. Takeshi apertou Hana ainda mais contra si, abominando a ideia de deixá-la para trás, a garota simplesmente o apertou as mãos passando coragem:

—Kokode wa, arimasu!-murmurou o homem robusto:-Aqui estamos! O local onde suas esposas ficarão, caros senhores. Dispersam-se!

Hana virou-se para Takeshi e beijou delicadamente a testa do garoto, em seguida as bochechas perto do canto dos lábios e o queixo dele, fazendo Takeshi apertar os pulsos não querendo deixá-la:

—Sore made wa, watashi no ai!-murmurou Hana:-Até depois, meu amor.

—Watashi wa sore o eru tame ni modotte ikimasu.-falou Takeshi:-Volto para buscá-la, minha vida.

Hana sorriu de leve e se virou para Hotaru que agora que se deu conta de que também era uma "mulher" e teria que ir também junto dela:

—Então, depois nos falamos, querida.-falou Goenji frio, fazendo o homem robusto franzir o cenho o que não passou despercebido por Hana e nem Hotaru que se virou para Goenji o odiando mais do que tudo:

—Até, meu amor!-falou Hotaru abraçando Goenji forte e murmurando no ouvido do ruivo só para que ele ouvisse:-Acho bom me abraçar bem forte, porque o javali de dois metros atrás de você está desconfiado.

O ruivo xingou-se mentalmente e rodeou seus braços em volta de Hotaru e sorriu de canto como se sua "esposa" tivesse dito algo interessante em seu ouvido:

—Pode deixar, minha linda! Terá uma noite mágica se depender de mim!-falou Goenji:-Eu te amo!

—Eu também, querido.-falou Hotaru se odiando mais ainda e falando baixo:-Não faça burrada.

—Não farei, loiro inútil.-murmurou Goenji.

Hana e Hotaru entraram pela porta e em seguida a mesma fora fechada com um baque forte. O homem robusto recomeçou a andar sem lhes dizer absolutamente nada, enquanto os demais garotos o seguiam.

Hideo estava com o braço direito na bainha da espada, não estava gostando nem um pouco daquele cara. Conforme atravessavam um corredor pouco iluminado, o homem começou a emitir sons estranhos com a garganta, o que deixou-os ainda mais com a guarda pronta para abatê-lo, pelo menos Hideo pensava assim:

—Por que está com a mão na bainha da espada, soldado Arisuhowaito Hideo?-perguntou o homem ainda em frente.

Hideo parou e retirou a espada apontando para o homem, enquanto os garotos ficaram em posição rapidamente estranhando o comportamento de Hideo:

—O que está fazendo, soldado?-perguntou o homem:

—Cara...-murmurou Riki:

—Ficou maluco?!-indagou Goenji:

—Não me recordo de ter lhe dito meu nome.-falou Hideo e o homem o encarou duramente sorrindo em seguida:-Capanga de merda de Kabuto!

—Não vão sair dessa com vida!-falou o homem empunhando a espada, mas Riki a chutou com um golpe de mestre para longe, fazendo-a cravar na parede:

—Para nós isso é uma possibilidade, mas para você, idiota... Já é uma realidade!-Hideo falou e cravou-lhe a espada no peito do homem sem dó, vendo a vida deixando o rosto pálido do soldado que cuspia sangue e se debatia.

O corpo ensaguentado caiu no chão de madeira e Hideo limpou o sangue com a barra do pano de sua armadura com uma expressão fria em seu rosto. Takeshi rapidamente lançou fogo no corpo do homem e Goenji o levantou no ar atirando-o para bem longe pela janela:

—Mu 〜 !-exclamou Goenji:-Como você sabia Hideo?

—Não fui com a cara dele.-falou Hideo:

—Fez bem em agir rápido desse jeito.-falou Takeshi:-Mas será que ele não levou Hana e Hotaru para uma armadilha?

—Não! Ele desconfiou foi no momento das palavras frias ditas pelo Goenji quando foi se despedir da "esposa".-falou Hideo:-Pelo menos acredito que não, todavia não há tempo para voltar e conferir.

—Ah, calem a boca! Já foi!-falou Goenji:-E esse sangue? Como vamos explicar?

—Deixa comigo.-falou Riki:-Hideo poderia jogar água no chão em uma possa por favor.

Hideo olhou o vaso de flores em cima de uma mesa de madeira e retirou um pouco de água que ali havia e derramou-a no chão, vendo Riki pegar um pouco de terra de suas botas e jogar em cima da possa d'água:

—Hã... Você sujou mais.-falou Goenji:

—Não! Kohaku me ensinou isso uma vez no treinamento.-falou Riki:-Kyūshū iwa no jutso. Absorção em rocha.

Riki com um pouco de terra que jogara na possa a água se tornou marrom:

—Não posso mais controlar.-murmurou Hideo:

—Exato! Porque quem controla agora sou eu!-falou Riki:

—Tornou-se lama.-falou Takeshi compreendendo:

—Sonotōri!-exclamou Riki controlando a possa de lama e a colocando em cima do sangue do homem que manchava o piso.

Com as mãos Riki estimou a possa a absorver o sangue que ali estava, limpando o assoalho de madeira e em seguida transformando a terra com o sangue dentro invisível em uma estatueta de coelho e a colocou em cima da mesa. Muito bem definida:

—Subarashīdesu!-exclamou Goenji:

—Eu sei.-falou Riki:

—Vamos continuar! Não quero mais perder tempo aqui.-falou Takeshi.

                                             ***

 

Kyo estava encostado na parede limpando o suor de sua testa, enquanto Ran estava sentado no chão ao seu lado com as roupas todas rasgadas com arranhões pelos braços e abdômen:

—Não sabia que o tigre conseguia pular tão alto para te alcançar.-falou Kyo:

—Não vamos comentar o que aconteceu nas últimas meia hora.-falou Ran se levantando:

—Pelo menos conseguimos colocar a corda nos tigres e levá-los para o local onde devem ficar.-falou Kyo:

—É, quase perdemos os braços... Mas faz parte.-falou Ran.

Todos os animais estavam na mais perfeita ordem e o desfile ocorreria dali a alguns minutos, todos os demais garotos que ali trabalhavam estavam empolgados, enquanto Kyo e Ran olhavam mais ao redor:

—Não vi nada de suspeito.-fa

lou Ran:

—Eu sabia! Foi a pior área que conseguimos, o que descobriríamos na área dos animais?! Que droga!-falou Kyo:

—Chīfu! Chīfu! Mondai! Doragonkabā shimashita doko ni wareware ga shiranai, sugata o keshimashita!-gritou um garoto vindo correndo em direção a um homem mais velho, responsável por tudo:-Roubaram a capa do dragão! O que faremos?! Iria abrir o desfile!

Kyo e Ran se encararam e o garoto de cabelos arrepiados deu um tapa na cabeça de Kyo que resmungou baixo:

—O que você falou mesmo, idiota?!-indagou Ran se levantando:

—Ah! Fique quieto!-falou Kyo.

Os dois garotos se aproximaram da confusão que estava em volta do chefe e apenas ficaram escutando calados, até alguém dizer que a capa estava em um lugar escondido e que apenas uma única pessoa sabia onde ficava:

—E quem era o responsável?-perguntou Kyo:

—Exatamente! O responsável que se apresente!-bradou o chefe e um garoto magricela apareceu tremendo:-Você roubou a capa!

—Īe, sā! Watashi wa watashide wa nakattadesu!-falou o garoto amedrontado:-Não fui eu!

—Tá na cara que não foi ele!-falou Ran:-Pelo amor de Deus, vamos direto ao ponto, por favor!

—O que?!-indagou o chefe:

—Guri! Eu sei que não foi você. Você sabe que não foi você, e nós dois sabemos que mais uma pessoa sabia desse "esconderijo", não é?!-indagou Ran:

—Você contou para quem?-perguntou Kyo:

—Como é que é?!-indagou o chefe:

—Para um garoto que veio até aqui mais cedo, ele disse que o Imperador perguntou onde estava.-falou o garoto:-Foi só isso, eu juro.

—Acreditamos em você.-falou Kyo:

—E quem foi essa desgraça, digo... Esse cara?-perguntou Ran:

—Ele não me disse o nome.-falou o garoto:

—Watashi ni nintai o ataemasu.-falou Kyo passando as mãos pelo rosto:-Deus, dê-me paciência. Fala como ele era então.

—Ele tinha cabelos brancos, era alto, magro, tinhas olhos azuis e era bem estranho.-falou o garoto:-É só isso que eu sei!

—Jin!-sussurrou Kyo:

—Seguinte, chefe! Vão se organizando que eu e meu amigo vamos ver se encontramos esse cara, para dar um murro, digo... Achar a capa.-falou Ran:

—Como é que é?! Precisamos de vocês na formação.-falou o homem:

—Não, não precisam... Vocês precisam da capa de dragão!-falou Kyo:-E vamos achá-la!

—E os seus lugares?! Como fica?!-gritou o chefe:

—Ah, qual é, tio?! Já ouviu falar em improviso?!-falou Ran:-Dá seu jeito! Vão bora Kyo!

—Até mais!-gritou Kyo:

—Ah! Só um instante.-falou Ran voltando-se para o garoto trêmulo ainda:-Onde era esse esconderijo?

—Por que precisam saber disso?!-indagou outro garoto:

—Fica na sua!-falou Kyo:

—Anda pivete, não tenho a noite toda.-falou Ran:

—No sótão, só seguir as escadas e virar a esquerda.-falou o garoto:-Vai ter uma abertura!

—Lugarzinho difícil, heim?!-indagou Kyo:

—É, só pra ferrar mesmo! A capa era feita de ouro, por acaso?!-indagou Ran irônico:-Até mais!

—Vão na fé!-falou Kyo e ambos saíram correndo para dentro dos corredores do estábulo largando todos para trás.

                                                ***

 

Hana estava olhando pela janela de madeira da sala onde ela e Hotaru estavam com outras mulheres também esposas de soldados, haviam muita gente lá de baixo, ela quase não conseguia ver o que estava acontecendo. Só rezava para que todos estejam bem. O arco e flechas dentro de suas roupas a estavam incomodando, mas ela tentava não passar isso para sua fisionomia, caso isso visse à tona trariam grandes problemas a ela e Hotaru também.

O loiro já estava em seu décimo quinto como de água pelo nervosismo que o aflorava enquanto ficava ali esperando, a agonia da arma dentro de sua roupa e a chance remota de descobrirem estavam causando pânico no garoto:

—Quente aqui, não?!-indagou Hotaru baixo para Hana:

—Dá para se acalmar! Vai acabar com a água do palácio assim.-falou Hana:

—Não dá! Estou nervoso.-falou Hotaru:-É uma agonia ficar aqui parado e não fazer nada.

—Eu sei, mas você tem que seguir o plano.-falou Hana:

—Kuso!-bradou Hotaru.

Uma mulher de cabelos castanhos presos em um pequeno coque mal feito se aproximou dos dois e Hana se obrigou a sorrir e Hotaru fez o mesmo imitando a amiga:

—Konbanwa, josei.-a mulher fez uma reverência que Hana estranhou de princípio:

—Boa noite, querida.-falou Hotaru exageradamente:

—Boa noite.-cumprimentou Hana, agora notando que as demais mulheres encaravam a ela e Hotaru.

Hana franziu o cenho ao notar que apenas ela e Hotaru pareciam vestidos para uma festa, as demais mulheres se encontravam com roupas comuns ou até, ela diria, de faxina. O que lhe causou um arrepio na espinha, a mera junção preocupante dos fatos:

—Se me permitem... O que estão fazendo aqui?-perguntou a mulher:

—Como assim?-Hana perguntou:

—É, como assim queridinha?! Aqui não é onde as esposas dos soldados Imperiais devem ficar?!-indagou Hotaru sentindo seu sangue gelando:

—De wa arimasen! Īe, okusama!-falou a mulher:-Não, não senhora!

—Como?!-indagou Hana:

—Pelo amor de Deus, mulher. Não fala isso, eu sou cardíaca.-falou Hotaru:

—Está passando mal?!-indagou a mulher:

—Não!-falou Hana dando um passo a frente:-O que, exatamente, é este lugar que estamos?

—Nós não sabemos.-falou a mulher:

—Como assim não sabem?!-indagou Hana:

—Essa mulher tá me irritando.-falou Hotaru se abanando com o leque e bebendo mais água:

—Uns soldados nos retiraram de nossas funções de limpeza e nos trancaram nesta sala. Não sabemos muito bem o motivo.-falou a mulher.

Hotaru cuspiu toda a água na face da mulher que gritou, enquanto ele e Hana arregalaram os olhos deixando ambos os leques caírem no chão:

—Como é que é?!-gritaram os dois.

Porém não deu mais tempo, todas as luzes de dentro do palácio foram apagadas e tudo ficou na mais completa escuridão.

                                               ***

 

Daisuke ia andando pelas ruas, já mais distante da área do palácio. Já havia perdido Jin de vista e já não se via muitas pessoas naquela região, o garoto repensou pela vigésima segunda vez se não seria melhor regressar. Todavia o plano de Norio era muito bom, e ele não queria desapontar seus companheiros deixando esta chance passar.

Ele ia andando com mais segurança, até que parou de súbito sentindo o vento estranho gelar sua nuca, enquanto um barulho vindo de trás lhe chamou atenção.

Sem pensar muito bem em seus movimentos, Daisuke virou-se com a espada em punho chocando-se com outra.

O som metálico e frio de ambas as armas, fez os olhos de Daisuke ficarem mais atentos a figura que o atacara por trás, podendo ter a chance de o matar. A figura que um dia chamou de amigo de equipe:

—Jin.-falou Daisuke:

—Daisuke.-respondeu Jin frio:-Não deveria está aqui.

 


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Notas finais do capítulo

Comentem!! Os fantasminhas também! Estou sentindo falta de uma recomendação kkkkkkkkkkkkk
Bjss! :)