Guerreiros escrita por L M


Capítulo 65
Luzes


Notas iniciais do capítulo

Oieee!!! Quera agradecer a Doctor pela capa linda!!! Não concordam?! Rsss
Boa leitura!! :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/617825/chapter/65

https://www.youtube.com/watch?v=uAtlNXMLJ_o

"-Mama! Mama! Watashi wa tasuke ga hitsuyō!-a voz infantil de Hana ecoou pela casa:-Mamãe! Preciso de ajuda! Venha!

—Ko! Nani?-perguntou a mulher entrando no quarto de Hana e rindo vendo a menina com um enorme vestido que, obviamente, não era dela:-Minha pequena, o que está fazendo?

—Quero aprender a me vestir e me maquiar como você, mamãe.-falou Hana infantil sorrindo abertamente para sua mãe:

—Meu anjo... Vai chegar a hora em que eu vou lhe ensinar.-falou a mulher sentando na cama e puxando a pequenina Hana para seu colo e acariciando os longos cabelos negros:-Agora você é muito pequena, não precisa aprender nada disso no momento.

—Shikashi, naze?!-perguntou a menina se virando para a mãe com os olhos castanhos brilhando:-Mas, por que?! Quero ficar bonita, mamãe.

—Você já é linda, minha Hana!-falou a mãe se erguendo com a menininha ainda em seus braços, e ambas indo até a janela do quarto. Onde o crepúsculo assolhava um adeus demorado:-É a minha luz.

—Eu quero ser bonita, mamãe. Não uma luz boba.-falou Hana fazendo bico e mulher rindo:

—Hanī...-murmurou a mulher colocando a filha sentada na madeira da janela e a segurando por trás:-Querida... Olhe bem para o horizonte. Vê o que?

—As nuvens coloridas. O Sol está indo embora, mamãe.-falou Hana:-O que tem isso haver?

—O Sol é a luz do dia.-falou a mulher:-São as luzes que ele emana que deixa as nuvens com esse colorido pela tarde e pela manhã.

—Sore wa utsukushīdesu!-murmurou a pequena olhando as nuvens coloridas:-É lindo!

—Você entende que a luz deixa tudo a sua volta perfeito?!-indagou a mulher:-Você é assim, minha Hana! Sua beleza ronda a todos nós, deixa o mundo mais belo. Assim como as flores em um gramado todo verde.

—Elas deixam colorido!-exclamou a menina entendendo e sorrindo para a mãe:

—Por isso que, quando chegar a hora... Vou lhe ensinar a se vestir, não para ficar bonita. Você já é, mas para simplesmente expandir a sua luz.

—Okage de, mama.-murmurou a pequena apertando-se em sua mãe."

Uma lágrima solitária vagou na bochecha de Hana, enquanto ela se olhava pelo reflexo do espelho quebrado e empoeirado da cabana velha, sendo iluminada por duas velas. A lembrança remota do que sua mãe havia lhe dito naquela vez a atingiu como uma flecha fincada em seu peito, a saudade a engolia, todavia não podia deixar-se enfraquecer agora. Não agora que estava tão perto.

Ela prendeu os cabelos lisos e negros em um coque, enquanto passava uma fita azul e passava um pouco de pó em sua face. Um pouco de fruta vermelha do bosque que encontrou, juntamente com pétalas de rosa vermelha amassada davam aos seus lábios o aspecto escarlate de desejo.

A última vez que se arrumava fora para ir a casamenteira. E até mesmo das discussões ela sentia falta, mas não poderia se dar ao luxo de dar para trás agora:

—Hana-cham! É mesmo necessário usar esse pó e essa tinta com cheiro doce?-berrou Hotaru entrando no quarto e Hana se virou rapidamente limpando os últimos respingos de lágrimas:-Anata wa daijōbudesuka? Você está bem?

—E-Estou! Estou sim, foi somente o pó que entrou em meus olhos.-falou Hana pegando o pó e a tinta das mãos de Hotaru rapidamente.

O loiro a puxou pelo queixo, fazendo-a encará-lo. O sorriso gentil brotou na face de Hotaru e os olhos verdes brilharam vendo a menina:

—Naite wa ikemasen!-falou Hotaru:-Por favor, não chore. Está acabando. Prometo que ao amanhecer tudo ficará bem.

Hana sorriu de leve para ele acariciando suas mãos:

—Hontōni?-ela perguntou incerta:-Tem certeza?!

—Claro! E na verdade, espero mesmo... Porque já fiz trinta e sete rezas pedindo, acho que o Cara lá de cima deve ter escutado né?!-falou o loiro e Hana sorriu:

—Arigatō.-ela agradeceu. Respirou fundo e pegou o pó passando na face de Hotaru rapidamente:

—Ah! Pelo amor de Deus, Hana! Eu não acredito que eu vou me vestir de mulher!-falou Hotaru:

—Se quer saber. Está uma bela mulher.-falou Hana rindo da expressão de Hotaru:

—Hijō ni omoshiroidesu!-falou ele:-Muito engraçado!

Hana estava concentrada passando o pó no rosto do garoto, quando uma sombra cruzou a porta, fazendo a menina se assustar:

—Hotaru.-falou Hana:

—O que foi?! Não me mexi.-falou o garoto:

—Não! Não é isso.-ela falou saindo do quarto:

—Hana! Anata wa, josei ga nani o shite iru no ka?-falou Hotaru e Hana tapou sua boca rapidamente com um tapa certeiro:-O que está fazendo? Isso doeu.

Hotaru acariciava a boca, enquanto viu a sombra se movendo dentro da cabana e pegou involuntariamente o braço de Hana e uma vela sentindo seu sangue gelar:

—O que é aquilo?-perguntou Hana:

—Não tenho ideia, mas já vou descobrir.-falou Hotaru:-Fique aqui e pegue a cadeira para se defender.

—Nani?! Ficou louco! Vou com você.-falou Hana saindo, mas o garoto a puxou para dentro pelo cotovelo:

—Suru koto ga dekimasu!-falou Hotaru a encarando:-Pode ser, então! mas eu vou na frente.

—Você está com alguma arma, por acaso?-perguntou a menina:

—Não, ma...-começou Hotaru:

—Viu?! Não faz diferença eu ir na frente.-falou Hana:

—Ka! Anata wa sore o kakunin suru koto ga dekimasu!-falou Hotaru:-Pode ter certeza que faz! Você é uma mulher!

—Caso não reparou, você, pelo menos no momento, também é uma!-falou Hana:

—Mas que merda, Hana!-falou Hotaru:-Você fica atrás de mim.

—Yarimashita!-Hana falou se rendendo erguendo as mãos pra cima:

—Ótimo! Vem, foi por aqui!-falou Hotaru:-O pior é que se for um problema, nem correr dá por causa desse vestido da peste. Espero que sua voz esteja muito boa para gritar.

—Quieto!-falou Hana.

Ambos foram andando calmamente até atravessarem o corredor e escutaram um barulho de janela rangendo. Hana agarrou a cintura de Hotaru e esse mordeu a língua para não gritar, enquanto segurava, tremendo, a vela em suas mãos:

—Mas que cacetada velha!-murmurou o loiro:-Vou infartar desse jeito!

—Continua.-falou Hana sussurrando:

—Espera! Minhas pernas estão tremendo, mais que bambu em dia de vento.-falou Hotaru:

—Anda!-falou Hana empurrando o loiro que caiu para frente abrindo a porta.

Hotaru caiu com Hana por cima de si, e ambos ergueram suas cabeças focalizando na figura do doutor On parado com uma mochila em mãos apoiado na janela:

—Doutor On?-perguntou Hana sussurrando:

—Droga! Hana para trás de mim.-falou o loiro se erguendo e ficando na frente da garota:

—, Shōnen o shinpaishinaide kudasai.-falou o homem roucamente:-Não se preocupe, rapaz. Não vou machucá-la.

—Eu sei, doutor. Mas é protocolo.-falou Hotaru sorrindo nervoso:-É que ela tá namorando o Takeshi e se eu me descuidar e ela se machucar, a minha cabeça que sai rolando, sacou?!

—Compreendo...-murmurou o homem sorrindo de leve. Gostava de Hotaru, de todos o loiro sempre fora melhor em ser ele mesmo:

—Vai a algum lugar?-perguntou Hana baixo.

O homem ergueu os olhos para ela e depois encarou a janela aberta atrás de si onde a noite reinava:

—Estou de partida.-falou o homem:

—E que mal lhe pergunte doutor, pra onde, homem?!-perguntou Hotaru:

—Não posso mais ficar aqui.-falou o homem:-Minha única luz se foi, não há mais nada para mim nessa vida.

Hana sentiu as palavras se chocarem em seu peito e ela abaixou o olhar, não iria chorar novamente. Tentou se lembrar das palavras proferidas por Takeshi:

—Não foi sua culpa, Hana. Perdoe-me pelo que lhe disse.-falou On e Hana ergueu seu olhar:

—Não vá.-sussurrou Hana:

—Minha querida, eu não suporto mais...-murmurou o doutor:-Minha luz se foi desta vida.

Hotaru se aproximou e se debruçou sobre a janela de madeira ao lado do doutor. Hana apenas ficou ali parada abraçando o próprio corpo, não se viu no direito de se aproximar também:

—Se quer ir, doutor. Não vou impedi-lo! Mas quero que saiba... Quando uma luz se apaga, a gente acende uma vela!-falou o loiro e o doutor o encarou:-Não está sendo fácil, pra ninguém até... Mas eu acho que a linda da sua filha não iria querer vê-lo assim, dá um jeito! A dor é insuportável, pode ter certeza! Eu sei! Todos já perderam alguém quem amamos, é uma feria que para sempre vai doer, mas ela vai cicatrizar... O que prova que a vida continua!

—Hotaru...-murmurou Hana:

—Se o senhor quer recomeçar longe dessa guerra, eu sou o primeiro a abrir a porta e te abraçar desejando boa sorte! Está certo em ir, mas quero que vá e recomece sua vida!-falou Hotaru:-Conte nossa história pelos cantos do Japão e até da China! Escreva um novo rumo para o senhor, porque assim que vencermos a praga do homem, tudo vai melhorar!

—, Wakai otoko o arigatōgozaimasu.-falou o doutor apertando o ombro de Hotaru que retribuiu o aperto:-Muito obrigado, rapaz.

—Não precisa agradecer, doutor. Eu digo por todos nós, obrigado. Por curar nossas feridas, mas lamento não poder curar a sua.-falou Hotaru:-Mas posso garantir, que um dia apenas a cicatriz estará aí... Mas lembre-se que agora a Cho virou uma borboleta que voa por aí e quer muito que o senhor acenda algo para substituir a, pelo menos, falta dela. Então dá seu jeito, acende uma fogueira, vela, lamparina, abajur de papel, põe fogo em tudo se quiser... Mas só não desiste.

Hana estava emocionada pelas palavras de Hotaru e sentiu o peito se apertar no momento em que o doutor pulou a janela e acariciou os cabelos de Hotaru e mandou um beijo com suas mãos para Hana que sorriu.

E assim, ambos viram o homem que tanto os ajudou indo embora na calada da noite:

—Kare wa daijōbu?-perguntou Hana se aproximando de Hotaru na janela:-Ele vai ficar bem?

—Não sei...-falou Hotaru:-Mas vai passar. Nada dura para sempre.

 

***

 

Estavam todos esperando na varanda da velha cabana de madeira vendo as estrelas brilhando no céu escuro da noite, ao longe ao horizonte poderia enxergar vislumbres das luzes da festa Imperial. Festa que deveria está acontecendo realmente, se todos tivessem derrotado Kabuto; festa que todos poderiam desfrutar sem ter que passar pela dor da perda.

O silêncio era preenchido pela respiração de todos que exalava preocupação. Poderiam morrer está noite, como poderiam ter partido a várias outras, mas Deus quis que eles derrotassem Kabuto, que trouxessem paz ao seu país e seu lar. Sem mais mortes e sofrimento, que a guerra enfim acabasse.

Existem várias razões que os faz acreditar que algo irá acontecer e fazer com que tenham que mudar os plano, devido as várias e repetida vezes que a mesma coisa ocorreu. Mas dessa vez, não poderiam errar. Mas o não errar, seria a salvação de um país, o sangue de inocentes em mãos a vida de vários nas costas e sua própria vida já não valendo de absolutamente nada; porque no momento o desespero pela vitória está acima e suas vidas.

E isso os preocupa.

Takeshi estava com os braços cruzados olhando a noite, repensando tudo o que aconteceu. Se lhe dissessem que isso algum dia iria acontecer, ele na certa mataria a pessoa por fazer tal afronta a seu tão amado clã, mas agora ele apenas recebe os xingamentos do clã com pesar e dor por fazer fazer o mesmo.

A porta da varana foi aberta e de lá Takeshi viu um verdadeiro anjo sair da casa. Seu peito acelerou e seu sangue gelou enquanto ele via Hana vestida com um kimono azul escuro com traços vermelhos, maquiada e com os cabelos presos em um coque, o pouco pó na face corada da menina já a fazia parecer uma boneca de porcelana.

Hana estava envergonhada pelos olhares dos demais garotos, todavia ao pousar seus olhos nas safiras tão amadas ela simplesmente se obrigou a sorrir e ir caminhando até ele que sorriu de lado vendo a sua aproximação. Os braços fortes de Takeshi circundaram sua cintura, e os demais garotos desviaram o olhar respeitando a garota do Wurochiha:

—Utsukushīdesu.-murmurou Takeshi para ela que corou sorrindo e acariciando o queixo do garoto:-Linda.

—Com todo o respeito Takeshi, mas Hana-chan está muito bonita.-falou Daisuke e os demais assentiram:

—Prefiro você mil vezes como menina.-falou Goenji e Hana corou.

Takeshi olhou o ruivo duramente. Não era ciúme, mas não suportava a ideia dos outros homens olhar Hana cm desejo, mesmo sendo um amigo:

—Cuidado, Sasori. Não abusa da sorte.-murmurou Takeshi e Goenji apenas deu de ombros:

—Arigatō.-murmurou Hana ignorando Takeshi e Goenji lhe sorriu assentindo:

—Mas que droga de vestido maldito!-bradou Hotaru saindo de dentro da casa:

—Você eu não prefiro nem de um jeito nem de outro.-falou Goenji e os demais riram:-Na verdade, o prefiro bem longe de mim.

—Vá se ferrar vagabundo!-bradou o loiro.

Hotaru estava com um vestido laranja com flores brancas, tropeçava nos sapatos e nas faixas do vestido. Os cabelos loiros estavam presos em um coque e sua face estava maquiada enquanto o garoto xingava baixo:

—Ficou um graça com o vestido.-falou Kyo e Ran rindo:

—Eu vou dar uma lecada em vocês!-gritou Hotaru vermelho de raiva erguendo o leque laranja:-Kuso! Praga de roupa do inferno! Lembrem-se o que acontece na guerra fica na guerra, ninguém precisa saber que esta desgraça aconteceu.

—Hotau não é assim que se segura o leque. Muito menos se anda desta maneira.-falou Hana:

—Acontece que eu sou um homem e não um mulherzinha.-falou Hotaru:-E você já viu o tamanho desse sapato e o salto?! Meus pés estão espremidos e eu mal consigo respirar! Porque tem tanta faixa nesta merda que nem sei mais o que pano ou pele.

Hana revirou o olhos, enquanto os garotos riam ainda mais da confusão do loiro:

—Nunca irão acreditar que eu sou uma mulher! É melhor eu ir de mendigo, as roupas já estão um trapo mesmo.-falou Hotaru saindo e Hana pisou no vestido fazendo o aroto tropeçar:

—Sono nashi!-falou a menina batendo o leque na cabeça de Hotaru que xingou baixo:-Nada disso!

—Dōjō o motte imasu!falou Hotau acariciando a cabeça:-Tenha dó, Hana-chan:

—Você vai sim! E ainda com um belo sorriso nesse rostinho.-falou Hana:-Conseguiu colocar sua espada no meio das mudas de roupa?

—Já!-falou Hotaru com desgosto:-E eu nem te falo onde eu coloquei, ou melhor, onde deu para eu colocar. E nem queira saber como eu fiz para caber ali, só espero não cair, porque aí sim vou ser uma mulher de verdade.

—Watashi no kami...-murmurou Hana escondendo o rosto atrás do leque:-Meu Deus...

Takeshi deu um soco na cabeça de Hotaru, fazendo seu chapéu cair no chão e o garoto, acidentalmente, bater o leque em seu próprio rosto:

—Puraha!-gritou Hotaru acariciando sua cabeça:-Praga, Takeshi! Por que fez isso?!

—Estúpido. Não diga esse tipo de coisa perto da Hana.-falou Takeshi:

—Ah, tenha dó! Você falava coisa muito pior dentro da nossa tenda, tá seu orangotango.-falou Hotaru:

—Se eu matar ele agora, vai ser menos um para me preocupar, Kohaku-sensei.-falou Takeshi:

—Estou revendo essa ideia desde o momento em que o conheci, mas sempre acabamos precisando dele.-falou Kohaku:

—Irônico, não?!-falou Norio:

—, Hito o rirakkusu.-falou Riki arrumando o leque de Hotaru amassado e o entregando:-É apenas um disfarce, Hana se vestiu assim durante praticamente toda a nossa estadia na guerra.

—É diferente.-falou Hotaru corado:

—Não tem nada de diferente.-falou Hana:

—Dewa nai sore?!-falou Hotaru:-Não tinha esse bando de cabra rouca rindo de você.

Hana viu o garoto se encolher e se virou para os garotos que riam e gritou:

—Damare!-ela gritou chamando a atenção de todos:-Não riem do Hotaru, ele vai participar da fase mais difícil do plano junto comigo. E vai para me proteger, não é?!

—Mochiron, watashi wa narimasu!-falou Hotaru estufando o peito:-É claro que eu irei protegê-la, Hana-chan! Com minha vida.

—Não exagera.-falou Takeshi:

https://www.youtube.com/watch?v=iPOZZlA0zqs

—Bom, sem mais delongas! Vamos seguir nosso caminho.-falou Kohaku e todos prestaram bastante atenção no sensei:-Todos conhecem sua parte do plano, correto?!

—Un!-gritaram todos:-Conhecemos, sensei!

—Quando chegar a hora e nos separarmos, quero que confiem em seus parceiros e, principalmente, em si mesmos. Sei que perdemos muitos companheiros, queridos... Pessoas importantes para cada um de nós, e quando chegar a hora sei que conseguirão colocar sua força acima de qualquer coisa!-bradou Kohaku alto o suficiente para que todos escutassem:-Colocarão a força das pessoas que se foram dentro de vocês também, porque neste momento cada um deles nos olha do alto das constelações e estão conosco! E, acreditem meus caros soldados, quando digo que a força espiritual é quem desencadeia nosso poder interior!

Hana pensou em cada um que se foi e que agora ilumina seu peito pela chama quente de seu chakra que se faz fogo pelo amor que ela sentia por cada um que se foi. Shiro, Cho, Tadashi, On e todos aqueles que ela via, mas que agora estão em um outro plano, em algum lugar que para os vivos não é permitido a entrada. O descanso eterno do paraíso:

—Que nossos xamãs, que nossos ancestrais orem por nós!-falou Kohaku fechando os olhos e todos fazendo o mesmo:-E que ao amanhecer, todo o sangue derramado, não tenha sido em vão. Mesmo se o sangue for o nosso. Foi uma honra servir ao lado de vocês rapazes e... Senhorita.

Os garotos sorriram minimamente assentindo, cada um com o peso do conhecido e das vidas que se foram em campo de batalhas:

—Sensei, se me permite! Agradecemos pelos ensinamentos que passou para todos aqui presente. Mesmo que somente nós estamos ao seu lado neste momento, garanto-lhe não por mim apenas, mas por todos que estavam reunidos quando falastes as primeiras palavras para conosco.-falou Norio:-, Kyōiku no tame no masutā o shite itadaki arigatōgozaimasu!

Norio se curvou com a mão esquerda aberta e em paralelo com sua direita fechada encostada na mesma em posição de respeito e curvatura corporal para o mestre que Kohaku era:

—, Kyōiku no tame no masutā o shite itadaki arigatōgozaimasu!-todos repetiram o gesto.

"Muito obrigado pelos ensinamentos, mestre!"

Kohaku emocionado, mas não demonstrando repetiu o gesto para seus alunos:

—Heishi-tachi no mae de! Kami wa anata o shukufuku shimasu!-gritou ele dando partida aos passos fortes e rápidos do grupo que estava rumo ao salvamento de seu amado país:-Em frente soldados! E que Deus os abençoe!

E com a cabeça erguida eles marcham rumo ao desconhecido, todavia, sabiam o que enfrentariam. Em seu interior o temos da morte açoitando tão próxima de seus corpos os assustava, ela parecia está os acompanhando a cada passo pelas estradas frias, sendo guiados pelas luzes ao longe.

Mas que dirá o medo da morte, se quando a mesma chega é o descanso dos soldados. O medo tem-se em vida quando o desconhecido aflora a mente dos infelizes combatentes.

Não sei esqueça, caro guerreiro, o medo sempre está presente nos corajosos. Porque, caso contrário, a palavra perde o sentido.

 

***

 

A entrada para a Cidade Imperial estava decorada com luzes em laranja, vermelho e amarelo. Possuindo o grande símbolo Imperial gravado em luzes azuis. Era um espetáculo para se ver, as estrelas perdiam seu brilho em meio a tantas luzes e enfeites belos, as pessoas passavam cumprimentando umas as outras rindo e juntas.

Hana foi entrando na cidade Imperial e logo viu o olhar de Kohaku para todos, como se dissessem disfarcem. Hana simplesmente deu o braço a Takeshi que a recebeu e bom grado enquanto escondia seu rosto pelo leque, a menina viu que Riki, Goenji e Hideo começaram a se portar como soldados cumprimentando os civis que passavam.

Norio e Daisuke colocaram uma máscara de frieza e superioridade enquanto passavam exibindo suas roupas, Kohaku apenas assentiu como se fosse exatamente assim para ambos agirem. Kyo e Ran começaram a se aproximar mais dos civis perguntando sobre o que estavam achando da decoração e dos animais em dobraduras e logo mais do que aparecerão.

Mas nenhum deles se afastando muito.

Hana encarou Hotaru e lhe lançou um olhar de alerta, porque algumas pessoas estavam repando na loira em meio a tantos homens sem um acompanhante:

—Hotaru.-sussurrou Hana e o loiro, disfarçadamente, se aproximou da menina:

—O que?-perguntou o loiro baixo:

—Pegue no braço do Goenji.-falou Hana:

—O QUE?!-gritou Hotaru e Takeshi chutou sua perna e o segurou em seguida:

—Oh, minha senhora! Tome mais cuidado.-falou Takeshi fingindo ajudar Hotaru que lhe lançava vários xingamentos baixo:

—Obrigada, querido.-murmurou Hotaru com voz de mulher, muito mal por sinal:

—Faz o que a Hana mandou, agora.-falou Takeshi se aproximando de Hana que olhava sorrindo de leve os dois, enquanto em seu interior estava em pânico:

—Vai logo!-falou Hana:

—Oh, meu Deus do céu.-falou Hotaru olhando pra trás e achando o ruivo paquerando uma civil:-Mas é um cafajeste mesmo, nem nessa situação a besta ruiva dá um sossego.

Hotaru ergueu a cabeça e mexeu com mais graça o leque indo mais para trás dos demais garotos e falou o mais alto que conseguia, para chamar a atenção para si e tirar os maus olhos de desconfiança:

—Hanī! Sā, watashi no aishimasu!-gritou Hotaru com voz de mulher:-Amor meu! O que está fazendo com essa sirigaita?!

Goenji arregalou os olhos e começou a ficar branco, enquanto Kyo e Ran prendiam o riso e Hana apenas assentia de leve e Kohaku os chamava com o olhar para se aproximarem:

—Oh... E-Eu...-começou Goenji:

—Heim... MEU AMOR!-falou Hotaru dando mais ênfase, para Goenji entender. O ruivo revirou os olhos não acreditando no que teria que fazer:

—Nada demais, minha linda.-falou chegando perto de Hotaru e o rodeando com os braços:-Apenas a estava ajudando. Vamos embora.

Os dois se deram o braço e foram caminhando até chegarem nos demais:

—O que está fazendo sua ameba loira?!-indagou Goenji:

—Você acha que eu estou gostando disso, seu ruivo estúpido! Preferia está em uma câmara de tortura a passar por essa humilhação.-falou Hotaru:-E olha lá, heim... Não vai me trair! Não quero ficar mal falada, já basta o que estou passando.

—Oh, sua besta! Do que está falando?! Não vou servir de babá para você.-falou Goenji:

—A Hana mandou, o Kohaku quase me estrangulou ali na frente mesmo e o Takeshi... Aquela mula quase quebrou minha canela que deve está com um hematoma terrível.-falou Hotaru:-Então para de reclamar e encena. Faz igual ao Takeshi.

—É fácil você falar! Ele pelo menos tem a Hana e eu você, seu brucutu horroroso.-falou Goenji:

—Olha como fala seu merda!-falou Hotaru beliscando Goenji que forçou um sorriso para não xingá-lo:-Ou eu bato esse leque na sua região sul, bastardo!

Continuaram avançando mais dentro da festa, até que avistaram o enorme palácio do Imperador. Era enorme, fazendo todos ficarem boquiabertos por tamanha beleza. Todavia os olhos estavam fixos ao seu redor, para qualquer atitude suspeita:

—OE!-gritou um guarda, fazendo todos gelarem:

—Acalmem-se todos!-falou Kohaku:

—Ai, meu Deus.-falou Kyo desviando o olhar:

—Naturalidade.-falou Daisuke:-Não desmaia, Ran.

—Não dá...-murmurou o garoto baixo, sendo segurado desajeitadamente por Kyo:

—Ferrou! Ferrou! Pega a espada, Geonji! Acabou de vez! vamos morrer! Faz alguma coisa seu ruivo de merda!-falava Hotaru sem parar, com as pernas tremendo:

—Cale a boca! Vamos morrer se você não calar a boca.-falou Goenji:

—Anata wa anchisukirudesu ka?-perguntou o homem fardado:-Vocês são guardas Imperiais?

—Sim, senhor.-respondeu Hideo firme:

—Devem ficar no palácio.-falou o homem:-Podem deixar suas esposas com as demais que ali ficam também.

—Shikashi, mochiron...-murmurou Riki:-Vamos rapazes!

Kohaku os olhou uma última vez, rezando sorte para eles.

O plano se iniciava:

—Se me permitem... Tens belas esposas.-falou o homem.

Takeshi apertou Hana ainda mais contra si e assentiu duramente para o homem, enquanto Hana nem ao menos lhe dirigia o olhar.

Hotaru agarrou desesperadamente ao braço de Goenji escondendo seu rosto contorcido de raiva atrás do leque:

—Mas que sem-vergonha! Vagabundo! Como é que fala uma coisa dessas?!-falou Hotaru:-E você nem me defende, né praga ruiva?!

—Obviamente ele estava falando da Hana. Você tá parecendo um avestruz de vestido.-falou Goenji:

—Ah, mas eu vou te estrangular sua mula anêmica!-falou Hotaru com raiva:

—Sosseguem, antes que eu mesmo chute o traseiro dos dois.-falou Hideo frio:

—Eu deveria ter escolhido o Hideo como marido.-falou Hotaru com raiva:

—Quer ir com ele! Vai ser um favor que você me faz.-falou Goenji:

—Estúpido.-falou Hotaru:

—Estávamos chegando! Não saiam dos personagens.-falou Riki se postando no meio de Hana, enquanto Hideo estava do outro lado de Hotaru.

O plano começou.

A vingança está próxima.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentem!!! Reta FINAL!!! :):)