Guerreiros escrita por L M


Capítulo 63
Estratégia


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!! Leitores novos sejam bem-vindos!! :) :)



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Todos estavam sentados envoltos de uma mesa de madeira com um chá de ervas bem quente ao seu lado. O frio lá fora castigava qualquer um, tiveram sorte de Hideo ter encontrado o barraco abandonado onde estavam; caso contrário teriam todos morrido de frio, na verdade ele e Hana, porque os demais morreriam de fraqueza/fome.

Sentados em silêncio todos os garotos encaravam o olhar baixo de Kohaku que mantinha a cabeça abaixada no centro da mesa, Hana sabia que ele iria falar algo dela. É claro que falaria, ele era o subcomandante e não ligou os pontos de que Haruo na verdade era uma mulher:

—Seu nome é Hana, estou certo?!-perguntou Kohaku e Hana sentiu seu sangue gelar:

—Sim senhor.-ela respondeu firme:

—Certo, certo...-murmurou Kohaku fechando as mãos em punho:-Por acaso está ciente da gravidade dos seus atos e as do seu amigo cúmplice Nohara?!

—Desde o momento em que tomei esta decisão, senhor.-respondeu Hana fechando as mãos em punho:

—E sabe também a pena que se dá a uma mulher que cometa isso?-indagou Kohaku:

—Sim senhor.-respondeu Hana:

—Kohaku-sensei!-falou Riki se erguendo da cadeira:-Onegai... Tente entender as intenções dela e também se não fosse por ela e Hideo nós todos estaríamos mortos agora!

—Eu sei, Nohara!-falou Kohaku:-Mas não posso deixar de lado o que ambos fizeram. A pena para um crime desses, com essa magnitude toda seria a morte de ambos.

Kohaku disse tão naturalmente que Hana abaixou o olhar, todavia Takeshi ergueu-se de súbito de seu lugar e os demais garotos tomaram expressões mais sérias do que de costume, encarando o homem:

—Nani?!-indagou Goenji:-Uma guerra rolando do lado de fora e você querendo matar seus únicos e últimos aliados, foi isso mesmo que eu entendi?!

—São as regras! Eu não as faço, apenas cumpro.-falou Kohaku:

—Ah, vai se ferrar!-bradou Hotaru:-Kore wa bakagete imasu! Até parece que você nunca cometeu erro nenhum, não é?!

—A questão não é essa a julgada aqui!-falou Kohaku:-Esta garota se vestiu de homem e entrou no exército!

—No lugar do pai dela para protegê-lo!-bradou Kyo:-Ela apanhou, se machucou, sofreu e ainda está aqui depois de tudo o que ela passou. Você acha mesmo que se ela não fosse forte estaria viva na sua frente agora?!

Hana ficou encarando Kyo com um meio sorriso:

—E se quer mesmo punir alguém. Eu acho que aguento apanhar por mim e pela Hana.-falou Riki abaixando o olhar:

—Não! Não!-falou Hana se levantando:-Eu também aguento apanhar!

—Mas não vai!-falou Riki:

—Kurutte?!-indagou Hana:-Ficou louco?!

—Tem que ter outro modo, Kohaku!-falou Hideo:-Temos mais com o que nos preocupar. O ataque ao palácio será hoje a noite, precisamos de um plano se quisermos sair com vida e salvar a todos.

—Essas foram as palavras mais inteligentes que eu já ouvi hoje aqui nessa mesa!-falou Daisuke:

—Depois a gente resolve isso, Kohaku-sensei!-falou Hotaru:-Ou até com sorte, você leva uma porrada na cabeça assim do nada e esquece isso tudo!

—Não está ajudando.-falou Norio:

—Nunca está.-afirmou Hideo.

Kohaku respirou fundo e seus olhos encontraram com as orbes azuis escuras de Takeshi e ambos ficaram se olhando, até Takeshi agarrar o pulso de Hana por cima da mesa e a menina corar levemente. O sensei encarou as mãos unidas e assentiu rapidamente e retornou o olhar para todos ali:

—Alguém sabe o que vai acontecer hoje a noite?-perguntou Kohaku:

—Uma tragédia! Desgraça! Catástofre! Tudo junto, como se tudo o que já tivesse acontecido não fosse ruim o suficiente!-falou Hotaru:

—Kabuto vai atacar.-falou Daisuke:

—No palácio Imperial!-falou Kohaku assentindo:

—Ele não pode atacar por fora, os seguranças e os homens do Imperador iriam barrá-lo.-falou Norio:

—Exato e então o que concluem?-perguntou Kohaku colocado ambas as mãos para trás do corpo os encarando:

—Que ele tem aliados dentro do palácio.-falou firme e frio Takeshi ainda com a mão envolta do pulso de Hana:

—Masani!-exclamou Kohaku batendo as duas mãos na mesa:

—Nossa... Mais que merda, heim?! Nossa situação só piora!-falou Hotaru sustentando o rosto por uma mão e a outra etsendida na mesa de madeira:-Se não bastasse os homens fora do palácio ainda tem gente dentro dele, ainda?! E nós somos... Bem, nós!

—Alguma sugestão?-perguntou Kohaku:

—A cidade está tomada pelos homens dele.-falou Hideo:-A cada esquina que se olhe, eu e a Hana tivemos algum trabalho para entrarmos aqui.

—Justamente!-falou Hana, pela primeira vez participando de uma conversa como ela mesma:-Bom... Nós usamos disfarces para entrar na cidade Imperial. E se não usássemos também pra entrar no palácio sem perceberem e assim poderíamos proteger o Imperador.

Kohaku sorriu de lado e Hana abaixou o olhar constrangida:

—É bom saber que Haruo ainda continua aí de alguma forma.-falou o sensei assentindo.

Riki sorriu para ela assim como os demais garotos:

—A ideia é muito boa.-falou Daisuke:

—Sim, mas como vamos conseguir disfarces? Só temos aqui as roupas de batalha, não sei como, mas...-falou Goenji:

—E sair para procurar nem dá, com a graça de Deus, porque nossos rostos estão estampados com porpurina na cabeça dos vigaristas dos homens do Kabuto.-falou Hotaru:

—Pode ser, mas alguns deles ainda pensam que sou um homem.-falou Hana e Takeshi a encarou:

—Está pensando em sair daqui e ir pegar os disfarces sozinha?!-indagou o garoto Wurochiha:

—Alguma ideia melhor?-perguntou Hana o encarando:

—Mas é claro que tem que haver uma melhor, do que você sozinha ir lá.-falou Takeshi:

—Na verdade, foi a melhor que eu já escutei.-falou Kohaku:

—Como é que é?!-indagou Takeshi:

—Pela primeira vez eu concordo com o Takeshi!-falou Riki:-Não acho que seja uma boa ideia.

—Ah, pelo amor de Deus! Querem fazer o que, então?! Não temos tempo, essa é a parte mais fácil do plano!-falou a garota com raiva, mas sem tirar sua mão do toque de Takeshi o que o fez sorrir minimamente de lado:-E quando iremos entrar no palácio, vai ser ainda mais difícil e perigoso.

—E quem disse que você vai?!-indagou Takeshi e Hana bateu o punho com força na mesa retirando sua mão da dele e o encarando:

—Não preciso de permissão, Wurochiha.-falou Hana e os demais garotos ficaram encarando ambos:

—Ah, não?! Você é uma menina agora, acha mesmo que vou deixá-la ir correr esse perigo, Honō ryū ?!-indagou Takeshi:

—Eu vou você querendo ou não!-falou Hana encarando o sensei:-Eu vou me arrumar para ir a cidade, sensei.

A garota saiu do recinto sobre os olhares raivosos e preocupados de Takeshi em cima de si. O garoto bufou ignorado e bateu os punhos na mesa irritado atraindo os olhares de quem estava ao redor da mesa de madeira:

—Vocês são uns inúteis! Não irão falar nada?!-indagou o garoto:

—Não discuto com mulheres.-falou Hideo dando de ombros:

—Ela dá medo.-falou Daisuke:

—Nunca nem ao menos vou erguer minha voz com ela.-falou Kyo:

—Eu quero é dá um beijo na boca dela e não discutir.-falou Hotaru:-Que tal se a gente dividir, você discute e a parte de beijos deixa com o papai aqui.

Riki deu um soco tão rápido na cabeça do loiro que Takeshi simplesmente o agradeceu com o olhar, enquanto os demais garotos riam e zombavam do garoto.

 

***

 

Hana colocou um vestido de mangas longas branco e bem simples, arrumou seus cabelos curtos em um coque, para que ninguém perceba a altura de seus cabelos. Pegou uma faca comprida mediana e a colocou amarrada na sua cocha esquerda por uma faixa de couro marrom escuro; colocou sapatilhas em seus pés e pegou uma bolsa grande e colorida que ali estava empoeirada em um dos quartos do barraco abandonado.

Olhou-se no espelho e ficou fascinada com o tempo que ficou sem se olhar e ver realmente seu reflexo. Sempre via um garoto corajoso, mas agora estava parecendo ela mesma, porém os cabelos curtos que ela sabia que ainda possuía apesar do coque a fazia ainda se sentir corajosa.

Hana viu-se mais uma vez no espelho e viu parado na porta de braços cruzados a olhando os mesmos olhos azuis que faziam seu coração disparar. Corando levemente se ergueu sorrindo levemente enquanto Takeshi se aproximava sorrindo:

—Então, como estou? Parecendo uma garota normal de longos cabelos?-perguntou a garota encarando seus pés.

Takeshi pousou seus dedos no queixo da menina e ergueu seu rosto, fazendo-a encará-lo e manter seus olhos juntos. O castanho com o azul profundo unidos em um pedido mútuo de um beijo:

—Está linda!-falou Takeshi firme:-Não importa como esteja! Apenas no interior de seus olhos eu vejo a verdadeira beleza. Olhos que não me enganaram nem quado se fingia de homem e pelos quais eu me... Apaixonei.

Takeshi sussurrou essa última parte chegando próximo do rosto de Hana que sentia-se corar e seu coração disparava toda vez que o mesmo fazia isso. Takeshi se curvou em sua direção, os lábios quase se tocando. Ela sabia que aconteceria, ele esperava que acontecesse, mas o destino não queria esta hora:

—Takeshi! Takeshi, seu infeliz! Vem logo terminar a bosta da reunião, antes que o sensei Kohaku dê uma de louco!-gritou Hotaru entrando no quarto:-A merda do soco do Riki está doendo até agora! Mas q...

Hotaru parou ao ver a posição em que se encontravam Takeshi e Hana e o loiro abriu um sorriso malicioso:

—Ae Takeshi! Não perde tempo, heim?!-bradou o loiro.

Hana corou se afastando um pouquinho e olhando Hotaru:

—Olá, Hotaru! Poderia ter batido...-começou Hana:

—Ele deveria ter batido. Não sabe o quanto eu te odeio.-falou Takeshi simples encarando o loiro:

—Ah, nem vem! Não é hora para isso.-falou Hotaru puando Takeshi e Hana pelos braços em direção a porta do quarto:-A propósito, Hana-chan... Ficou uma graça nesse vestido.

—Pare de reparar nela!-falou Takeshi rugindo:

—Ei! Eu sou um homem, tenho que reparar.-falou Hotaru e Hana desvirou o olhar rubro de Takeshi para ele:

—Quer que eu faça você deixar de ser homem?!-indagou Takeshi:

—Já parei, ciumento!-gritou Hotaru os puxando.

 

***

 

Hana estava na frente de Kohaku que dava instruções a ela sobre descrição e se algo der errado, não haviam como se comunicar e eles tinham que ficar ali caso contrário iriam ser pegos novamente. A menina ouvia tudo atentamente, apenas tentava ignorar os olhares penetrantes de preocupação de Riki e raiva de Takeshi.

Isso a deixava com raiva.

Ela estava vestida de garoto e passou por tudo aquilo firme e forte, agora que usava apenas um vestido estavam a controlado como se ela fosse uma boneca de porcelana que quebraria com um simples soco. Ela não era fraca, já provara isso antes, mas olham apenas a aparência:

—Entendeu tudo, Hana?-perguntou Kohaku:

—Hai, sensei. Watashi wa sore o nyūshu!-respondeu a menina:-Sim, sensei! Eu entendi.

—Boa sorte! Volte antes do cair do Sol.-falou Kohaku:

—Vou voltar.-respondeu a garota se virando e começando a andar em direção a cidade.

A cidade estava toda enfeitada, Hana não entendia o motivo certo. Haviam dobraduras de pássaros e muitas outras penduradas por barbantes nos telhados. Lanternas de papel coloridas sendo postas e várias barracas sendo montadas; haviam fantasias e pessoas indo apressadas para arrumar os preparativos.

A garota olhou mais a frente vendo a escadaria que dava para o palácio no alto da montanha, grande e vasto. Belíssimo.

A menina via as senhoras arrumando as barracas de comida e se lembrou de que nenhum dos garotos e ela haviam comido alguma coisa. Como não tinha dinheiro, esperou as mulheres se afastarem e ninguém estiver olhando; então a garota pegou um grande prato de bolinhos de arroz e despejou tudo em sua bolsa colorida. Riu de lado e continuou seu caminho.

Parou no meio da rua vendo as casas e as elegantes senhoras desfilando com seus vestidos belos e caros em direção ao palácio junto com seus acompanhantes. Mas, o que diabos estava acontecendo?! Ela pensava em curiosidade.

—Será que ninguém aqui sabe da guerra?!-perguntou a si mesma e resolveu ir seguindo lentamente as pessoas indo em direção ao palácio.

Indo ao palácio ela viu uma senhora acendendo uma vela próxima ao templo com grandes estátuas de animais como guardiões. A menina se aproximou cautelosa e via a senhora colocar um bilhete aos pés de um dos animais em rocha cinza com traços brilhantes. Curiosa Hana franziu a testa e se aproximou da senhor, tentando esconder seu rosto o máximo que conseguiu sorrindo meiga como uma doce garotinha:

—Ohayōgozaimasu!-saudou Hana fazendo uma reverência:

—Bom dia, menina!-respondeu a senhora sorrindo para Hana se levantando:

—Ah... Sumimasen. Com licença.-falou hana se aproximando ao lado da senhora:-Por que está todo esse movimento aqui na cidade Imperial. Aconteceu algo?

—Não está sabendo, menina?-perguntou a senhora virando para Hana que franziu ainda mais a testa, mas sorriu tentando transparecer:

—Oh, Kōjitsu!-falou Hana sorrindo docemente:-Desculpa, eu deveria?

—Está certo que não é dessas bandas. Veio da onde?-perguntou a senhora:

—De um vilarejo aqui perto. Ao lado das montanhas do norte.-respondeu Hana recordando de seu vilarejo:

—Oh, compreendo.-falou a senhora:-Estamos assim em festa porque a guerra terminou.

—Watashi ga itta yō ni?-perguntou Hana mostrando sua surpresa:-Perdão, o que a senhora disse?

—Que a guerra finalmente terminou!-saudou a mulher sorrindo:-O exército shibyō, foi finalmente derrotado em uma batalha nas montanhas. Bem próximo onde você mora.

—Derrotado?! Como assim?-perguntou Hana:

—Sim, foi o que nos fora dito.-respondeu a mulher anciã:

—Entendo... E quem deu essa grande notícia?-perguntou Hana:

—O mensageiro que estava no exército do Imperador. Ele foi o único quem sobreviveu para contar a história, e disse que foi o próprio capitão Tadashi quem o salvou da morte e o mandou nos dizer isso.-falou a mulher:-Por isso vim aqui rezar para os deuses proteger as almas de nossos heróis, aqueles pobres garotos.

—Naruhodo... Então todos morreram, com exceção desse verm... Digo, digo... Mensageiro.-falou Hana sorrindo:

—Sim!-falou a mulher:

—Então, isso é um ótimo motivo para se festejar!-falou Hana fingindo animação para a mulher:

—Com toda certeza, menina.-falou a mulher sorrindo:

—Poderia fazer o imenso favor de me dizer onde fica uma loja de tecidos e roupas, por favor?-perguntou Hana:

—Oh, claro querida.-falou a mulher:-Fica perto da ponte, virando a esquerda depois da barraca de suchi.

—Arigatōgozaimashita!-falou Hana se curvando:-Muito obrigada!

Hana continuou andando já sabendo quem é o espião de Kabuto. A menina foi apressando o passo para chegar logo na loja onde conseguiria seus disfarces.

***

Takeshi estava meditando.

Fazia tempo em que não colocava sua cabeça no lugar, depois de tudo o que aconteceu e as surpresas que fizeram sua vida dar uma volta de 360 graus, ele precisava desse tempo para redescobrir a paz que poderia sentir novamente. Todavia sua mente não conseguia se concentrar em nada além do rosto da garota que estava lhe trazendo preocupações.

Takeshi odiava se sentir preocupado, era uma angústia que ele não sabia lidar. Fechou os olhos e tentou se concentrar na calma onde estava, tentou sentir seu chakra quente e queimando para poder se liberar contra seus inimigos; sim a vingança ainda estava balançando a cabeça do garoto de olhos azuis.

Não, não! Precisava de paz!

Mas Takeshi simplesmente abandonou qualquer vestígio de meditação e paz no momento em que escutara os gritos de Hotaru e Goenji. Rangeu os dentes e socou algo se levantando e tentando pensar em algo que o fizesse, inutilmente, acalmar e não matar um.

Os gritos estavam vindo de uma parte afastada do local precário onde estavam. Takeshi encontrou com Kohaku que estava de olhos fechados e deitado no chão com as mãos em cima da barriga; antes que pudesse sequer dizer algo o homem apontou para um buraco embaixo a alguns metros dele e Takeshi foi até lá vendo a entrada de um porão. Parou em pé podendo escutar os berros de Hotaru e as ofensas nada amigáveis de Goenji, revirou os olhos e sem ao menos usar as escadas o garoto pulou lá embaixo.

A cena que se desenrolava fez Takehsi se arrepender amargamente de ter saído do seu quarto e ido parar ali. Hotaru e Goenji estavam brigando por um machado velho com o cabo de madeira e a lâmina quase soltando tamanha era a força de ambos puxando a arma:

—Largue esse machado agora, seu ruivo de merda! Eu vi primeiro, eu que vou lutar com isso!-gritava Hotaru:

—Ora, cale essa boca, Huyata! Você nem ao menos tem forças o suficiente para segurar o machado, vai acabar morto por si mesmo! Do jeito que é um inútil!-falou Goenji:

—O QUE?! Ora seu bastardo de merda, vou te mandar para o quinto dos infernos, sua anta! Vai aprender a me respeitar e nunca mais falar que sou um inútil!-gritou Hotaru:

—Tem razão, você só serve para brigar e me irritar!-gritou Goenji:

—Pelo menos é uma serventia!-gritou Hotaru:

—Calem a boca!-berrou Takeshi chamando a atenção dos dois e fazendo os demais agradecerem por ele ter aparecido:

—Takeshi?!-indagou Goenji:

—Ah, vai se ferrar Takeshi! Não está vendo que estamos ocupados no momento?! Poderia voltar depois, sim?! É uma briga por vez, camarada!-falou Hotaru puxando o machado, mas Goenji o trazendo para si logo em seguida:

—Não vou nem ao menos gastar minha saliva discutindo com você, idiota!-falou Takeshi emanando fogo e tacando na arma que explodiu em chamas:

—AHH!-gritou Hotaru ajoelhando ao lado da arma:

—Ótimo!-rugiu Goenji se virando irritado para Takeshi:

—Muito bom, Takeshi! Já não temos armas, e você detrói a que achamos?! Por acaso vai peitar lá com o exército do Kabuto só com os seus punhos, cara?!-indagou Hotaru erguendo os braços:-Já pode tirar o seu equino da precipitação, porque nem com as nossas melhores armas conseguimos acabar com eles, que dirá sem nenhuma!

—Essa discussão infantil, já estava me dando nos nervos.-falou Takeshi:

—E você desconta no pobre do machado?!-falou Hotaru:

—Tem razão, eu deveria ter descontado em você.-falou Takeshi:

—Concordo.-falou Goenji:

—Não iria ser má ideia.-falou Daisuke:

—Vamos direto ao ponto, quanto você quer para descontar nele?!-indagou Ran:

—Ah, vão para o inferno!-gritou Hotaru emburrado:

Takeshi fez menção de subir de volta para seu quarto para tentar meditar um pouco, todavia a voz de Riki o fez parar e olhá-lo de esgrelha:

—A Hana está demorando.-falou Riki de braços cruzados:

—Sim, ela está.-falou Takeshi:

—Esse é o motivo do seu mau-humor.-falou Riki:

—O motivo do meu mau-humor é você!-falou Takeshi:

—Pensei que fosse Hotaru.-falou Riki sorrindo irônico:

—Não, ele é o motivo da minha raiva.-falou Takeshi:

—Pensei que gostasse da Ha...-começou Riki, mas Takeshi o interrompeu:

—Aonde quer chegar com isso, Nohara?-perguntou Takeshi:

—Lugar algum, Wurochiha!-falou Riki:

—Não me chame assim.-falou Takeshi:

—Hã?!-indagou Riki:

—Não me chame de Wurochiha.-falou Takeshi:

—Mas esse é o seu sobrenome.-falou Riki irônico:

—Agora é uma ofensa.-falou Takeshi saindo rapidamente dali, antes que pusesse fogo na cara de Riki.

Takeshi saiu e Riki sorriu irônico, até uma rajada de vento muito forte o derrubar no chão, fazendo o garoto erguer os olhos e encontrando as esmeraldas de Hotaru:

—Nani?!-indagou Riki:

—A próxima vez que se dirigir ao Takeshi dessa maneira suja e irônica eu acabo com você.-falou Hotaru:

—Está me ameaçando, Hotaru?! Logo você?-perguntou Riki irônico e o loiro o fez voar e bater as costas no teto do subsolo e cair novamente de cara no chão:

—Hotaru!-os demais falaram, enquanto Norio e Daisuke levantavam Riki:

—Não use esse tom irônico comigo. Takeshi pode ter paciência com você, mas você já está retirando a minha faz tempo.-falou Hotaru:

—Virou o defensor do Takeshi?!-indagou Riki com raiva:

—Ele é da minha equipe e a Hana também. Não estou nem aí para o que você é dela, ainda se pode ser amigo faltando uma das pernas.-falou Hotaru com raiva e foi voando para cima vendo os olhares surpresos pela sua ação.

Hotaru subiu e encontrou Takeshi parado de braços cruzados o encarando, em seguida o loiro deu de ombros e foi caminhando na direção do garoto:

—Não sei você, mas esse idiota estava acabando com meus nervos.-falou Hotaru e Takeshi riu pelo nariz. Ambos retornando para o quarto juntos.

 

***

 

Hana chegou até a loja de tecidos e vestidos, e lá havia apenas um homem com cabelos brancos fumando um pedaço de palha, enquanto encarava um jogo de xadrez ainda não acabado. A garota entrou tentando ao menos parecer normal e confiável, vendo o velho senhor encarando um jogo parado e sozinho. Espalhados pela velha loja empoeirada, iluminada apenas por uma velha lanterna de papel verde, estavam os tecidos de todas as cores e texturas; haviam vestidos também pendurados e cordas para amarrar.

Hana viu que o senhor agora ergueu seus olhos começando a prestar atenção nela mesma, a menina franziu a testa fingindo está apreciando algo e pensou que teria que levar bem no papo para conseguir roubar as quantidades corretas para cada garoto:

—Watashi wa tasukeru koto wa dekimasu ka?-o homem disse com a voz rouca com a boa saindo fumaça, chamando a atenção de Hana que se virou para fitá-lo:-Posso ajudá-la?

—Eu gostaria de olhar os seus tecidos e camisas sociais.-falou Hana diretamente:

—Camisas sociais?! E para quem seria, se me permite saber?-perguntou o senhor se debruçando pelo balcão empoeirado e encarando Hana de loslaio:

—Īe.-Hana respondeu fria:-Não permito!

—Wakarimashita...murmurou o senhor indo para mais ao fundo da loja e pegando tecidos que ali estavam.

Hana não tinha ido nem um pouco com a cara do sujeito. Por que, diabos, ele queria saber sobre as camisas sociais?! Será que o mesmo havia suspeitado, a garota fechou as mãos em punho e se aproximou mais sorrateiramente para trás do balcão, na direção que o senhor tomara.

A menina vislumbrou tecidos ao chão e ouviu passos mais adiante, andou mais rapidamente vendo o senhor ir direto a um sino que ela viu escrito se tratar de um sino de emergência. Droga, pensou ela, ele era um dos homens de Kabuto.

Hana jogou a bolsa colorida no chão, pegando a faca que se encontrava em sua cocha e a atirou rapidamente, cortando a linha que prendia o sino. Pelo movimento brusco seus cabelos se soltaram, saindo até seus ombros chamando a atenção do homem que sorriu de lado:

—Esperta...-murmurou o homem endireitando o corpo:

—Creio que você também tenha seus truques, verme.-falou Hana fria:

—Se eu conseguir capturá-la, ou melhor... Matá-la! O líder Kabuto me recompensará e nunca mais terei que trabalhar nesta loja imunda.-falou o homem:

—Faz jus a quem trabalha aqui, não acha?!-ironizou Hana e o homem se aproximou com um pedaço de madeira em direção a Hana.

Droga, estava de vestido e sem armas, porém olhando melhor a sua volta encontrou um par de leques roxos com flores laranjas. A garota pegou ambos os leques e se posicionou para o ataque.

O homem velho investiu erguendo a faca que a mesma jogara anteriormente. Hana desviou girando o corpo, ao mesmo tempo que o homem mudasse seu curso e se virava novamente para ela; a garota abaixou e a faca passou raspando pela sua cabeça. No mesmo instante Hana se ergue e chuta a face do homem, a garota se pendura pelas mãos e chuta com as duas pernas o nariz do velho que se quebra pelo barulho, antes que ela possa revidar:

—Desgraçada!-gritou o homem voltando para ela com o nariz pingando sangue e com um formato estranho.

Hana ficou em posição com os dois leques. O homem avançou novamente com a faca brilhando de vontade de se enterrar no corpo da garota; Hana colocou os dois leques na frente do golpe da faca a prendendo ali. Em seguida girou ambos os leques fazendo a faca voar longe parando em uma estante atrás de Hana.

A menina em seguida socou o rosto do homem e o chutou no estômago, todavia ele era um homem e mais forte do que Hana. O velho socou o rosto de Hana fazendo-a cuspir sangue e ficar um pouco tonta ajoelhada com a mão na face direita. O homem se aproximou ainda desorientado por ter apanhado e empurrou uma estante imensa de madeira velha em direção a Hana que não ia conseguir sair dali a tempo.

A garota gritou colocando ambos os braços na sua frente.

Silêncio e poeira reinavam no local, enquanto o homem gargalhava respingado sangue no chão, tossindo e com as mãos nos locais onde doíam pela briga em seu corpo.

O homem parou de gargalhar de súbito.

Arregalou os olhos e caiu sentado no chão com as duas mãos tentando estancar o sangramento no nariz que o estava sufocando e não o deixando respirar.

Hana estava na sua frente de pé.

Todavia estava com a estante flutuando nos ares, e em seguida a fez ficar composta por chamas quentes e vibrantes. A menina mantinha-se séria, enquanto controlava os dois chakras que possuía novamente:

—Dono yō ni shite... N?!-gritou o homem:-Como você está controlando dois chakras?!

—Veja como mexeu com a garota errada, desgraçado!-murmurou Hana fria e em seguida lançando a estante contra o homem que gritou de início pelo o fogo o consumir, mas em seguida deixou-se sufocar pelo peso da estante e o sangue que saía de suas fossas nasais.

Hana endireitou o corpo e se apoiou contra o balcão com as mãos nas têmporas da cabeça. Ela respirou fundo, sentindo a dor castigá-la pelo tal feito, porém estava mais leve do que da última vez; talvez se ela não voar, aguente a dor de cabeça.

O voou deve forçar mais.

Ela respirou fundo sentindo a dor se dissipando com calma. Ela pegou a bolsa e pegou as poucas camisas sociais que haviam, três kimonos e tecidos. Tinha que ser rápida.

Prendeu os cabelos em coques rapidamente e saiu andando ligeiro, porém cautelosa para não levantar suspeitas. Não queria ter de lutar novamente, não com a cabeça latejando ainda incomodamente.

 

***

 

—Que merda! O Sol está quase se pondo e a Hana ainda não voltou! Deve ter acontecido alguma coisa!-bradou Takeshi se erguendo da mesa onde tomava chá, o que era a única coisa da qual ainda tinham para se alimentarem:-Onegai, sensei... Deixe-me ir atrás dela.

—Sabe que não posso fazer isso, Takeshi.-falou Kohaku tomando seu chá calmamente:

—Como consegue estar tão tranquilo em uma situação dessas?!-falou Riki:-E se alguém do exército de Kabuto a reconheceu e a capturou?! Nunca saberemos se ficarmos aqui.

—Dá para os dois se acalmarem?!-bradou Hotaru:-Que droga, esse chá já está com gosto de urubu morto e com vocês falando aí, faz parecer ainda pior. Acho que não vou vomitar, não tem nada para sair daqui mesmo; só os órgãos.

—Estamos fugindo do assunto inicial.-falou Daisuke:

—Kohaku...-falou Takeshi:

—Hana sabe se cuidar Takeshi.-falou Kohaku:-Você mesmo sabe que ela é um excelente soldado, e sabe se defender muito bem. Por experiência ela já teve que fazer isso várias vezes.

—Nem me lembre disso!-falou Riki:

—Já chega!-gritou Kyo:

—O que estão fazendo?!-indagou Hana entrando no recinto:

—É que você está demorando e os outros estão preocupados querendo sair daqui e te procurar. Eu já disse que você vai chegar daqui a pouco e é para eles relaxarem...-falou Hotaru encarando Hana em seguida:-Não falei?! Chegou!

—Hana!-gritou Riki a abraçando:

—Mas onde, diabos, você estava?!-falou Takeshi:

—Eu tive alguns problemas na loja de tecidos.-falou Hana:

—O que?! Ficou indecisa a o que escolher?!-zombou Goenji e Hana lhe deu um soco na cabeça o fazendo cuspir o chá que estava tomando:

—Não, idiota! Eu tive que lutar com um dos capangas de Kabuto que, aparentemente, era o cara que trabalhava lá.-falou Hana:

—Você está bem? Seu vestido está sujo de sangue.-falou Norio:

—Sangue?!-falou Takeshi a encarando com os braços cruzados:

—Aonde?!-indagou Riki procurando:

—Estou bem. Esse é o sangue do idiota.-falou Hana colocando as coisas em cima da mesa.

Ela retirou o coque e deixou os cabelos caírem pelos ombros, enquanto Kohaku mantinha-se com uma expressão impassível no rosto encarando a bolsa colorida da garota:

—Conseguiu?-perguntou Kohaku:

—Hai sensei.-falou Hana retirando as coisas de dentro. As camisas sociais, calças, kimonos e tecidos:-Acho que dá para fazer disfarces com isso.

—Muito bom, Hana!-elogiou Kohaku:

—Eu... descobri algo, sensei.-falou Hana:-Parece que um dos homens de Kabuto estava infiltrado no palácio como Takeshi disse, e inventou uma história sobre todos nós.

—Como a assim?-perguntou Hideo:

—Ele inventou para o Imperador de que estava no nosso lado no exército. Disseram-me que fora o único quem voltou vivo e que conseguimos derrotar Kabuto, todavia que o exército do Imperador fora dizimado.-falou Hana:

—Isso é uma calúnia! Como podem dizer que morremos e que o diabo do homem morreu também?!-gritou Hotaru:

—Então estamos dados como mortos, menos para os homens de Kabuto que sabem a verdade.-falou Goenji:

—É realmente estranho Tadashi não ter sido informado sobre esse homem.-falou Kohaku:

—Ele nunca disse, sensei?-perguntou Norio:

—Nem ao menos comentou.-falou Kohaku:

—Então ele é o tal espião de Kabuto que anda o acobertando. Mas o nome dele você descobriu Hana?-perguntou Ran:

—Não, mas vai ser fácil encontrá-lo. É só ver o homem que estará próximo ao Imperador na festa de hoje.-falou a menina:

—Vai haver uma festa?! Ótimo, vai ser mais fácil de entrar, ainda mais com essas roupas.-falou Goenji:

—Mas temos que manter os olhos abertos para espiões.-falou Hideo:-Qualquer ato suspeito.

—Entendido.-falaram todos juntos:

—Hã... Uma perguntinha.-falou Hotaru olhando pela janela:-Uma pessoa que estava nos espionando e quando me viu saiu correndo balançando um sininho irritante. Isso é ser um suspeito?

—É claro que sim.-falou Norio:

—Por que?-perguntou Takeshi:

—Porque lá vai o infeliz.-falou Hotaru saindo correndo porta a fora e os garotos correndo atrás:-Para desgraçado! Pega! Pega! Volta infeliz, vou dar dentro da sua cara, cachorro! Pilantra!

—Hotaru seu idiota!-gritou Hideo:

—Au! Não bate em mim! Bate na desgraça do homem! Pega, Takeshi! Segura! Isso, bate! Bate!-gritava Hotaru.

Hana simplesmente sorriu de lado balançando a cabeça e Kohaku fechou os olhos pensativo:

—Sensei, quer bolinhos?-perguntou a menina o oferendo os bolinhos de arroz que tinha roubado:

—Vou aceitar.-falou Kohaku:-Obrigado! E... Hana.

—Sim?!-indagou a menina:

—Vá procurar o On, imediatamente.-falou Kohaku:

—Por que?-perguntou Hana:

—Sua cabeça está com veias rochas.-respondeu Kohaku a encarando firme.


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Notas finais do capítulo

:):) :) comentem!!!