Guerreiros escrita por L M


Capítulo 61
Valente


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!!



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Os garotos estavam sentados na cela escura e fria. seus estômagos estavam se tornando seu mais novo motivo para o auto desespero iminente; a fome alastrando por sua carne e ossos como um monstro oco devorando tudo o que eles tinham para se manterem de pé.

Os olhares vazios em meio a escuridão daquele lugar com o odor podre de sangue no ar, enquanto os músculos ficavam tremendo e a garganta queimava como brasa a implorar o mísero gole da fonte de vida do universo. A dor os levava ao delírio, que dirá que alguns morram por esses fatores?! As vezes são as coisas mais simples que se tornam as mais letais:

–Ahhh! Que fome filha da puta!-gritou Hotaru socando os punhos na parede:-O que eles querem, afinal?! Pensei que a minha morte seria algo incrível e corajoso, não morrer desejando uma cocha de franco e uma boa cachaça!

–Cachaça, Huyata...-murmurou Goenji com os braços em cima do joelho:

–Eu sou humilde, e não pode ficar exigindo muito quando se está a beira de um colapso de fome.-falou Hotaru andando de um lado para o outro suando:

–Isso não existe.-falou Daisuke:

–Vai passar a existir daqui a pouco.-falou o loiro:-Por Deus! Até carne de sapo eu como, homens!

Gritou Hotaru socando a grade:

–Parece que a minha garganta é o inferno.-falou Goenji:

–Tudo pressão psicológica.-falou Norio:

–Psicológica o escambau! Meu estômago já está me xingando de tanto nome que se eu falar em voz alta os homens lá em cima me matam espancado.-falou Hotaru:

–Você precisa manter a calma, Hotaru.-falou Riki:-Hideo chegará logo.

–E é bom que chegue mesmo, porque eu vou dar dentro da cara dele.-falou Hotaru:

–Deus...-murmurou Ran com raiva:

–Deixa, deixa... Isso é bom! A raiva dele não nos deixa enlouquecer pela fome.-falou Kyo.

Takeshi mantinha-se com os olhos fechados enquanto seu estômago se revirava. A fraqueza o estava levando do seu estado natural, a fome estava ficando a cada instante insuportável; os olhos azuis se abriram e vislumbraram os cabelos brancos e olhos azuis claro frios o fitando atrás da grade com as mãos no bolso de uma calça negra e uma blusa da mesma cor, muito elegante por sinal.

Takeshi sentiu a raiva queimar-lhe nas veias e os olhos tornaram-se rubros, no momento em que ele se ergueu e correu até a grade a socando tentando chegar até a face desprovida de qualquer emoção:

–Desgraçado!-gritou Takeshi socando seus punhos na grade com toda a sua força, enquanto espumava ira e tentava chegar até Jin e arrancar-lhe a cabeça:-Como foi capaz de fazer isso, seu maldito?!

–Teishi shi, não vale a pena.-falou Jin com os olhos encarados nos de Takeshi:-Apenas vim te informar que eu a deixei na rocha como meu pai ordenou e acredito que ela estava inconsciente.

Takeshi socou a grade com tudo que tinha, causando um estrondo por todo o corredor, enquanto Norio o segurava pelos ombros fuzilando Jin:

–Takeshi! Vai acabar sendo castigado e você não está em condições de passar por isso novamente.-falou Norio como a voz da razão:-Sei que está com raiva, mas você terá sua chance de acertar as contas.

–Eu vou acabar com você.-falou Takeshi rosnando para Jin:

–Watashi no otōto, onegaishimasu.-falou Jin se aproximando da grade:-Agora eu consigo entender o motivo por ter escolhido este lado ao invés do de sua família.

–Nani no hanashi o shite iru no?!-gritou Hotaru chegando perto da grade:-Do que está falando, sua aberração?!

–Da garota.-falou Jin dando de ombros encarado Takeshi:-Não tem como não sentir algo por ela.

–Eu juro que se você falar algo... Nem esta maldita grade vai me impedir de arrancar a sua cabeça Wurochiha maldito.-falou Riki se colocando de pé.

Jin sorriu friamente encarando a todos:

–Ima... Espero que Hideo tenha chegado a tempo.-falou Jin se afastando.

Os demais garotos foram o seguindo com o olhar, alguns em dúvida, outros como Takeshi e Riki em pura fúria:

–Eu o odeio...-murmurou Riki:

–Essa peste vai embora, mas solta uma coisa sem sentido e completamente curiosa. Pra quê?! Eu não faço ideia.-falou Hotaru:

–Talvez ele não seja tão mal assim.-falou Goenji:

–Você viu o que ele fez?!-gritou Kyo com raiva:-Eu não exitaria em matá-lo se me dessem a chance. Aquele que traí seus amigos é pior do que um lixo para mim.

–É. Com toda a certeza! Mas eu ainda estou com fome!-falou Hotaru se jogando contra a grade e começou a gritar lá para dentro da residência:-OE! Estava falando sério quando disse que até carne de sapo eu como. Juro! Qualquer coisa! Pelo amor de Deus, tenham um pouco de vergonha na cara, seus miseráveis!

***

Hana e Hideo estavam próximos a fronteira com a cidade Imperial, junto a enormes carruagens luxuosas que chegavam de várias partes da província. O trajeto não fora fácil, tampouco tranquilo, em um certo ponto tiveram de colocar capas negras e chapéus grandes para não serem reconhecidos e para esconder suas armas.

"Hana ia cavalgando com Shu à frente de Hideo, enquanto o mesmo ficava olhando tudo a sua volta, nunca vira tanto movimento e temia ser alguma armadilha de Kabuto. A última coisa de que precisava no momento era os dois nas garras daquele desgraçado novamente.

–Hana!-gritou Hideo e a menina virou parando o percurso encarando o menino:-Volte!

Hana assim fez ficando próxima de Hideo que descia de seu alazão e a menina copiou seu gesto. Hideo colocou os cavalos a frente de ambos, para tentar disfarçar:

–O que foi, Hideo?-perguntou Hana:

–Tem muitos guardas por qui não gosto nada disso. Há muita pessoas desconhecidas, não sei quais são os soldado de Kabuto!-falou Hideo retirando a mochila que levava as costas:

–Entendo.-falou Hana olhando franzindo a sobrancelha para a mochila aos pés de Hideo e o mesmo se curvando retirando logo de dentro da mesma:-O que é isso?

–Precaução.-falou Hideo entregando uma capa negra para a menina:

–Hideo...-murmurou Hana pegando o objeto:

–Mōshiwake arimasen.-falou Hideo forçando a garota a colocar a capa:-Não estou nem um pouco a fim de ser reconhecido e capturado novamente.

–E você acha que eu quero ser capturada?!-indagou Hana colocando a capa:

–Garota, se te reconhecerem você não será capturada, será morta antes mesmo que se dê conta do que lhe acertou.-falou Hideo ajeitando o capuz negro da capa da menina:

–Gurēto, baka!-falou Hana revirado o olhos:-Assim me faz ficar tão otimista, Hideo!

–É um dom.-falou Hideo:-Assim como Hotaru possui de me irritar profundamente.

Hana sorriu continuando seu caminho."

A menina vagou a mente para os garotos, rezava junto a seu coração repleto de retalhos para continuar batendo, pra que todos eles estejam bem. O temor de perdê-los é forte, talvez ela não aguentaria ver outro como Cho e Shiro, sabia que nunca mais seria a mesma. Nunca mais.

Atravessaram os portões da cidade Imperial, ela via as casas e luzes postas para o anoitecer, já era a hora do almoço, e tanto Hideo quanto Hana estavam exaustos pela viagem, os animais nem comentando. Hana sentia o cansaço extremo do pobre Shu, mas mesmo assim forçou mais um pouco adentrando na cidade.

Ao longo da estrada. No alto de uma grande colina com escadarias vermelhas ficava o enorme palácio do Imperador; Hana sentiu seu peito tilintar vendo tamanha beleza, queria que sua família vissem a cidade tão bela, mas sabia que não ficaria tão bela assim quando o crepúsculo cruzasse o céu manchado:

–Como se sente?-perguntou Hideo:

–Não sei.-falou Hana:-Com fome, talvez.

–Eu sabia que iria ficar mais cedo ou mais tarde.-falou Hideo retirando bolinhos de arro de dentro da mochila e os entregando a Hana que os devorou rapidamente com tanta fome que estava. Sua boca chegava a salivar:

–Muito obrigada.-falou a menina:

–Não me agradeça.-falou Hideo chegando perto de Hana e colocando seu braço por cima do ombro da menina que estranhou a aproximação repentina, mas logo vira que haviam homens a encarando e simplesmente passou um dos braços ao redor da cintura de Hideo que sentiu o rosto corar:

–Está tudo bem.-assegurou a menina:

–Hunf, cães imundos. Parece que nunca viram uma mulher em suas vidas e olha que você está com essa capa, imagina se não...-comentou Hideo puxando Hana pela mão enquanto ambos levavam os cavalos até um estábulo perto onde se encontravam vários cavalos.

As pessoas passavam, famílias, casais, irmãos, amigos... Com pequenas dobraduras em mãos que logo iriam se juntar ao grande lago azul escuro da frente do palácio, que acompanhariam as lanternas de papel que flutuariam a noite. Isso, é... Hana esperava que fosse assim que ocorresse.

A menina viu uma família.

Um pai. Uma mãe. E três filhos sorrindo e se abraçando. Hana levou a mão até o coração que logo dava indícios do que imagem fizera, mas respirou fundo:

–Tudo bem?-perguntou Hideo olhando aonde ela encarava:-Você os verá novamente.

–Eu não ligo de não os ver mais, eu ligo se estarão lá ainda.-falou Hana o encarando fundo arrumando a capa em seu rosto:-Aonde eles estão?

–Em uma loja abandonada de armas-falou Hideo fazendo mesmo:

–Vamos.-falou Hana seguindo o caminho ao lado de Hideo.

***

Os garotos estavam acorrentados subindo uma colina. A montanha estava com respingos de granizo vento e era ainda mais frio, as correntes manchavam os pulsos, todavia não tinham forças para se soltarem e arrancar a cabeça de quem os levava.

As pernas marchavam tremendo, e sabiam que logo elas cederiam. Takeshi mantinha seus olhos azuis focados em Kabuto, e Mitsuo que o encarava de volta. "Que bela família, essa sua Takeshi!" Uma voz zombava de si, ele que tanto lutou pelo orgulho de seu clã e acreditava de que o clã de Chng era o que causara tanto impacto negativo aos Wurochiha, mas agora ele via o quão baixo era este clã amaldiçoado.

De cima da colina eles conseguiam ver toda a cidade Imperial, era uma bela vista, todavia aparentava ser a última que veriam ates de fecharem os olhos para nunca mais abri-los.

Os peitos nus contraia-se de frio, todavia as faces continuavam interruptas:

–E aqui o exército do Imperador tem seu fim!-grita Kabuto rindo com seus soldados:-Primeiro me livrei do comandante, depois da garota e agora matarei todos em um exército que se dizia ser o mais forte!

–Por que os inimigos tem sempre que nos esnobar antes de nos matar?! A gente já vai morrer mesmo, o que ele quer?! Matar de tédio não existe, já é comprovado!-indagou Hotaru revirando os olhos:

–Estou com tanta fome que não escuto direito.-falou Goenji.

Kabuto andou até cada um e deu um murro no estômago de cada um dos soldados, porém parou olhando fundo nos olhos de Kohaku que o encarava com a cabeça erguida:

–Como se sente seu imprestável? Morrer diante de seus soldados?-perguntou Kabuto sorrindo como um louco:

–Nunca temi a morte. Muito menos eles.-falou Kohaku:

–Maldito!-falou Kabuto socando a face de Kohaku que caiu a chão, junto dos de,ais:-Nem no momento de sua morte você é capaz de perder este orgulho horrível?!

Kabuto observou os céus, o crepúsculo não tardaria a acontecer. E quando acontecesse a hora de sua vingança começaria, e nem mesmo o exército o Imperador fora páreo para ele, agora o país seria dele. Sua vingança estaria completa, a vingança rubra do clã amaldiçoado pelos olhos de um homem de ouro flamejante, o clã do qual ele protegeria da extinção com unhas e dentes. Porque os Wurochihas seriam eternos.

Ele virou deparando com o olhar longe e desolado de Takeshi, o que ele não esperava seria o garoto se apaixonar pela filha de seu inimigo. Ridículo, Kabuto pensou balançando a cabeça, como Mitsuo conseguiu estragar ambos os meninos Takeshi e Jin, Kabuto nunca iria saber. Achava que ambos estariam prontos para renunciar tudo em nome do clã, arté mesmo suas vidas miseráveis, mas não... Enganara-se como um animal indo para o abate. Seu filho virou um garoto frio, desnebido de expressões e sentimentos e compltamente carente de afeto; isso já era humilhação o suficiente, não pensara que o pobre garoto herdaria tudo da maldita mulher com quem o teve. E Takeshi... Era tão brilhante e ao mesmo tempo tão quebrado. Não entendia, não conseguia o compreender

Seria morto.

Ele escolheu assim.

Agora, com toda certeza, seu irmão Mitsuo entregaria na mais completa loucura. A única pessoa na qual Kabuto matinha um fino laço de afeto e até mesmo uma mísera fagulha do sentimento banido, o amor. Era por seu irmão Mitsuo.

"Os dois meninos de cabelos negros e olhos de um puro azul escuro corriam em meio as florestas que circundavam seu clã na residência nobre. Kabuto, como mais velho, corria na frente levando uma espada de madeira; não deveria passar dos dez anos. Sorria enquanto brincava com seu irmão Mitsuo que corria atrás com um escudo de tronco de árvore. As risadas ecoavam por todos os lados.

Kabuto parou um pouco sentando ao chão encarando o irmão que fez o mesmo. Mitsuo possuía os cabelos lisos e escorridos batendo em seu ombro, já Kabuto mantinha os cabelos curtos com uma franja modesta em sua testa; todavia os olhos azuis se destacavam na pele pálida e nos cabelos ônix os deixando puramente Wurochihas. Mitsuo estava por volta de seus oito anos e sempre vivia atrás de Kabuto como um fiel escudeiro, era isso o que Kabuto gostava na ideia de ter um irmão:

–Ei, Mitsuo.-falou Kabuto chamando a atenção do menor:-Você ficou sabendo que o papai está voltando da guerra?!

Os olhos do menor faiscaram em excitação. Mitsuo sempre fora apegado ao pai, o idolatrava, o amava com todo o seu ser. Era um homem forte que liderava o clã e o mantinha em ordem; Mitsuo queria isso para sua vida, porém ser líder era a obrigação de Kabuto:

–Verdade?! Quem lhe disse isso?-perguntou Mitsuo:

–Eu ouvi a mamãe conversando com a vovó na cozinha.-falou Kabuto:-Ele, o vovô, tio Gun, tio Cold e os outros que foram.-falou Kabuto sorrindo de lado colocando os braços atrás da cabeça:

–Caramba, Kabuto! E o que esta,os fazendo aqui?! Devemos está nos lavando e esperando eles chegarem!-falou Mitsuo se erguendo:

–Ficou doido, moleque?! Eu ouvi escondido, ninguém sabe disso só eu e você!-falou Kabuto segurando o pulso de Mitsuo que assentiu retornando a seu lugar:

–O que só vocês sabem?!-perguntou a voz de Kazemaru ecoando pelo local. Kabuto virou-se deparando com os dois primos gêmeos Kazemaru e Koji com ambos os cabelos longos e presos em um rabo de cvaalo baixo. Ambos um aos mais velho do que Kabuto, filhos de seu tio Cold, irmão de seu pai:-Vamos Kabuto! Fale de uma vez.

–Como você mesmo escutou é só eu e o Mitsuo que sabemos.-falou Kabuto se erguendo e olhando feio para os primos:

–Acha que nos amedronta com essa cara de malvado?!-falou Koji empurrando Kabuto:-Nós ainda somos os mais velhos.

–E vocês acham que eu ligo?!-indagou Kabuto:

–Ora seu...-falou Kazemaru pegado o garoto pelo colarinho:

–O QUE, DIABOS, ESTÃO FAZENDO?!-gritou uma mulher velha vestida com um kimono azul escuro, de olhos azuis e cabelos grisalhos descendo o barranco de grama e orquídeas ao lado de um menino que segurava um ursinho de pelúcia:

–Vovó!-exclamou Mitsuo puxando Kabuto das mãos de Kazemaru:

–O que estavam fazendo Kazemaru e Kabuto?!-bradou a mulher:-Vim logo que Tommy-kun me disse.

Os quatro retornaram os olhos, para o primo mais novo. Filho do tio Gun de Kabuto o garoto tinha seus sete anos, porém nenhum ousava brigar com o pobre, pelo mesmo ser irmão da única neta de seu avô Wurochiha Mito.

Logo os cabelos negros lisos e longos até a cintura, vestida de um kimono azul escuro com um leão estampado em vermelho e com uma coroa de flores na cabeça surgiu. Os olhos azuis faiscando e os lábios comprimidos. Wurochiha Yuki era a menina mais bela das redondezas com seus apenas oito anos, porém tinha o dom de irritar profundamente seus primos por ser a mais querida dentre todos:

–O que está havendo vovó? Esses garotos estão aprontando novamente?-perguntou a garota:

–Fique quieta Yuki! E não, vovó... Estávamos apenas brincando.-falou Kazemaru:

–Mas o Tommy-kun...-começou a mulher idosa:

–Tenho certeza de que Tommy não estava prestando atenção, não é Tommy?!-falou Mitsuo chegando perto do garotinho que se encolheu.

Mas logo Mitsuo foi empurrado por Yuki que o fuzilava:

–Quem você pensa que é para olhar assim para meu irmão, Mitsuo?!-gritou a garota:

–E quem você pensa que é para gritar com meu irmão assim?!-berrou Kabuto ainda mais alto e se impondo maior e mais forte na frete da garota que o olhou com as orbes arregaladas e se encolheu:

–Kabuto! olha como fala com nossa Yuki!-falou a mulher e depois do sermão retornou para dentro da casa acompanhada pelos demais garotos.

A vida entre primos nunca fora fácil e piorou conforme eles iam crescendo. Digamos, que para Kabuto era um pouco melho sua situação na família por ser o próximo a liderar, todavia todos o subestimavam e apostavam em Kazemaru pleo mesmo dominar as chamas ardentes melhor. Naquela época os homens eram obrigados a aprender a dominar um elemento em cada clã poderoso, senão a escória iria cair sobre a família.

Kabuto treinava até seus ossos queimarem. Mas parecia que Kazemaru era ainda muito mis forte. Com seus dezessete anos e Kazemaru com dezoito era realmente complicado igualar suas forças, e nos combates semanais conduzidos por seu avô era pior ainda ser derrotado.

Kabuto recordava-se que ao final do dia era amparado pela mãe e por Mitsuo enquanto seu pai brigava a plenos pulmões com seu irmão Cold quem ordenava que o próximo líder deveria ser seu filho Kazemaru.

Kabuto sabia de muitas coisas.

Kabuto sempre soube, mesmo treinando prestava atenção ao seu redor. Sabia que seu clã nunca foi santo, sabia que nenhum ali era de bom coração. A não ser seu irmão Mitsuo.

Kabuto lembra muito bem de ver o "frágil" Tommy que não conseguia dominar a arte do fogo ser levado a uma academia de armas onde sem querer amputara a mão de um dos colegas de academia enquanto brigavam. O garoto não deveria passar dos doze anos, a história fora abafada é claro... Mas o garoto conhecia as crises de fúria e histeria do tão adorável garotinho que arrancara a cabeça do seu urso de pelúcia com um sorriso no rosto, do único amigo que ele possuía.

Kabuto lembra-se muito bem de ver Yuki e Koji se agarrando nos corredores. Só um grande idiota não perceberia que Koji estava apaixonado pela própria prima, mas a namorava escondido por medo da escória. A garota por outro lado não fazia forças para parar com o que estavam fazendo.

Kabuto lembra-se muito bem de quando Kazemaru quase o matou a mando de seu pai, o tio Cold, nos treinos. O garoto se recordava e possuía as cicatrizes do dia.

A mente do garoto começou a se irritar por isso.

Ainda a memória de sua loucura mais sensata ocorreu em um dia de chuva, quando todo o clã estava reunido para a entrega da escritura de líder. kabuto treinara até a exaustão e alcançou a perfeição, todavia não a mostrou. Fazia tempo que seu pai deu-o uma surra por ser fraco e foi para o lado de seu asqueroso primo, assim como todos os outros. Menos seu fiel escudeiro, Mitsuo, que continuava sendo um jovem forte e o mais bondoso e puro dentro do clã inteiro.

Kabuto se lembrava muito bem das palavras de seu avô para com ele:

–Você não é digno de ser o líder deste clã, Kabuto.-falou o velho, esmagando o que restara de bondado no pobre coração de Kabuto. Não iria chorar ali, choraria depois:

–Irmão...-murmurou Mitsuo:

–O líder será Kazemaru.-falou o velho e todos aplaudiram:

–Mitsuo!-falou a voz grave e firme de Kabuto tomado pela ira:-Saia daqui!

–Nani...?!-falou o garoto:-O que está fazendo?

–Saia! E tranque a porta!-gritou Kabuto tremendo.

Muito a contra-gosto o garoto fez o que o irmão pedira e fechou a porta ficando do lado de fora encostado na mesma com os braços cruzados na altura do peito:

–O que significa isso, Kabuto?-perguntou seu pai:

–Se eu não serei o líder! Ninguém será.-falou Kabuto:

–Está louco?!-falou Kazemaru.

Kabuto sorriu emanando as chamas quentes e fortes em suas mãos. O fogo se tornou vermelho sangue, enquanto as cicatrizes das surras reluziam. O garoto ria:

–Eu treinei papai. Até a ezaustão!-falou o agroto com a voz berrante e louca:-E o senhor nunca me viu! Se quer mesmo saber, eu sou mais forte do que Kazemaru! E provarei agora!

Kabuto ergueu o fogo quente e alastrante pela mão e lançou-o em Kazemaru que iria repelir, porém o garoto sorriu sadicamente e com as mãos ainda em fumaças mudou a direção das chamas causando exclamações pelo local. O golpe atingiu em cheio o peito de Yuki que caíra morta no meio da sala:

–NÃO!-a voz de Koji ressoou:-O que você fez, seu maldito?!

–Yuki!-gritaram todos.

O pai de Yuki correu na direção de Kabuto que desviou de seu golpe, arrancando um pedaço de madeira da mesa e o cravando no peito do homem. Matando seu tio, irmão de seu pai.

A esposa dele gritou com as mãos a boca e ele rapidamente arrancou o pedaço de madeira do peito do homem sujo de sangue que caiu em um baque surdo e o lançou na garganta da mulher. A matando.

O garoto sorriu e se virou para Koji que corria com seu fogo em brasa em mãos e lágrimas em seus olhos. O garoto estava tremendo, estava sentindo a dor crucial e causticante da perda de seua amada. Todavia Kabuto apenas se divertida mais:

–Se está tão triste pela perda da sua namorada imprestável, Koji!-gritou Kabuto quebrando o braço do garoto que ajoelhou ao chão gritando de dor:-O mandarei para onde ela foi.

Em um só golpe a mão de Kabuto fechou em punho e o mesmo atravessou o fogo n cabeça de Koji o eliminando:

–Koji!-a voz de todos ressoou:

–Maldito!-gritou Kazemaru correndo na direção do garoto que desvirou do golpe e correu na direção da mãe do mesmo. O fogo impregnou em sua mão e foi todo no corpo da mulher que gritou enquanto as chamas dançavam no corpo da mulher.

Seu tio Cold correu em sua direção e o cravou com seu fogo atravessando seu estômago. Kauto cuspiu sangue e retornou firme com o punho repleto pelas chamas mutantes vermelhas em direção ao peito do homem o atravessando:

–Morra inútil!-gritou o garoto se virando para o avô, avó, mãe, pai, o maldito Kazemaru e o pequeno Tommy que matinha os olhos arregalados pela sala suja de sangue de seus familiares:

–K-K-Kabuto... Como pôde?!-gritou a mãe:

–Nem a senhora acreditou em mim. Perdão mamãe.-falou Kabuto lançando o fogo na garganta da mulher a dilacerando queimada:

–AHH!-gritou seu pai em fúria agarrando o corpo da mulher:

–Eu vou te matar!-gritou Kazemaru correndo com uma quantidade enorme de chakra de fogo em ambos os braços.

Kabuto sorriu e permaneceu parado, até que o garoto pulou indo acertá-lo. A morte já estava preencria, todavia o que Kazemaru não pusava aimaginar fora que Kabuto saiu da frente em uma velocidade impressionante e o golpe fatal fora no peito de seu avô. Aquele que o nomeou líder:

–PAI!-gritou o pai de Kabuto:

–Vô!-gritou Kazemaru em prantos, enquanto a mulher idosa chorava perante o corpo do marido:

–Matou o vovô Kazemaru... Acho que não sou tão ruim.-falou Kabuto atrás da velha mulher e rapidamente quebrou seu pescoço.

Kazemaru estava em choque, branco de joelhos perante o sangue do avô com as mãos sujas pelo sangue do mesmo. Kabuto se aproximou do primo e parou a sua frente com as mãos ainda mais sujas de sangue:

–Você... É... Fraco!-sussurrou essa última frase a centímetros do rosto do primo e logo enfiou sua mão em chmas no peito do mesmo. Kazemaru arregalou os olhos e caiu morto.

Kabuto ergueu seu olhar para o pai que se encontrava ainda mais desolado. Não sabia o que pensar, o homem amava seu filho apesar de tudo e não iria matá-lo:

–Poderia ter acreditado em mim.-falou Kabuto se aproximando com as mãos com puro fogo:

–Você se arrependerá de cada vida que tirou aqui.-falou o homem com a mulher morta em seus braços:-Um dia, verá que não adianta. Você estará sozinho, sem ninguém.

–Nunca.-falou Kabuto atravessando um pedaço de madeira na garganta do pai que morreu na hora.

O garoto virou contemplando o último garoto que estava tremendo sorrindo como louco em sua cadeira em se mover:

–Faltou só você Tommy-kun... Seu peste maldito.-falou Kabuto:

–Matou todo mundo!-o garoto disse e gargalhou alto e em seguida encarou os olhos de Kabuto firme:-O dragão vai te pegar, Kabuto!

–Vá para o inferno!-gritou Kabuto quebrando o pescoço do garoto.

Na mesma hora Mitsuo abriu a porta e arregalou os olhos, vendo todo o seu clã morto. Os joelhos cederam e as lágrimas vieram a seus olhos, enquanto o fogo se alastrava por seu corpo:

–Kabuto! O que você fez?!-gritou Mitsuo:-Por que?! V-V-Você... Matou...

–Toda a nossa família, meu irmão.-falou Kabuto se aproximando.

Mitsuo não conseguia se mover, a dor estava tomando conta de seu ser:

–Mas nunca precisamos dela mesmo, nós somos a família um do outro.-falou Kabuto:

–Está louco.-falou Mitsuo se erguendo com lágrimas ainda:-Mate-me também. Prefiro morrer a seguir um assassino sem coração!

–Você não tem escolha, Mitsuo.-falou Kabuto pegando o irmão pelo pescoço e batendo sua cabeça contra a parede o desmaiando.

Kabuto pegou-o nos braços e saiu dali sem olhar para trás."

Kabuto se virou para todos com um sorriso louco no rosto e disse em alto e bom som:

–Tenham uma boa morte.-falou kabuto:

–Olha... Sinceramente, eu poderia morrer sem essa frase horrorosa.-falou Hotaru:

–Vai para o inferno, maldito.-falou Goenji.

O homem apenas sorriu puxando Mitsuo pleo braço. Sentiu o mesmo retesar com os olhos fixos em Takeshi:

–Kabuto...-murmurou o homem:

–Ele nos traiu, Mitsuo! Não é seu filho, ele escolheu a garota, recorda-se?! Não te merece, meu irmão. Você terá outro!-falou Kabuto o puxando.

E não demoraram a sumir no horizonte deixando os garotos para trás:

–Olha... Eu vou te falar! De todas as maneiras que eu poderia ter morrido antes e não morri essa com toda certeza é a mais ridícula!-gritou Hotaru amarrado pelos braços, logo indo para a forca:-Morrer desse jeito?! É isso mesmo, Deus?! Desse jeito!

–Hotaru... Já chega!-falou Norio:

–Chega nada!-gritou o loiro:-Ai, minha nossa Senhora, me ajuda!

O homem com um manto negro na face estava amarrando a corda grossa no galho mais alto da árvore e deu um nós forte:

–Ah, misericórdia! Eu vou me borrar todo.-falou Hotaru:

–Seja homem, imbecil!-gritou Ran:

–Sentir e admitir o medo, não me faz menos homem!-gritou Hotaru:

–Poupe-me Hotaru! Deixe-me, pelo menos, ter uns quarenta últimos minutos de vida em paz!-falou Daisuke:

–Façam alguma coisa!-gritou Hotaru:-Qualquer coisa!

–Não tem jeito!-gritou Riki abaixando a cabeça:-Não mais... Não mais...

***

Hana e Hideo chegaram na velha casa de armamentos onde os garotos, provavelmente estavam, e qual não foi a surpresa de Hideo ao encontrar o lugar vazio e as celas do mesmo estado:

–Foi aqui que vocês ficaram?-indagou Hana horrorizada:-Que lugar horrível.

–Em uma hospedaria que nós não iríamos ficar, Hana.-falou Hideo frio:

–Eu sei, mas... É tortura.-falou Hana:

–Eu que o diga. Mas eu acho que os garotos ficaram muito piores do que eu.-falou Hideo:

–E onde eles estão?-perguntou Hana:

–Aí está o problema...-rugiu Hideo jogando chakra de gelo em uma das celas de ferro e a chutando em seguida. Quebrando-a:-Eu não sei!

O garoto de olhos perolados socou a grade da cela com força colocando a testa na mesma, sentindo a ferrugem fria em contato com a quentura de seu corpo:

–Kuso! Kuso! Onde, diabos, poderiam ter ido?!-gritou o garoto:

–Não se recorda de nada que poderiam ter dito ates de fugir?-perguntou Hana tentando se controlar:

–Não, nada... Não costumavam vir aqui em baixo muitas vezes. Apenas um gordo.-falou Hideo:

–Gordo?! Que gordo?!-indagou Hana.

Hideo ergueu o rosto arregalando os olhos em direção a entrada do porão:

–Aquele gordo.-falou Hideo apontando para cima:-Que merda...

A menina virou-se de supetão encarando um homem gordo com correntes nas mãos acompanhado de dois lobos:

–Por que sempre tem lobos?!-indagou a garota:-Isso já deu, já!

–Então o idiota de cabelos brancos não conseguiu aniquilar você, sua desgraçada?!-indagou o homem gordo empunhando um machado em mãos descendo lentamente as escadas fazendo Hideo e Hana chegarem para trás:-É um animal mesmo, nem parece ser filho de Kabuto! Eu mesmo acabarei com você.

–Só por cima de mim, idiota.-falou Hideo se colocando na frente de Hana:

–Você é o garoto que fugiu?! Vou te mostrar o que acontece com garotos fujões em meu turno.-falou o homem empunhando o machado:

–Hideo...-murmurou Hana atrás do garoto:

–Fique longe enquanto eu acabo com esse inútil.-falou Hideo:

–Nani?! Eu quero ajudar!-falou a garota:

–Hana!-falou Hideo a olhando urgente:-Fique com os lobos e deixa que eu me entendo com ele.

–Sou uma mulher não uma boneca de porcelana, não irei quebrar.-falou Hana empunhando seu arco e sentindo o chakra de fogo acendendo em seu corpo. Ao mesmo tempo que Hideo sentia o frio das águas de seu chakra lhe envolver:

–Compreendo. Mas eu confio melhor em mim quando o assunto é donzelas.-falou Hideo sorrindo de lado.

Hana revirou os olhos e encarou os dois lobos que se aproximavam:

–Vou ensiná-los uma lição!-gritou o homem investindo em Hideo com seu machado, mas o garoto de olhos perolados retirou a espada reluzente de seu cinto esvoaçando a capa negra e deixando os braços a mostra combatendo o homem:

–Não conte vitória antes da hora.-falou Hideo sorrindo de leve:-Acabarei com todas as suas palavras seu miserável, mas antes preciso de uma informação. Onde estão meus companheiros?!

–A esta altura já estão mortos, eu espero.-falou o homem gargalhando:

–Acho que você não me entendeu.-falou Hideo desviando do machado e socando o homem no nariz fazendo sua face ir para trás e seu nariz quebrar e uma cascata de sangue jorrar:

–Ahhh... Desgraçado!-falou o homem gordo:

–Agora estamos começando a dialogar.-falou Hideo sorrindo.

Hana corria em meio aos corredores repletos de celas com os lobos correndo atrás de si. A garota desenvolveu um ódio bem grande sobre esses animais, porque só lhe trouxeram dor de cabeça e nada mais.

A menina desviou de um dos ataques do lobo em direção a sua garganta em uma pilastra de concreto que ali tinha. O lobo bateu a face e caiu no chão, mas logo se ergueu novamente a encarando. A menina empunhou o arco e se manteve firme:

–Eu já me enchi de lobos.-falou a garota os encarando fundo nos olhos. Os desafiando a enfrentá-la.

O primeiro logo correu em sua direção com a boca escancarada, todavia a menina ergueu o acordo de madeira e o colocou na frente do local onde o lobo mirara, ela sorriu de lado batendo com força na têmpora do animal que caiu uivando, o outro logo saltou sobre Hana fazendo a menina bater as costas na pilastra de concreto:

–Uhh...-soltou a garota pela dor que sentiu, enquanto com o arco impedia o segundo lobo de mordê-la:-Maldição!

A menina viu a sua sombra que o segundo lobo já se erguera. A garota encarou os olhos amarelos do lobo negro que rugia e espelhia sua sede de sangue sobre o arco. Hana fechou os olhos sentindo o fogo crescendo dentro dela, em seguida firmou as mãos no arco e o fogo reinou sobre a madeira batendo no lobo o afastando, enquanto o segundo vinha a garota apoiou-se no arco ainda em chamas e inclinou o corpo o sustentando para chutar a face do outro.

A garota parou pegando uma flecha e mirando no lobo, a flecha atravessou a pata do lobo que uivou alto, a flecha estava em chamas pelo arco. A garota viu que a madeira não se desfes e sorriu de lado vendo que poderia controlar as chamas em materiais. O segundo lobo pulou no corpo da garota que caiu no chão colocando o arco na frente do corpo, enquanto o lobo rosnava e ia forte contra seu corpo.

O arco estava a defendendo, todavia não poderia usá-lo para matar o infeliz lobo neste intente. A menina pegou as chamas do arco em sua mão direita e a atravessou dentro da boca aberta do lobo atravessando sua cabeça:

–Ahh...-murmurou Hana retirando sua mão do animal suja de sangue e se ergueu vendo o outro lobo a encarando com a baba descendo dos dentes. a flecha ainda alojada, todavia o animal não parecia se importar.

Hana se ergueu e ficou em posição.

O lobo correu em sua direção a boca aberta pronto para mordê-la, porém Hana ergueu o arco e mirou na cabeça do animal. Foram questões de segundos, todavia a garota acertou com a flecha em chamas a cabeça do animal que caiu aos seus pés.

A menina ergueu a cabeça e o fogo no arco de madeira sessou e ela sorriu de lado:

–Quem é a donzela, Hideo-kun?!-indagou a garota e ela escutou um grito estrondoso vindo mais atrás dela.

Guardou o arco e foi caminhando sem pressa até onde os gritos estavam vindo, até que em um certo ponto ficou um silêncio arrastado. A garota passou em frente a uma cela da qual Hideo saía com a espada suja de sangue e com o cenho franzido que logo se tornou surpreso ao vê-la:

–Hana! Meu Deus, o seu braço!-gritou Hideo, mas Hana apenas revirou os olhos indo até a porta em cima do porão:

–Fique tranquilo Hideo, é apenas o sangue do lobo. Acha mesmo que aqueles animais iriam me ferir, quantas vezes eu já não lutei contra eles?!-indagou a garota indo para o lado de fora daquele local. O lugar lhe dava arrepios:

–Você eu não me recordo de lutar contra lobos, já o Haruo eu vi incontáveis.-falou Hideo:

–E quem é o Haruo?!-indagou Hana indo até uma cascata de bronze que fluía água para os pássaros, como uma fonte, onde ela lavou sua mão:

–Eu não vou me acostumar com isso tão cedo.-falou Hideo:-O motivo deu nunca ter desconfiado me faz sentir idiota.

–Você não é! Eu que sou uma excelente representante.-falou Hana sorrindo convencida:

–Engraçada você.-falou Hideo sorrindo de lado:

–Então, descobriu onde os garotos estão?-perguntou Hana:

–Sim! Não foi difícil quando eu o encurralei.-falou Hideo:

–Não quero saber dos detalhes, ainda não me acostumo com isso.-falou Hana arrumando suas flechas:-E onde estão? Ele não falou sério sobre estarem mortos, falou?!

–Eu espero que não.-falou Hideo sério:

–O que?! Hideo!-falou Hana o seguindo:

–Temos que ir no alto da colina. Temos que pegar nossos cavalos, rápido!-falou Hideo correndo em meio as ruas colocando sua capa negra e Hana fazendo o mesmo:

–Poderia fazer o favor de me explicar?!-falou a garota com raiva:

–Eles serão enforcados!-falou Hideo:

–Hã?!-gritou Hana parando surpresa, mas Hideo a puxou pelo punho:

–Entendeu a pressa?!-falou Hideo correndo o máximo que conseguia com Hana ao seu encalço.

***

https://www.youtube.com/watch?v=zIFO8PyI37U

Kyo estava com a corda em seu pescoço.

O garoto estava olhando para os céus, vendo o início da hora do almoço era o que lhe parecia. Apesar de não haver Sol, o céu cinza povoando seus pensamentos, ele conseguia distinguir, apesar de nem pensar pela forte dor em seu estômago.

Ele estava em cima de um pedaço de ferro preto que o sustentava da morte iminente. A corda áspera só faltava gritar para seus ouvidos que ele iria morrer logo, seu ar iria acabar, a agonia iria povoar seu corpo e coração, e lentamente a vida o deixaria... Com os fortes tapas da morte em sua cara, enquanto risadas ecoariam pelo local. Vindas dos malditos guardas de Kabuto:

–Kyo... Mantenha-se... Firme...-murmurou a voz abatida e sôfrega de Kohaku:

–Ahh... Por favor!-a voz arrastada já vencida pelo cansaço e fome ecoou:-Ele vai morrer! Ninguém tem o direito... De ficar firme em um momento... Desses. Vai, Kyo! Pode chorar feito uma garotinha.

–Ha... Não darei este gostinho aos espantalhos aqui não.-falou o garoto levando um soco no estômago do guarda de pao nagro na face. O ar saiu de seus pulmões e ele tossia enquanto seu estômago o matava aos poucos pela dor:

–Eu vou chorar. Não tenho vergonha. Até parece que esses abutres não chorar... Se eu tivesse a cara deles... Vivia em depressão e longe dos espelhos...-murmurou Hotaru sorrindo de leve.

Takeshi correu seus olhar até o garoto pendurado. Ele não aguentaria ver seus companheiros morrerem na sua frente, todavia matinha o último fio de esperança de que sua Hana esteja bem e viva. Com sorte bem longe dali.

Ele morreria, mas seu coração iria com ela aonde quer que ela fosse.

Os guardas se juntaram próximo ao corpo de Kyo fraco e com os olhos presos ao horizonte cinza, o coração palpitando por está tão próximo da morte:

–Diga adeus a este mundo, seu verme maldito!-falou o homem:

–Kyo!-murmurava os garotos.

O homem cortou a corda.

O corpo do garoto caiu e começou a ter espasmos, enquanto seus companheiros gritavam. Porém uma flecha atravessou a cabeça do homem com manto negro que caiu morto.

Em seguida fogo cortou a corda que prendia o corpo de Kyo que caiu tossindo ao chão. O cavalo cinza de Hideo reluziu e o de Hana, o alazão líder negro Shu, enquanto eles erguiam suas armas em um convite inato para a batalha:

–Malditos!-gritou Hideo correndo com o cavalo cinza em direção aos homens.

–Hideo!-exclamaram todos juntos:

–É o Hideo?!-gritou Riki:

–Graças a Deus!-gritou Daisuke.

Hana saltou de Shu e correu até Kyo que tossia sangue e esperneava:

–Meu Deus! Doutor o que eu faço?!-gritou Hana desesperada, enquanto era acobertada por Hideo que lutava com todos os homens:

–O que... Eu... Bom...-começou On sem saber direito o que pensar:

–Ele está sufocado, tossindo sangue... Pelo amor de Deus, diga-me o que fazer!-gritou Hana tremendo vendo o estado do garoto:

–Feche o seu punho e coloque-o logo acima do umbigo.-o doutor começou a dizer, enquanto Hana trêmula executava:-Cubra o punho com a outra mão e carregue para dentro e para cima. Mande o garoto tentar respirar profundamente. Ainda sai sangue?

–N-Não... Parou... Ele só tosse.-falou Hana:-Kyo, por favor... Tente respirar. Respire fundo.

O garoto tentava fazer isso, abriu a boca e respirou fundo, porém não teve efeito:

–Com o nariz.-falou o doutor:

–Com o nariz, Kyo, pelo amor de Deus!-gritou Hana ainda pressionando o abdômen do garoto.

Kyo fez o que lhe foi designado.

E começou a respirar normalmente, fazendo Hana sorrir.

Hideo já havia acabado com quase todos os guardas, um chegava furtivo atrás de Hana, todavia Takeshi viu e arregalou os olhos tenso, mas quem gritou fora Hotaru:

–Atrás de você, porra!-gritou o loiro.

Hana ergueu o arco, de joelhos curvando o corpo para trás e disparou rapidamente na testa do infeliz que tentara lhe matar.

Hideo com a espada suja de sangue e sua capa rasgada, contendo alguns arranhões pelo corpo sorriu de leve para Hana ajudando a erguer Kyo:

–Estão todos bem?-perguntou Hideo:

–Bem?! Bem?! Hidoe quando eu comer e acabar com essa fome desgraçada eu vou dar na sua cara!-gritou Hotaru:-Kyo quase morre e a gente quase morre de infarto junto com ele, merda!

–Desculpe, Hotaru.-falou Hideo irônico:-Eu fiz isso de propósito, é claro que eu sabia que vocês estavam aqui em cima e não da porra das celas daquele lugar!

–Não interessa. Tire-me daqui, eu preciso comer algo!-falou Hotaru.

Takeshi sorriu fracamente, e sua visão ficou embaçada. Iria desmaiar.

Antes que pudesse fazer sentiu seu copo ser pego por mãos pequenas e quentes e abrindo apenas uma fresta nas íris azuis ele viu os olhos que tanto aquecia seu coração olhando para ele:

–Hana...-ele sussurrou perdendo a consciência:

–Takeshi!-só se escutou o grito de Hana ecoando.


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Notas finais do capítulo

:) :)
Próximo capítulo Haneshi!!!