Guerreiros escrita por L M


Capítulo 55
戦士


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!!!



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Um silêncio forte ficou pairando em meio aos dois exércitos dominados pela fúria viva em suas veias e a ira em seu peito. As respirações ofegantes devido a pulsação descompensada, enquanto todos observavam Takeshi encarando firme, duro e com raiva o homem a sua frente que mantinha Haruo preso lhe fitando com um irônica completamente doentia.

Hana mantinha seus joelhos na neve fria, com o que sobrara de suas roupas mantida escondida por um cobertor velho em farrapos, enquanto as lágrimas se acumulavam em seus olhos e a dor se tornara cada vez mais forte. Ela sentia as gotículas de sangue descendo em filetes pela lateral de seu corpo, até mancharem a neve embaixo de si de rubro, afogando-se em seu próprio sangue. Não foi o jeito que ela imaginou morrer.

Takeshi deu um passo a frente, os olhos azuis com traços vermelhos de ódio faiscando nas orbes. A menina, no entanto, não queria encará-lo naquela situação onde sua verdadeira identidade seria revelada:

–Mais alguém ouviu o homem chamar Takeshi de sobrinho, ou sou só eu que estou entrando na terceira idade mais cedo?!-indagou Hotaru empunhando a espada até a altura do queixo:

–Nefu~yū... ?-indagou Hideo baixo.

Jin se aproximou ao lado de Takeshi encarando com os olhos azuis frios minuciosos a figura a sua frente que atormentava os demais soldados, por levá-los mais rapidamente a morte:

–Como ousa me chamar assim, miserável?-perguntou Takeshi com a voz fria e afiada como navalha:

–Vejo que a educação aos mais velhos, não foi o seu forte, não é mesmo?!-indagou Kabuto irônico largando Hana no chão que se deitou com as vistas ficando embaçadas:-Diga-me Takeshi, nem por um momento Mitsuo lhe disse?

–Nani?!-indagou Jin assustado:

–O que ele disse?-indagou Daisuke:

–Onde conhece meu pai?!-gritou Takeshi já com os olhos vermelhos, sinal de que seu auto-controle estava se dissipando:

–Oh... Nem mesmo você o contou Kohaku?! Pensei que fosse masi verdadeiro do que Mitsuo.-falou Kabuto:

–Cale seu miserável infeliz!-gritou Kohaku tentando chegar nele, porém Tadashi o segurou pelos ombros:

–Mada.-murmurou Tadashi:-Ainda não.

–Ainda sucumbindo ao ódio, Kohaku? Pensei que tivéssemos passado dessa fase.-falou Kabuto irônico:

–Eu o odeio, e sabes o motivo.-falou Kohaku:-Como se atreve a falar de Mitsuo, estando o mesmo morto por suas mãos desgraçado!

–Engana-se meu caro...-murmurou Kabuto:

–Mentiroso... Desgraçado...-murmurou Hana embaixo agonizando pela dor e o sangue se espalhando ao redor de seu corpo:

–Haruo...-murmurou Kyo:

–Eu tenho que tirá-lo de lá, o mais rápido possível!-falou Riki fazendo menção de se aproximar, porém Kabuto o encarou firme:

–Enganam-se de muitas coisas infelizes. Porém, creio, que o soldado ali... O que achas, Haruo, sabe um pouco mais do que os demais?!-indagou irônico Kabuto, enquanto um dos soldados erguia Hana brutalmente fazendo-a encarar Riki que devolveu um olhar desesperado:

–Não... O-Ouse...-murmurou a menina baixo.

Kabuto gargalhou alto, porém os olhos de todos estavam centrados em Hana que se agonizava e afogava em sangue nos braços imundos do soldado:

–Solte-o.-falou simplesmente Takeshi:

–Oh, garoto... Nem chegamos na melhor parte ainda!-falou Kabuto:

–Do que estamos enganados, seu miserável?! Como ousa dizer algo tão sem cabimento em nossa situação atual?!-berra Tadashi ficando ao lado de Takeshi:

–Mas não é óbvio?! É nesta mesma situação que me faz tão bem.-falou Kabuto:-O quão ingênuos o grande exército do Imperador, ou o que sobrou dele, pode ser.

–Como se atreve?!-gritou Kohaku:

–Mitsuo não está morto!-gritou Kabuto e Takeshi sentiu seu estômago revirar, enquanto a dor da perda de fazia presente:

–Cale a boca maldito!-gritou Kohaku:

–Não se atreva a dizer uma palavra de meu pai!-gritou Takeshi:

–N-Não...-murmurou Hana tentando se soltar, porém o soldado a impediu de sair dali:

–Ele está certo, Takeshi.-falou a voz conhecida por todos ecoando.

Mitsuo apareceu.

Retirou a túnica negra por cima de suas vestimentas do exército inimigo, e chutou Hana novamente para o chão se colocando ao lado dela com sua espada apontada para a cabeça da menina que nessa altura já derramava lágrimas.

Takeshi sentiu seu peito batendo descompensado que chegava a doer, seu pai que estava morto estava em pé bem a sua frente utilizando a armadura do inimigo apontando uma espada aquele que Takeshi nutre um sentimento forte. O garoto apenas não caiu de joelhos, porque Kohaku fora mais rápido neste quesito.

Takeshi sentia as mãos tremendo, enquanto sua mente se recusava a crer o que logo concluiu:

–Mitsuo!-gritou Tadashi:

–Mitsuo... Como pôde?!-indagou Kohaku:-Era você o espião!

–Olha... O homem está vivo, isso não me surpreende já que vaso ruim não quebra com facilidade. Mas está do lado do verme do Kabuto, por essa ninguém esperava.-falou Hotaru levando um tapa de Norio:

–Ojisan?!-gritou Jin retirando a espada da bainha:-O que significa isso?! Por que, diabos, está desse lado?!

–Jin...-murmurou rouco Takeshi que suava frio enquanto as pernas e as mãos tremiam.

Os olhos azuis opacos e fortes lhe encarando com ordem e poder. Takeshi jamaiz vira este olhar em seu pai, um olhar que o fz tremer. Ele não seria capaz de fazer isso, sua mente gritava, porém seu peito já se dizimava em dor em crer na verdade:

–Otōsan...-murmurou Takeshi frio com os ohlos fechados apertando com ainda mais força no cabo de couro ainda mais frio e pesado da espada:-Por que...?! COMO TEVE CORAGEM DE NOS TRAIR?! COMO TEVE CORAGEM DE SE ALIAR A ELE?! COMO OUSOU TRAIR A MIM?! SEU PRÓPRIO FILHO, INFELIZ!

Takeshi estava irado pela raiva e a dor da traição o sufocando como uma corda em brasa em volto de seu pescoço. As chamas dançavam ao redor de seu corpo sem seu controle, enquanto seu poder se mostrava em demasiado quente:

–Takeshi...-murmurou Jin o encarando:-Tente manter a compostura, homem. Isso não é hora para perder a cabeça.

–Escute o Jin, Takeshi. Ele sempre foi mais racional do que você.-falou Mitsuo frio encarando o filho com fogo puro envolto de seu corpo e um olhar fuzilador lançado a si:

–Maldito...-murmurou Takeshi:

–Mitsuo! Como pôde fazer isso?!-falou Kohaku:

–Há! Surpreende-me você pensar que eu daria as costas a minha família para proteger aquele quem me arruinou!-falou Mitsuo ganancioso:

–Mas, o que está dizendo?!-indagou Jin:

–Perdeu a sanidade junto a sua honra, Wurochiha?!-indagou Tadashi:

–Estou muito bem de minhas faculdades mentais, Tadashi!-falou Mitsuo:

–Eu não contaria com isso! Sua família é o Takeshi como filho e Jin como sobrinho. Você, literalmente, deu as costas a eles, imprestável!-gritou Goenji:

–Estou ainda mais surpreso do que você, Kabuto, por Kohaku não ter lhes contado a verdade.-falou Mitsuo:

–Que... Verdade?!-indagou Jin ficando furioso com isso:-Vamos, digam algo!

–KUSO ̄ !-gritou Takeshi virando-se para Kohaku:-Do que ele fala, Kohaku?!

–Iya, iya, arimasen!-falou Kabuto se aproximando mais ainda de todos:-Ele falou corretamente ao se dirigir a família a mim.

–Como assim?-perguntou Takeshi:

–Meu nome é Wurochiha Kabuto. E Mitsuo é meu irmão!-falou Kabuto:-O que faz de você Takeshi meu sobrinho e você, Jin,... Meu filho!

Dizem que quando ficamos em choque nossa mente simplesmente para de assimilar qualquer tipo de informação a mais do que simplesmente fora dito anteriormente. As mentes vazias com apenas a voz de Kabuto ecoando fortemente, causava convulsão no cérebro de Takeshi que se matinha impassivo, até o momento.

Jin simplesmente deixou-se cair de joelhos enquanto seus olhos azuis escorados pela emoção e o choque da verdade se fixavam em Kabuto que mantinha um mínimo sorriso cruel em seus lábios. O jovem de cabelos brancos nunca soube como era ter um pai, e agora está diante do homem a quem poderia chamar de pai.

Takeshi simplesmente queimava.

Não sabia ao certo se era raiva ou ódio, mas nunca em toda a sua vida sentiu tanta repulsa por um simples sobrenome fadado em sua armadura. Seus olhos iam de Mituo para Kabuto e vice-versa, amaldiçoava os céus e todos que conhecia por essa fatídica verdade indesejada.

Havia semelhança.

Os mesmos olhos azuis banhados em ódio eram os mesmos. Mas, Deus, o que ele tinha feito para merecer tal castigo de pertencer a um clã de loucos ruins que sentem prazer em tirar a vida?! Pensava Takeshi:

–Por essa, com certeza, ninguém esperava.-a voz de Hotaru ecoou quebrando o silêncio e fazendo as mentes retornarem a pensar enquanto conseguiam:

–M-Meu... Pai...-murmurou Jin se erguendo com os olhos ainda fixos em Kabuto que ainda matinha o sorriso cruel nos lábios:-Pai!

Takeshi encarou Jin que começava a se aproximar do inimigo, nunca ele o reconheceria como tio e nem mais Mitsuo seria reconhecido como pai. Takeshi a partir daquele instante, virara um órfão:

–Jin! Não se atreva!-gritou Takeshi puxando-o pela camisa.

O garoto de cabelos brancos, virou-se rapidamente encarando Takeshi com uma expressão ainda de choque e surpresa:

–Nani o yatte imasu ka?-perguntou Jin se soltando bruscamente de Takeshi:-O que pensa que está fazendo?!

–Eu retorno a pergunta a você!-falou Takeshi:

–O meu pai está ali! E não só o meu... O seu pai também! Nós dois pensamos que ambos estávamos mortos, e agora estão vivos aqui conosco!-gritou Jin:-Você não vai até eles?! Nossa família!

–Não! Não é a nossa família!-gritou Takeshi com os olhos levemente marejados:-Minha família morreu, estão todos mortos! Aquele não é meu pai e aquele verme nunca será meu tio... Você parece que não entende! São assassinos, mataram pessoas inocentes! São nossos inimigos!

–Você também é um assassino! E eu também!-gritou Jin com ódio fazendo as chamas rodarem em seus punhos:-Você pode dar as costas a sua família e fingir que seu pai está morto e todo o nosso clã... Mas eu nunca voltarei a ser um órfão! Eu tenho um pai! Eu tenho uma famíia! Mesmo que determine eu virar o inimigo também!

Takeshi parecia que tinha levado um soco no estômago, enquanto ofegante ainda encarava atônito o rosto determinado de Jin dar-lhe as costas e caminhando lentamente até o lado adversário com os olhos focados em Kabuto, ou melhor, seu pai:

–Ele será considerado um traidor como um igual, Takeshi. Lamento.-falou Tadashi:

–Arimasen... JIN!-gritou Takeshi em prantos:-VOLTE! POR FAVOR, NÃO FAÇA ISSO INFELIZ!

–Jin! Jin! Rokudenashi volta aqui, bastardo!-gritou Goenji se aproximando:

–Jin! Miserável, não ouse fazer isso!-gritou Daisuke se aproximando também.

Como ambos eram da equipe de Jin sentiam o peso da traição cair em suas costas pelo parceiro que aprenderam a conviver e até chamar de colega ou até amigo:

–Bastardo desgraçado!-gritou Goenji:-Basutādo!

–Covarde!-gritou Daisuke segurando Takeshi que deixava as lágrimas quentes deslizando em seu rosto e que quando caíam em solo de neve a derretia.

Hana olhava com o coração pesado, vendo aquele que ama sofrendo perdendo as pessoas mais importantes para ele. Ela queria tomar o seu fardo em suas costas para não vê-lo chorando mais, ela queria fazer algo que o tirasse dali, ela queria o ver feliz...

Jin se aproximou cauteloso de Kabuto ignorando os gritos e xingamentos dos demais garotos. O homem a sua frente, muito maior do que ele simplesmente encostou a palma da mão na testa de Jin que sorriu de lado:

–Meu filho.-falou Kabuto:-Escolheu o lado certo!

–Otōsan... Ojisan.-murmurou Jin:-Estou feliz que estejam de volta.

–Nós também Jin, nós também...-murmurou Kabuto queimando a armadura com símbolo do Imperador do garoto e riu alto:-E aos poucos o jogo começa a ter diferenças.

–Maldito!-gritou Tadashi:-Preparar armas! Coragem homens! Se morrermos, morreremos com honra!-gritou Tadashi e todos gritaram agitando as espadas.

Takeshi mantinha os olhos fixos em Mitsuo, Kabuto e por último de Jin que já tinha o símbolo da armadura do Imperador desaparecido pelas chamas de Kabuto. Perdera Jin... Estava sozinho, não havia mais ninguém.

Porém ele ouviu um grito alto e encarou o momento em que Haruo/Hana tentou se soltar das mãos de Mitsuo, o que bateu em Takeshi que ainda faltava ele(a). O que o completava, proibidamente.

Takeshi não estava completamente só ainda e ele não deixaria que isso mudasse:

–Largue-o!-gritou Takeshi erguendo a espada:-Não ouse machucá-lo ou cortarei sua cabeça, maldito!

–Então essa... Coisa, é mais importante para você do que eu?!-indagou Mitsuo furioso:-Sente algo por ela?! Cometeu esse erro seu bastardo, como pôde deixar-se envolver?!

–Está maluco!-gritou Kohaku:

–Fique longe dela!-gritou Riki se colocado a frente. O garoto já sabia que ambos inimigos conheciam o segredo que ele e Hana possuíam, não adiantava mais fingir:

–Riki! O que está fazendo, cara?!-gritou Norio se aproximando também vendo o desespero de Riki aos olhos.

Todos o encaravam:

–Não a machuque...-murmurou Riki:

–Esse é o seu cúmplice...?!-indagou Kabuto sorrindo de escarnio:-Diga-me, meu filho, Haruo... Era um bom guerreiro.

–Infelizmente sim, meu pai.-respondeu Jin friamente:

–Entendo...-murmurou Kabuto se aproximando de Hana que se encontrava de joelhos ainda segurada por Mitsuo, tendo a lâmina fria do homem ameaçando sua vida:-És toda o maldito do seu pai!

–Vai para o inferno!-falou Hana e Kabuto socou seu rosto, fazendo cair para o chão, porém Mitsuo a segurou firme:

–NÃO!-gritou Riki e Takeshi fez menção de sair correndo, dominado pelo ódio, porém Tadashi e Kohaku os seguraram:

–O que pretende fazer com ele, Kabuto?!-perguntou Tadashi:

–Há! "Ele"?! Ainda acredita...?!-indagou Kabuto sorrindo insanamente agarrando os braços de Hana e junto dela foi caminhando até um pouco mais próximo dos demais.

A garota ia tropeçando, não aguentando firmar o próprio corpo. Estava fraca e com dores e caso Kabuto decidisse acabar com ela, a mesma não teria como se defender.

Riki via com os olhos doendo o estado em que Hana se encontrava, apertou os punhos sentindo-se culpado. Enquanto sentia a temperatura se elevar no corpo de Takeshi que sentia a ira lhe consumir.

Kabuto largou Hana de joelhos no meio de todos e ergueu a espada:

–Todos pensam que esse é um grande guerreiro! Honō ryū Haruo como é conhecido!-gritou Kabuto andando ao redor de Hana que tremia devido a dor e ao frio:-Nunca estiveram tão enganados! Dizem que a flor é feita de boa por conta de sua beleza, mas ela mata pelos espinhos! E aqui... Eu vos apresento a farsa Honō ryū!

Kabuto retirou o cobertor velho de cima do corpo de Hana, mostrando suas curvas pela roupa levemente rasgada e retirou a amarra de seus cabelos, os deixando livres caindo um pouco abaixo dos ombros. Ele a ergueu pelos cabelos e a fez ficar com o rosto virado para cima:

–Se ainda não acreditam...-murmurou Kabuto sorrindo cruel.

O homem perfurou a espada atravessando a mão direita da menina que gritou alto, deixando a voz fina e frágil de mulher ecoar pelos ouvidos dos demais homens ali presentes.

Hana fora desmascarada na frente dos dois exércitos.

A menina tentava conter o grito, de dor e os espasmos em seu corpo. As lágrimas caíam em seu rosto enquanto seu corpo se afundava na neve fria e manchada pelo seu sangue quente:

–Deus... ISSO, DEFINITIVAMENTE NINGUÉM ESPERAVA!-gritou Hotaru:

–Saia de perto dela! Não toque nela!-gritou Riki saindo correndo até a menina caída no chão ferida e com o corpo em espasmos. Porém Riki fora segurado por Kohaku que mesmo surpreso ainda tinha seu lado consciênte:-Não! Não! Largue-me! Hana! Hana, por favor! Hana!

–Mas, o que...?!-indagou Tadashi perplexo:

–É uma mulher!-falou Kohaku:

–Haruo é... Uma menina!-falou Goenji com os olhos arregalados pela surpresa, enquanto os demais garotos se aproximavam:

–Uma menina.-murmuravam entre si:

–Como pode ser?!-mais vozes:

–Como conseguiu?!

–M-Meu nome é... Honō ryū H-Hana!-falou a menina com a voz rouca e manchada pelas lágrimas e dor. Ficou de joelhos tentando estancar as feridas em seu corpo com as lágrimas descendo pelo rosto inchado:-Sou filha de Honō ryū Chang... M-Meu pai estava d-doente por um fer-ferimento que esse i-infeliz fez a ele! V-Vim em seu lugar porque eu o amo e não... Aguentaria vê-lo morto sem fazer... Nada! Meu Deus... Nunca pensaram em dar suas vidas a alguém que amam?! Vestir-me de homem sim e assumi a identidade de Haruo... Não me arrependo de nada do que fiz até agora e faria tudo novamente! Não temo sentir dor, não temo a morte, a única coisa que temo é morrer sem proteger quem é importante para mim! Aliás...

Hana virou-se sorrindo do modo como Haruo sorria. O mínimo e irônico sorriso de lado na face da garota evidênciava que ela era realmente Haruo, o que fes os demais garotos fcarem ainda mais surpresos. Não por ser uma garota em si, mas por não terem conseguido descobrir antes, pelo disfarce ser tão, assustadoramente, bom:

–Arrependo-me de somente uma única coisa.-falou Hana virando-se para Mitsuo:-Como todo o respeito Takeshi, mas sei que também já não liga para o verme do seu pai... Arrependo-me de não ter cravado minha espada nesse coração imundo!

Mitsuo correu com a espada em mãos pronto para cravar-lhe na cabeça de Hana e arrancar-lhe fora. Kabuto apenas observando a cena excitante e apreensivo para ver a garota morrer:

–Maldita!-gritou Mitsuo indo cravar-lhe a espada.

Hana fechou os olhos esperando a vida lhe deixar, porém ouviu um grito e o barulho da espada ao chão. Virou-se contemplando a mão de Mitsuo decepada e dela jorrando uma cascata rubra de sangue na neve branca.

Hana arregalou os olhos e abriu levemente a boca. Mitsuo gritava e de joelhos vira aterrorizado a mão ainda segurando o cabo da espada caída ao chão. A menina se afastou enojada pela cena com o estômago embrulhado, enquanto via Kabuto encarando a cena com um ódio doentio e Jin se aproximar de Mitsuo que suando encarava o dono da arma lançada contra ele.

Hana acompanhou seu olhar e vira os olhos rubros de Takeshi e seu corpo em posição de ataque. O garoto ergueu o rosto e o fogo tomou conta de seus punhos.

Seu coração disparou lhe aquecendo:

–Jamais volte a encostar um dedo nela.-falou Takeshi friamente:-Nunca!

–Maldito...-murmurou Mitsuo já perdendo a consciência e a cor de sua pele:

Takeshi não acreditava que Haruo era uma mulher! Por um lado se sentiu aliviado, seus instindos masculinos não se enaganaram. Porém saber que bateu em uma menina, brigou e viu tudo o que ela teve que passar lhe apertava o peito. Ainda mais tendo consciência da forma brutal na qual fora torturada.

A raiva aflorou nele.

Mitsuo não era mais seu pai, aquele homem era apenas seu inimigo. E ele ousava machucar a única pessoa que era importante e lhe restava na vida. Takeshi nem ao menos pensou ao jogar a arma em direção a mão de Mitsuo ao se dar consciência de que o mesmo iria matar a menina.

Porém, Takeshi já a considerava sua e ninguém a machucaria mais. Não com ele para protegê-la:

–Então, realmente se importa com essa infeliz do que com sua família, Takeshi! Eu sabia que deveria ter matado você e a Kimagurena de sua mãe... Você herdaria os malditos genes de piedade e amor dela.-falou Kabuto cruel:-PREPAREM-SE HOMENS! MATEM TODOS!

O exército ecoou em gritos erguendo as armas, os lobos uivavam doentes por sangue humano, os cavalos relinchavam alto.

A batalha estava pronta.

Tadashi ergueu sua espada gritando, fazendo os demais gritarem também. Hana estava fraca e sentiu a neve onde estava se ergueu e viu Riki controlando a rocha embaixo de si a levando até eles.

Porém Jin lançou fogo na rocha a derretendo, fazendo Hana cair. Tdavia os ares a abraçaram levando em segurança até todos, ela encarou os olhos verdes de Hotaru controlando os ares e a trazendo até si.

Hana caiu ofegante e trêmula nos braços do amigo loiro que sorria de lado, meio sem graça e ainda surpreso. A menina encarou ao redor e viu todos a olhando:

–Gente...-ela murmurou:

–Não, por favor senhorita... Não se esforce. Está muito machucada.-falou Norio:

–Precisamos de um médico!-gritou Daisuke:

–Um médico?! Precisamos de um milagres, a porra do exército tá vindo! E é muita gente, mas que merda!-gritou Goenji se aproximando e parou encarando Hana:-Olá!

–Bom... Haruo, quer dizer menina... Q-Quer dizer Haruoa...-se atrapalhou Hotaru:

–Hana!-a voz de Riki ecoou e o garoto abraçou Hana acariciando seus cabelos:-O doutor On já está vindo! Por Deus... Está muito machucada!

–R-Riki... Vou sobreviver.-falou Hana fraca:

–Riki precisamos de você na linha de frente!-gritou Ran.

O doutor On e Cho se aproximaram e juntos levantaram o corpo ferido de Hana, os demais garotos olharam com pena e raiva pela audácia de fazerem mal a uma mulher:

–Espere!-a voz de Takeshi ecoou e Hana sentiu seu peito arder e disparar.

Ela virou-se vagarosamente e encarou os olhos azuis e decididos de Takeshi vindo andando rapidamente em direção a ela:

–E-Eu...-murmurou Hana:

–Não precisa dizer nada. Não agora...-murmurou Takeshi vendo o estado horrível que se encontrava a menina. Apertou os punhos e levou a mão direita até os cabelos dela, o rosto estava intacto e os cabelos soltos davam a graça de mulher que era, os belos olhos que o conquitaram. Takeshi acariciou os cabelos dela e se aproximou do rosto dela, não querendo assustá-la e muito menos machucá-la e tratava como se fosse a mais bela joia:-Caso eu não sobreviva hoje, peço perdão por ter sequer levantado a mão para bater em você e lhe causado. Quero que saiba que se hoje é minha última noite, não quero esconder mais...

Takeshi se inclinou e apenas prensou seus lábios delicadamente nos de Hana e apenas os manteve encostado, e esse simples roçar de lábios foi o suficiente para manter-los vivos e com ambos os corações disparados.

Takeshi se afastou sorrindo de lado.

Ele voltou correndo para campo de batalha largando uma Hana com os olhos arregalados, o coração disparado e as pernas ainda mais bambas. Ela não sentia mais nenhum vestígio de dor, a não ser a felicidade que inunda seu ser.

On e Cho a seguram novamente a levando para a cabana médica.

***

Takeshi chega na linha de frente encarando eus inimigos, Riki está a seu lado e Hotaru do outro lado com os demais garotos atrás de si e a sua frente Tadashi e Kohaku com suas espadas reluzentes apontadas para cima:

–Preparem-se homens!-gritou Tadashi:

–Foi uma honra servir com vocês, rapazes!-gritou Kohaku:

–Cale essa boca, homem! Não fale como se isso fosse uma despedida, eu ainda tenho muito tofu para comer antes de ir para o outro plano espiritual!-gritou Hotaru:

–Eu ainda estou besta com o Haruo sendo uma menina!-falou Kyo:-Pelo amor de Deus, como nós nunca percebemos?! De baixo dos nossos olhos!

–Você está indo para uma guerra, brigar, matar e se machucar... Então, por favor depois nós conversamos sobre o Haruo, quer dizer a menina, que dizer...-falou Norio:

–Hana!-corrigiu Riki chamando a atenção de todos:

–Espere um momento, você sabia seu bode?!-indagou Ran:

–Minha melhor amiga.-falou Riki confirmando com a cabeça:

–Takeshi saiba que nós somos sua família agora, camarada!-falou Hotaru:-E como a menina já virou sua mulher, o posto de melhor amigo passa pra mim!

Takeshi sorriu de lado:

–E como somos sua família, nos proteja!-falou Hotaru e todos riram:-Tô falando sério!

–Maldito Jin!-bradou Goenji:-Infeliz!

–É o pai dele...-murmurou Daisuke:

–Podia ser a mãe dele que não justifica!-gritou Goenji:

–Eu vou acabar com o desgraçado!-falou Riki:-Sem ofensas, Takeshi.

–Não ofendeu.-falou Takeshi aquecendo suas mãos e mudando a coloração dos olhos:-Só é difícil...

–Estamos em uma guerra, não era para ser fácil.-falou Hideo:

–Firmes! Firmes!-gritou Tadashi:-ATACAR!

Saíram todos correndo com as espadas erguidas.

A batalha havia se iniciado.


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