Guerreiros escrita por L M


Capítulo 24
真実


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!!! :)



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Hana nunca gostou de combate com armas.

Isso era algo sério, de uma opinião já formada pela garota, porém ela não poderia opinar no exército; simplesmente teve de ir correndo atrás de Takeshi que pegou uma espada em suas mãos e ficou em posição de ataque.

Hotaru o seguiu, o garoto louro optou por adagas enormes em cada mão e ficou ao lado de Takeshi, Hana foi correndo acompanhando o ritmo, porém a espada era muito pesada. Hana fez um esforço, mas não iria conseguir segurá-la, e nunca conseguiria duelar com a mesma. Olhou ao redor e viu todas as armas grandes e pesadas, ela fica os músculos o braço de Takeshi e Hotaru ficarem mais evidentes pela força utilizada, eram espadas com materiais legítimas por isso o peso enorme.

A garota não pegou nada, não iria dar tempo Kohaku já estava se aproximando com os demais homens vestidos de preto, Hana correu e ficou em posição de ataque sem uma arma. Takeshi a encarou com os olhos irados e Hotaru com um olhar de pânico:

–O que está fazendo?!-gritou Takeshi:

–Não sou fã dessas armas, cara.-falou Haruo/Hana tentando arranjar uma desculpa:

–Como assim não é fã?! Não é hora para isso, Haruo!-gritou Takeshi a olhando com raiva:

–Haruo, meu mano, pare de brincar e trate de pegar uma arma! Esses caras não estão brincando, irão te machucar sério!-falou Hotaru:

–Dane-se se machucar ou não! Isso não me interessa, a equipe ficará para trás se perdermos!-gritou Takeshi:-Não vou proteger marmanjo estúpido!

As palavras de Takeshi machucavam Hana, será que o garoto de olhos safiras não entendia que isso soava bastante cruel. A garota tinha seu orgulho e se sentia péssima por não conseguir erguer uma daquelas armas, eram pesadas demais:

–Não preciso de você Wurochiha, eu consigo me virar sozinho.-falou Haruo/Hana com a voz baixa.

Porém Takeshi mal escutou porque já começava a duelar com um dos caras com a espada em punho fazendo uso de uma força surpreendente. Hotaru já saltava e corria o mais rápido que conseguia com sua adaga. Hana olhou em volta e viu todos duelando com uma arma.

Hideo utilizava uma espada e, assim como Takeshi, duelava com bastante força; Norio estava fazendo uso de lanças e não errava um único alvo; Riki estava com o machado. Arma que ele treinava sempre com seu velho pai.

Shiro optou por facas grandes, Ran estava com a espada e Kyo usava adagas e golpeava sem dó o inimigo rindo ainda. Goenji estava com um machado, Daisuke mantinha a compostura com facas longas, enquanto Jin estava com a epsada.

Hana se sentiu horrível.

Ela saiu correndo tentando chegar até as bandeiras que marcavam a vitória de determinado time, que no momento estava cercado por homens de roupa negra que, certamente, eram os inimigos. Hana não conhecia as regras de batalha, nunca esteve em uma e nem ao menos treinou para isso.

Ela sentia o vento beijar-lhe a face suada, enquanto ela se escondia e desviava com precisão. As vezes conseguia chutar ou socar a cara de algum, em luta corpo-a-corpo ela se saía melhor, sabia onde acertar já vira o pai ensinando a Raiden, mas o pequenino nunca chegou as armas, e mesmo se tivesse chegado, ela não aguentava com o peso das mesmas:

–Kuso!-ela gritava quando era derrubada pelo corpo de outro homem. Rapidamente ela se levantava e desviava dos golpes o mais rápido que conseguia.

Hana continuou a correr e no momento que um inimigo foi para cima dela, ela pulou e com os pés pisou em cima da espada do homem que caiu no chão com as mãos ainda no cabo da arma. Hana chutou sua face, ao mesmo tempo que voltava em sua corrida.

Estava quase chegando próxima de uma das áreas protegidas para as bandeiras, quando sentiu algo afundar-se em sua panturrilha causando uma dor horrível. Ela gritou caindo e olhou a panturrilha com o sangue já escorrendo em abundância pela faca ali cravada, olhou para trás e viu Jin sorrindo de lado para ela:

–Droga! Maldito Jin! Isso, definitivamente, não pode ficar pior...-murmurou retirando a faca dali e se levantando mesmo com dor e com um buraco em sua panturrilha.

Mas ficou pior quando sentiu algo entrando em contato com sua pele e arrancado a mesma, penetrando em sua carne. Sangue jorrava e ela não conseguiu gritar, porque tamanho erav a dor que consumia sua voz. Ela encarou o rosto que só aparecia os olhos que a estava encarando e pareciam satisfeitos por ter feito tal ato.

O cara foi golpeado e caiu no chão, Hotaru estava atrás do mesmo e encarou Hana com preocupação iminente em seu rosto:

–Nanite kotoda! Você está bem?-perguntou o garoto loiro ficando próximo de Hana. O ferimento não era grave, nem mesmo profundo; todavia a dor... Essa sim era bem real e persistente:

–Estou!-falou Haruo/Hana:

–Deixe-o Hotaru! Pegue a bandeira!-gritou Takeshi:

–Mas ele está ferido, Takeshi!-gritou Hotaru:

–Que morra! Não me interessa, só ganhe! Ganho tempo para você!-gritou Takeshi.

Hotaru olhou com pena para Hana e murmurou um desculpe e logo se afastou correndo derrubando a todos pelo caminho para chegar na bandeira. Hana estava respirando com dificuldade e queria ajudar, não aguentava ser um peso morto em sua equipe.

Porém sentiu algo arranhando suas costelas, olhou para trás e teve o vislumbre do cabelo branco de Jin passando correndo por ela com a espada suje de sangue. O seu sangue:

–Maldito!-falou Hana já sentindo a ardência o machucado e esse, talvez, seja bem profundo.

Hana correu tentando ajudar Hotaru em algo, porém estava sem arma, não conseguia segurá-la. Deus, não era culpa dela; ela queria ajudar, mas seu corpo não era próprio para isso, não é que ela não queira. Ela não conseguia.

Hana desviou de um golpe de adaga e chutou as mãos do homem e em seguida chutando sua face, o homem caiu no chão. Hana sentiu-se cair com uma rasteira e as costas bateram no atrito úmido com força, arrancando seu ar; Hana encarou o homem com uma espada e a fincou sem dó jna lateral de seu corpo, os golpes não eram para matar e nem ter chance do mesmo, era só para sentirem dor. E a dor se em Hana com a espada enfiada por completo em sua lateral do corpo:

–Merda!-gritou chutando as partes baixas do homem que caiu gritando de dor no chão.

A menina ofegante retirou a espada de seu corpo e ficou lá perdendo sangue e sentindo dores, seu corpo tremia em espasmos, enquanto a dor predominava em todo o tórax em sua região estomacal:

–Anata!-gritou uma voz conhecida e a puxou com violência do chão segurando em sua roupa. Os olhos vremelhos que ela já conhecia e não temia, apenas o encarava sem expressão enquanto sua roupa manchava-se de sangue:-Fez de propósto, não foi?! Qual o seu problema, infeliz?! Seu pai sentiria repugnância de um homem como você, não passa de um covarde que não deveria levar o sobrenome que carrega. Você não é nada!

–Jūbun'na, Takeshi!-gritou Kohaku o afastando de Hana que caiu no chão, não conseguia se erguer ou nem ao menos se defender das palavras de Takeshi que çhe acertaram fundo o peito. Ela queria chorar, mas garotas grandes não choram, ela tinha que aguentar:-Você não foi um bom líder, diexando-o para trás! Seu time está em último por isso. Hotaru me ajude a levar o Honō ryū para o doutor On:

–Não!-gritou Riki e todos os olhares se viraram para ele. O garoto engoliu e seco e tentou manter-se calmo e parecer despreocupado:-Q-Quer dizer, sensei... Eu o ajudo!-falou Riki indo na direção de Hana, mas Kohaku fez sinal para o garoto se afastar:

–Somente da equipe!-falou Kohaku ríspido:

–M-Mas sensei...-começou Riki a falar tremendo pleo nervoso que se instalara em seu peito:

–Basta! Ande Hotaru!-falou Kohaku:

–Não se preocupe, cara...-falou Hotaru chegando perto de Hana que estava com o tórax completamente sujo de seu próprio sangue.

Não! Não! Não! Não!

Ela não podia ir até o doutor On, ele iria descobrir e tudo estaria perdido e ainda mais com Hotaru lá. Haruo confiava no garoto, mas Hana ainda possuía suas dúvidas. Tinha que pensar em algo rápido para sair desta situação, qualquer coisa; ela olhou para os olhos em total desespero de Riki que a encarava ofegante e se ergueu rejeitando as mãos de Hotaru que a iriam auxiliar.

Mesmo com dor na panturrilha ela se pôs a andar mordendo a língua com força para não gritar, gemer de dor ou simplesmente para evitar as malditas lágrimas de escorrerem por seu rosto. Ainda era um homem, e homens não choram; e ela não iria se dar ao luxo de cometer tal ato:

–Haruo! Deixe-me ajudá-lo!-falou Hotaru:

–Agradeço...-murmurou coma voz rouca, mas até mesmo falar comprimia seu tórax e lhe causava ainda mais dor. Pousou a mão ali e sentiu o líquido quente lhe impregnando a mão a sujando de vermelho:-M-Mas eu posso ir sozinho, n-não q-quero atrapalhar o tr-treinamento...

–Tem certeza que consegue ir sozinho?-perguntou Hotaru:

–Claro que s-sim...-murmurou Hana andando com certa dificuldade, enquanto ofegava pela respiração estar entre-cortada pela dor em seu tórax:

–Rapaz, tem certeza disso?-perguntou Kohaku o segurando pelo braço:

–Sim, sensei. C-Continuem com o treino, e espero que a-algum de vocês cortem a g-garganta do Takeshi! F-Ficarei a-agradecido...-murmurou o garoto(a) se afastando mancando e sentindo dor:

–Vai para o inferno!-gritou Takeshi:

–Já estou nele, amigo...-murmurou Hana para si mesma enquanto se afastava.

As vezes não se conhece o tamanho da força que possui, ela é desconhecida até o momento em que sua única opção é ser forte. Aguentar tamanha dor sem derramar uma única lágrima nunca foi o feitio de Hana, por qualquer coisa a garota chegava a derramar as cristalinas águas de suas vistas que demonstravam dor ou tristeza; mas nunca permitiu que nunca, ninguém a visse nesse estado.

Agora ela caminhava cambaleante e não sabia para onde. Não poderia ir até o doutor On e mesmo os machucados não sendo profundos estava perdendo grande quantidade de sangue que estava a deixando ofegante e tonta. Ela caiu de joelhos, mas se apoiou nas mãos se erguendo novamente e retomando o passo:

–Watashi wa nani o shimasu ka?-murmurou para si mesma abaixando o olhar sentindo pingos de chuva naquela manhã:-O que eu faço?

Não poderia deixar o pânico tomar conta de si, estava sozinha, mas tinha que pensar em alguma coisa. Ela não podia ir a ala médica por só haver homens lá que certamente, pelos ferimentos se encontrarem no tórax, descobririam sua farsa e a prenderiam, matariam e sabe-se lá o que mais. Porém mesmo tendo o custo de morrer, a única coisa que rondava sua mente, seria o que fariam com sua família se descobrissem?! Não! Ela não permitiria!

Hana se apoiou em um tronco e sentia as mãos tremendo, assim como as pernas. Olhou para mais adiante e viu a tenda onde o doutor On ali estava, porém não poderia ir ali:

–Droga! Droga! Droga!-falou deixando algumas lágrimas deslizarem pelo rosto já pálido.

Dos céus caíam gotículas frias e Hana não sabia dizer quanto tempo ficou ali parada só sentindo a chuva molhando seu corpo ferido e desgastado. A menina estava com a cabeça tonta, se sentia enjoada pela quantidade de sangue que pingava de si e sujava suas mãos, ela sentia nojo de si mesma nesse momento.

Então, seria assim?! Ela morreria por golpes desferidos nela em um treinamento? Morta porque não podia ir a ala médica, porque descobririam?! Seria isso?! Sua mente gritava essas perguntas, e transbordavam espasmos no pobre corpo da menina.

As palavras de Takeshi ainda ecoavam por sua mente e ela não sabia dizer se o que mais doíam eram as feridas que o garoto de olhos safiras abriu em seu peito ou os ferimentos em seu tórax. Palavras possuem mais dor do que as próprias armas, ficam machucando por mais tempo.

Mas morrer desse jeito, não parecia justo. Ela esperava que se fosse para morrer, morreria com honra salvando seu pai e portegendo seu país. Seria uma boa maneira de partir:

Abriu lentamente os olhos, avistando tudo embaçado. Deus! Estava morrendo aos poucos pela perda excessiva de sangue.

Porém ao abrir os olhos avistou um cabelo extremamente liso e castanho saindo sorrindo minimamente da tenda médica, usava um vestido de mangas longas e corava sempre quado o via. Seria possível que Cho estava ali?! Ela era mulher, poderia tratar de si.

Sua mente nem ao menos pensou quando gritou o nome da menina da forma mais rouca que sua voz saiu:

–CHO!-gritou com força.

A garota deixou as caixas que levava nos braços caírem ao chão ao avistar o corpo do garoto que almejava encostado em um tronco completamente ensanguentado, lágrimas encheram seus olhos e ela saiu correndo o mais rápido que conseguia, a garoa fria caía sobre o corpo da menina desesperada:

–Haruo-kun!-ela gritou ajoelhando-se ao lado do corpo de Hana que estava pálida e respirava com dificuldade:-Haruo-kun! Oh, Kami-sama!

–P-Preciso de ajuda...-murmurou:

–Deus! Oh, meu Deus! Claro! Claro! E-E-Eu vou chamar meu pai!-gritou a menina.

Hana sentiu o coração dar um salto e agarrou o pulso da menina com firmeza, a fazendo voltar o olhar arregalado em direção a ela.

Cho sentia-se desfalecer a apenas olhar o rosto pálido e demonstrando dor de Haruo, ela não conseguia raciocinar seu peito batia descompensado e sua respiração estava ofegante enquanto o encarava.

Hana apenas abriu os olhos o quanto pôde e a encarou com firmeza:

–Quero que você cuide de mim!-falou com clareza:

–Nani?!-gritou a menina:-Haruo-kun, eu não posso... Não saberia o que fazer, por favor... Deixe meu pai cuidar de você!

–Não!Não, Cho!-falou Haruo/Hana:-Eu quero que você me ajude!

–Eu não conseguiria! Eu lhe imploro, deixe meu pai cuidar disso!-falou a menina a beira das lágrimas:

–Por Deus, mulher! Eu confio em você. Confie em si mesma e pelo amor de Deus me ajude, senão eu irei morrer. Você quer isso?!-indagou Haruo/Hana sem paciência com dor e dificuldade para respirar e quem dirá falar:

–N-Não! Nunca!-falou a pobre Cho:

–Então me ajude, e nem pense em chamar seu pai... Prefiro a morte a não ser cuidado por você!-falou Haruo/Hana.

Cho se desesperou e o ajudou a se levantar, levando o mesmo até sua tenda com dificuldade. A menina estranhou o garoto não pesar tanto quanto ela imaginava, mas só poderia ser sua mente desesperada lhe pregando uma peça.

Hana já não via coisa com coisa, a mente girava... O mundo ao seu redor parecia rodar e rodar, suas pernas estavam trocando, enquanto se apoiava com todo o seu peso na pobre Cho. Apenas teve o vislumbre de estar deitando em uma cama quando sentiu um pano com água em sua testa.

Abriu lentamente os olhos e viu-se dentro de uma tenda com decoração um tanto feminina, e Cho estava com uma caixa de primeiros socorros e tremia muito, enquanto deixava lágrimas caírem de seus olhos, Hana sentiu pena da menina.

Cho fechou a tenda e se aproximou de Hana.

Hana pegou a mão suada e trêmula da menina e sorriu de leve, em seguida a apertou:

–Eu não sou quem você pensa...-murmurou com a voz fraca, mas deixando de ser rouca ou tentar ser grave. Estava com sua voz normal.

Voz de Hana:

–O-O que?! Não brinque assim. Haruo-kun... Tenho que te salvar!-falou a menina largando a mão, porém Hana tornou a pegá-la.

A menina sentindo as mãos trêmulas ergueu o uniforme do garoto para ver os ferimentos e quase infartou ao olhando que ali continha em baixo dos panos do uniforme. Não era um tórax masculino era feminino, uma menina!

–Mas, o que?!-indagou encarando Hana com os olhos arregalados:

–Eu sou... Uma menina!-falou Hana fracamente perdendo a consciência:-Por favor... Não conte a ninguém... Lhe explicarei... Quando... Acordar...

–Nani?! M-M-Menina...?!-gritou Cho e Hana desmaiou:-Não! Espere! Espere! Deus...

Cho pegou logo sua caixinha de primeiros socorros, sendo menina ou menino isso não lhe ineteressava no momento. Era uma vida em perigo e ela a salvaria, como seu pai fez várias vezes.


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Notas finais do capítulo

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