Guerreiros escrita por L M


Capítulo 17
瞑想


Notas iniciais do capítulo

Queria agradecer pela recomendação muito fofa e especial, porque afinal é a primeira, kkkk Obrigada Aysha!! Fiquei muito feliz, flor.



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Hana sente-se como se um bando de cavalos selvagens de meia tonelada tivessem cavalgado em cima de seu corpo e a arrastado por quilômetros. Aquela dor só poderia ter sido causada por isso, porque era muito forte para ser outra coisa, mas ela sabia muito bem do que se tratava, afinal, la ainda não estava louca.

Ela abre os olhos lentamente e é como se a luz a estivesse cegando, Hana logo coloca as duas mãos em sua face e as força ali. Um pequeno riso é ouvido no recinto e ela se obriga a abrir os olhos mas uma vez, a claridade deixa a visão destorcida, mas logo o rosto de Riki roxeado e com o corpo contendo faixas lhe aparece.

Ele se aproxima de Hana e toca suas testas dando um leve beijo na testa da garota que sorri levemente com o coração mais quente, ela se ergueu lentamente e seu corpo já não dói como anteriormente, mas também não está bom o suficiente:

–O que aconteceu?-perguntou a garota:

–É um história bem legal, você vai gostar.-falou Riki com certa raiva em sua voz:-Bom, logo depois de você cometer aquela loucura de "ajudar" a salvar o Shiro você foi levada pela Cho até as tendas médicas.

–Disso eu me lembro.-falou a garota cruzando os braços:

–Ótimo! Lembra-se também que meu corpo serviu de colchão para o seu quando você resolveu desmaiar de uma hora para outra?!-indagou o garoto:

–Sim.-respondeu Hana sorrindo de leve e Riki bufou:

–Eu estava o lado do médico o tempo todo, enquanto ele te examinava e cuidei pra que não tirasse coisas demais do seu corpo e não fizesse nós dois irmos para a forca. Você estava com insolação, algumas costelas quebradas, o tórax e costas repletos de hematomas e um corte na perna que estava começando a infeccionar.-falou o garoto:-Fora seu braço debilitado que começou a sair sangue, mas tirando isso você estava bem.

–Watashitachi no...-murmurou Hana abaixando o olhar:

–É, concordo com você! No primeiro dia de treinamento e você quase morre! Sem contar aquela briga com o idiota do Takeshi!-falou Riki socando a mesinha de madeira:

–Deus!-falou Hana se levantando:

–Obrigado! Sente agora no que se meteu?!-indagou Riki:

–E os outros como estão? Você como está?-perguntou a garota o examinado:

–Como é que é?! Estamos falando dessa ideia suicida que acabará te matando vindo dessa cabeça maluca sua!-falou Riki:

–Já me cansei desse assunto de você tentando bancar meu pai! Chega, Riki! Agradeço por ter ajudado e me protegido, mas quero saber como VOCÊ está!-falou a garota:

–Estou bem! Shiro e Kyo estavam piores, mas já acordaram primeiro que você e já foram comer para o segundo treinamento.-falou Riki:-Kami! Nem eu estou aguentando esta tortura direito e você...

–Aguentará! Qual é o uniforme de hoje?-perguntou a garota indo até sua bolsa.

Riki se levantou e apontou para um kimono branco com listras verdes e calça branca com botas. Hana sorriu de lado procurando sua roupa, mas o que faz ocasionar dores em suas costas:

–Deixa que eu pego.-falou Riki se abaixando e pegando suas roupas.

Hana agradeceu e Riki saiu ficando na frente da entrada fechada. Hana suspirou prendeu os cabelos e colocou o uniforme; a menina percebeu que seu corpo estava marcado, com hematomas e faixas enrolado por ele, ela ainda sentia dores e fechou os olhos com força tentando fazer com que as palavras de Riki não a afetasse.

Hana saiu da tenda com a roupa e uma escova de dentes em sua mão, Riki olhou para ela e riu baixo conforme iam andando:

–O que foi?-perguntou Hana:

–Pra quê a escova de dentes?-perguntou o garoto:

–Bom, eu retorno a pergunta. Pra quê utilizamos uma escova de dentes?!-indagou Hana:

–Errado! Conversa de menina, hábitos de meninas, manias de menina, coisas de menina... Garotos, como nós, não fazemos isso.-falou Riki:

–Ah, não venha me dizer que garotos não cuidam da higiene pessoal, porque isso seria um baque nas minhas ilusões femininas adolescentes!-falou Hana:

–Lamento, boneca.-falou Riki piscando e pegando a escova das mãos dela e Hana pegou de volta com um olhar duro:-A Hana pode escovar, mas você é o Haruo e ele não escova!

–Eu faço ele escovar.-falou a garota:

–Se alguém te pegar...-começou Riki:

–Vão dar graças à Deus por ter algum homem neste lugar que liga para sua saúde higiênica!-falou a menina saindo na frente de Riki:

–Vou está no refeitório!-gritou o garoto:

–Te encontro lá, cara!-gritou Haruo/Hana sorrindo de lado.

Hana foi procurando um lugar onde poderia encontrar uma pasta de dentes para fazer sua higiene bucal, mas parecia que quanto mais ela procurava menos ela achava. Literalmente, como se procurasse uma agulha no paleiro.

Hana chegou na tenda médica e lá encontrou o doutor On com Cho e ambos estavam conversando e rindo, algo que Hana sempre quis fazer com seu pai, mas nunca pôde. Hana entrou pedindo licença e logo o doutor se ergueu o cumprimentando com um abraço que Hana, particularmente, gostou muito:

–Olá, doutor On.-falou Haruo/Hana:

–Como vai, meu rapaz? Chegou aqui ontem acabado, se me permite dizer, mas seu amigo Riki nos ajudou a examiná-lo.-exclamou o doutor bem-humorado:

–Estou indo, sensei. Olá, Cho!-exclamou o garoto e a menina Cho corou atá a raiz dos cabelos:

–O-Olá, Haruo-kun...-murmurou a menina mexendo nos cabelos:

–Precisa de alguma coisa, Haruo-sama?-perguntou o homem:

–Sim, poderia me emprestar uma pasta de dentes?-perguntou o garoto:

–Como?!-perguntou o homem e riu em seguida:-É a primeira vez que um garoto me pede algo assim.

–Tenha dó, doutor. Como posso ser um guerreiro e arranjar uma esposa com os dentes passados da validade?!-indagou Haruo e o homem gargalhou batendo em suas costas, o que foi bem doloroso, mas a menina riu também:

–Já volto, rapaz.-falou o doutor saindo para pegar a pasta.

Hana não se sentia muito confortável com Cho e ela dividindo o mesmo espaço, talvez que no fundo Hana soubesse que Haruo estaria mexendo com o coração frágil da garota e ela se odiaria se o destruísse, mas a circunstâncias são difíceis para ela. De um lado precisa fingir ser um homem, o que consequentemente, faria algum coração ressentido feminino olhar pra ela e pelo outro lado ela ainda era uma garota e não poderia se dar ao luxo de fazer algo deste tipo.

Hana gostava de Cho, tinha uma afinidade com a garota e sabia que ambas seriam amigas se não estivessem nesta situação e não corresse o risco de ter a cabeça arrancada e descobrirem que ela era uma garota:

–Haruo-kun, como você está? Ontem me preocupei com você... E com seus amigos também, estavam todos muito machucados.-falou a garota e Hana sorriu de lado, o que fez a menina corar e ela se xingar mentalmente:

–Ainda sinto dores, tenho que admitir, mas essa é a vida de um homem no campo de batalha, certo?!-falou Haruo/Hana:

–Sim, sim... Posso lhe fazer uma pergunta?-indagou Cho. Hana suspirou, ela só queria escovar os dentes, não queria ter que aguentar declarações de uma garota de manhã:

–Claro!-respondeu com um sorriso forçado:

–Espelha-se em seu pai para se tornar um guerreiro?-perguntou a garota e Hana a encarou ressentida. Nunca havia parado para pensar nisso:

–Na verdade, eu não sei. Meu pai é diferente do cara que eu acha que conhecia quando criança.-respondeu dando de ombros, quando o doutor On retornou com a pasta.

Hana apenas agradeceu e saiu sem se despedir, e começou a andar pelas várias tendas ali postas em busca de algum lugar onde poderia escovar os dentes. Hana achava uma verdadeira, falta de vergonha na cara, pro parte desses garotos que não cuidam de sua higiene; como se denominam guerreiros poderosos se nem ISSO eles fazem?!

Hana parou ao encontrar vários cavalos juntos bebendo água em um pequeno lago na saída da concentração e decidiu escovar ali mesmo, dando de ombros e se aproximando vagarosamente para não assustar os animais, não estava nem um pouco a fim de levar um coice nessa hora da manhã, sem contar que já estava toda quebrada do "treinamento/tortura" do dia anterior, levar um coice terminaria de quebrar todos os ossos, possivelmente.

Depois de se higienizar, Hana ficou sentada próxima ainda ao pequeno lago e ficou olhando as nuvens colorindo o céu azul, sem nenhum sinal de chuva ou coisa parecida. Ela suspirou, sabia que devia voltar, mas a dor, literalmente, do fracasso do dia anterior ainda era bem sentida.

Seu tórax, costas, perna e principalmente seus punhos (que estavam enfaixados) doíam como nunca, ela não queria ser fraca. Não queria fracassar, já estava aqui; o problema estava completo, as chances de ser pega eram maiores do que ela mesma conhecia, as chances de morrer maior ainda tanto se for pega quanto se não for pega... Os problemas só estavam a se multiplicar, igual a dor que sentia.

Fechou os punhos com força e os socou no chão com força, sentindo ainda mais dor, mas ela não se importava. Só queria ser pelo menos, útil ali.

Aproximou-se mais do lago e viu seu reflexo, poderia está parecendo Haruo e parecer ser tão destemida, corajosa e malandra quanto o mesmo. Porém não muda o fato de que seus olhos eam de Hana, e ela estava com medo, dor e sentida... E ainda tinha os inimigos que fazia ali, e a sorte realmente era algo notável para ela, justo um cara que não suportava seu pai era seu general! Óh, calúnia miserável, ela pensava, e ainda tinha o filho dele que ela não sabia se odiava ou sentia amizade.

Levantou-se farta de pensamentos idiotas e correu de volta para sua tenda guardar a escova de dentes e a pasta, em seguida saiu espreguiçando-se e foi caminhando lentamente em direção a tenda onde faria sua primeira refeição do dia. Mancava um pouco devido as dores, mas a maioria dos garotos ainda a encaravam uns com desdém outros com admiração, o que ela não entendia muito bem o motivo claro que os levava a fazer isso.

Hana chegou na tenda onde todos estavam comendo e logo a voz alta e histérica de Hotaru se fez ouvido e ela assumiu a postura de Haruo e esqueceu dos demais problemas que a cercavam, sorriu de canto e acenou indo em direção a seus amigos.

Todos estavam comendo com a mesa repleta de comida e seu estômago logo gritou dando sinal que estava faminta, Hana olhou ao redor e não viu nem Takeshi, Jin e muito menos o general Mitsuo:

–Aonde estão Takeshi, Jin e o general Mitsuo?-perguntou com a voz rouca se sentando ao lado de Hideo:

–Oh, bom dia para você também, Haruo. Dormir pessimamente bem, muito obrigado por perguntar e você como está passando, já que desmaiou ontem?!-indagou Hotaru:

–Perdão! Como vocês estão? Shiro?-perguntou Haruo/Hana:

–Eu agradeço por ter me salvado Haruo-sama, a você e ao Takeshi que ainda não veio tomar café.-falou o garoto roliço, com faixas grossas em seus punhos:

–Não precisa agradecer.-falou Haruo/Hana:

–Ainda sinto dores em lugares que eu não deveria sentir.-falou Daisuke bebendo um copo de leita e Hana começou a comer também:

–Nossa, nem me fale.-falou Hotaru:-Pensei que fosse morrer ontem.

–Já deveriam saber que seria assim, não é fácil de tornar um guerreiro.-falou Hideo e Riki fingiu tossir chamando a atenção de Hana para o que Hideo disse e a menina apenas revirou os olhos:

–Bom... E Mitsuo e sua família não chegaram?-perguntou Haruo/Hana:

–Deus é Pai, certo?!-falou Hotaru:-Sem ver o general do capeta, o filho estranho e o branquelo retardado. Ai, ai... A manhã começou ótima!

–Em língua de pessoas normais, o Hotaru está dizendo que eles ainda não chegaram.-falou Daisuke:-Pensando bem, eu não me lembro de ter visto o general ontem após termos ido para a ala médica com os outros garotos.

–Estranho, ele sempre fica à sombra de Takeshi.-falou Hideo.

Continuaram a comer, e Hana ficava com mais energia conforme se alimentava direito. E pensava o tempo todo no por quê de estarem usando aquelas roupas, mas apenas se dedicou a se alimentar corretamente para não passar fome como passou no dia anterior.

Sasori Goenji sai da mesa onde estava com Kyo que parecia bem melhor e recuperado, porque já estava implicando com outros garotos. O garoto ruivo se aproximou e colocou os dois braços nos ombros de Riki e Hideo que apenas o olharam de rabo de olho, para em seguida retirarem o braço do garoto de seus ombros:

–Nē, min'na!-exclamou o ruivo sorrindo de lado:-Como estão?

–Estamos bem.-respondeu Riki franzindo a testa cruzando os braços fortes:-Mas você parece ótimo, Sasori... Aconteceu alguma coisa que não sabemos?

–Que nada, cara. Riki, não é?!-perguntou o garoto e Riki assentiu com a expressão vazia:-Então, Riki, chame-se apenas de Goenji; pelo sobrenome parece até que não gosta de mim.

–Talvez, não é?!-indagou Hideo olhando friamente o garoto:

–Esquenta não, Goenji! Mau-humor matinal, é uma praga para esses caras. Nem sei como aguentamos.-falou Hotaru recebendo um chute bem dado de Riki e Hideo:-ITAI!

–Ha! Haruo, meu velho, como está? Depois do desmaio de ontem, vários caras acharam que tinha morrido!-falou Goenji:

–Não! Eu estou bem.-falou Haruo/Hana:

–Acho que o exercício de ontem não chegava a ter essas consequências, Goenji.-falou Daisuke:

–Não sei, né?! Shiro quase que vai parar no outro plano e Kyo por pouco não vira um anjinho também.-falou Goenji sentando ao lado de Shiro:

–Ele tá melhor?-perguntou Daisuke:

–Sim, sim! Mas ficarão sabendo do Iau?-perguntou Goenji:

–De quem?-perguntou Hotaru:

–Do garoto que ficou em coma depois de cair com a cabeça no chão e teve que ser levado de volta para casa, alguns dizem que deve morrer outros apenas falam que está em coma mesmo.-falou Goenji e todos arregalaram os olhos, mas fingiram não estarem surpresos:

–Uia... Que coisa, não?!-indagou Shiro.

–Fukuzatsuna...-murmurou Goenji.

Hana sentiu seu coração acelerar, pensando no coitado do garoto, agradeceu aos céus por não ter acontecido algo assim com ela, o que certamente, foi por pouco que não aconteceu:

–Vamos logo para a área de treinamento, estamos parecendo garotinhas fofocando!-falou Hideo se levantando:

–Ou, ou, ou... Espere Hideo! Vamos primeiro receber avisos, temos que ir para a área principal.-falou Goenji saindo acompanhando os demais garotos:

–Avisos?-perguntou Riki com as mãos nos bolsos da roupa que usava:

–Não sei, Jin mandou avisar.falou Goenji:

–Tinha que ser o sem-melanina capilar!-falou Hotaru que recebeu um cascudo de Daisuke:

–Não me faz passar esta vergonha alheia, olha o que fala.-fala o garoto com a franja ainda maior.

Hana foi acompanhando os demais garotos saindo, ficando ao lado de Riki que por alguma razão lhe passava confiança, Hana encarava os olhos verdes do rapaz que sorria de lado para ela, nem o mesmo sabia que essa gesto a fazia se sentir muito melhor.

Os garotos foram em filas, guiados pleos guardas chegando a área principal, onde havia um homem de longos cabelos e uma faixa vermelha em sua testa, usava uma armadura negra com o símbolo do rei e ao seu lado um homem de pele branca e cabelos castanhos curtos estava com a mesma roupa que os garotos estavam usando.

Hana não vira Mitsuo e nenhum lugar, mas os primeiros a estarem na área principal eram Takeshi que estava com o uniforme marcado seus braços fortes e Jin que se matinha alheio, com atenção em apenas fuzilar os demais garotos.

Todos se colocaram em posição com as duas mãos para trás, as pernas separadas e encarando os dois homens:

–Kikimasu!-gritou o homem se longos cabelos e a faixa:-O general Mitsuo foi designado ir de volta ao palácio e até retornar quem tomará conta de vocês e de seus treinamentos serão eu e o sensei Kohaku!

Os garotos se entreolharam, alguns, como Hotaru, tinham uma expressão de felicidade em seus rostos, o homem de armadura se aproximou mai dos garotos e com a mão direita em sua espada foi analisando cada rosto ali, porém parou ao encarar o rosto de Hana que sentia o peito congelar aos poucos:

–É uma honra, ter o jovem filho de Honō ryū Chang!-falou o homem e Hana apenas assentiu em sinal de respeito:-Meu nome é Tadashi, serei para vocês o capitão Tadashi e espero nada além de disciplina e foco para se tornarem poderosos. O que enfrentarão não é uma brincadeir,a nesse exato instante meus homens estão indo a uma aldeia imperial completamente massacrada e destruída graças ao exército inimigo. Mulheres, homens, crianlas inocentes tiveram seu sangue manchado aquele solo. O exército inimigo é muito maior e de maior força, acho que os conhecem das histórias em geral como os shibyō, o exército shibyō!

Hana olhava as expressões faciais se tornarem pânico puro aos demais garotos que ali estavam, Hana sentiu os músculos de Riki ficarem tensos e até a áurea de felicidade de Hotaru, por Mitsuo ter ido embora, dissipou-se mais rápido do que la pensara. Hana não os conhecia, mas não deveria ser nada bom:

–Kyaputen!-um garoto ergueu a mão:-Como pode ser os shibyō, senhor?! Eles foram massacrados na última grande guerra, para tentar deter seus avanços fora construída a grande muralha. Como podem está vivos?

–Boa pergunta, jovem soldado! Porém a resposta é óbvia, Kabuto não estava morto!-falou o capitão Tadashi e vários garotos começaram ficarem desesperados:-Mas não se esqueçam, jovens! Seremos os mais fortes e o mataremos de uma vez por todas! Não tenham medo, sejam homens corajosos. O medo cega nossos olhos e nos impede de encontraremos a luz!

O capitão se despediu e foi para a tenda imperial e um silêncio reinou em meio a todos, ninguém pronunciou palavra alguma, era como se tivessem recebido a notícia de que iriam todos morrer. Mas ela sabia que mesmo não conhecendo o exército, muitos deles não retornariam a suas casas no fim desta guerra.

O novo sensei Kohaku levou os garotos até o campo de treinamento e se sentou com as pernas cruzadas e designou os lugares para cada garoto se sentar. Hana ficou no meio, entre Riki e Takeshi, poderia sentir a tensão e o desespero emanando dos outros garotos. Estavam todos sentados com as pernas cruzadas de frente para o novo treinador que apenas os encarava, em seguida bateu as mãos uma única vez chamando a atenção dos garotos:

–Não é hora para temerem! É hora para dominar!-falou o homem:-Alguém sabe me explicar o que é chakra?

Hana teve o vislumbre da mão de Daisuke levantada e logo sua voz preencheu o local antes em silêncio:

–É a energia vital da vida, senhor.-falou o garoto:

–E por quê se chama assim?-perguntou o homem:

–Porque requer a força física e espiritual unidas, para assim conseguir liberar poder.-falou o garoto:

–Suguremashita!-gritou o homem:-O chakra que cada pessoa possui está trancafiado, dormindo dentro de suas almas, e para librá-lo necessita-se de concentração forte em seu interior, para liberar a carga de energia sobre seus corpos!

Os garotos ouviam tudo claramente, Hana conhecia esse tipo de energia, estava familiarizada constantemente em sua casa:

–Quando alçancado determinado nível de chakra o homem é capaz de dominar um dos quatro elementos. Como o pai deste dois jovens!-Kohaku apontou para Hana e Takeshi que apenas se encararam feio:-O elemento fogo só se dar ao chakra mais forte! O elemento ar só se dá ao chakra mais concentrado! O elemento água se dar apenas ao chakra mais puro! O elemento terra só se da ao elemento chakra mais pesado! Cada um com sua força e vitalidade, juntos dominaria os animais e se tornariam grandes guerreiros! E é o que farei com vocês! O treinamento de ontem serviu para mostrar como ainda não conseguem unir a força com o pensamento!

Hana apenas encarava o homem com uma sobrancelha erguida e prestava a atenção para não perder nenhuma explicação que poderia ser fundamental. O homem se ergueu e mandou que fizessem o mesmo, pediu uma certa distância de cada um de um braço e em seguida mandou os garotos o copiarem.

O treinador começou com leveza em seus corpos e depois começou a ergueu os braços e em seguida uma das pernas, como uma dança sincronizada para sugar a energia necessitada para o corpo. Hana começou a imitá-lo com certa facilidade, com demais garotos sentiram certa dificuldade por conta dos movimentos. Hana erguia o braço e praticamente sentia aqueles movimentos despertarem algo em seu interior.

Ao longo do processo repetindo os mesmos movimentos os garotos já faziam sozinhos e em sincronia uns com os outros. Kohaku gritou para parar e os garotos pararam se encarando e vagarosamente:

–Escutem, seus moleques, quando eu gritar "parem" eu quero que juntem as duas mãos atrás do corpo e gritem Ha! Entenderam?-perguntou Kohaku e os garotos responderam baixos:-Eu perguntei se ENTENDERAM?!

–Sensei wa i!-gritaram todos os garotos:

–Continuem!-falou o homem.

Os garotos e Hana continuaram com os movimentos, erguendo os dois braços, erguendo uma das pernas, passando um dos braços para uma determinada região, pulando para a esquerda, esticando uma das pernas para o chão e dobrando a coluna. E em seguida repetindo os mesmos movimentos, que apesar de serem fáceis, eram de difíceis manobras:

–Parem!-gritou o homem os encarando seriamente.

Os garotos pularam com as mãos atrás das costas e com as pernas separadas:

–HA!-gritaram todos:

–Se não conseguirem manter suas mentes limpas, nunca conseguirão fazer seus chakras emanarem! Eu quero que repitam esses movimentos de olhos fechados!-falou o treinador Kohaku e os garotos se entreolharam, como se não conseguissem:-Não conseguem, não é?! Farão até conseguirem de olhos vendados e na ordem que eu quiser, sua mente trabalhará junto a seus corpos! De novo!

Os garotos repetiram os movimentos novamente de olhos abertos e com os corpos já com desconforto e levemente doloridos, quando tentaram fazer de olhos vendados não ocorreu como pensaram. Hana acertou a cara de Riki e Takeshi acertou seu estômago, o que acarretou em mais uma discussão por parte dos dois.

Kohaku mandou continuarem com mais precisão e tencionando os músculos do seus corpos, atém conseguirem fazerem sem olhar:

–Farão isso durante o meio-dia e hoje, espero que tenham tomado café direito, porque será a única refeição que irão fazer.-falou Kohaku e Hana fechou os olhos:

–O que?!-gritou Hotaru:-Senhor... Nós iremos desmaiar!

–Que assim seja, tem que aprender a controlar seus próprios instintos e seus corpos. Quando estarem em batalha não precisarão de tempo para desmaiar e se isso acontecer, serão homens mortos!-falou Kohaku:

–Claro, claro...-murmurou Hotaru com desgosto.

Kohaku se sentou no chão e ficou olhando os garotos repetindo os mesmos movimentos incontáveis vezes.

Hana sentia sua cabeça explodir de dor, seus músculos doíam, enquanto o Sol os castigava ainda mais quente, suas peles queimavam em baixo do tecido que usavam. Os movimentos se repetiam e repetiam sem cessar, Hana não conseguia fazer os mesmos com os olhos fechados, a escuridão a confundia e não sentia nada além de desgaste físico, sua cabeça parecia que ia explodir e o calor que sentia não parecia ser normal.

A manhã inteira passaram fazendo esses mesmos movimentos, Hana via alguns garotos caírem de cansaço atrás de si e ninguém poder fazer nada e os médicos nem ao menos puderam se aproximar deles, os garotos permanecerão caídos com os corpos expostos ao Sol com risco de terem insolação enquanto estavam desacordados.

Alguns garotos gritavam de frustração, como era o caso de Hotaru, Hana sentia Riki está com raiva ao mesmo tempo que fazia os mesmos movimentos sem parar. Takeshi estava tenso e o corpo pingava a suor ao mesmo tempo em que seus músculos tremiam levemente.

Hana já não sabia quanto tempo estava repetindo esses mesmos movimentos, seus pés, pernas e todo o corpo já clamava por descanso ao mesmo tempo que seu estômago começava a dar sinal de vida o que ela mais temia. A garganta estava seca, necessitava de água, o suor que saia de seu corpo estava insuportável, a respiração pesada e os músculos tremiam:

–Parem!-gritou Kohaku.

Os garotos pularam para frente e colocaram as duas mãos para trás, separaram as pernas e ergueram as cabeças:

–Ha!-gritaram encarando o homem a frente.

Kohaku se aproximou dos garotos com as duas mãos para trás e encarou a todos, o sinal do almoço ecoou e os garotos fecharam os olhos tentando ignorar a fome que parecia estraçalhar seus estômagos:

–O chakra é capaz de defender golpes quando está próximo a pele, ele pode amenizar a dor de determinado golpe quando utilizado corretamente.-falou Kohaku se aproximando de Daisuke.

O homem socou a face de Daisuke que virou o rosto, Hana sentiu os olhos marejarem, ouvindo os gemidos baixos do garoto, seu corpo queria ir até lá, mas ela se fez ficar parada tentando controlar as lágrimas.

Viu pelo canto do olho o nariz de Daisuke sangrando e o mesmo manter uma postura séria:

–Não?-perguntou Kohaku:

–Não, senhor.-falou Daisuke:

–Dói?-perguntou o homem:

–Sim, senhor.-murmurou Daisuke.

Em seguida Kohaku começou a socar a cara de todos os garotos em fila, para ver se algum já possuía o chakra evidente. E a cada soco sua raiva de tornava maior, alguns garotos caíam desmaiados, outros perdiam o equilíbrio e caíam, outros deixavam um grito de dor escapar, como Hotaru:

–AH! Merda!-gritou o garoto sentindo o sangue em seu nariz pingar:

–Doeu?-perguntou o homem:

–Claro que doeu!-falou Hotaru e recebeu outro soco que fez Hana virar o rosto para outro lado:

–Respeito, soldado!-falou Kohaku.

Hotaru apenas fechou os olhos sentindo o nariz banhado em sangue escorrer pela face do garoto.

Hana escutou um grito ainda mais forte vindo de um menino mais forte que estava recebendo chutes de Kohaku:

–Além de fraco é mentiroso, soldado?! Saiba que eu posso sentir a pele se tem chakra ali ou não,e por mentir para seu superior ficará preso amarrado no tronco.-gritou o homem e soldados vieram carregando o garoto marcado de tantos chutes em sua face.

Hana foi seguindo com o olhar e virão prender as mãos do garoto no tronco de frente para o Sol, onde o mesmo tremia e escorria sangue para o chão e ela concluiu que o mesmo estava sangrando.

Riki encarou com um olhar pesado e repleto de desespero de quando o homem chegasse nela, Hana sorriu de lado para o garoto que apenas repetiu o gesto porém, estava óbvio de que era bem forçado. Logo Kohaku ehcgou em Riki e o encarou com o olhar pesado e fez diferente, socando o estômago do garoto que cuspiu sangue e se curvou para frente caindo de joelhos.

Hana mantinha o olhar para frente, ao mesmo tempo que mordia a língua para que nenhuma lágrima sequer despencasse por seu rosto. Não poderia se dar ao luxo de mostrar isso, apertou os punhos com força e manteve o olhar a frente, ignorando as tosses e convulsões do amigos ao seu lado sofrendo:

–Doeu?-perguntou Kohalu a Riki que se levantava cambaleante com os olhos marejados e a boca escorrendo sangue, o garoto apenas assentiu com a cabeça:-Eu perguntei se sentiu dor, soldado!

–S-S-Sim senhor...-murmurou Riki.

Kohaku fechou os olhos com força e foi parar na frente de Hana que apenas ergueu o olhar para o homem, mostrando-se séria. O homem apenas a avaliou, a garota via a raiva nos olhos dele e medo pela guerra, sabia que seu golpe seria forte.

O homem grunhiu e socou com força o estômago de Hana que arregalou os olhos e com o impacto foi para trás alguns metros caindo de costas, a menina tremia pela dor que se alastrou por toda a parte de seus corpo. Os olhos marejaram e ela tentava respirar tossindo compulsivamente, ela viu os olhares assustados em cima dela, mas o que mais a assustou foi o de Takeshi que a olhava com certa pena.

Ela se ergueu com dificuldade se arrastando até onde estava para se por de pé na frente do homem que apenas a encarava com os olhos sem demonstrar qualquer sentimento ou remorso:

–Dor?-perguntou o homem:

–Sim.-respondeu com a voz rouca contendo raiva:

–Não fique com raiva de mim, soldado.-falou o homem:-Fique pela sua própria incompetência.

Hana sentiu as palavras doerem mais que o soco que levou a poucos, a menina ainda mantinha a respiração profunda pela falta de ar que estava lhe pegando. Fechou os olhos quando sentiu o homem acertar com um chute tomado de raiva no estômago de Takeshi que grunhiu baixo e se curvou para frente tossindo em seguida, mas logo o garoto se colocou ao seu lado firme e com o rosto vermelho e tossindo levemente:

–Doeu, Wurochiha?-perguntou o soldado e Takeshi se recusou a responder recebendo um soco em sua face que assustou Hana encarando o garoto que apenas havia fechado os olhos recebendo todo o impacto com força:-Doeu?

Mais uma vez o garoto se recusou a respondeu, então Kohaku bateu com mais força em sua face e socou novamente o estômago do garoto que mordia a boca e grunhia alto, mas não deixava um grito escapar de seus lábios e muito menos falaria que sentia uma dor desgraçada.

Hana assistia tudo com os olhos arregalados e não gostava de ver Takeshi apanhando e sentindo essa dor, isso já era tortura e desumano. Deus! Ela não aguentaria ficar calada vendo isso:

–Fale logo, cara! Ficará apanhando?!-indagou Haruo/Hana:

–Cale a boca!-gritou Takeshi recebendo outro soco:

–Seu amigo tem toda a razão, Wurochiha!-falou o homem:

–Não ligo...-murmurou o garoto recebendo outro chute o fazendo cair ao chão:

–O que você tá querendo provar?!-gritou Haruo:

–Haruo...-murmurou Riki segurando seu braço:

–Será que nem apanhar em paz, eu posso?! Cale-se Honō ryū!-gritou Takeshi recebendo outro chute.

Hana não aguentava mais isso e se colocou na frente de Takeshi recebendo outro chute no estômago ainda mais forte e caiu virando o corpo para trás de Takeshi que encarava-a com os olhos arregalados e com a face com hematomas e sangrando levemente:

–O que?!-gritou Takeshi:

–I-I-I-Idiota...-murmurou Haruo/Hana sentindo ainda mais dores pelo corpo, ao mesmo tempo que se erguia e olhava Takeshi e o sensei lhe encarando com os olhos levemente arregalados:

–Posso saber o motivo de ter feito isso, Honō ryū?!-perguntou o homem irado de raiva:

–C-Claro, sensei...-murmurou Haruo cambaleando e tendo que se apoiar em Takeshi que o encarava ainda pasmo:-Mesmo eu d-detestando e-e-esse inútil, ele é meu co-com-companheiro e não quero vê-lo morto ou machucado, assim como todos os outros. Não abandono um companheiro, não importa o que o senhor pense. E se quiser me colocar no tronco igual fez com o coitado, vá em frente, pior do que eu estou não pode ficar!

–Baka!-murmurou Takeshi segurado Hana pelos braços, quando a mesma ameaçou cair:

–Muito bem!-falou o homem começando o mesmo processo de bater no restante dos soldados e não brigou com Hana e nem com Takeshi.

Hana sentia sua cabeça explodir de dor e a fome parecia um monstro oco que estava se alimentando de seus órgãos, como um bicho sem olhos. Ela sentia a dor em seu estômago piorar, e ela não sabia se era fome ou simplesmente os murros que havia levado ali:

–Idiota! Por que fez isso?-indagou Takeshi e Riki ajudou Hana a se manter de pé:

–Idiota é você, está querendo se mostrar demais apanhando?! Ache outro modo, apanhar é muito humilhante!-falou Haruo/Hana:-Deveria ter me agradecido, imprestável!

Takeshi apenas manteve os olhos fixos em Hana que o encarou de volta e se não fosse Riki ter fingido uma tosse e puxado Haruo/Hana teriam continuado a se encarar:

–Fez uma loucura...-murmurou Riki:

–Eu tenho plena consciência disso! Estou com fome!-falou Haruo/Hana já em pé normalmente:

–Não é o único, cara.-falou Riki revirando os olhos.

Logo Kohaku se colocou a frente deles com os braços cruzados e seus olhos encararam Hana sem emoção alguma e viu que todos estavam sentindo dores, suspirou fechando os olhos. Ele era o treinador não poderia ter pena deles agora e perdê-los em campo de batalhas com uma espada enfiada no coração.

Ele se sentou novamente e mandou todos fazerem o mesmo, já eram um pouco mais de meio-dia e os estômagos de todos pareciam que, literalmente, estavam gritando por algum alimento, água, qualquer coisa para que a agonia parasse.

Kohaku mandou todos unirem as mãos e fecharem os olhos:

–Ignorem a fome, ignorem a dor, ignorem tudo ao seu redor. Fechem os olhos e se concentrem apenas em seu interior e procurem seus chakras. Só sairão dessa posição quando o Sol se pôr.-falou o homem.

Hana arregalou os olhos s colocou a mão sobre o estômago:

–Vamos morrer...-murmurou Hotaru:

–Achem sua energia vital!-falou Kohaku.

E assim todos fizeram o que o homem estava mostrando e em seus pensamentos rezaram para que seus corpos, já debilitados, aguentassem até o Sol se pôr no horizonte.


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Notas finais do capítulo

Obrigada mais uma vez pela recomendação Aysha! :) :)
Até o próximo! Bj