Guerreiros escrita por L M
Notas iniciais do capítulo
Boa leitura!!
Hana já esteve em situações desnecessárias e doloridas em sua vida, mas dormir em uma mata com sua mochila como travesseiro, que não estava nada mole que fique claro, foi a pior experiência de sua vida.
Cavalgou na noite passada rápido e durante um bom tempo, até o sono derrubar tanto ela quanto Riki também. A menina, que agora era um menino, abriu os olhos se acostumando com a luminosidade do Sol e mata a seu redor, não poderiam está tão longe da concentração:
–Bom dia!-uma voz ecoou a sua frente.
Hana desviou o olhar o focando em um Riki com um sorriso de lado encostado em uma árvore afiando uma faca:
–Bom dia.-falou ela se espreguiçando:
–Noite difícil? A minha também não foi muito agradável.-falou Riki:
–Engraçadinho você, bom-humor matinal?-perguntou irônica:
–Quase isso...-murmurou o garoto jogando sua mochila para Hana:-Café da manhã, já comi e agora só falta você.
–Onde conseguiu?-perguntou Hana o encarando pegando um pedaço de bolo e o devorando:
–Eu penso nas consequências de se sair no meio da madrugada chuvosa, ao contrário de certas pessoas.-falou Riki:-Minha mãe tinha feito para eu trazer junto a seu pai, mas os planos mudaram...
–Riki, diga a verdade e...-começou Hana, mas o garoto a interrompeu:
–Essa ideia é idiota, pode ter certeza que é.-falou o garoto:
–Īe, anata wa baka! Não é isso. Escute primeiro.-falou Hana tomando um pouco d'água enquanto comia mais bolo:-A minha aparência...
–Já esteve mais bonita também.-falou Riki sorrindo de lado:
–Está pedindo para levar um soco na cara. Estou falando sério, estou parecendo um garoto?-perguntou a menina:
–Detesto admitir, mas está sim.-falou Riki a encarando firme:-Não sei como conseguiu esconder sua beleza feminina em um cara magro, baixo, mas com certo estilo.
–Tomarei como elogio.-falou Hana retornando a comer.
Riki termina de afiar a faca, conforme Hana terminava de comer e parecia satisfeita. Ela entregou sua mochila e o agradeceu com um sorriso e começou a caminhar se alongando, Riki ficou de pé também e a encarou:
–O que foi?-perguntou Hana o encarando:
–Sabe que seus pais a essa altura devem está desesperados, não sabe?!-indagou Riki cruzando os braços:
–Riki...-começou Hana fechando os olhos:
–Eu sei de suas intenções, Hana. E acredite são as mais nobres que eu já vi na vida, mas não deixa o fato de que você ainda é uma garota!-falou Riki se aproximando:-Pode parecer um garoto, mas não é! Não aguentará o que está nos esperando.
–Riki! Eu já tomei minha decisão e terei que aguentar de qualquer maneira, você também terá não é?!-indagou a garota:
–Comigo é diferente, Hana! Eu sou um homem!-falou Riki:
–Não seja machista, eu aguento também.-falou Hana:
–Tenho medo de que algo aconteça a você.-falou o garoto abaixando o olhar.
Hana se aproximou dele e colocou as duas mãos no rosto dele, e o mesmo desamarrou seus cabelos os deixando até a nuca e acariciando os mesmos:
–Não acontecerá nada, sairemos dessa com vida.-falou Hana:-Irá ser uma boa história para seus filhos...
–Hunf, eu espero.-falou Riki.
Hana se arrumou novamente e pegou seu cavalo, Riki fez o mesmo e ambos montaram nos animais e saíram cavalgando. O Sol estava forte e aquela roupa esquentava, conforme os cavalos também diminuíam sua caminhada, porém os dois jovens apenas esperavam em silêncio os animais se recuperarem.
Riki ia seguindo com o mapa de onde tinham que se reunirem, porém era um lugar longe que ele acreditava que chegariam dentro de dois dias no máximo, a viagem seria longa do mesmo modo. O menino sentia-se aflito pelo o que poderia está acontecendo com sua família em meio a fúria do poderoso guerreiro Chang e, de certa forma, tendo que proteger Hana agora. Deus sabe o que ele seniu quando viu a amiga agora amigo.
Hana galopava e tinha dificuldades em manter-se em equilíbrio, porém Riki sempre a auxiliava, o vento em seu rosto a fazia ter uma sensação livre e boa, apesar de estar seriamente em perigo conforme se aproxima da concentração:
–O que acha que iremos encontrar lá?-perguntou Hana conforme os cavalos agora somente andavam.
Riki retirou uma maçã da mochila e entregou a Hana que aceitou, e ele comeu o fruto assim como ela em seguida a fitando:
–Hum... Possivelmente um bando de marmanjos!-falou Riki e Hana riu ainda comendo a maçã. Pelo tempo que estavam viajando e ela começou a sentir fome, deveria ser a hora do almoço:
–Refiro-me a o tipo de marmanjos, ou até mesmo, como será lá! Não está nem um pouco curioso?-perguntou a garota:
–Sinceramente, Hana... Eu não dou a mínima, irão me matar de tanto treinar e desenvolver algo que preste para não morrer com uma espada no peito ou na minha garganta.-falou Riki:
–Você fala de um jeito tão...-começou Hana e Riki sorriu de lado:
–Realista?!-ele chutou irônico:
–Violento!-falou Hana:
–Eu sou um homem, Hana. Homens falam assim, acho bom você começar a ser menos meiguinha. Os caras lá devem ser barra pesada, com famílias importantes e já com um grau de treinamento avançado, não irão se segurar a pegar no pé de algum coitado azarado.-falou Riki e Hana o olho intrigada:
–Eles são maus?-perguntou a garota ressentida:
–Eu diria cruéis... Mas não se preocupe, eu estarei lá e te protegerei!-falou Riki:
–Kesshite! De jeito algum você irá me proteger!-falou a garota e Riki a olhou indignado:
–Quer apanhar?!-indagou o garoto:
–Eu irei me defender sozinha.-falou Hana:
–Como, se você não sabe nem brigar?!-indagou Riki:
–Acredite, minhas palavras são fortes!-falou a garota:
–Mas seus bracinhos não, você vai acabar morta.-falou Riki:
–Eu tenho uma vantagem!-falou Hana:-Vocês, homens, tem algo muito sensível que não deve ser chutado e eu não. Se eu chutar aquilo...
–Possivelmente vai acordar de manhã enforcada... Não brinque com o que não conhece, Hana.-falou Riki:
–Dá para você tentar me animar?!-indagou a menina com raiva:
–Se você não reparou ainda, você é uma garota "vestida" de homem. Mas não é um homem de verdade, acredite, homens de verdade, ainda mais o que estão na guerra, não são principes encantados e não irão pensar duas vezes em matar alguém.-falou Riki e Hana o encarou:-Não é um conto de fadas de garota, Hana. É guerra para homens!
Logos os cavalos sentiram-se cansados e pararam, Hana mantinha um olhar perdido em pensamentos vidrados para o céu. Riki se sentiu culpado de início, mas depois sabia que era melhor ela saber onde estava pisando e que não seria fácil para nenhum deles.
Hana desceu do cavalo e acariciou-lhe o focinho, começando a caminhar pela floresta em seguida:
–Aonde você vai?-perguntou Riki:
–Preciso caminhar...-murmurou ela.
Riki a deixou ir, assentindo descendo do cavalo deixando ambos pastarem:
–Se precisar grite!-falou o garoto, mas Hana não se deu o trabalho de olhá-lo.
Hana caminhava a ponto que ficava se sentindo a cada instante mais baixa e menos corajosa do que quando decidiu fazer esta loucura. A menina retirou o capacete e desamarrou os cabelos, agora curtos, sentou-se próxima a um pequeno lago e deixou o capacete ao seu lado.
A menina juntou os joelhos ao peito e ficou ali olhando o Sol batendo no lago e ela via seu reflexo. Uma garota com uniforme de combate negro ninja de guerra, com os cabelos curtos e os olhos tristes e cansados; lembrou-se vagamente da garota maquiada, de cabelos longos e vestido azul que fora se apresentar como noiva e viu como nenhuma das duas se pareciam. Hana só não sabia qual delas era o seu eu verdadeiro.
O vento veio forte erguendo as folhas e pétalas de flores do campo junto dele, Hana ergueu as mãos tocando nas mesmas e sorriu de lado lembrando de sua casa, era triste e depressivo pensar que se ela morresse na guerra e ninguém descobrisse, sua família seria honrosa do mesmo jeito. Uma filha noiva e casada, possivelmente, com um dos soldados mais forte desta guerra ; um filho guerreiro que lutaria para porteger o clã e todos como o pai foi. Essa seria a história, e só ouviriam falar em uma filha que desapareceu depois que não conseguiu dar honra a família e um filho que nunca ninguém ouvira falar que morreu na guerra por não ser forte o suficiente.
Hana abaixou a cabeça, mas depois ergueu a mão direita contendo a luva e viu ali o símbolo do dragão e o colocou no Sol... Não! Ela iria tentar, não morreria sem tentar.
A menina se ergueu e arrumou seus cabelos, colocando o capacete em seguida. Hana teria que assumir sua falsa identidade:
–Imade wa kotonaru mono ni narimasu!Eu não sou mais uma garota! Eu serei um homem e a pequena e frágil Honō ryū Hana morre hoje nas margens deste rio! Pelo dragão de meu clã, isto fica decretado!-falou Hana com altura e convicção.
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:D