Livre Vento escrita por Persephone
Notas iniciais do capítulo
Apenas uma narrativa de um episódio triste que amo. Boa leitura.
Sentia seu coração bater. Estava feliz? Deveria estar. Tinha o almejado vital que pulsava em seu corpo envenenado.
Maldito fosse Naraku que implantara-lhe uma bomba de miasma. Mesmo que o odiasse, mal pensava nisso. Seus pensamentos flutuavam na triste angústia da situação presente.
"Eu posso ir onde quer que eu queira. Eu sou livre..."
Pensava ao caminhar fraquejante. A brisa soprava pela planície florida, levando consigo o miasma que destruía-a aos poucos. Mirou o céu claro que mantinha-se incerto em sua visão desfocada. Pássaros voavam despreocupados, ao som de seus próprios cantos alegres. Eram livres e podiam deleitar-se com tal dádiva.
Continuou a andar. O sangue escorrendo por sua veste e na mão que permanecia na ferida aberta. A cada passo, gemia da dor que enfraquecia seu corpo.
E odiou a impotência e a fraqueza. Sentiu mais de seu sangue esvaindo-se, ocasional da ferida aberta. Não possuía poder restante que bastasse de cura para si, tampouco podia mexer-se. Sentada em meio às flores, apenas presenciou as pétalas banhadas em sangue serem carregadas pelo vento.
Sabia que a liberdade que procurava com afinco não era aquela. Mas o quê poderia fazer, além de aguardar sem vontade e imersa em dor que chegasse sua hora? Tanto desejou.
Poderia ir onde quisesse, não havia nada mais que a prendesse. Os sentimentos fluíram em seu peito ao ver Sesshoumaru, uma última vez. E após saber da vinda por sua causa, deixou-se ser abraçada, feliz, pela morte. Se a morte a tornasse livre dos impedimentos, que assim fosse.
A planície de flores brancas banhou-se com o vento passageiro. Era essa a verdadeira liberdade que a youkai dos ventos deveria ter tido desde o início.
Pois Kagura era o vento. O livre vento.
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Obrigada por ler.