Mistakes escrita por Niina Cullen


Capítulo 45
Capítulo QUARENTA E QUATRO


Notas iniciais do capítulo

Algumas de vocês estão bem insatisfeitos com o rumo de Mistakes.

**Obrigada sempre Cris, por ser sempre atenciosa, ter você aqui é um conforto. Ter todas vocês aqui é um conforto!!! :) **

Mas ainda assim não consigo me sentir triste com o rumo que ela tem sido conduzida. Mudaram muitas coisas desde a primeira vez que postei Mistakes, lá atrás, e se seguiram outras duas até eu excluí-las e ficar como a que temos hoje.

As pessoas mudam, eu mudei, vocês mudam e tudo bem.

Agora, se preparem porque nem tudo a Bella foi capaz de contar para vocês com tanta sinceridade como agora. Atenção as palavras dela.

Quero que saibam que não me esqueci de Edward, vinha lutando sobre como poderia voltar a escrever capítulos deles, sem perder a essência principal que criei em Mistakes, que foi o relacionamento abusivo, as consequências, e o processo árduo em busca do que foi perdido e que nunca mais poderia ser resgatado.

Espero ter feito um bom trabalho até aqui, e quando terminarem de ler, não esqueçam que todo o meu coração e sororidade está não só neste história que me acompanhou durante tantos anos (quem ver a data nas informações das fics vai saber), mas neste capítulo.

À todas as mulheres vítimas de atrocidades que só deveriam receber amor e compaixão.



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Capítulo
QUARENTA E QUATRO 

 

Nos dias que se seguiram é claro que Edward soube como culpá-la pelo o que tinha acontecido a Benjamin, ele sempre arrumava um jeito de estar ali, próximo, para dizer aquelas coisas. Logo ele mudava o rumo do seu discurso de pai preocupado, para o de marido carinhoso e que entendia que eles estavam passando por um momento difícil. 

Ele tinha dito que superariam juntos?

Era mais fácil para ele culpá-la, como sempre tinha feito, porque ele era incapaz de enxergar que aquilo, o que tinha acontecido com Benjamin não dizia respeito somente a ela, mas a ele também. 

Como Bella tinha adivinhado, o ciclo tinha se estabelecido na lua de mel, mas diferente das outras vezes ela acompanhou aquilo tudo de longe. Não queria saber o que viria depois dele, uma vez que não estaria por perto.

Alice tinha pegado as suas coisas e a dos meninos. Quando Bella saiu do hospital com Noah chorando porque queria que o pai fosse junto com eles, Bella tentou se lembrar do que a psicóloga tinha acabado de falar na primeira consulta de Benjamin, algumas horas antes dele ser liberado do hospital. Ele tinha entrado com os pais primeiro, receoso, mas depois ficou mais tranquilo e pôde ficar sozinho com a psicóloga.

Ela tinha dito: seja forte. Ela sabia que aquilo seria fundamental para ela como para os filhos, e assim para os próximos passos que daria na sua vida. E ela seria. 

E então Edward não entrou no carro com eles e Noah parou de chorar depois de um tempo.

Ela ficaria na casa de Carlisle e Esme, e diferente do que ela esperava Edward tinha aceitado aquilo e não tentou impedi-la quando beijou a testa dos filhos e se afastou, ainda olhando para ela.

O homem que a acusava não estava ali, mas até quando?

Aquela era a fase da lua de mel, uma das fazes do ciclo em um relacionamento abusivo. Ele não tinha feito nenhuma ameaça até aquele momento, mas Bella não sentia medo porque diferente de todas aquelas outras vezes ela nunca mais estaria sozinha.

Se ela tinha tomado aquela decisão de ir para Forks achando que seria por um tempo e que não estava fugindo, apenas dando a oportunidade que queria de mostrar quem realmente ela era, quando ela não esperava pelo o que viria pela frente, ela estava completamente enganada. Ter voltado de lá e ver tudo o que ela estava arriscando foi o ponto de partida, porque ela não tinha se rendido, não quando ainda lhe retava forças para superar os dias difíceis, porém libertadores, que seriam dali pra frente.

Noah se consultaria no dia seguinte, e ambos, Bella e Edward tinham que estar juntos, até que Noah ganhasse confiasse para ficar sozinho com a psicóloga. Eles ainda se veriam muito. Afinal, existem ligações na vida que jamais serão rompidas, diferente de ciclos que tinham que ser interrompidos para sempre.

***

Já tinha alguns dias desde que Bella começou a se consultar com a sua psicóloga e também psiquiatra, a Dr. Denali. 

Um mês já tinha se passado desde que Bella voltou de Forks, o que a fazia pensar que não tinha sido fácil verbalizar aquelas palavras para nenhuma das pessoas que ela amava, como o seu pai, porque não existia um jeito melhor de dizer aquelas coisas. Charlie estava longe e queria saber o que estava acontecendo, porque a filha não tinha mais dado notícias e porque continuava sendo vaga sobre o que estava acontecendo. Porém, apesar de tudo, tinha sido menos difícil para uma desconhecida. 

Diferente do que Bella pensou, Charlie não teve um terceiro infarto quando ela disse o que tinha acontecido nos últimos anos até a sua chegada em Forks, tentando poupá-lo da maior parte dos detalhes, sentindo a vergonha que sentia, aos poucos se desfazer, não por completo, mas aquilo já era um começo. Ela disse tudo o que não teve coragem de dizer, de admitir e que vinha guardando durante todos aqueles anos. Eles choraram juntos depois de Charlie xingar e dizer que chegaria em Nova York pela manhã para matar aquele...

Sorte que Sue, que morava na reserva, estava por perto. Bella viera saber mais tarde, que ela era uma boa companhia para o seu pai. 

Tudo na vida era um processo, por mais doloroso que ele viesse a ser e as pessoas ao seu redor faziam parte daquilo.  Benjamin e Noah foram fundamentais para que Bella não se perdesse completamente. Em meio a tanta humilhação que tinha passado nas mãos de Edward ela encontrou o que achava ter perdido: a confiança em si mesma. 

Mesmo depois de tudo, Bella não sabia como tinha conseguido contar tudo. Diferente do alívio que pensou sentir, foi mais como uma tempestade que tinha sido interrompida pela metade, enquanto um grande dilúvio se iniciava. Assim como o grande dilúvio, Bella sabia que o céu voltaria a se abrir, não importava o tempo que levasse. 

Ainda que Bella não imaginava que tinha sido capaz de contar tudo para a sua psicóloga que a acompanhava com encontros regulares, um dia por semana, ou até dois ou três se Bella precisasse, ela sabia que aquele era o melhor caminho para superar tudo aquilo. 

As consultas estavam sendo transformadoras, fazendo-a perceber coisas que um dia ela tinha preferido ignorar, mas que um dia a ajudou a saber como lidar com o que vivia. 

Não sabia exatamente quando havia começado a saber identificar as mudanças de humor dele, e como havia aprendido a avaliá-lo pelos olhos. Se os verdes que ela se dizia conhecer estivessem escuros demais e seus lábios em uma linha fina, mais reluta ela ficaria em tentar perguntar como havia sido o dia dele, e ficaria calada. Depois de um tempo aquilo não importava mais, então Bella aprendeu a não perguntar. Ou se ele estivesse contente demais, seria bom concordar com tudo o que ele dissesse, assim manteria a harmonia que precisavam. 

Durante aqueles anos, ela aprendeu a não deixar sacolas espalhadas sobre a cama, por exemplo, ou usar o seu próprio carro dado de presente sem a permissão dele - depois que Jasper fora demitido e depois de tudo o que aconteceu houveram algumas concessões estranhas como o carro que só poderia ser usado com o seu consentimento. E quando isso acontecia, era como se Edward estivesse dizendo que ela estava sendo recompensada.

Em todos os seus encontros com a psicóloga, Bella se sentia cada vez mais capaz de falar, de colocar para fora tudo o que ela guardou para si. Ela havia contado que tinha aprendido a se esconder, porque se Edward chegasse em casa muito nervoso com alguma coisa, não importava o que fosse, até mesmo a bolsa de valores ter despencado naquele dia, ela devia saber esconder muito bem que tinha saído, que tinha ultrapassado os limites, qualquer um deles. Mesmo que ela ligasse para avisar antes. Mesmo que ela pedisse permissão, Edward sempre dizia a mesma coisa: que seria melhor quando ele estivesse por perto. Aquela era a maneira dele dizer não, de puni-la pelo o que ela não sabia, mas sempre tinha se esforçado ao máximo para se lembrar.

Se tinha sido algo que ela deixou de falar, ou se tinha ficado calada demais...

Policiar as suas próprias atitudes a deixava vulnerável, porque ela nunca sabia quando estava pisando em ovos. 

Mas aquilo devia ser passado, algo que ela sabia que teria que carregar para sempre, mas que com a ajuda certa, ela saberia superar. 

Mesmo depois de um mês, Bella ainda se sentia presa.

As mudanças de humor de Edward também eram pontos que ela soube avaliar durante aqueles anos, para poder se antecipar. Aprendera a avaliá-lo quando Edward parecia aflito quando abria a porta do quarto deles e em seguida soltava um longo suspiro quando a via ali, deitada na cama, tentando afastar o clarão de seus olhos que vinha do corredor. Bella se lembrava quando ele vinha se deitar ao seu lado ainda de terno e gravata e sussurrava em seu ouvido quando ele pensava que ela tivesse voltado a dormir: 

Eu pensei que você não estivesse mais aqui. 

Aquele eram um dos poucos momentos que Bella via a o medo, o receio de perdê-la que ele tanto escondia.

Quantas vezes Bella não se sentiu culpada por aquilo?

Agora ela começava a entender, porque quase sempre, depois de uma discussão, ele sempre voltava cheirando a álcool, ou não, e dizia algumas coisas parecida com aquelas:

Eu pensei que a tinha perdido. 

Mesmo culpada naquela época, Bella nunca imaginaria que seria possível, mas os pesadelos de Edward tinham se tornado realidade.

Aonde mais eu poderia estar? Ela se perguntava no dia seguinte, quando Edward ainda dormia ao seu lado, com os braços inertes ao redor do seu corpo. 

Mas hoje não. Não mais.

Bella havia perdido tudo, havia perdido a confiança. A confiança em si mesma e deixou de acreditar nos outros, nas pessoas que mais amava. E por quê?

Para no final tudo aquilo ser resumido em erros, em perdas e em escolhas que definiram seu presente durante um tempo, quando ela não tinha perspectiva de como o futuro poderia ser.

Ela nunca teve tanta certeza como agora tinha de que não tinha culpa de nada do que tinha acontecido com os dois, com ela principalmente.

Ainda que Edward carregasse segredos - ele tinha marcado há pouco tempo uma consulta com a psicóloga -, Bella jamais seria capaz de vê-los como algo que pudesse compensar, de alguma forma, o que ela tinha passado, e que o justificasse.

Aqueles encontros com Edward podiam ser torturantes às vezes, mas era necessário para os filhos, e para os dois também. Somente eles permitiam que ela se voltasse para dentro e visse como tudo tinha acontecido, de câmera lenta. E ainda que aquilo fosse importante, ela não conseguia ver como poderia ter consertado, de alguma forma, aquilo tudo uma vez que ela já tinha se entregado tanto. 

Aquele tipo de julgamento era algo que a Dr. Denali, a repreendia de forma comedida, fazendo a ver, nas consultas particulares, que aquilo não seria bom. Com o tempo Bella soube distinguir esses sentimentos, e vê-los como realmente eram: passado.

Quando Bella voltava para a casa de Esme e Carlisle após as consultas, e via os filhos brincando, era mais forte que ela, espontâneo como há muito tinha deixado de ser, e então ela sorria. E descobria que ainda era capaz daquele simples gesto. E ela viu que podia seguir em frente, que os filhos mereciam mais aqueles momentos, aqueles sorrisos que podiam compartilhar juntos.

Ainda que eles perguntassem muito sobre o pai, ela conseguia ser neutra e não deixar que os seus sentimentos interferissem no que eles sentiam por Edward. Ver como ela estava tendo progresso a deixava tranquila para seguir em frente, mesmo que não tenha sido fácil.

Um dia as lágrimas secariam e ela não sentiria mais saudades de algo que não existiu.

Só com Benjamin e Noah ela poderia ser quem um dia tinha sido, a mãe que deveria ser para seus filhos, a mãe que eles mereciam: corajosa, que enfrentaria tudo e todos por eles. Bella não estava tentando apagar o que tinha vivido, mas estava sim se dando a chance de reconstruir novas lembranças, depois daquelas que a machucaram. 

Os comportamentos defensivos ainda existiam, mas nunca mais ela os usaria, ainda que involuntariamente, para afastar as pessoas que amava. Assim como os traumas se tornariam apenas lembranças ruins e não parte de uma nova vida que começava desde o momento que ela decidiu sair daquela mansão, e superar isso seria um trabalho árduo que tinha que ser praticado diariamente. 

Se até aquele momento Edward ainda não tinha vindo ver os filhos fora daqueles encontros pré estabelecidos pela psicóloga deles no hospital, em uma área um pouco mais aberta e menos claustrofóbica, ele tinha os motivos dele, e ao que tudo indicava ele tinha esquecido das ameaças que um dia tinha feito assim como as declarações de amor, as promessas que ele nunca seria capaz de voltar atrás e cumpri-las. Assim como ela nunca mais seria capaz de aceitá-las como sempre fez. 

Muitas coisas tinham mudado desde que ela o tinha visto aquela última vez no hospital, parado com as mãos no bolso quando ele se afastou do carro de Alice. Com uma expressão indecifrável que mostrava... Bella não conseguia pronunciar aquela palavra: arrependimento. Não depois de tudo. 

Ela ainda podia ser a Bella que Edward tinha conhecido e que tinha contratado para ser a sua secretária executiva mesmo diante de tantas falhas que ela tinha para atuar naquela área. Mas não seria mais aquela jovem que tinha sido enganada com histórias de amor. Ingênua. Ela estaria mais forte para se defender, mas magoada o suficiente para se lembrar do que tinha feito com a sua própria vida, quando ela passou ao lado de um homem que tinha amando. Mesmo depois de tudo, aquele sentimento não tinha sido capaz de se transformar em um ódio capaz de libertá-la, embora ela não se sentisse mais acorrentada e escrava a ele. 

Bella não conseguia ver como o ódio podia libertá-la, mas deixar de amá-lo, desesperadamente como um dia ela foi capaz amá-lo, desde a primeira vez que o viu, ela sabia que não seria. 

Mas ela precisava seguir em frente.

Um dia, aquela dor, assim como aquele sentimento, seria apenas uma lembrança que ela conseguiria conviver sem destruí-la. 

***

Edward Cullen estava sentado em sua cadeira, no escritório da mansão enquanto pensava no covarde que estava sendo ao encarar aquele papel sobre a mesa pela milionésima vez. Devia ter sido deixado ali mais cedo. Talvez por Ritta antes dela ir embora.

Todos estavam indo embora e ele estava sendo um covarde. Mais uma vez.

Covarde, como tinha sido nos últimos anos, como tinha sido desde que conheceu Katherine - ela sentiria orgulho do monstro que tinha criado. Contudo Edward Cullen sabia que nada daquilo, do que lhe acontecia agora, era culpa de Katherine May.

Durante todos aqueles anos ele tinha culpado e odiado a pessoa errada, quando deveria odiar uma única pessoa: ele mesmo.  

O ódio que ele sentia de si mesmo tinha sido externado para outras pessoas, para sua família, para os seus funcionários e todas as pessoas que estivessem muito perto da sua ira. Bella tinha sido uma dessas pessoas - uma das últimas, ele sabia, que ele devia machucar. 

Mas ele tinha machucado. E muito pior do que isso, a tinha perdido para sempre.

Do que adiantava todo aquele ódio, o temor das pessoas se ele ainda continuava nas profundezas da mágoa que sentia e do que tinha sido capaz de fazer com ela.

Ele não tinha sido capaz de aceitar o amor verdadeiro quando teve a oportunidade, porque era mais fácil pensar que aquela era a sua chance

Durante muito tempo ele tinha se enganado em achar que precisava de vingança, que precisava descontar a sua raiva, o seu rancor, os erros cometidos no passado em outras pessoas.

Ele teve a oportunidade de mudar o rumo daquela história, da história dos dois desde que Isabella entrou em sua vida, mas ele não tinha feito. Preferiu seguir com os seus planos de rejeitá-la, de machucá-la, quando ela só lhe dava amor. Quantas provas ela não tinha lhe dado que era diferente? E mesmo que não fosse, mesmo que ela fosse igual a Katherine, ainda assim ele não tinha direito de fazer o que fez.

Sentia vergonha, e pior, sentia repulsa de si mesmo, por tudo o que tinha feito.

Mas aquilo não adiantava, não mais, não quando ela tinha lhe escrito uma carta, porque com certeza ela preferia tudo nessa vida, menos ver a sua cara, mesmo que tivessem que se ver nas consultas dos filhos com a psicóloga. 

Mais um erro seu, dentre tantos.

Ele não só tinha destruído as chances de ser feliz com alguém que realmente o amava, como também tinha sido o culpado sobre seus filhos precisarem de psicólogos porque ele não era capaz de ver debaixo de seus olhos que seus filhos não estavam chamando atenção, mas estavam pedindo, implorando que o seu pai não gritasse com a mãe dele, que o seu pai não discutisse, não machucasse a mãe deles.

Edward apertou suas mãos no rosto, sentindo o mesmo molhado com as lágrimas que começavam a escorrer.

Ele nunca tinha merecido aquela chance. Nunca tinha merecido o sorriso de Bella quando o via esperando do lado de fora do apartamento que ela morava com o pai, não merecia o amor que ela era capaz de dar mesmo quando ele estava sendo um idiota e manipulador. Mas ela não podia saber daquilo, não podia, mesmo que seus instintos dissessem para ela se afastar, e quantas vezes ela não tinha feito aquilo?

Mas ele sempre estava ali, tentando persuadi-la a ficar com ele.

Tinha sido assim, mesmo depois de todos aquelas anos.

Ele tinha se enganado e tinha errado. Muito. Tinha invertido os papéis, quando ele achava que era o injustiçado e que tinha que mostrar para todos que ele não era mais aquele Edward que tinha sido enganado um dia. Bella tinha se casado com alguém parecido com Katherine, mas que diferente dela, não tinha fugido. Tinha ficado e tinha feito as piores coisas com ela.

A carta com papel pardo sobre a mesa de mogno antigo lhe lembrava do próprio relatório que tinha encomendado que Emmett McCarthy, o detetive e segurança, fizesse sobre a sua futura esposa, antes mesmo dela saber desse fato. 

Junto com a carta endereçada somente a Edward e sem remetente estava ao lado dos livros das irmãs Brönte que ele tinha lhe dado de natal, tantos anos atrás, antes dela sequer saber do inferno que se tornaria a sua vida. Assim como uma caixinha pequena de veludo azul escuro com o anel e aliança de casamento dela.

Coisas de antes. Coisas que deveriam representar o início de uma nova história.

Aquelas eram as únicas coisas físicas que importaram para ela em meio a tantas coisas ruins que ele tinha trazido pra sua vida. Eram as maiores verdades dela que agora deveriam ficar com ele e com todo o vazio que ele tinha alimentado com todo o seu ódio e vingança.

Todas as outras coisas, que vieram depois do casamento, permaneceram na casa. Bella não quis nada.

Mesmo que Bella achasse que aquelas eram as verdades dela no casamento, como o anel de noivado, ele sabia que mesmo que uma das suas partes estivesse no escuro, Bella ainda era a única pessoa que se entregou por completo aquele relacionamento desde o início, mesmo com todas os seus instintos dizendo para que ela se afastasse, ela permaneceu. Ela ficou. E agora não existia mais nada que ele pudesse fazer para mudar aquilo, para arrancar aquele vazio que diferente de tudo que ele pensava sentir, o aniquilava por dentro. Eles tinham vivido uma mentira por sua culpa, por seu egoísmo, pela sua falta de controle, pela raiva que sentia de se lembrar do passado, que diferente do que ele esperava, não tinha se repetido por causa de uma mulher, mas sim por causa de um homem destruído e que não reconhecia que precisava de ajuda. Ajuda profissional. 

A mentira, muitas vezes é um conforto, ou um veneno que bebemos aos poucos, na esperança de que tudo não passe de um grande pesadelo.

Bella tinha bebido desse veneno e mesmo que Edward não quisesse comparar, ele sabia que tinha bebido da mesma bebida que Katherine lhe dera anos antes.

Bella.

Ele olhou mais uma vez para a carta sobre a mesa, sentindo a temperatura do escritório mudar.  Nada mais seria como antes porque ele não deu a chance deles viverem aquela história quando podiam. Quando ele deveria ter abafado todas as vozes da sua cabeça que diziam que nenhuma mulher o merecia, que todas eram iguais e que ele nunca mais deveria se apaixonar, porque isso tinha sido a sua ruína.

Irônico ele pensar nisso agora, uma vez que a sua ruína tinha sido não se entregar para aquele sentimento que lutava contra seus medos, contra seus muros para irromper as barreiras, os bloqueios que ele tinha imposto entre os dois desde o começo.

Eu te amo.

Por que ele não acreditava que podia ser real?

A casa continuava em silêncio. Em um silêncio mórbido que por vezes Edward se pegava pensando que Ben e Noah irromperiam pela escadas do primeiro andar da mansão com Bella logo atrás deles pedindo que eles não corressem.

Quantas vezes aquilo o irritou sem motivo algum e o fez brigar com os meninos quando eles chegavam no último degrau da escada, sem fôlego e assustados em ver a expressão do pai?

— Vocês precisam de limites. Os dois.

Ele dizia isso olhando para a esposa, enquanto Bella ponderava o próximo passo na escada, confusa se devia continuar o seu caminho.

Mas os meninos nunca desceriam as escadas. Não mais. E nem Bella precisaria ter medo da reação do marido agora que eles não moravam mais ali. Agora que era somente ele naquela imensa casa cheia de fantasmas e de lembranças de histórias que ele preferia esquecer. E ele não estava falando de Katherine e do tempo amargo que tinha vivido ao lado dela, mas principalmente da ferida que tinha aberto no coração de uma das pessoas mais sinceras e juntas que ele já tinha conhecido. E se fosse somente isso... Ele gostaria de esquecer dos empurrões, da força que exercia sobre o seu braço quando ele a imprensava contra a parede... Eram tantas coisas que ele queria esquecer, mas que Bella, a principal envolvida nunca esqueceria.

Ele via as manchas pelo seu corpo, as manchas que ela tentava esconder quando enrolava uma toalha as pressas ao redor do corpo quando ele entrava no banheiro pela manhã. Ele já conhecia aquele sentimento muito bem, desde aquela época: arrependimento.

Você não pode simplesmente desfazer o que fez.

Mesmo que ele soubesse que merecia o silêncio dela, ali estava carta, e não só isso, mas todas aquelas coisas. Ele ainda esperava uma resposta, e aquela carta era o máximo que ele poderia ter. 

Ele achava que já sabia o conteúdo daquela carta, o que o esperava, mas quando se voltou mais uma vez para a mesa, mas dessa pegando a carta e abrindo o envelope, aquilo só reafirmou as suas suspeitas. 

Ele abriu e viu a letra dela e sua cabeça começou a girar. 

Ela achou alguma razão, dentre tantas coisas erradas que ele tinha lhe causado, para escrever aquelas palavras, então ele precisava se recompor e encontrar um caminho ao qual ela lhe levaria, mesmo que daqui para frente, ela não quisesse mais fazer parte da sua caminhada. 

Edward acendeu a a luminária sobre a mesa apagando a luz principal do escritório que iluminava sobre a sua cabeça, quando ele puxou a cadeira para se sentar e encontrar forças para o que quer que ela tivesse escrito, porque ele sabia que nada seria mais difícil do que tudo o que ele a fez passar.

Edward,

Não encontrei forças o suficiente para te encarar mais uma vez e dizer as palavras que seguem nesta carta. Não fui capaz de encontrar quando você pediu por telefone que eu estivesse no Fulton State Park. 

Naquele dia, eu cheguei mais cedo do que o combinado e fiquei olhando para o horizonte e tendo aquela vista dos prédios mais próximos da ilha e da ponte do Brooklyn. Você tinha sugerido o encontro pela manhã e eu sabia porquê. É o momento do dia que as pessoas costumam passar por ali com mais frequência no outono, com seus filhos ou seus amigos, ou seus parceiros e parceiras, ou apenas sozinhos para desviar um pouco da poluição das avenidas próximas. Eu sabia que você queria que eu me sentisse segura em me encontrar com você sozinha, naquele lugar cheio de pessoas, quando isso nunca foi uma questão para você antes. Quando você sabia que eu nunca seria capaz de ultrapassar os limites mesmo tendo testemunhas.

Agora eu entendo que aquele era um voto de confiança que eu deveria dar a você.

O que eu estou querendo dizer, é que fiquei olhando para aquela água, para a ponte e para os carros que passavam sobre ela, para o sol que que refletia nos prédios e que lá longe, eu podia ver o lugar onde tudo começou. 

Acho que nunca mais olhei para aquela torre da mesma forma que olhei desde quando tudo começou a ruir a minha volta com todas as cicatrizes e lembranças amargas que tenho hoje do pesadelo que se tornou o nosso relacionamento.

Você não pode entender como eu lutei, como eu me recusei a pensar que aquilo... aquilo que acontece com tantas mulheres diariamente ao redor do mundo estava acontecendo comigo. 

Não podia ser real, certo? Como tudo podia ter acabado quando mal tinha começado? Então, todas as manhãs, durantes os pouco mais de 4 anos que se seguiram desde o nosso casamento, eu recomeçava, sozinha, acreditando que o amanhã poderia ser diferente. E ás vezes ele era mesmo, e era o que me dava forças para continuar. 

Não sei exatamente porque estou te dizendo isso tudo, mas de alguma forma inexplicável eu vi verdade como nas raras vezes em que você me deixava te amar, quando você apareceu a poucos metros de mim, parando quando eu me virei para olhá-lo. Ainda paralisado quando nossos olhos se encontraram e eu vi o Edward que eu tinha me apaixonado, o Edward que eu via nos raros momentos de paz que tínhamos depois do nascimento dos nossos filhos. 

 A caixa que você trazia consigo não era muito grande, mas eu podia imaginar que nela estava os seus piores segredos, aqueles que você e todos escondiam de mim.

Nela estava alguns relatórios como meu nome de solteira e depois meu nome de casada - esse um pouco menor do que o primeiro, já que você devia saber todos os meus passos através do Emmett e viu que não valia a pena tanto esforço, apesar de todas as desconfianças que continuavam. Nela também tinha algumas fotos minhas, indo ao mercado, por exemplo. Uma delas era do curto tempo que tive na universidade de Nova York, com amigos, amigos que você achava que estavam me tirando de você, que eu podia estar traindo, que podia atrapalhar o nosso sonho de ter filhos. A verdade é que eu estava tão ansiosa, tão destruída por dentro Edward - eu vomitava sem ter colado nada na boca, eu sentia medo mesmo quando eu sabia que você não estava ali -, que esse era o único motivo de eu não conseguir lhe dar filhos durante aqueles meses: medo, pavor. 

Eu penso que Ben e Noah foram um milagre, o meu milagre. 

A princípio eu não entendi muito bem o que você queria me entregando aquilo. Definitivamente não era que eu sentisse mais ódio de você. Mas também não era para que eu sentisse pena. E então eu vi. 

Eu vi aquela moça, as fotos do casamento dela e você era o noivo. Vi o anel que estivera no dedo dela e que você ainda guardava, vi que você também tinha investigado a vida dela assim como investigou a minha. Mas a diferença era que, diferente de mim, ela realmente tinha te traído e fugido com essa pessoa, para sempre, e deixado para trás o Edward Cullen que ela tinha destruído. Ela te fez mal e você nunca foi capaz de se desfazer desse sentimento, das lembranças amargas que você tinha, tanto quanto eu não sou capaz. 

A caixa que você entregou, os objetos e papeis que estavam nela não mudaram nada sobre o que eu penso, e sobre o que eu tenho lutado. As palavras que você me disse antes de se afastar com certeza esperavam por uma resposta minha. Mesmo que você não tivesse me feito nenhuma pergunta aquele dia, eu sabia que você não esperava que eu esquecesse tudo o que vivemos, mas sim que eu fosse capaz de dar uma chance para o que ainda poderíamos viver.

Eu demorei muito para escrever essa carta que esperava que fosse curta, breve, tanto quanto os nossos momentos bons foram. 

Mas isso não seria possível, uma vez que você nunca, mesmo agora, saberá o quão difícil foi para mim todos esses anos, e como é difícil agora que finalmente estou longe de você. 

Edward, se eu conseguisse ter sido breve como eu gostaria de ser eu teria dito o que eu nunca te disse e o que eu deveria ter te dito no mesmo segundo que você apertou meu braço pela primeira vez com toda a sua força quando eu achei que pudesse arrancá-lo, e me olhou com seus olhos turvos e vagos, escuro:

Acabou. 

Finalmente acabou. 

Até então eu não tinha coragem de admitir que tinha acabado, antes mesmo de começar o nosso casamento, mas eu sei que devia ter lutado um pouco mais contra meus sentimentos, contra os medos que aprendi a conviver, e não a viver, durantes esse anos.

Agora que sei o que você escondia atrás dos seus olhos verdes escuros - que aprendi a identificar que adquiriam esse tom porque você lutava para não deixar que eu visse muito mais além deles -, eu quero te dizer que eu sentia que não era o certo, o que eu setia por você e o que você poderia sentir por mim, desde o primeiro momento quando nos conhecemos. Antes mesmo de você me pedir em casamento eu achava que era por sermos de mundos diferentes e esse seria o nosso maior problema. Mas nunca foi não é?

Mesmo quando estávamos ali, não tão distantes, mas nem tão perto um do outro, como se o contato fosse capaz de nos derrubar, e você me dizia aquelas coisas, eu sabia que você jamais seria capaz de me pedir para ficar, de me pedir uma nova chance. Não agora, quando comecei a me libertar de todas as correntes que me prendiam a você, a esse relacionamento. A verdade é que nunca me pediu para ficar antes, porque não precisava. Eu sempre ficava, e sempre houve ameaças para isso quando você pensava que eu seria capaz. E ainda assim eu ficava porque eu acreditava que você precisava de mim.

Há um tempo atrás eu me sentia perdida quando pensava na gente antes. Em tudo o que você fez não porque me amava, mas porque você me queria para provar alguma coisa, para algum propósito que hoje eu sei o nome.

Você foi capaz de destruir todas as coisas boas, mesmo que eu não possa insistir e dizer para mim que era tudo mentira. Que cada investida sua era para conquistar o que você queria. Não posso acreditar que perdi a confiança nos segundos que você levou para destruir tudo durante anos, quando você podia ter recomeçado, comigo. Vivido um novo começo longe de tudo o que te machucava quando eu estava ali, disposta a permanecer do seu lado.

Acreditar que tudo não passou de um jogo obsessivo para você torna as coisas um pouco mais fáceis, porque eu não preciso mais usar os seus sentimentos como justificativa para que eu fique, como foi durante esses anos. Não preciso pensar que amei dois Edward, aquele que me ofereceu um emprego melhor do que eu realmente merecia sem nenhum diploma, e que no dia seguinte estava se declarando para mim em um café, o mesmo Edward que não aceitava que eu pudesse me afastar e dar as costas para o que eu sentia e que você me fazia acreditar que sentia também, o Edward que estava disposto a lutar contra tudo e todos por mim. E o outro, aquele que é difícil pensar porque tudo vem a tona, como uma avalanche, destruindo o que tenho sido capaz de conquistar uma vez que me afastei dele. Eu perdi a conta das noites que eu implorava enquanto você subia as escadas para que você não me notasse ali, deitada, fingindo estar dormindo, simplesmente porque eu não sabia o que esperar de você e da sua instabilidade em manter controle. Afinal, o que poderia ser dessa vez? Algo que eu pudesse ter feito ou falado sem saber que pudesse despertar o pior em você?

Sabe qual era uma das piores partes, uma das mais difíceis quando estávamos juntos? Além de viver na incerteza do que o amanhã poderia trazer? É que eu sempre esperava que você fosse capaz de olhar dentro dos meus olhos e ver o quão destruída eu estava, e ainda assim visse o amor que estava ali, lutando contra todo o resto. Será que você via como as minhas mãos tremiam?

Isso não era saudável, e eu não precisava ouvir isso de uma psicóloga.

Diferenciar o Edward que eu achava que conhecia desse outro Edward, era também umas das partes mais difíceis. 

Certamente houveram momentos bons em nosso casamento, e era por eles que eu ficava, por acreditar neles, pelo o que eu queria acreditar que tínhamos. Mas então tudo recomeçava a ruir entre a gente e eu perdia a ligação que achava que tínhamos. 

Eu tenho um pedido a te fazer e espero que você o considere. Você me deve isso.

Se esse Edward, o que eu achava que conhecia, e o mesmo Edward que a sua família diz que um dia existiu, ainda estiver aí dê a chance dos seus filhos o conhecerem também. Eu posso garantir que vê-lo através dos olhos inocentes de Benjamin e Noah pode ser uma boa experiência para aqueles que te amam.

 

Com todo o amor que sinto por nossos filhos,
Bella

 

Edward abaixou a carta que Bella tinha escrito sentindo algo já familiar para ele nos últimos dias escorrer pelo seu rosto. Algo que ele já tinha se acostumado a sentir desde que ele chegou em casa e percebeu, desnorteado que Bella e os meninos tinham ido embora. Nos dias que se seguiram, desde que soube que ela estava em Forks, ele não pensou que seria mil vezes pior agora. Era como se ela tivesse ido indo embora pela segunda vez.

Ele já a tinha perdido de tantas formas, e ainda assim ela encontrou forças para lhe escrever.

Mesmo sabendo que era tarde demais para ele quando fez aquele caminho até ela, no local onde tinham combinado de estar no dia anterior, ele não esperava que ela entendesse ou que o aceitasse de volta, mas que ela conhecesse o Edward que um dia ele quis esconder e que lutava para imergir quando estava tão próximo a ela que jurava ser capaz de ouvir as batidas de seu coração pulsante, ou ainda quando sentia o seu perfume ou quando via o seu sorriso.

Quando ele se despediu, colocando as mãos dentro do bolso do jeans que usava e se afastou pelo mesmo caminho que tinha vindo,  ele pôde ver, nos poucos minutos que tiveram e com todas aquelas pessoas passando por eles ou somente admirando a vista que tinham assim como Bella fazia quando a viu, o quão corada e talvez um pouco mais saudável ela estava. Ainda que estivesse confusa com aquela caixa que segurava nas mãos, Bella parecia uma outra pessoa. Ele tinha se esquecido como ela parecia ainda mais bonita quando estava feliz, ganhado peso, apesar de tudo o que tinha passado, dos remédios que devia estar tomando e de estar ali na sua frente, de ter aceitado o seu pedido - ela continuava lutando.

Ao deixar aquela caixa em suas mãos, ele sabia que as palavras ditas jamais seriam capaz de mudar o passado. Nada do que ele fez foi capaz de fazê-lo esquecer o que tinha sido o seu relacionamento com Katherine, e isso também não aconteceria agora que ele tinha sido o culpado de tudo. Mas ainda assim, mesmo sabendo que nada mudaria, ela merecia saber.

Você jamais será capaz de saber, até que o faça.

Foi por isso que deixou aquela caixa com ela. A caixa que ela tinha devolvido depois de ter visto o seu conteúdo.

Seu tempo tinha se esgotado, assim como a chance de mudar tudo quando teve a oportunidade. 

Quando a viu pela primeira vez naquela empresa, se candidatando para qualquer vaga, ele devia ter mudado o rumo daquela história. Talvez devesse ter contido a sua curiosidade e o sentimento de triunfo que sentiu naquele primeiro momento e que um dia pensou conhecer e que naquela época rejeitava - que até pouco tempo rejeitava. Mas agora era tarde, porque as suas palavras não pertenciam mais a ele, e ele tinha finalmente se libertado de todas as barreiras que tinha construído e que a impedia de chegar tão perto.

Ele gostaria muito de honrar o seu pedido. Ele não só devia isso a ela, mas a todos. Seus filhos, Benjamin e Noah mereciam aquilo. 

***

Palavras de Edward para a Bella no dia que eles se encontram no Fulton State Park

— Nada do que eu possa dizer seria o suficiente para... - ele suspirou. - Para apagar tudo o que eu fiz com você. Mas eu precisava que você soubesse o que eu escondi esse tempo todo, e talvez isso te faça me odiar mais, mas tudo bem porque com certeza não será mais do que eu já me odeio. 

Bella ainda parecia confusa com a caixa em mãos, mas não tinha dito nada.

— Eu fui o responsável por tudo isso e não terá nada que eu possa fazer ou dizer para apagar o que eu fiz. Eu não percebi que tinha perdido tudo quando você foi embora com nossos filhos, mas sim quando eu coloquei meus olhos aquele primeiro dia em você. Eu devia ter deixado você ir, devia ter sido capaz de calar as vozes na minha maldita cabeça. Eu estava destruído e então te destruí também. Não vejo como isso pode ser diferente lá na frente, uma vez que agora sei o que é perder tudo. Eu não posso te pedir mais do que já pedi pra você estar aqui agora. 

Ela tinha vindo, ela estava realmente ali, e tudo o que ele desejava era que tudo pudesse ser diferente, mesmo que não merecesse, mesmo que esperasse o que achava que não merecia: o seu perdão.

— Bella, você merece algo melhor do que eu nunca fui capaz de te oferecer, mesmo nos nossos melhores momentos juntos quando eu não sentia ódio de mim e do que já tinha sido capaz de fazer com você, com a nossa família.

***

Talvez Edward não soubesse, mas naquele dia ele estava libertando-a.

Uma passarinho saberia como voltar para o ninho, quando este estivesse devastado?

Aquelas eram as consequências de erros que ele teria que conviver para sempre, assim como ela com tudo o que ele fez.

Mas existiam esperanças, sempre existiriam. 


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Notas finais do capítulo

Preparo algo reconfortante para vocês no próximo e... último capítulo. Por isso C O M E N T E M kkk. E se ainda acham que Mistakes merece uma Recomendação, estarei aqui ansiosa para ler :)

Vejo vocês no próximo?!