Mistakes escrita por Niina Cullen


Capítulo 30
Capítulo VINTE E NOVE


Notas iniciais do capítulo

À Cris... nova leitora de Mistakes, alguém que teve o cuidado e a atenção de comentar em todos os capítulos. De deixar a sua revolta em relação a Edward e o seu desespero em fazer com que Bella acorde disso tudo, antes que possa ser um pouco tarde.

Obrigada pela primeira Recomendação de Mistakes (palmas-palmas-palmas)!!! :) Obrigada pelo carinho *-*

Sério Cris... sem palavras. Eu nunca quis realmente números, eu sei que falo dos fantasminhas, mas o que eu realmente sinto falta é da interação que existe entre eu e vocês. E fico tão grata por ter isso com as meninas que sempre comentam, e agora com a Cris também.

Isso é muito importante.

Saibam reconhecer a pessoa que está aqui do outro lado. Assim como eu espero que eu possa reconhecer o esforço de vocês estarem aqui.

Assim como vocês, eu também espero ansiosa pelo próximo capítulo de alguma fanfic que estou acompanhando (no momento só finalizadas, algumas que desde 2017 estou tentando ler e deixando comentários, porque sei como isso é importante, mesmo depois de finalizadas).

Algo que a Cris falou e que acho mesmo muito importante: "É o que podemos dar ao escritor por nos agraciar com histórias com bom conteúdo." Ela está falando de comentários, de recomendações... de se fazer presente :)

Eu iria além: é tudo o que você fez e faz pelos seus escritores favoritos que os mantém firmes apesar das dificuldades - lê-se bloqueio criativo.

Muito obrigada por vocês estarem aqui... E Cris, seja muito bem vinda. Mistakes é tudo o que um dia eu quis escrever.

(Genteee... como eu escrevi... me desculpem... me empoguei kkkk) :X (Voltamos lá embaixo).

Braian Adamans Pra vocês :')

https://www.letras.mus.br/bryan-adams/782/traducao.html



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Capítulo
VINTE E NOVE

 

— Pai, você tem tomado o seu remédio? - Bella franziu o rosto e coçou a testa, fechando os olhos, já antecipando a discussão que Charlie começaria.

Nas últimas semanas a sua preocupação quase se resumia a isso: remédios e Charlie. Nos últimos anos para dizer a verdade. Remédios que nunca deixariam de ser a sua preocupação pois eles seriam para a vida toda.

Mas agora era diferente. Os novos remédios tinham um novo propósito, o de que não houvesse rejeição do organismo de Charlie quanto ao novo órgão transplantado. Por esse motivo Bella precisava garantir que ele se cuidasse, mesmo do outro lado do país, a quilômetros de distância. 

Bella ainda esperava a reação furiosa do pai do outro lado da linha, quando, surpreendente ou não, Charlie apenas riu do outro lado, tirando a tensão do momento e fazendo com que ela pudesse relaxar e acompanhá-lo na risada.

Charlie parecia bem, melhor até, e mesmo que não tivesse entendido muito bem a reação dele, Bella gostou e aquilo a deixava mais relaxada, mas ainda assim não conseguia esquecer das suas falhas. Desde que Charlie tinha embarcado de volta para Forks Bella não conseguia tirar da cabeça o fato de que ela tinha contribuído para tudo aquilo.

Não ter impedido quando Charlie disse que viria com ela para Nova York tinha sido um grande erro.

Se ela tinha se decidido naquela época que não tinha mais porquê continuar em Forks, Charlie, por outro lado tinha exigido que ele estaria com ela. E o infarto, o fato de que a qualquer momento ele... Aquilo só fez com que Bella considerasse a ideia de um novo começo, para os dois.

Charlie estava apenas pensando em cuidar dela, enquanto ela estava sendo egoísta de tirá-lo da sua cidade, de perto de tudo o que ele conhecia. Da mulher que amava.

Deixar Forks, era a atitude que ela precisava para mudar a sua vida, quando eles mais precisavam, mas não tinha sido a melhor ideia. Ela acreditava agora que Charlie estaria melhor sem ela, e mostrava bem isso agora.

Aquela cidade pequena e chuvosa no estado de Washington era e sempre seria a casa de Charlie, diferente dela que não conseguiria mais ver sentido em voltar, quando ela tinha alguém que a prendia ali, em Nova York, com todo o seu coração. Uma força inexplicável que a mantinha no lugar, que não a deixava ver o quão errado poderia ser estar disposta a tudo e a estar sujeita a tudo por uma pessoa. Uma pessoa que agora já representava tudo para ela. Pronta para um um homem e para uma relação destrutiva, da qual ela não tinha conhecimento.

No escuro, Bella não podia saber o que estava acontecendo por trás de toda a segurança que Edward parecia trazer para a sua vida.

Você nunca sabe quais serão os sacrifícios que terá que enfrentar até que eles estejam bem na sua frente.

Os tempos difíceis não existiam até aquele momento. E amar não seria mesmo nenhum sacrifício.

Bella acreditava que eles estavam bem depois da partida do pai. Ela se entristecia ao pensar nisso, mas sim, eles estavam muito bem. E ela não podia reclamar.

Eles já tinham evoluído muito nas últimas semanas desde aquela primeira vez e a soma de lugares para um encontro parecia sempre se resumir a uma cama. Um exagero, mas um detalhe importante. Embora Bella tivesse que admitir que tinha praticamente conhecido Nova York inteira e Edward sempre parecia muito satisfeito de ser ele quem era o responsável por mostrá-la todos aqueles lugares, todas as coisas novas que aquela garota de Forks nunca tinha conhecido.

Ele proporcionava novas experiências e mostrava como ela podia ter tudo desde que estivesse ao seu lado. Cuidando e amando ela.

— Eu bem queria me esquecer dos remédios Bella - ainda rindo, Charlie trouxe Bella para o presente respondendo a sua pergunta receosa de instantes atrás com humor. - Mas Billy e todos aqui tem feito um ótimo trabalho me lembrando.

Ele rosnou aquela última parte, mas Bella ainda podia sentir o bom humor. Saber aquilo fez com que Bella se sentisse mais tranquila e pensasse unicamente no significado do que aquilo queria dizer: todos aqui, todos da reserva estavam ajudando.

Bella sabia que Charlie deveria estar passando bem mais tempo na reserva desde que ele tinha voltado para Forks, lugar que ele nunca deveria ter saído se não fosse por ela.

Nem quando Charlie ainda era chefe de polícia ele esteve tanto tempo lá. Muito mais do que só aos domingos quando ele arrumava uma folga na delegacia - o que não era muito difícil no seu trabalho na única e pequena delegacia de Forks, a cidade sem grandes ou relevantes casos que pudessem virar manchetes e discussões nos principais jornais de todo os Estados Unidos. Aposentado, Charlie tinha ainda mais tempo, e Bella tinha temido por isso, temido pela depressão, mas Charlie parecia mais feliz, contente até, e assim ela soube que não deveria se preocupar tanto.

— É bom saber disso, pai - Bella falou, passando o celular de uma orelha para outra. Já estavam conversando há pouco mais de 20 minutos.

Era uma sexta feira à noite, véspera de natal e Bella quase pensou que não pegaria o pai em casa, mas ele tinha dito que Billy o pegaria às 6. Teria um jantar para o pessoal da reserva na casa de Sue Clearwater, viúva de Harry Clearwater, um grande amigo de Charlie que tinha morrido há alguns anos. Ataque cardíaco.

Sempre que Bella se lembrava disso seus olhos se enchiam de lágrimas e o medo de perder o seu pai sempre vinha à tona.

Mas não naquela noite.

Ela também estava esperando alguém. Edward disse que chegaria logo.

Aquela seria a primeira vez que Bella estaria na casa dos Cullen, e o nervosismo tinha feito com que ela não conseguisse comer direito desde o dia anterior, quando Edward disse que eles iriam jantar na casa dos seus pais. Ele apresentaria Isabella oficialmente como sua noiva - tinha esperado muito para apresentá-la a eles.

Bella só tinha visto Carlisle uma vez, quando este esteve no escritório.

Aquele dia tinha sido um pouco estranho, porque Edward não recebeu o pai em sua sala.

Ainda tinham tantas coisas que ela não sabia sobre Edward e que ela gostaria de saber. Ele sempre parecia carregar um peso que não queria que ela soubesse.

Se aquilo continuasse, já que Bella não tinha coragem o suficiente de trazer questões que podiam ser difíceis de contar, ela se casaria com um homem que amava, mas que não conhecia quase nada sobre a sua vida. O casamento, por sua vez, ainda não tinha uma data marcada, e algumas peças não se encaixavam.

Aborrecê-lo com as suas perguntas era a última coisa que ela queria fazer.

Alice era o único membro da família Cullen que ela conhecia muito bem.

Alice era sempre tão decidida e falante enquanto Bella era muito tímida e fácil de se ler. As duas já se davam tão bem, desde o primeiro dia. O dia do café parecia ter contribuído ainda mais para aquela amizade que ambas cultivavam. Mas, assim como o irmão, Alice também parecia esconder alguma coisa.

Apenas Esme, Bella ainda não teve a oportunidade de conhecer. Edward sempre dizia que quando isso acontecesse ele queria que esse dia fosse especial. Aquilo tinha tranquilizando seu coração e sua mente que sempre arrumava pretextos para alimentar bobagens de que Edward poderia estar escondendo ela por vergonha, e por isso estivesse adiando o dia de apresentá-la oficialmente como sua noiva para a sua família.

Agora ela sabia que estava enganada. Aquele dia tinha finalmente, ou melhor dizendo, desesperadamente chegado.

— Hoje eu vou conhecer os pais de Edward, pai. - Bella voltou a sua atenção para o telefone no seu ouvido.

Silêncio.

Bella não tinha muita certeza se Charlie queria saber sobre aquele grande detalhe na sua vida, na vida que ela tinha escolhido viver com Edward. Em suas ligações ele nunca perguntava sobre ele, ou sobre o casamento. Nada que pudesse fazer referência a Edward.

Aquilo, dentre tantas coisas que já tinha acontecido, era uma verdade que não tinha mudado. Charlie nunca aceitaria Edward, e aquilo machucava.

Outras coisas podiam ser mais difíceis do que não ter o apoio do seu pai em um momento que deveria ser o mais feliz de toda a sua vida.

Mais silêncio, e Bella havia se arrependido de ter contado aquilo, pensando que podia ter estragado tudo mais uma vez.

Desde que Charlie tinha voltado para Forks, todas as suas conversas por telefone, nunca diziam respeito a escolha que Bella tinha feito. Deixar de lado o que estava acontecendo em sua vida nunca tinha sido escolha dela, mas Charlie não perguntava. O silêncio sempre parecia ser a melhor escolha para evitar discussões.

Bella nunca mais discutiria.

Por um segundo, Bella pensou ter ouvindo um suspiro, que soava mais como um gemido de derrota, mas o som de uma buzina em conjunto com o ronco inconfundível de uma caminhonete, fez com que o assunto que sempre era ignorado fosse interrompido.

Até quando o seu pai continuaria fingindo que aquela não era uma grande parte da vida da sua filha que ele estava perdendo?

— Bella eu preciso ir, Billy chegou e você sabe que ele não gosta de esperar - ele riu no final, mas Bella pôde sentir o nervosismo de Charlie.

Ele não era completamente indiferente ao que Bella tinha dito, ele só não queria demonstrar, talvez fosse aquele o jeito que o seu pai encontrou de não interferir nas suas escolhas, de não complicar a relação entre pai e filha. Bella também não queria discussões, nada mais que pudesse afastar a única pessoa que ainda restava da sua família. Edward era uma parte da sua, e com o tempo Charlie mudaria a sua opinião sobre ele. Ela não desistiria.

— Tudo bem - seus olhos começavam a se encher de lágrimas.

Silêncio.

— Err, então...

Demonstrar, ou verbalizar sentimentos nunca foi muito o forte daquele tímido pai.

— Eu te amo pai. Feliz natal.

— Feliz natal Bells - Charlie também sentia a sua falta. E os dois juntos sentiam a falta de Renée, mãe e esposa. - Agora eu tenho que ir. - Ele se apressou em falar. Seu tom de voz parecia embargado, sufocado por aquela emoção que ele não queria que a filha testemunhasse.

— Tchau, não esqueça do seu remédio.

— Hmmmm - ele resmungou e desligou em seguida.

Enquanto Bella desligou o celular, ainda encarando-o na sua mão, foi o tempo de Edward chegar.

Agora ele tinha a chave do apartamento, e quando entrou a viu parada na entrada da cozinha, próxima a porta.

Edward sorriu quando a viu, e ela pensou que não poderia ter coisa melhor do que ser admirada pelo homem que ela amava.

Ela estava vestida com uma meia calça preta, com uma saia xadrez cinza por cima e uma blusa de frio térmica branca. Só aquele olhar de Edward já tinha afastado todo o frio do ar que supostamente devia ter entrado pela porta. O frio do corredor e da rua que Edward tinha trazido. Ela teria andado até ele, se não tivesse sentido as suas pernas fraquejarem e fosse impedida de continuar com o movimento ao lembrar dos saltos finos que usava - obra de Alice, ela pensou. Existiam coisas que ela não podia evitar, e a influência, ou interferência melhor dizendo, de Alice era uma delas.

Mas por sorte aquilo não impediu Edward de se aproximar. Quando ele parou a sua frente, Bella viu que eles estavam quase da mesma altura, não seria muito difícil colar suas bocas ao içar um pouquinho os pés em sua direção, mas precisava se segurar, ou então teriam que adiar aquele encontro com toda a família de Edward para um outro dia.

Colocando suas mãos na gola aberta do sobretudo de Edward, ela sussurrou, como se alguém além deles pudesse ouvi-los:

— Você está muito gato.

Edward riu com o seu comentário despretensioso

— Não mesmo, você é que está - ele se aproximou mais do seu rosto, e roçou seus lábios nos delas, sem beijá-la de verdade, a provocando e excitando demais aquele momento.

— Não discorde de mim - ela resmungou, fingindo. - Eu sei o que estou falando. - Ela piscou com um olho e se afastou, antes que a coisa ficasse séria.

Não podia esquecer da sua jaqueta que estava nas costas do sofá. Mesmo que ali dentro a temperatura estivesse um pouco mais do que acima do normal, lá fora a história seria outra. Nova York enfrentava um dos piores invernos, e de repente Bella não sabia mais se aquela escolha de roupa tinha sido a melhor.

Se mostrando aliviada por Edward não ter notado a expressão de angustia que se formou em seu rosto quando o pai desligou, ela decidiu que não choraria mais, não sem um motivo válido. Charlie estava bem, e não havia nada que ela pudesse fazer para fazê-lo ver como ela estava bem também, feliz apesar de tudo.

Passando um braço de cada vez pela jaqueta preto, e afastando seu cabelo solto para que ficassem sobre seus ombros ela viu que Edward a observava.

Para o bem deles, não existiriam lágrimas ou sentimentos de angústia. Aquele devia ser um dia especial, ao mesmo tempo que era um dia um pouco triste. Seria o seu primeiro natal longe de tudo o que Bella conhecia, longe da sua família, ainda que uma parte dela não estivesse mais viva.

— Está pronta? - Edward perguntou, ostentando um sorriso orgulhoso nos lábios.

Ele estava feliz, como se tivesse ganho uma batalha, pensou Bella e tudo o mais se dissipou diante daquele sorriso.

Ela balançou a cabeça com entusiasmo e foi para a porta onde ele já a esperava.

Sim, ela estava pronta. Para tudo o que uma vida com Edward lhe proporcionaria. Para as dores, angústias e pesares que ainda não esperava.

Saindo para o vento gelado de Nova York e a neve que caía sobre suas cabeças, Bella entrou no carro quando Edward abriu a porta para ela, e com um beijo em sua testa ele bateu a porta quando ela entrou.

Durante todo o caminho até a mansão Cullen, seria apenas eles no banco de trás do Mercedes.

Edward manteve suas mãos unidas em seu joelho enquanto Brian Adams cantava algo que falava sobre amor, dor, perdão e solidão.

 


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Notas finais do capítulo

Virão como Charlie está se afastando cada vez mais?

Sabe o que acontece quando você se afasta das pessoas que você ama. Você perde a sua identidade.



Eu sei o quanto vocês querem a Segunda Fase logo, mas preciso confessar como está sendo difícil para mim escrevê-la. Existe toda uma construção por trás, eu gosto de trazer cenas curtas que se encaixem aquele momento, de tomar cuidado e não iniciar capítulos como uma passagem muito longa de tempo que não se encaixe, e que só esteja lá, jogada.

Não é isso o que eu quero.

Por isso... me digam o que realmente esperam. O que eu posso dizer agora é que já iniciei o capítulo 34 -SEGUNDA FASE e que assim como eu trouxe o capítulo 29 para vocês loguinho (Cris, um beijo :P) eu posso trazer os outros, só preciso revisar como faço sempre antes de postar ou como vinha programando.

Me digam,me deixem saber o que esperam desse jantar que olha... sinto uma raivinha de Esme e Alice, Carlisle também - eles podiam ser sinceros com Bella :( Não devemos julgar, não é mesmo? Maaaas...

Beeeeijo até o próximo. Daqui uma semana? Vocês é quem sabem!!! :PPPP