Mistakes escrita por Niina Cullen


Capítulo 3
Capítulo DOIS


Notas iniciais do capítulo

Olha eu aqui de novo :).
Conversamos mais depois...




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Capítulo 

DOIS

Isabella Marie Swan

Data de nascimento: 13 de setembro de 1989, Forks, Washington

Endereço atual: Rua Maple Riser, apartamento 33, Haven Heights, Nova York

N° de celular e/ou fixo: 380 956 4351 / 70120066

N° de identidade: 979-07-0013

Dados bancários: Goldman Sachs, Nova York, NY 00988

Cc: 300791 Saldo: US$ 107,54

Ocupação anterior: Estudante de graduação

SW – Seattle

Psicologia

Avaliação desempenho: Incompleta

Educação anterior: High School– Ensino Médio

Trabalho anterior: Bookstore Grand Forks, ND, Estados Unidos

Estrada Washington, Portland, OR

Orientação sexual: Desconhecida

Relacionamentos: Nenhuma indicação no presente

Pai: Charlie Swan

Nascimento: 9 de outubro de 1969

Policial desde 1991, obrigado a se aposentar,

por incapacidade acometida pelo ataque cardíaco

que sofrera depois da morte da esposa,

Renée Dywer Swan. Desde então, Isabella Swan, filha, deixou

a faculdade de SW Seattle para que pudesse ajudar com as despesas

já que a aposentadoria do pai não era o suficiente.

Mãe: Renée Dywer Swan

Nascimento: 18 julho de 1970

Falecimento: 22 de abril de 2013

Vitima de um assalto nas redondezas de

Portland. Recebeu um tiro a queima roupa.

O magnata das Indústrias Cullen tinha finalmente o relatório da sua mais nova secretária em mãos e com ele outros menos relevantes se encontravam dentro da pasta preta sem nenhuma identificação já que fora entregue por Emmett em suas próprias mãos.

Edward admirava aquela folha de papel com tamanha propriedade, como se a pessoa do dito papel já fosse sua.

Ainda não lhe parecia real que a ele fora dada à oportunidade de consertar o erro de ter se apaixonado no passado. Parecia fruto da sua imaginação, já há muito deturpada, que não voltaria a cometer os mesmos erros que cometera com Katharine.

Em seu escritório, com pouca iluminação devido à única luminária acesa sobre sua mesa que ocupava grande parte do seu escritório, Edward pensou que os trabalhos de Emmett poderiam se estender além de relatórios precisos e indispensáveis para que o CEO tivesse aquilo que queria. Mais do que isso, pensou que os seus serviços, àquela altura, seriam imprescindíveis.

Mais cedo, quando estava prestes a sair da cede dominante das Indústrias Cullen em Nova York, percebeu que as coisas estavam sendo conduzidas da forma que queria e que elas não sairiam do controle, não dessa vez, pois o seu já disfuncional coração era uma peça facilmente descartável e da qual não fazia questão de reaver.

Era desnecessário que ficassem no escritório até depois do horário, mas Edward se encarregou ao menos de colocar a sua mais nova secretária executiva a pá das suas funções na empresa e somente quando ela se sentisse a vontade e pronta para dar continuidade sozinha com os trabalhos que a uma secretária executiva são destinados, ele a deixaria em paz.

Veja bem, foi ela que se ofereceu ingenuamente que ficasse até depois do horário em seu primeiro dia de trabalho, vendo que o seu mais novo chefe estava, aparentemente, concentrado no trabalho e parecia que não o deixaria tão cedo.

Isabella não podia saber que aquilo fazia parte do jogo de conquista interpretado pelo senhor Cullen que notava na hesitação dela e em cada suspiro contido o medo que esta tinha de perder o único emprego que conseguira desde que se mudou para Nova York, em busca de oportunidades. Pelo menos uma que pudesse ajudá-la com os gastos de ter um pai doente.

Edward convenientemente sabia que aquele medo era no mínimo infundável, sem fundamento algum, mas Isabella Swan não podia saber. Ele deveria deixá-la pensar que todo esforço que pudesse fazer para que um bom trabalho fosse feito até o fim do dia – e mesmo depois desse – fosse feito e que no final ganhasse todo o mérito por ele. Assim como uma criança que quer agradar os pais depois de ter feito xixi fora do pinico, Edward sabia que seria agradado não só pela competência que a sua criança tinha, mas também por futuros acontecimentos que ainda não podia revelar, nem mesmo para si mesmo.

Durante o tempo que tiveram juntos, teve que cancelar uma reunião com novos investidores e outra com clientes antigos. Nem ao menos se recordava delas. Esse era o trabalho da sua antiga secretária que com todos os acontecimentos ocorridos em poucos dias não teve tempo de lhe informar. Mas com isso ele lidaria depois. Tranquilizou Isabella, dizendo que seria o que ela mais veria: reuniões que seriam canceladas por motivos mais importantes, e que estas podiam esperar. Edward só não podia explicar o motivo.

— Por enquanto, como minha nova secretária você deve apenas se preocupar em aprender algumas funções que serão necessárias por agora. E como minha secretária, seu primeiro trabalho será agendar uma nova reunião, mas isso deixe para amanhã.

Sua falsa cordialidade era invejável. E necessária.

Precisava deixá-la confortável com as atividades diárias e não se importaria em fazê-la entender isso.

Precisava ganhar tempo e estava satisfeito com o trabalho temporário que esta exerceria na empresa.

Se recordando do tempo que passaram juntos, notara que não conversaram sobre assuntos que não diziam respeito à empresa. Ele teve que se conter muito para não puxar a cadeira sobre o carpete para mais perto de si e poder acariciar levemente aquele rosto em formato de maçã, só para ter certeza se era mesmo tão delicado quanto o de Katharine era sob as sua enorme mão.

Fora muito paciente durante todos esses anos, esperando por uma única oportunidade e quando esta lhe surgiu, era irracional ignorá-la.

Paciência foi o que mais teve durante esses anos – a seus olhos – e não a desperdiçaria só porque finalmente o objeto de seus delírios estava ali, tão perto, e mesmo assim, tão longe. E não podia negar que estava lidando com uma mulher diferente. E mesmo que soubesse perfeitamente disso era tarde demais para voltar atrás.

Desde que Katharine o deixou, sua vida tinha tomado um rumo do qual nunca se viu, ou sequer pensou um dia vivenciar.

Ele já não mais se importava com a família que tanto o amava, ele só queria saber aonde o amor da sua vida tinha ido.

Katharine sempre fora independente, livre. Edward casou sabendo disso, e mesmo sendo conivente com tudo que dizia respeito a ela, ele não enxergava o obvio. O que todos enxergavam. Que ter amado ela não pareceu suficiente para que ela ficasse. Ela precisava de mais. Sempre foi assim e nunca seria diferente. Confiava perdidamente e não sabia que aquilo, junto da paixão, foi a sua perdição, a sua ruína. E embora soubesse que estava caminhando para um precipício – não de olhos vendados, estando consciente dos seus atos e do que aconteceria se ele se aproximasse um pouco mais da extremidade – sabia que quando atingisse a planície que lhe aguardava como um caçador pronto para capturar a sua presa, ele jamais seria o que foi um dia. E o dia da queda se aproximava a cada noite de sono perdida, a cada jantar que esfriava no prato.

Claro que houve avisos, suplicas e apelos desesperados para que não se atirasse em direção aquele precipício, mas não havia nada que a sua família pudesse ter feito para impedi-lo de seguir um caminho que já estava traçado. Fora conduzido pelo poder de sedução que seu coração, naquela época, não era capaz de discernir. Que fosse o amor, a paixão. Ter tido sentimentos foi o seu único erro.

O dia da sua ruína, da extinção do homem que um dia foi, um homem que amava e que apenas queria ser amado – mesmo que suas tentativas não surtissem efeito algum –, havia chegado, e com ele uma tormenta de fazer Nova York entrar em caos, e isso tudo, como se a cada trovão e a cada raio que riscava notoriamente o céu de um negrume antes nunca visto, manifestasse o epílogo desse homem que hoje não mais existia.

A suíte do quarto do casal estava totalmente clara, e não pela luz que Edward optara em apagar, mas sim pelos raios que, em festa, clareava-o logo após o estridente soar do trovão. E, como já era de praxe, um vício que não conseguia mais conter, andava de um lado a outro do imenso espaço que dividia com a sua amada Katharine há três anos.

Seus pés descalços eram afagados pelo carpete liso e as cortinas estavam afastadas, o que permitia a entrada da luz natural dos raios.

Seu desespero era perceptível o fazendo pensar que poderia ter aceitado a oferta da irmã em contratar um detetive profissional que desse conta do trabalho de manter a dissimulada, víbora peçonhenta ao alcance – claro que essas insinuações baixas foram declaradas pela pessoa que sempre deixara bem claro o seu desafeto para com a mulher que ele escolhera como mãe de seus filhos. O que não tinha nenhuma credibilidade para ele. Sua irmã sempre fora muito autentica ao que dizia, mas ela podia estar errada. Tinha que estar.

O relógio do seu BlackBerry marcava agora quinze para as três da manhã. Katharine estava atrasada e lhe devia explicações antes nunca questionadas.

Poderia ter ligado para uma das amigas, se ao menos soubesse quem eram elas.

Katharine poderia aparentar ter alta credibilidade e fácil entrosamento com as mulheres da alta sociedade nos eventos que requisitavam a presença do jovem casal – mesmo sem ainda ter assumido o poder das Indústrias Cullen como Katharine esperava –, mas isso era apenas fachada, uma máscara que ela logo tratava de tirar assim que estava no conforto do Mercedes SUV prateado.

— Você viu como a Juliet pareceu ofendida com o meu comentário? – seu tom era de incredulidade. – Como se eu me importasse muito com os quilos que ela ganhou naquela viagem medíocre para Barbados.

Edward ria na época com os comentários afiados e venenosos de Katharine e se conformava em saber que todas as mulheres eram assim, nunca pareciam satisfeitas umas com as outras. Mas aquilo era diferente, só que era mais fácil ignorar a profundidade de frases maldosas e rir sem vontade alguma, do que encarar o que apenas ele não queria ver.

Então, amigas estavam descartadas.

Ele nem ao menos sabia se na época que ela trabalhou na empresa tinha feito alguma amiga, e se tinha alguma antes disso.

Ela estava o traindo, como sempre, desde o casamento, ou até mesmo antes.

Foram três anos aturando tudo o que acontecia, perdoando os atrasos e até mesmo quando ela atacava a sua família – pessoas que ele amava –, nunca tentativa de se defender, ele a apoiava. Mas chegara o fim disso tudo. Chegara o fim de se sentir culpado porque tinha dito algo que a magoara em um momento de fúria comedida. Ele podia amá-la apaixonadamente e tão perdidamente, mas aquilo não era mais um casamento. Não quando apenas uma pessoa está ali, pela outra. Era assim que deveria ter sido o casamento deles desde o começo, mas tudo o que ele estava vivendo agora era tudo o que não queria. Queria apenas os meses de namoro que tiveram e não um casamento que parecia desandar a cada misero dia que passava.

Sua tentativa não seria atendida.

Era tarde demais.

Ele não sabia, mas assim que a esperada Katharine irrompesse por aquela porta, o seu mundo fabulado desmoronaria.

Katharine destruíra a sua vida, e dizimando e aniquilando tornou Edward uma pessoa amargurada, e que desferia rajadas de desprezo. Esse era o legado que ela deixou naquela mesma noite, levando algumas roupas, todas as jóias que Edward dera-lhe, e algo mais. O coração dele. Algo abstrato e que, diferente das coisas materiais contida na face da Terra, era irrecuperável. Katharine não o levou para cuidar e zelar, ela apenas terminaria com algo que já vinha fazendo desde o momento que se apossou dele.

Naquela noite eles discutiram. Um episódio que Edward sempre evitou denodadamente. Mas em sua mente, apenas continha a vontade de que finalmente as coisas mudariam e entrariam nos trilhos que nunca estiveram nem mesmo antes do casamento. Quando, em fim, acordou do seu sono letárgico, querendo impor isso, já era tarde. Katharine já viera decidida a deixá-lo. Iria embora.

Quando uma história da errada ela chega ao fim, mas não aquela história, ela estava apenas começando.

Para ter o poder sobre algo, algo que pudesse chamar de seu, ele agora era capaz de tudo.

Foi um longo e exaustivo processo para a sua recuperação.

Uma recuperação que não levou em consideração os seus sentimentos agora soterrados pela dor, pela mágoa e principalmente pelo ódio.

E assim começava-se uma saga.

Tendo enceto na dor de ter sido enganado. Atribuindo isso aos sentimentos outrora acumulado, se rendia a atraente escuridão que lhe embriagava a alma, um dia digna do paraíso.

Agora, tendo o domínio sobre si mesmo, Edward sabia que a raiva que sentia pela mulher que um dia o tinha em sua mão, podia ser usada em seu favor. Seria o seu objeto de perfeição. Um espelho a quem se espelhar e não voltar a cometer o erro do passado, que foi se entregar a algo que em longo prazo tirou-lhe tudo. Era isso o que ele faria com a doce e ingênua Isabella Swan.

Aqui, com a foto tirada mais cedo por Emmett, podia imaginar a atrapalhação dela com as chaves e pensar se realmente podia fazer aquilo.

Não era a consciência lhe rondando.

Isso nunca.

Não mais.

Era a forma como ela sorrira para ele mais cedo. Não o fazendo pensar em Katharine, e com isso, sendo possível o discernimento entre ambas, e isso não levando em conta o corte de cabelo, a altura, ou até mesmo a cor dos olhos.

Existia algo de diferente, e se fosse em outro tempo, no tempo em que Edward seria capaz de realmente ver, as coisas poderiam sim ser diferente.

E seria mesmo, mas não de uma forma saudável.

O CEO das Indústrias Cullen não perderia a oportunidade que a ele fora confiada – sendo ou não de forças divinas ou de forças obscuras.

Podia sentir a irracionalidade de tudo aquilo e não desprezaria tudo que agora podia ter.

Controle.

Seus interesses seriam atendidos e compensariam a frustração de anos jogados no lixo.

Sabia que ter deixado o seu coração comandar cada passo e cada posição que tomava foi a sua maldição, que o condenara ao homem que hoje reinava sobre o seu caráter.

Não se contentaria com pouco. Dessa vez faria tudo o que não fez com Katharine.


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Notas finais do capítulo

Então... comecemos com "O Relatório" (dá um título de livro não é não? rs), que não me lembro muito bem de onde tirei a ideia do formato e tal. Mas acho que achei na "época" - acho que achei o.O - e continuo achando que foi uma boa forma de "resumir" a vida da Bella.
Acredito que mais coisas virão - não revelações bombásticas a respeito dela, apenas algo que venha a complementar a a jornada dessa ex-estudante de Psicologia e tudo o que ela teve que abrir mão.
Eu espero muito que as coisas estejam claras, apesar de no começo, mas PLEASE, não hesitem em me perguntar o que for, que eu responderei da melhor forma possível, e sem SPOILER ;).
Cara, isso tudo pra falar do relatório? KK =x. Tem mais...
Não teve nadinha de diálogo né? Achei melhor deixar assim mesmo. Queria mostrar um pouco mais da obscuridade desse Edward e do que virá por aí. Confesso que estou um pouco receosa com tudo rs.
Agora quanto a Katharine: VA-CA ^^.
O próximo capítulo, como disse nas NOTAS FINAIS do capítulo anterior, será um que realmente eu comecei quando decidi voltar com Mistakes (esse ano). Então, se sentirem uma drástica mudança no bom ou no péssimo sentido, vocês me avisam? Sabem como não é?
Aaaaa... Teremos a percepção da Bella diante dos QUASE 360° que a vida dela deu. Querem ler loguinho? Conto com a participação de vocês nos comentários e com a compreensão também ;).
Valeu pelos comentários anteriores meninas. Mesmo sabendo que eles não correspondem aos números do contador, é muito bom lê-los.