Mistakes escrita por Niina Cullen


Capítulo 29
Capítulo VINTE E OITO


Notas iniciais do capítulo

ooi! Tem sido muito corrido, mas as coisas vão melhorar. Estou postando hoje, mas podia ter programado a postagem para amanhã, já que é dia que tenho me comprometido. A quem eu estou devendo capítulos próximos aguardem e rezem kk.

**Lembrem que eu ainda preciso narrar alguns acontecimentos antes da segunda fase, ok?



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Capítulo
VINTE E OITO

— Está tudo bem se você preferir ficar sozinha.

Estava tudo certo se ela quisesse ficar sozinha, desde que estivesse com o celular ao seu alcance. Que ligasse e que ele viria o mais rápido possível.

Bella não queria ficar sozinha, mas Edward, ainda assim estava lhe dando um espaço. Ele via como ela estava devastada com a partida do pai. Mas não estava forçando nada.

Através dos gestos e do cuidado nas escolhas das palavras para confortá-la, ela sabia que ele queria ficar ali com ela. Tanto ou mais quanto Bella já desejava que ele ficasse.

Se aquilo fazia sentido ou não, na verdade não importava.

Aquilo a fez sorrir, mesmo que um milímetro dos seus lábios tivessem se descolado da linha reta e dura que eles eram desde que ambos seguiram o caminho para fora do aeroporto. No entanto, a presença de Edward fazia isso com ela. Mexia com ela de uma forma inexplicável. Com Edward era dia e noite, incerteza e certeza, e ela soube que ficaria bem, desde que ele estivesse ao seu lado.

Eles tinham chegado do aeroporto JKF - a mão de Edward que não estava segurando o volante estava pousada sobre a perna coberta pela calça contra o frio que fazia lá fora, e ainda assim o arrepio que ela sentia se formar a cada deslizar de sua mão era suficiente para aquecé-la.

Ela se deu conta no segundo que o viu vindo a seu encontro, no meio de todo aquele branco de neve que já se formava em todo o asfalto que estava errada quando disse que seria melhor que ele não a acompanhasse até o aeroporto.

Edward não falou nada durante todo a caminho em que dirigia, Jasper não estava lá, então seu carro ficaria estacionado lá em baixo, em frente ao prédio, como de costume.

Ele ficaria aquela noite.

— Você tem certeza?

Bella olhava para o travesseiro e o cobertor de Charlie que Edward agora ajeitava no sofá como se fosse a coisa mais simples de se fazer. E talvez fosse mesmo.

Depois que eles entraram Bella foi para a cozinha quando lembrou que apenas tinha a sobra do almoço de mais cedo. Ela viu quando Edward passou por ela e perguntou e foi lavar as mãos na pia, sorrindo.

Era difícil para ela ignorar o fato de que quem estaria ali, se deliciando com a massa requentada do almoço era o bilionário Edward Cullen, seu noivo. Bella achava que com ela ele poderia ser outra pessoa, não seu chefe bilionário, mas sim a pessoa que ela amava.

Edward ainda ajeitava o cobertor quando balançou a cabeça, assentindo. Quando terminou e se virou para poder juntar as mãos dela às suas.

— Sim amor - seus olhos eram tão intensos que Bella se aproximou um pouco mais do rosto dele e beijou o canto da sua boca, se demorando um pouco mais ela seguiu até o pescoço dele para sentir o seu perfume e relaxou antes de se afastar e ver que ele a encarava, satisfeito.

Existia alguma forma de ficar ainda mais apaixonada? Bella não sabia a resposta para aquela pergunta. Para nenhuma que com certeza surgiria sempre que estavesse assim, tão próxima a ele.

Ela só queria prolongar aquele momento aqueles poucos segundos que ainda tinha com ele antes de ir para o seu quarto.

Como resposta ele só ergueu os dedos até o seu rosto traçando caminhos desconhecidos e deixando uma trilha de formigamento por onde passava. Nunca seria capaz de ir além daquele gesto tão simples, respeitando os seus limites, até onde ela permitisse.

Com aquele pensamento, Bella pôde sentir um pouco da frustração. Talves ainda fosse muito cedo.

— Você precisa descansar, hoje não foi um dia fácil - Edward aproximou seus lábios do topo da sua cabeça e aspirou. Profundamente.

Eram só 9 horas da noite - o voo de Charlie tinha sido à tarde e ele já devia estar em casa com os amigos que cuidariam dele - e Edward não estava pedindo nada dela. E ela queria dar tudo para ele.

— Obrigada Edward - ela estava agradecendo por tudo, pela compreensão com Charlie, pela paciência e preocupação, pela generosidade dele. Por ele ser tudo o que ela nunca acreditou existir. Nunca tinha sentido aquilo antes e também nunca tinha encontrado alguém como ele. Não existia mesmo algo que ela pudesse se arrepender. A vida tinha tirado tanto dela, mas agora... Agora Bella tinha uma pessoa ao seu lado para ajudá-la a superar a dor.

Durante muito tempo ela tinha se sacrificado. Mas não haviam arrependimentos, pois agora Bella podia dizer que pela primeira vez ela estava lutando pelo o que acreditava.

Às vezes é na a dificuldade que você se ergue, e encontra forças antes nunca imaginadas para seguir em frente. Outras vezes a dificuldade pode te derrubar e fazer você pensar que nunca mais de erguerá.

Naquele momento Bella preferia imaginar que estava se erguendo, e seguiu rumo às escadas depois de desejar boa noite para Edward.

***

Já no quarto, depois de ter tomado o seu banho e trocado a sua roupa para uma mais folgada e confortável, Bella colocou a sua necessaire sob a cômoda que pendia mais para um lado sem o pé da frente como apoio, quando ela percebeu que logo precisaria repor a sua cartela de anticoncepcionais.

Edward estava lá em baixo, a calça de moletom folgada na cintura que ficava tão perfeita nele, totalmente despreocupado como realmente parecia estar naquela noite.

Foi no caminho para casa, quando ambos finalmente concordaram que seria uma boa que Edward passasse aquela noite lá. Ele tinha prometido que seria como se ele nem estivesse ali. Tudo para que ela não ficasse sozinha.

Ele só precisava de uma calça confortável para passar a noite e depois de um telefonema para a Jasper, estava tudo resolvido. Tudo parecia se resolver com uma facilidade para Edward.

Logo Bella precisaria repor a próxima cartela de anticoncecionais, mas existia algo mais importante, algo que não podia esperar. Esperar que as coisas não fossem rápido demais quando ela realmente queria que fossem.

Agora ela se sentia uma idiota por ter dito mais cedo que queria ficar sozinha. Ela encarou a sua porta que ficou entreaberta quando ela passou por ela. O fato que Edward estar no andar de baixo, talvez tentando arrumar um jeito de conseguir dormir naquele sofá duro, era um pouco difícil de lidar sem se deixar influenciar pelo momento. Pelo o que não só o seu corpo pedia, mas também o seu coração.

Sem perguntas ou sem respostas. Seria mais fácil se a sua mente tivesse um botão de desligar por tempo indeterminado.

O sono parecia evaporar como o vapor do chuveiro.

Eles tinham concordado em ir devagar. E olhando para o anel que carregava no dedo Bella pensou que ir devagar era tudo o que não tinham feito desde que se conheceram e logo depois daquele dia no café. Definitivamente não.

Bella continuava a encarar a porta meio encostada e se perguntou se algo podia mesmo não estar certo. Não existia nada. A sua insegurança agora dizia respeito a algo muito íntimo do que os seus próprios temores de que estivesse sonhando e que estivesse prestes a acordar. Eles agora falavam a respeito da sua virgindade. Ela tinha poucas certezas na sua vida, mas aquela era uma das que ela não poderia voltar atrás.

Uma vez feito seria para sempre. E era tudo o que Bella queria.

Edward estava lá embaixo, e Bella podia jurar que ele não estava dormindo, e que dificilmente conseguiria, ainda mais naquele sofá.

Faça o que acha certo. Bella só não sabia que as vezes as aparências enganam e que o que pode parecer certo nem sempre é o melhor.

O espelho sobre a cômoda dizia que o seu cabelo estava ok. Solto e ondulado nas pontas depois do seu coque desfeito e ainda um pouco úmidos depois do banho, prontos para serem acariciados pela mão de Edward. Seu semblante parecia um pouco melhor desde que se despediu do seu pai e avistou Edward vindo a seu encontro na saída do aeroporto, caminhando a passos largos em sua direção.

Ele lhe fazia muito bem.

Como Bella achava que ninguém mais poderia fazer.

Ela levantou a mão para ver o anel em seu dedo e não conseguiu evitar o sorriso. Edward a amava, assim como ela o amava. Muito.

Bella tentou fazer com que os degraus da escada não rangissem muito sobre o seus pés. E se Edward já estivesse dormindo? Não fazia nem vinte minutos desde que ela subiu para tomar um banho e dormir. Tudo estava escuro lá embaixo e tudo o que Bella disse sobre ficar sozinha, estava esquecido. Ela só queria tê-lo um pouco mais perto, nem que fosse apenas para sentir seus braços ao seu redor.

— Droga! — - ela resmungou. Aconteceu o que ela menos queria enquanto continuava com seus devaneios infindáveis. O último degrau rangeu um pouco sobre o seu pé descalço.

— Isabella? - a voz de Edward soou no escuro e Bella só pôde ver a sua silhueta enquanto ele se sentava no sofá. A luminária próximo ao sofá foi ligada, iluminando uma parte da sala.

O caminho até o sofá agora estava mais nítido e ela pôde ver o corpo de Edward mais definido através da luz. O cabelo acobreado dele parecia um pouco bagunçado do lado que ele estava deitado, mas ainda assim, irresistível, assim como ele, que olhava para ela depois de esfregar as mãos no rosto como efeito da luz amarela próxima ao seu rosto.

— Eu te acordei - ela estava um pouco nervosa quando caminhou lentamente até o sofá e se sentou ao lado de um Edward nada nervoso, mas sim confuso. - Desculpe.

Bella mantinha seus olhos nas suas mãos sobre o colo, de repente não sabia mais se estava fazendo a coisa certa. Tudo pareceria tão simples para qualquer outra pessoa, menos para ela. Ela queria que fosse com a pessoa certa. E queria que fosse no momento certo. E ele estava ali, ao seu lado, esperando que ela falasse alguma coisa.

— Eu não estava exatamente dormindo - Edward falou, e Bella conseguiu ver um pequeno sorriso se formar sobre os lábios dele quando ele esfregou a mão pela nuca. - Acho que vou aceitar a oferta de dormir no quarto que era do seu pai.

Bella se sentiu um pouco mais confortável com aquele comentário. Ela tinha oferecido o quarto do pai para que Edward pudesse se acomodar melhor, mas ele disse que não se importava de ficar no sofá. Ele só estava respeitando um espaço que tinha sido do seu pai, não que Charlie realmente fosse descobrir. Naquele momento os seus olhos se cruzaram com os dele.

Existiam tantas coisas que ainda precisavam ser respondidas, mas Bella não queria pensar nelas, não naquele momento, não agora quando Edward estava ali, bem ao seu lado, parado enquanto esperava que ela dissesse alguma coisa.

Quando ela não tinha nada que pudesse dizer.

Então ela deixou de lado a vergonha ou o que quer que a estivesse reprimindo e esticou sua mão para tocar o rosto dele, a barba ali começava a crescer e ficar mais exposta, Bella podia senti-la despontando na sua mão.

Será que ele a deixaria crescer, ou só estava esperando um tempo para voltar a ter o rosto liso? Bella não sabia, e na verdade, não se importava muito com aquilo. Só com o fato de que Edward estava ali, tão perto.

Edward tinha colocado a sua mão sobre a dela enquanto seus olhos ainda se comunicavam e seus rostos já estavam tão próximos que Bella conseguia sentir a respiração dele inebriando todos os seus sentidos. Ela podia sentir o desejo, a vontade de aproximar seu corpo ao dele, seus lábios aos dele. Não que já não tivesse sentido aquilo, mas agora era diferente, porque ela não tentaria impedir nada, não se afastaria pensando que as coisas estavam indo longe demais. As coisas já tinham ido longe demais, isso já estava acontecendo desde aquele dia no café. Nada mais seria como um dia antes tinha sido. Antes de ter conhecido este homem que a fazia se sentir tão especial e amada. Não só por aquele anel, mas por todas as outras coisas. Desde que o tinha conhecido, até agora. Era como se não existisse um antes, não sem Edward.

Ela desceu seus olhos para os lábios dele, entreabertos como os seus estavam, esperando ansiosamente pelo próximo ato, e se inclinou, pressionando levemente os seus nos dele, com a certeza de que tinha despertado algo em Edward. E em reposta ele reagiu ao seu impulso com a mesma vontade, com a mesma intensidade, passando suas mãos pelos cabelos dela, até a parte de trás do seu pescoço, trazendo ela para mais perto.

O que antes era apenas um roçar dos lábios, agora começava a mudar, de lento para mais apressado, explorador, e Bella começou a sentir uma pressa nos movimentos de Edward que rapidamente a virou e pressionou, assim como seus lábios já estavam pressionados, as costas de Bella no encosto do sofá, quase se assustando com a mudança repentina e crescente. Da vontade e do desejo.

Seu fôlego estava se esvaindo enquanto Edward continuava com a pressão sobre seus lábios entreabertos. As mãos dele estavam por toda a parte do seu corpo enquanto as de Bella apenas continuavam no rosto dele. Suas línguas se entrelaçavam numa dança alucinógena e excitante. Muito excitante, fazendo Bella soltar um gemido entre as brechas dos seus lábios molhados.

Edward agora tinha o controle daquela situação e estava guiando-os exatamente para onde ela queria.

Com os olhos fechados Bella sentiu quando as mãos dele foram para a calça do seu pijama, abaixando-a do seu quadril e de repente parou, paralisado pelo seu movimento ágil.

— Bella... - ele não desgrudou dos seus lábios quando sussurrou o seu nome, que ficava tão mais certo quando ele dizia. Ele devia chamá-la mais assim. Bella. Para sempre. - Você tem certeza?

É lógico que não, ela pensou. Mas nunca diria aquilo. Ela amava Edward e queria aquilo, então estava tudo certo.

Eram muitas certezas que ela deveria ter. E pela primeira vez ela não queria nenhuma. Só Edward.

Ele já estava invadido novamente a sua boca com mais avidez antes que ela pudesse pensar no que responderia. Talvez nada. E Edward soubesse disso. Soubesse que não existia nada que pudesse pará-los. Bella conseguia sentir o sorriso nos lábios dele quando voltou aos seus. Ela ainda tinha os olhos fechados.

Com todo aquele esforço físico logo eles precisariam de ar e Edward se afastaria, seguindo com a sua mão pelo seu corpo ainda coberto. Ele tinha as mãos agora nas laterais do seu rosto e o coração de Bella martelava no seu peito inerte com o que viria depois.

Tudo estava indo tão rápido e ao mesmo tempo tão devagar. E ainda assim torturantemente excitante. Bella estava gostando daquilo. Aquela adrenalina era viciante.

Quando Edward pressionou as suas mãos sobre as suas coxas, ainda cobertas pela calça, como um aviso para que ela permanecesse sentada quando ele abaixou a sua boca até a curvatura do seu pescoço e abriu um botão da sua camisa de flanela, depois o outro, outro, até quem não restava mais nenhum para abrir, tudo isso sem olhar, ainda acariciando e chupando o seu pescoço. Marcas. Bella já tinha recuperado o ar, mas de repente sentiu seus pulmões protestarem e o seu coração morrer quando Edward, deslocou sua boca até o seu seio esquerdo.

E de repente como se não fosse o suficiente a posição que estavam, ele puxou uma Bella ofegante para o seu colo, trocando as posições.

Cada uma de suas pernas estavam paradas, lado a lado das pernas entreabertas dele.

Embora ele não fizesse mais nada.

Nenhum movimento, nem uma respiração irregular como a dela que parecia encher todo aquele mini apartamento.

Bella estava com medo de abrir os seus olhos e se deparar com a rejeição ou com o arrependimento - ela não sabia bem qual deles seria pior. Mas criou coragem para abrir seus olhos e ver que seus receios eram mínimos, nulos perto do olhar de admiração que Edward parecia transcender em suas feições. O sorriso que Bella tinha sentido quando seus lábios estavam grudados ainda estava ali, e seus olhos percorriam toda e qualquer parte de Bella. Talvez aquilo fosse tão novo para ele quanto era para ela.

Ela duvidava disso.

Edward devia ter tido muitas noites como aquelas. Mas não como alguém como Bella.

E aquilo entristecia ela e ao mesmo tempo a deixava feliz, não deixando Edward perceber a mudança de humor.

Era a sua vez de perguntar se ele tinha certeza?

Aquilo poderia acabar com tudo, Bella sentia. Então deixou suas mãos tomarem conta da situação por ela quando começou a se movimentar lentamente sobre o colo daquele que amava, elas foram para a base da cintura de Edward para erguer a camisa dele sobre a cabeça, depois passando pelos braços levantados. Tudo isso sem que seus olhos se desgrudassem. A sua camiseta de botões aberta ainda cobria os seus braços atrapalhando um pouco. Edward voltou a reagir quando a ajudou a tirá-la pelos braços largando-a, em seguida, no chão como a sua a segundos atrás. E assim ele voltou a tomar um de seus seios na mão, e o acariciava e depois levava a sua boca de volta para a de Bella. Intercalando com leves e depois longos e intensos beijos na sua pele. Marcando ela.

— Podemos... seu quarto... - foi tudo o que Bella conseguiu entender vindo da boca de Edward grudada na sua pele exposta, em meio aos gemidos e a constante repetição do nome de Edward que saía da sua própria boca.

Bella não queria que ele parasse. Não agora, mas concordava que uma cama deveria ser a melhor escolha. Suas costas arqueadas enquanto estava sentada sobre o colo de Edward poderia ser muito atraente, mas ainda assim desconfortável. E tudo o que Bella queria era que aquela noite pudesse ser a melhor - mesmo que para ela não pudesse haver um jeito de ser melhor do que já estava sendo. Apesar disso, não era uma primeira vez para aquele que ela amava, era a sua então tudo tinha que ser perfeito.

Bella tinha passado suas pernas para a cintura dele e fincando os pés na lombar quando Edward os ergueu do sofá.

Eles subiram as escadas, ou tentaram pelo menos. Era difícil se separarem quando as bocas incontroladas estavam tão próximas uma da outra, de suas peles... Só quando finalmente chegaram ao quarto e Bella pôde sentir o colchão sobre as suas costas foi quando Edward deitou o seu peso sobre ela, suave e se encaixou entre as suas pernas.

Seus rostos tão próximos, um Edward que não pediria permissão quando eles já tinham começado o que não parecia mais ter acontecido tão cedo lá no sofá.

Foi quando Bella soube que a sua vida, agora, seria dividida por um antes e um depois. Ela quase conseguia sentir aquela linha tênue que os separava. O depois seria com Edward, e ele começava agora.

***

Tão doce e calmo como o seu próprio nome saia de sua boca, eram os lábios dela. Macios, deliciosos e quentes como toda a sua pele.

Ele sabia quando era hora de aproveitar e quando era hora de ver aquele momento como uma vitória. Mais uma em meio a tantas outras que viriam - se ele continuasse a ser o Edward amoroso, a única pessoa capaz de entende-la.

Não que para ele tivesse alguma diferença. Aproveitar o que ela estava lhe proporcionando enquanto pensava na vitória conquistada era animador.

Nem mesmo em um momento como aquele ele seria capaz de desligar a sua guarda. Foram longos 3 anos desde que tivera notícias de Katherine May, o mesmo período de tempo que Edward pôde estudar os seus erros, os seus sentimentos. Controlá-los e esmagá-los quando necessário.

Ele tinha tudo sob controle durante o tempo em que suas peles se chocavam, enquanto Isabella achava que tinha o dela.

Não teria volta, ele não sabia o que faria se de repente Isabella tivesse desistido de tudo. O resto de suas roupas já estavam em algum canto do quarto, assim como a sua camisa tinha se juntado ao sutiã e a camiseta dela lá embaixo.

Os seios dela estavam reagindo a todos os seus estímulos. Rígidos ou lisos de baixo da sua boca enquanto ela inutilmente tentava conter os arquejos e os gritos que se seguiram, repetidas vezes, um após o outro. Eles não tinham pressa. O seu nome saía tantas vezes da boca dela e ela só se calava quando ele trilhava todo o caminho pelo seu corpo até os seus lábios. Doces.

Mas ele queria mais. Ele precisava de mais. E sabia que ela também queria isso.

Todas queriam.

Todos os seus estímulos fizeram com que ela apertasse mais os seus pés ao redor da sua cintura, o trazendo para baixo com mais força a cada investida.

Isabella entendia o que ele queria. E Edward sabia o que Ela precisava. Ela pressionava com mais força o seu quadril quando Edward estocava, pressionando, sem hesitar, simultaneamente, várias e várias vezes.

As mãos dela queriam tocá-lo, ele sentia a força que ela fazia para se soltar, mas ele não soltaria, as manteria presas sobre a sua cabeça e assim continuaria sussurrando seu doce nome no pé do ouvido e sentiria o perfume dela na curvatura do seu pescoço e ambos chegaram ao clímax.

Edward manteve os movimentos, quando se afastou. Precisava olhar para ela, Com as mãos presas no topo da cabeça de Isabella e a observou, deitada no travesseiro e se manteve concentrado em sua feição e em seus olhos castanhos dilatados pela escuridão do quarto. Apenas a luz do corredor estava acesa, dando-os privacidade.

Observou como ela reagia a todo aquele contato, aquela urgência que ambos não conseguiam conter. Tendo que lidar com tudo, sem desviar os olhos em nenhum momento, ou de deixar de ouvi-la chamar o seu nome e ele o dela.

Não tinha uma maneira de tornar aquilo mais fácil, não quando uma parte sua parecia querer se comunicar. Ela estava assim, completamente entregue correspondendo aos movimentos dele, enquanto ele mesmo estava tão concentrado, assombrado pelos seus próprios fantasmas.

A noite ainda estava no começo. Aquele quarto escuro não impedia com que ele enxergasse cada milímetro daquele corpo que estava sob o seu, daquela pela que roçava com a sua, e daqueles lábios que atraiam os seus. Os olhos de chocolate de Isabella não hesitaram em nenhum momento, como antes ela tanto recuava. Eram outros momentos. O seu corpo seguia o seu. Era conduzido pelo seu.

Edward Cullen sabia o que estava fazendo. Ele não podia mais perder tempo, tinha que apressar as coisas até que não houvesse mais escapatória.

O único obstáculo, capaz de fazer Bella questionar as suas escolhas estava a quilômetros de distância. Charlie era a pedra no caminho que ele tinha jogado para escanteio, para o outro lado do país pra ser mais exato, sem precisar de nenhuma outra estratégia para conseguir isso - além das já usadas. Ele mesmo tinha feito a sua escolha. A melhor escolha, porque agora Isabella só tinha a Edward, ele deveria ser a sua taboa em meio a tantos pesares, ele deixaria ela pensar assim, até que a sua taboa fosse tirada debaixo do seu corpo e assim ela viesse a afundar.

Essa noite Edward tinha rompido qualquer barreira. Isabella não fugiria.

Um dia a sua taboa tinha sido arrancada de sob o seu corpo, com brutalidade. Ele saberia como fazer com que Isabella se sentisse segura, amada, única. Já estava fazendo isso. E assim ela cairia lentamente no abismo que era a vida de Edward Cullen.

***

Não fazia muito tempo que Edward tinha tomado banho. O perfume fresco do sabonete dela ainda estava na sua pele, assim como o gosto de seus lábios nos seus.

Quando Isabella levantou, Edward estava saindo do banheiro. A visão dela recém acordada, com alguns nós aleatórios no cabelo solto sobre os ombros fez com que ela parecesse mais sexy, menos despreocupada. Diferente do que ele tinha pensado, que ela estaria toda vermelha e tímida pelo nível de intimidade que eles tinham tido na noite passada, ela parecia radiante.

Ele não tinha dormido embora ela tivesse. Isabella tinha repousado a cabeça ao lado de uma das suas mãos sobre o peito dele - o cabelo dela, solto escorria pelo seu ombro e caía sobre o travesseiro. E foi acariciado-o que Edward percebeu que ela dormia.

E então já não era mais noite. A claridade já começava a irromper pela única janela do quarto e dormir não foi exatamente o que Edward fez.

A noite havia sido longa, mas o amanhecer não tardou também.

Eles já estavam na pequena mesa da cozinha, um pote de pasta de amendoim aberto pela metade. O pão e ovos mexidos que Isabella tinha preparado.

O café ainda estava quente, mas tinha suco de laranja gelado.

Ele poderia dizer que não estava com fome, e não estava mesmo, mas o melhor seria fingir que gostava da pasta de amendoim que tinha passado no pão de forma. Aquele era o primeiro café da manhã deles, sem que o ex-chefe de polícia estivesse por perto.

Logo não seria apenas um café da manhã.

Não estavam falando sobre nada específico - ela parecia um pouco mais pensativa nesse instante, como se tivesse lembrado de algo importante que tinha esquecido de falar, agora que todo o brilho dos seus olhos tinha sido interrompido. De repente toda a despreocupação de minutos atrás esquecida, dando lugar a insegurança rotineira dela e a sua total falta de concentração no que estava fazendo com a sua própria fatia de pão - quando resolveu falar o que estava na sua cabeça:

— Eu tomo pílula - e pegou a caneca de café esquecida, mas não tomou, ficou encarando a bebida fumegante e voltou a pousá-la na mesa.

Ela tinha dito aquilo como se fosse a coisa mais normal de se dizer no meio de um silêncio momentâneo em um café da manhã.

Ele franziu os olhos e esperou que ela continuasse, a fatia do seu pão agora esquecida, finalmente.

— Pra que você saiba que não tem perigo de nenhum... acidente? - Bella não parecia muito certa daquela última palavra. Um pouco aflita talvez e por isso tivesse dito aquilo naquele momento, tão repentinamente.

— Eu adoraria ter um acidente com você - ele respondeu sorrindo. Bebericou um pouco do seu suco e viu quando a reação dela de aflita, passou para a de espanto, um rubor vívido nas bochechas dela com a sua resposta.

Seu comportamento imprevisível começava a deixá-lo impaciente.

Ele sabia que as chances de Isabella engravidar naquela situação e de propósito eram muito grandes. Mas ela precisava ser um pouco mais ardilosa para isso - ele tinha que reconhecer que atitudes como essas nunca passariam despercebidas por ele. Em algum momento ela tentaria fazer jogos emocionais, como qualquer outra mulher.

Mas ele não estava realmente preocupado de um possível acidente - a noite passada tinha sido capaz de fazê-lo se ausentar um pouco de toda aquela ameaça que Isabella representava - porque existiam outros métodos para evitar acidentes além das cartelinhas regulares. Não seria necessário nenhuma desculpa para prendê-lo ao futuro casamento, ele já tinha dado muitos motivos para que ela não voltasse atrás. Ela que estava presa, ele que a queria presa, fazê-la não ter escolhas e não o contrário, porque isso jamais aconteceria.

Para um acidente ele precisaria de uma razão, um propósito para conseguí-lo. E por enquanto estava satisfeito com a suas conquistas.

Quando o silêncio pareceu encher todo o pequeno espaço da cozinha, Edward disse:

— O quê? - ele perguntou hesitante se mexendo na cadeira e voltando a pousar o seu café sobre a mesa. - Você não ficaria feliz?

— Edward... - ela balançou a cabeça e suspirou exausta, se encostando mais ereta nas costas da cadeira. - Não é isso.

— Então o que é? - Quando ela não respondeu, ele se levantou. - Isabela, foi ótimo pra mim. Eu espero que tenha sido pra você também, porque no começo eu achei que você não estava muito certa... mas você foi perfeita - ele se agachou na frente dela e trouxe o seu rosto para mais perto do seu, quando ela tentou desviar seus olhos. Antes ele tinha visto como ela parecia um pouco preocupada, como se ainda estivesse fora do ar, mas depois das suas próprias palavras ele podia ver como aquilo tinha feito com que voltasse a sorrir, como antes daquele assunto.

Todo o ódio, todo o rancor que Edward alimentava o deixava longe de ver a verdade nos olhos de Isabella. Ela estava muito feliz e depois das suas palavras um pouco menos ansiosa.

Ele tinha que dizer o que ela precisava ouvir, quando na verdade Edward Cullen achava apenas um coisa: que Bella tinha sido muito segura, diferente do que ele a deixou pensar, e até experiente demais para ser a sua primeira vez.

Ainda agachado, com os joelhos no chão de frente para ela  que ainda estava sentada na cadeira da cozinha, Edward teve o seu pensamento maldoso. Aproximou os seus lábios dos dela, quando estes já estavam prontos para receber os seus. E ainda sentindo que ela correspondia ao seu beijo de despedida, ele pensou que ela talvez nunca tivesse ido até os finalmente como tinha sido com ele, mas que sim devia ter chegado as preliminares com outros.

Até que ponto uma pessoa podia influenciar outra? Os sentimentos, as atitudes, o modo de agir ou anular a falta de reagir, de se defender? Ter a sua identidade corrompida, aos poucos tirava a sua própria vontade de caminhar com seus próprios pés.

Não demoraria muito para que Isabella começasse a sentir o peso neles.

***

Era sábado.

Ele precisava passar em casa antes de seguir para o escritório. Trabalho ainda o esperava, coisas que tinha que resolver, mas ele disse que ligaria. Tinha deixado um beijo rápido em seus lábios antes de sair e entrar no carro que o esperava.

Edward já tinha ligado para Jasper, e o mesmo não demorou para chegar e então ele se foi.

Depois disso, Bella subiu para o quarto para arrumar algumas roupas no guarda roupa - buscava realmente um pouco de distração para os seus pensamentos inquietos. Ela não podia negar que estava fazendo aquilo para que o tempo pudesse passar mais rápido. Estava dependente do que era estar com Edward, e agora, naquele apartamento sozinha, ela sentia mais espaços para preencher do que achava ser possível.

Pelo menos com o pai ali ela podia vê-lo assistir aos jogos e as reprises incansáveis das séries dos anos 70 que ele gostava de assistir. Podia perguntar se ele queria alguma coisa, se ele tinha tomado o seu remédio e tomar uma bronca seguida de um olhar duro. Mas depois disso ela ainda podia vê-lo rir dos comentaristas que falavam alguma coisa daquele jogador que se destacou na última temporada, ou de alguma piada que ela mesma não tinha entendido do seriado.

Charlie era a única pessoa que ela tinha, mas agora, era somente ela. E logo Edward - o anel em seu dedo da mão esquerda afirmava aquilo.

A pilha de roupas começava a se formar a sua frente, sentada de pernas cruzadas no chão do pequeno closet ela conseguia ver a cama de madeira gasta e o colchão coberto por lençóis que tinha tirado da secadora mais cedo, depois da saída de Edward.

Subir para o quarto tinha sido uma péssima ideia, uma vez que o fato de estar ali, no quarto que tinha se entregado para ele, não fazia com que ela tivesse o melhor foco que aquela atividade deveria exigir.

Isso não estava dando certo.

Podia deixar aquelas roupas para lá, não tinham que ser dobradas naquele momento. Aquilo deveria ser uma distração, quando ela não conseguia se desligar, de jeito nenhum de Edward.

Ali ela ainda conseguia sentir os lábios dele grudados aos seus, dominados com sofreguidão, roçando suas peles descobertas, as mãos deles nas suas, sobre seus cabelos, segurando firme, ou então pressionando o seu corpo, mantendo-a parada ou em movimento quando necessário.

Suspirando Bella balançou a cabeça e fechou bem forte os seus olhos.

— Meus Deus - ela implorou. - Queria que ele nunca precisasse ir. - Confessou, de cabeça baixa.

Edward Cullen era como uma droga, feita especialmente para ela.

E drogas não eram boas, principalmente não autorizadas, ainda mais para alguém como ela. Mas ela já o amava tanto, e sabia que ele a amava também. Como alguém poderia dizer o contrário? Os olhos dele quando a penetrava e a pressionava, investindo, apertando, diziam tantas coisas. Provavelmente aquela noite tinha sido a noite que ele tinha dito o seu nome com mais ímpeto em meio aos gemidos, assim como ela tinha dito o seu.

Como alguém poderia sequer pensar em dizer o contrário?

A temperatura no chão começava a mudar. O aquecedor devia ter caído mais uma vez. Pelo menos durante a noite passada ela não precisou se preocupar com isso.

Se levantou e seguiu para o corredor. Abriu a tampa da caixinha do aquecedor presa a parede e pressionou as teclas 2 e 6 separadamente, depois apertou OK. Demoraria um pouco até que a temperatura se estabilizasse, mas o inverno já tinha chegado há algumas semanas e as coisas ficariam feias dali para frente. Seria o seu primeiro inverso em Nova York, e ela não sabia o que podia esperar, uma vez que nunca antes tinha passado aquelas datas de final de ano longe dos pais, e agora sem a mãe, Bella não sabia muito bem se existiam coisas a qual podia agradecer.

Nova York não era como estar em Seattle e poder voltar para casa no feriado de final de ano. Ela nunca pensou que estar longe doesse tanto. Alguma vez tinha mesmo cogitado a ideia de se mudar para aquela cidade sem o seu pai? Agora que ele não estava mais ali Bella parecia ter a resposta.

Apertou o casaco que tinha colocado mais cedo pela manhã, quando desceu para a cozinha com Edward, suas mãos unidas naquela manhã depois de sair do banheiro e ver que ele ainda a esperava.

Agora, ao olhar para o espaço ocupado por Edward antes na cama ela sorriu. Como as coisas tinham mudado tão rápido e em tão pouco tempo?


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Notas finais do capítulo

eaaaai? O que acharam?!

Eu realmente não tive tempo de revisá-lo para postá-lo antes, só agora. Espero que gostem (primeira cena quente, nunca tinha escrito nada parecido :x)

Obrigadaaa, comentem que as férias estão aííiiii :)))