Mistakes escrita por Niina Cullen


Capítulo 20
Capítulo DEZENOVE


Notas iniciais do capítulo

Sim, eu estou aqui e postei mais um capítulo * - * Nem estou acreditando!

Feliz Natal e boa leitura!!!

Comentem, comentem, comentem!!! ^^

super batatinha obrigada por estar de volta (assim como eu? kk). Murieltorok e Liv Cullen por serem as mais novas leitoras. Obrigada meninas.

E quanto as outras? Não sei se ainda estão aqui, mas gostaria de ler os comentários entusiasmados de vocês, principalmente aqueles que tentam esconder o odiozinho quanto ao Cullen kk :X

Voltem!!! Preciso de vocês!!!



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Capítulo
DEZENOVE

Charlie estava dormindo.

Bella tinha descido o último degrau com alívio quando percebeu que sua preocupação era somente uma neura sua. Seu pai estava bem, e ela poderia ter continuado a conversar com Edward.

E ainda assim, a verdade era que Bella já não sabia mais se a sua preocupação em relação a saúde de seu pai já não estava afetando a sua própria saúde mental, como também a... ela não sabia muito bem como chamar aquilo. Mas talvez estivesse afetando a sua relação com Edward.

Ele demonstrava paciência, e parecia não levar a sério toda a forma que ela tinha de driblar aquela situação sem deixá-lo perceber que Charlie era uma peça fundamental que lhes diria se seguir em frente seria um xeque-mate, ou uma perda terrível. Um descuido em meio a um jogo arriscado como aquele. 

A cabeça de Bella começava a dar sinais de que explodiria a qualquer momento.

Charlie estava deitado confortavelmente no sofá - como sempre ele parecia não se importar com a posição ou a falta de espaço, ele dizia quase sempre, que não precisava de uma cama. O que era engraçado e triste ao mesmo tempo, pois Bella começou a perceber que ele começou a dizer isso quando a sua mãe partiu.

Ele estava muito sozinho desde a morte da esposa, e Bella reconhecia que não tinha sido uma ótima filha nos últimos tempos. Tinha deixado a faculdade voltando para a cidade que nascera para não deixar o pai mais sozinho e porque sabia que a situação financeira dele não estava boa. Queria fazer companhia para ele, assim como sabia que precisava da companhia dele.

Quantas vezes ela não chorava logo pela manhã, ao preparar o café e Charlie ouvia seu choro silencioso. Os ombros dela sempre a denunciavam, assim como seu rosto quando Charlie a virava e a abraçava, numa tentativa falha de confortá-la e de confortar a si mesmo. Mas ainda assim, mesmo que ambos não pudessem aplacar a dor que os consumia, eles tinham um ao outro. E isso bastava.

Ela achava que tinha feito tudo certo.

Mas aí surgiu a oportunidade incerta chamada Nova York. Uma cidade desconhecida, do outro lado do país, diferente de tudo o que conheciam. Diferente do que Charlie conhecia. Forks era tudo o que Charlie conhecia, a vida dele estava lá. Sempre esteve. Uma parte ainda continuava lá, enterrada.

Bella tinha conhecido Seattle, e morado lá, mas ainda assim, era um salto no escuro.

Seu pai insistira em vir, e Bella sabia que ele sentia medo por ela.

Ela não tinha culpa.

Mas aquilo estava a atormentando.

As coisas não podiam ser assim, não podiam continuar assim.

Não era melhor, como pareciam agora, e ainda assim não era justa. 

Mas na verdade, o que era justo naquela vida?

Ela tinha perdido a mãe, o que acabou trazendo outras perdas, perdas que um dia Bella achou que poderia alcançá-las quando as coisas ficassem um pouco melhor.

Mas assim, buscando uma vida nova, longe de tudo, ela estava arriscado a sua maior preciosidade. O seu pai.

A imagem de Charlie quando Bella passou pela soleira da porta carregando as suas malas estava cravada na sua memória. As contas que ele segurava tinham despertado Bella, atualizando-a para o que ela ainda desconhecia daquela situação.

Charlie estava fazendo o possível e o impossível para manter Bella longe daqueles problemas, mas com o enfarto ele não teve muito sucesso. 

Elas não deixariam de chegar.

— Eu  disse que não quero que você se preocupe com isso.

Charlie tirou os papeis das mãos de Bella assim que ela entrou pela porta da frenteO carteiro Joe tinha acabado de deixá-las quando acenou em cumprimento amistosamente para ela.

Bella terminou de fechar a porta atrás de si.

 faziam pouco mais de um mês que tinha voltado para ForksAs aulas  haviam começadoe Charlie estava furioso com Bella.

Ela tinha recebido mais um nãoDessa vez foi no supermercado de Portland.

— O carteiro acabou de deixá-las.

Sua voz era sem emoçãoEles  tinham discutido muito porque Bella  tinha tomado a sua decisãomas outra aindaela nem desconfiava de que poderia ser uma divisão de mares.

Charlie tinha um gênio fortee às vezesa filha não ficava para trásBella era teimosa e decidida e não entendia porque não podia ajudar o paiDurante o ensino médio ela teve alguns trabalhos temporáriose mesmo que o pai nunca aceitasse o seu dinheiroa mãe sempre sorria pra ela e lhe dava um beijo nos cabelos soltos e lisos dela.

Charlie podia achar que dava conta de tudoMas ele não dava.

De alguma forma, Bella se perguntava se fizera a coisa certa.

Se não tinha sido egoísta demais quando disse que em Nova York Charlie poderia ser acompanhado pelos melhores médicos. Ainda que fosse apenas uma esperança depois do que tinha lido, sabia que diferente de Forks ou qualquer outra cidade ao redor, Nova York era o melhor para a saúde do pai. Mas Bella não sabia mais se para os dois. Por vezes Bella achou que estava sendo egoísta nessa sua decisão. Vir para Nova York era também garantir que aqui Charlie seria assistido por bons médicos, que ela teria um plano de saúde bom que poderia cobri-lo.

Charlie tinha construído uma vida em Forks, e Bella só estava iniciando a sua própria.

— Eu já não tenho nada mais que me prenda aqui - seu pai tinha dito. No entanto Bella não tinha percebido a mentira, mas sim o medo do pai de deixá-la sozinha. 

Bella sabia que ás vezes é difícil ter que admitir que você falhou em algum ponto da sua vida. Mas se tornava atenuante as mudanças que você acredita que te isentarão da culpa.

Charlie era uma grande parte da sua vida, e toda e qualquer escolha de Bella o atingiria de uma forma ou de outra.

— Eu nunca quis te machucar papai - Bella estava sentada sobre a minúscula mesa de centro enquanto olhava para o pai dormindo. Aquela mesinha tinha permanecido por insistência dele. Ele dizia que não seria por causa dela que a sua mobilidade seria restringida, quando o apartamento em si já era um ovo.

Ele nunca tinha dito nada para machucá-la. Assim como Charlie sabia que as escolhas de Bella também não eram para machucá-lo. Ao menos era o que ela dizia, mas e quanto a Edward?

Pela primeira vez, em muito tempo, desde que tinha voltado para casa, Bella não acordou o pai para que ele fosse para cama. Apenas desligou a televisão que continuava com os créditos intermináveis de algum filme. O jogo já tinha acabado, e Bella sabia que se perguntasse amanhã para o pai qual tinha sido o placar ele diria sem nenhum problema e ainda seria eloquente o suficiente lhe contanto os detalhes.

Bella subiu o cobertor do pai até a altura dos ombros como um reflexo e depositando um beijo em sua testa, afastando os cabelos castanhos já com seus bons rastros brancos e subiu para o seu quarto.

***

A semana tinha passado e trouxe com ela novos desafios que mantiveram Bella cada vez alheia ao caminho que estava sendo conduzida.

Seu guia sorria quando chegou no escritório no dia seguinte e a viu sentada digitando no computador. Ainda estava cedo então ele pôde se aproveitar do momento e lhe roubar alguns beijos.

E Bella se esquecia onde estava e por sinal se esquecia que quem a estava beijando e no processo desconcertando-a era o dono de todo aquele escritório. Edward Cullen fazia com que ela acreditasse que estava vivendo um conto de fadas, do qual preferia não acordar.

Durante os dias que se seguiram a sua ausência no escritório, Bella teve muito trabalho a fazer, e já tinha se tornando uma rotina, sempre 10 minutos antes do seu horário terminar, Edward aparecia na porta e perguntava se eles podiam fazer alguma coisa juntos.

Já almoçavam juntos, e agora jantavam também.

Sempre que Bella dizia que podia pegar um táxi ou o metrô a poucos e quarteirões de onde estavam, Edward simplesmente sorria e trazia Bella para seus braços. O cheiro de seu perfume era irresistível, e o leve roçar de sua barba rala no seu pescoço era o que bastava para fazê-la mudar de ideia.

Simples assim.

Ou nem tão simples assim.

Charlie já não conversava mais com ela. Tinha respostas monossilábicas para tudo o que Bella perguntava ou questionava. Não importa qual fosse o assunto.

Era sexta a noite. Edward tinha levado Bella ao cinema e como todas as outras vezes a trouxe para casa. Dizendo no pé de seu ouvido o quanto a amava eles se beijaram e Bella saiu do carro, se sentindo fora de órbita, literalmente.

Algumas coisas eram inexplicáveis. E aquela relação, para Bella, era uma delas.

Ela estava completamente feliz quando atravessou a porta e a fechou atrás de si. Recostando na madeira gelada da porta, Bella por um momento esqueceu de tudo o que viveu aquela noite.

Como um dijavu, vivido nas últimas semanas, Charlie não falou com Bella quando ela o cumprimentou. 

— Oi pai.

Charlie sabia que o que estava fazendo era errado. Ele estava afastando Bella, atirando a filha para o desconhecido. No entanto ele não via desse forma. 

Ele nunca tinha sido um jovem ou até mesmo depois da sua convocação para chefe de polícia da sua cidade, um homem da lei que se deixava levar pelos seus próprios sentimentos em meio a uma situação perigosa. Mas em compensação, ele sempre tinha levado em consideração a sua intuição. 

— Foi um ligação anônima  chefe, acho que temos que seguir pela I-101 - Steve disse, apertando o cinto enquanto Charlie tirava o carro patrulha da entrada da delegacia. Eles tinham recebido uma ligação anônima de uma senhora que falava que tinha passado um carro em alta velocidade, modelo da Chevrolet prata antigo. 

A senhora não tinha mais informações, só queria que a polícia fizesse o seu trabalho porque do contrário ela não conseguiria dormir. 

Um carro, qualquer que fosse em alta velocidade em Forks era considerado um caso perigoso. Qualquer velocidade acima do permitido era motivo para uma sirene ser acionada. Charlie tinha que admitir que não tinha muita emoção no seu trabalho, mas ele estaria contente se pudesse pegar aqueles infratores e deixá-los alguns dias na prisão até que viessem alguém para tirá-los. A justiça também podia ser falha.

Embora aquela noite não parecesse ser uma noite comum com um caso comum, daqueles que um de seus homens parava o carro que ia a cima de 10km do normal na luz do dia para ver que tinha sido apenas uma confusão entre o freio o acelerador do aposentado que ainda tinha a sua carteira de habilitação em dia. Por vezes Charlie se perguntava o que Deus pretendia com aquelas situações milagrosas. O velho deveria estar em casa, tomando uma boa cerveja enquanto se preocupava com o placar entre os Giants e Seahawks. 

Charlie gostaria de estar fazendo aquilo. Sua esposa devia estar no supermercado naquele momento, pensando se deveria ou não levar alguns salgadinhos e mais cerveja para aquele bendito jogo. Renée não era fã de nenhum time da liga da NFL, mas ela fingia assistir e Charlie sabia que era por ele. Claro que ela logo adormecia no seu ombro depois de alguns minutos do início da partida, mas ainda assim era maravilhoso ter a sua mulher em seus braços. Ás vezes ele perdia alguns momentos do jogo para ficar admirando-a. 

Mas a ocorrência rápida da aposentado não era um sinal de fuga, diferente daquela noite. 

Uma noite que Charlie nunca esqueceria. 

— Eles não devem ser daqui, devem estar saindo da cidade pela avenida principal nesse exato momento. 

Charlie, pela primeira vez em muito tempo teve que discordar do colega. Steve era poucos anos mais jovem do que Charlie e estava em Forks há 3 anos o que não o impedia de exercer a sua profissional de forma competente. Mas não naquela noite. Steve Arrow estava errado. 

— Eu não sei não Mike. O assalto foi registrado próximo ao supermercado, nos caixas eletrônicos e a ligação da senhora foi antes disso chegar na delegacia. 

Outros policiais que estavam fazendo a ronda deveriam cercar a interestadual 101, mas eles precisavam averiguar o local da ocorrência. 

Se Charlie soubesse que aquele dia não chegaria ao fim da mesma forma que tinha começado, com o cheiro de café fresquinho, fazendo o caminho pelas escadas rumo ao andar superior e o pegando desprevenido, ele não tinha saído de casa. 

Quentinho. O café estava quentinho quando Renée lhe entregou a caneca, sorrindo perfeitamente enquanto lhe encarava, feliz. Se Charlie soubesse que aquela tinha sido a última vez que teria visto a mulher da sua vida, ele não tinha deixado a sua casa da forma apressada que deixou. Bella tinha ligado aquela manhã, para conversar com os pais e falar sobre as férias de verão que estavam chegando, e assim que ela desligou, dizendo que sua última aula de Neoro-ciência Aplicada começaria dali há cinco minutos, Charlie percebera que estava exatos cinco minutos atrasados para sair de casa. 

Ás vezes ele se esquecia que não havia trânsito em Forks.

Se Charlie soubesse que aquela tinha sido a última vez que teria visto Renée com vida, ele não teria se apressado para aquela delegacia que quase nunca tinha algo para ser feito. A não ser reportar ocorrências de vigilância nos arredores, receber ligações de vizinhos que não conseguiam dormir por causa da velocidade que os carros seguiam pelas ruas, ou simplesmente jogar cartas. Ele não teria corrido em direção em direção ao seu carro de polícia enquanto Renée gritava da varanda na sua habitual animação se ao invés dos salgadinhos não seria melhor uma salada de alface e rúcula com tomate picadinho e alguns pedaços de presunto e mussarela  cortados em cubos. 

Ele teria aceitado qualquer coisa, qualquer coisa para que ela não estivesse naquele chão imundo em frente a entrada do supermercado, com os sacos das compras jogados, salgadinhos fechados para fora dos sacos e algumas latas de cervejas estouradas, espumando, como se protestassem com raiva daquela cena, tanto quanto as pessoas que a assistiam. Tanto quanto Charlie.

Um tiro. Um único tiro tinha levado para sempre a professora do jardim de infância, a mulher que tanto amava. 

Ele tinha chegado tarde demais. Talvez seu instinto tenha falhado, mas ele precisava estar ali. Ele precisava. 

Quando os paramédicos chegaram, Charlie ainda segurava na mão da esposa, sentindo as lágrimas  que escorriam pelo seu rosto. Eles pediram que ele se afastasse. Mas já era tarde demais. Eles a cobriram com um pano branco depois de colocada na maca. 

Em seu rádio as seguintes palavras foram ouvidas.

 — Chefe, nós conseguimos pegar os culpados. 

Os policiais que tinham sido encaminhados para a interestadual 101, na saída de da Forks Avenue tinha pego os criminosos que não desaceleraram desde a ligação da senhora para a delegacia. A senhora que só queria dormir, enquanto Charlie ia em direção ao local que desde então nunca mais voltaria. Ele tinha ido para o seu fim.

O caso tinha sido investigado, mas não tinha muito o que ser feito. Os culpados foram presos e levados para o presidio longe dali. Charlie não queria saber. Assim como Renée, ele tinha morrido também naquele dia.   

E a sua intuição, agora, lhe pedia para que ele não se afastasse. Ele não sabia bem os seus motivos para aquilo, mas Bella precisava dele, mas Charlie não sabia mais o que poderia fazer. Talvez ele estivesse errado, não conhecia o rapaz, mas aquilo não importava. 

Ele jamais aceitaria aquele relacionamento, não importa o quão magoada Bella estivesse, ele também estava. E assim foi para o seu o quarto. Já era tarde quando Bella chegou e ele tinha se certificado de que o jantar ainda estaria quente para o caso dela querer jantar. Ele se trancou no quarto. Não com chave, pois ele sabia que não podia mais confiar em seu coração que já não era mais o mesmo há muito tempo, antes mesmo do ataque cardíaco que trouxe tudo tão precocemente para a sua vida, depois que Renée se foi. 

***

A maioria das pessoas alimentavam a ilusões. Ilusões de que tinham o controle sobre suas vidas. E na maioria das vezes, elas estavam enganadas. Sempre estavam.

Edward e Isabella tinham saído mais durante aquela semana. Jantares, caminhadas na noite fria de Nova York depois que saíram do escritório, cinema e em todos esses encontros, o presidente das Cullen Enterprise estava mais próximo de alcançar seus objetivos. 

— Isabella... - ele tinha sussurrado no pé do ouvido dela, sentindo o seu perfume de morangos, provavelmente o shampoo que ela usava para deixar seus cabelos soltos ainda mais sedosos. - Eu estou apaixonado por você.

O Cullen tinha dito isso enquanto o os créditos do filme subiam. Ele não sabia  mais qual era o tema do mesma, e ele achava que aquela altura, nem Isabella saberia. 

Ele conseguiu trazer seus lábios para os dele e viu quando ela suspirou maravilhada. Ela já não recuava como antes. Como um dia Edward tinha sido ingenuo com seus sentimento, a doce e frágil Isabella também estava sendo. Ela já tinha aberto as postas daquele coração vulnerável e dali pra frente Edward sabia que tinha ganhado esse jogo. Ainda tinha algumas etapas a serem cumpridas, mas ele já conseguia visualizar o futuro a sua frente.

Bella tinha passado os braços ao redor do seu pescoço, subindo uma das mãos pelo seu cabelo, massageando. Quando o fôlego de ambos acabava, Edward se afastava e via o sorriso dela quando ele continuava com a sua investida pelo seu pescoço. Eles precisavam deixar o cinema, mas para a sorte do Cullen eles ainda não teriam a noite só para si mesmos. 

O final de semana tinha chegado. Era sábado e Edward Cullen estava tomando seu café puro a beira da piscina. Pela primeira vez em muito tempo. 

A nova empregada tinha sido ágil em transferir as coisas da mesa da sala de jantar  para a mesa do jardim que há muito não era usada. Ele não tinha motivos para isso. Mas aquele era um dia diferente, e merecia ser comemorado, mesmo antes de acontecer o que ele esperava, pois ele sabia que aconteceria. 

— Senhor Cullen, posso retirar a mesa? - a nova empregada até podia ser ágil e fazer o café a seu gosto, mas ainda assim era burra o suficiente para ser demitida naquele mesmo instante.

— Você só retira a mesa quando eu te falar. 

Edward Cullen não encarava a mulher, permanecia sentado e encarava a água na piscina. Ainda ventava em Nova York, mas o sol parecia querer fazer a sua aparição. Seria mesmo um grande dia. 

Edward não percebeu quando a empregada se afastou, mas continuava ainda na mesma posição. 

***

Detetive McCarty

Cullen, acho que a comissão que eu esperava receber
com esse trabalhinho extra tem que ficar para o próximo.
Isabella acabou de sair, então se apresse. 

Era o que dizia a mensagem no aplicativo em seu celular. 

Edward já tinha saído com seu motorista que nesse instante aguardava no carro do outro lado da rua. Ele estivera aguardando a ligação de Emmett em uma cafeteria. Ele seria capaz de estar em apenas alguns segundos, se fosse rápido, no apartamento dela. Mas ele sabia que não podia ser precipitado demais. Se aparecesse na porta do apartamento dela logo em seguida a sua saída, Charlie Swan desconfiaria. Ele esperaria mais alguns minutos.

Pela descrição de Emmett na mensagem que se seguiu a primeira daquele dia, ele tinha dito que Isabella tinha ido em direção ao supermercado que ficava há uns três quarteirões dali. Provavelmente ela não demoraria, mas ele precisaria esperar até que passasse tempo suficiente para que Charlie não pensasse que ele estava mentindo quando dissesse que Bella tinha pedido para se encontrar com ele no apartamento. 

***

Descendo os degraus, na saída do café, Edward seguiu em direção a calçada que aquela altura da manhã já estava movimentada. Ele fez um leve aceno com a cabeça em direção a Jasper, pedindo que ele se dirigisse mais a frente. Quando Bella chegasse ela veria o carro de Edward estacionado e ficaria feliz, não ficaria? 

Edward gostaria de saber qual seria a sua reação, mas isso ele só saberia quando ela passasse pela porta e o visse com seu pai, conversando. 

Afinal, o ex-chefe de polícia de Forks, Charlie, não poderia ser ingrato com seu convidado. 

Certo?

Aquilo não importava realmente, não para Edward Cullen. 

Quando ele seguiu as escadas, depois de passar pela porta da frente destrancada - aqueles moradores confiavam muito em seus vizinhos e nas pessoas que passavam pela rua naquela hora, assim como Bella - ele se lembrou do andar que Emmett tinha colocado naquele relatório. Ao que parecia, uma década tinha se passado desde então.

O tempo era um espaço confuso, até mesmo para ele. 

Levou apenas alguns segundo para o ex-chefe atender a porta, e quando o fez, Edward colocou o seu melhor sorriso e logo estendeu a sua mão. 

— Olá senhor Swan, eu sou Edward Cullen. 

Não era necessário definições de título, mas Edward viu as palavras brincando no canto de sua boca quando pensou em se apresentar como namorado de sua adorável filha. 


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Notas finais do capítulo

Acho que não tinha sido tão rápida assim. Mas não sou boba e não vou achar que teremos mais um capítulo antes do novo ano chegar.

Não sei também se teremos, pelo menos mais 2 antes das minhas férias acabarem. Mas pretendo. E quero trazer pra vocês,porque... Tudo está se acirrando. E como diria Edward: a seu favor.

M E D O.

****Algumas considerações:

* A Bella pensa demais. E é uma coisa minha que eu acabei passando pra ela. Também acho importante que vocês entendam as dúvidas, as incertezas dela.

* Edward é tão arrogante e (não sei se já se perguntaram, mas... a ideia de ter empregadas diferentes foi a forma que ele encontrou de ter domínio sobre a sua vida. E essa será uma questão que será abordada mais para frente também. Mas não tem nenhum segredo a cerca disso, fiquem tranquila kk).

* Peço a ajuda de vocês se acharem algo confuso. Não tive tempo de reler todos os capítulos, pois foram meses longe e tenho medo de que tenha divagado muito. Mas não se preocupem, a premissa ainda é a mesma (por mais que vocês ainda especulem sobre as atitudes do Edward, as presentes ou para o futuro).

* Só eu me sinto tão apegada a Renée, tô quase fazendo um Spinoff para ela e Charlie kk, apesar de saber que isso foge do comum, já que Mistakes ainda está no começo :X

* Beijo, beijo e beijo!!! Não fiquem muito zangadas com Charlie (se bem que eu acho que isso é muito difícil, já que vocês estão focadas no presidente da Cullen Enterprise né rsrs.

Feliz 2018!!!

Vou amar saber se gostaram do capítulo e o que esperam para os próximos.