Mistakes escrita por Niina Cullen


Capítulo 19
Capítulo DEZOITO


Notas iniciais do capítulo

Eu não tenho nem mais o que dizer... Nem desculpas servem.
Mas ainda assim, boa leitura!



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Capítulo
DEZOITO

Nada, não tinha nada de errado nisso. 

Bella ainda estava pensando nas opções que tinha quando o seu celular tocou ao lado da cabeceira da cama. Os livros ainda serviam como um bom apoio para ele, só não para água no meio da noite.

Edward ainda estava incerto sobre o que fazer. O celular estava sobre a superfície de mogno do piano. O mesmo que lhe trazia lembranças das quais ele não queria que um dia tivessem existido. Nenhuma delas.

O dia tinha sido cansativo.

— Você acha mesmo que tocar essa coisa vai te levar à presidência?

Edward parou na nota que o levava ao êxtase do momento. Ele continuaria e teria ignorado a sua doce esposa, mas onde ela estava mesmo que estava chegando aquela hora e sem dar nenhuma satisfação? Como se não tivesse passado o dia todo fora e chegando agora, na madrugada. Quase como se antes nunca tivesse feito isso... inúmeras vezes. 

— Katherine, você sabe que isso é a única coisa que me relaxa. - Seu tom era nada mais do que sério e aborrecido. O pior era que ele sempre se sentia assim e nunca fazia nada para mudar isso. Mudar aquela situação.

Ele tentou ignorar o que ela tinha dito sobre a presidência enquanto Katherine se aproximava por trás, massageando seus ombros com as suas mãos delicadas e ao mesmo tempo tão decididas. Ele fechou os olhos por alguns segundos. Não sabendo que já estava perdido, mais um vez, isso desde que a tinha conhecido. 

— Eu pensei que quem te relaxasse fosse eu querido. - A voz de Katherine era de longe lisonjeira, disfarçando mentiras e hipocrisia.

Não mais. Edward pensou, tentando se sentir a pior pessoa do mundo, mas sem obter êxito.

Katherine um dia tinha sido capaz de relaxar Edward, de despertar as melhores coisas nele - ou pelo menos era o que ele pensava. Agora era diferente. Ela ainda era a sua esposa e continuaria sendo para sempre. Isso não mudaria. Mas ele estava cansado de toda aquela pretensão e falta de amor que Katherine estava tendo nos últimos tempos. Desde que surgiu a possibilidade de Edward assumir a presidência da empresa da família.

As mãos dela agora deslizavam para a frente da sua camisa de botões, tentando abri-los quando ele tirou as suas do teclado e apertou as dela. Levemente tentando pará-la

Por quê? Edward não tinha certeza.

Ainda venerava aquela mulher de uma forma doentia, e se qualquer um fosse capaz de falar mal dela ele não pouparia esforços para defendê-la. Mas ainda assim as incertezas que Katherine trazia para a sua vida estavam superando as aventuras que era tê-la ao seu lado.

Não existia mais confiança.

Edward sabia que a confiança era a base de um relacionamento. Não o amor, como um dia pensara ingenuamente. E Edward não sabia mais o que fazer e pensar. E como se quisesse calar os pensamentos, as dúvidas e as incertezas ele se levantou abruptamente assustando a mulher fria que se divertia com o seu sofrimento, e a imprensou sobre a madeira de mogno do piano, desconfortavelmente virando-a e ouvindo a risada de diversão dela reverberar pelas paredes, ardendo no seu peito como um eco enquanto sua boca fazia um caminho traiçoeiro pelo colo perfumado daquela mulher e se afundava na mais obscura incerteza de seus próprios sentimentos. 

Os que ainda lhe restavam. 

As pedras de gelo não pareciam bater só contra o vidro do copo, mas sim estavam se chocando brutalmente enquanto duelavam de um lado a outro na sua cabeça também.

O líquido âmbar estava quente quando ele tentou sorver o wisk de uma só vez. Foi fácil, e simples como um dia foi tocar piano que o vidro se espatifou na parede de quadros a sua frente quando Edward o arremessou a sua frente. Não estava preocupado com as obras adquiridas nos últimos leilões. Uma forma inútil de ampliar a sua já infinita fortuna. Na verdade, não estava preocupado com nada.

Quando ele tinha ligado para ela mais cedo o que tinha em mente era unicamente ter a certeza de que ela estaria a sua disposição. De que ela não fingiria nenhum compromisso só para trai-lo. 
Edward sabia que ela estava com o pai. Mas, ainda assim, algumas coisas não mudavam. Nunca. Mesmo que a pessoa em questão fosse outra. 

A voz dela estava tão doce quando atendeu a sua chamada naquela manhã. Doce e ao mesmo tempo triste. Edward Cullen pôde perceber isso, mesmo quando esta soltou um suspiro de alívio quase inaudível ao ouvi-lo do outro lado da linha. 

Era estranho como as simples mudanças nos tons de vozes podem mudar a sua forma de narrar uma história, mas nunca, jamais, de questionar a verdade que era não se deixar enganar novamente. Não mais uma vez. Nunca mais.

A empresa tinha tirado toda a sua paciência quando lembrou que Isabella não estaria no escritório hoje. Reuniões que tinham sido estressantes, enquanto o poderoso Cullen não parava de pensar nela. 

Isabella estava com o pai, como estaria agora a tarde toda, afinal, ele tinha dado o dia de folga. Edward precisava tomar mais cuidados, ele estava sedendo demais e não poderia cometer os mesmos erros

Droga!

Ele bateu em punho na mesa, sentindo o estralo do impacto nas juntas da mão.

Aquilo não o incomodava, porém, pensar que a história poderia se repetir... Isso sim o deixava com ódio e pronto para agir. Logo. 

A iniciativa de ligar para Isabella agora estava sendo levada a sério. O ódio ainda lhe corria as veias, as lembranças ainda dançavam a sua frente, e se ele não se afastasse logo o próximo alvo seria o seu piano de 3 milhões de dólares  que estivera intocável nos últimos anos.

O número estava na discagem rápida de seu celular, e esmagando o mesmo quando parecia que ela não atenderia o maldito celular. Ele estava ligando para ela pela segunda vez naquele dia. 

O celular já protestava sob a força do seu aperto e quase se tornando um perfeito alvo assim como o copo de wisk espatifado. No entanto a voz atendeu. Hesitante mas ainda assim cheia de expectativa como ele conseguiu identificar.

Não era um alô, ou uma saudação, mas sim o seu nome.

 Edward.

Como uma confirmação. 

Por um instante incontável Edward pensou que poderia sobreviver a qualquer desastre natural, desde que aquela voz o trouxesse para a superfície. Se ele já não tivesse se enganado uma vez, com uma voz diferente dizendo o seu nome também da mesma forma doce, ele teria se deixado envolver mais uma vez, mas aquele não era definitivamente o caso. E nunca mais seria.

A sua cabeça ainda latejava, com as pedras de gelos se chocando e abrindo uma cratera ainda maior que o temido presidente das empresas Cullen poderia imaginar, quando ela disse que precisaria desligar. Tinha a ver com o que ela tinha dito sobre o seu pai. O ex-chefe de polícia da cidadizinha minúscula e chuvosa localizada na parte oeste do país - ou a parte esquecida como Edward Cullen achava mais apropriado.

Eles tinham falado, ou pelo menos ela enquanto Edward tentava tirar o máximo de informações por ele mesmo - sem os serviços do detetive que tinha contratado - sobre a vida dela em Forks, a faculdade em Washington, a saúde do pai e como ela sentia falta da mãe. 

Isabella não parecia ter reservas pelo telefone, apesar de sempre parecer tão alheia e pronta para fugir dele quando estavam tão próximos. 

— Podia ser eu ou Charlie que tomávamos as decisões em casa, mas era sempre ela que sabia melhor do que qualquer um de nós o que dizer. 

Ela falava da mãe com uma ternura que instigava a curiosidade de Edward. Ela não percebia, mas lhe fornecia, a todo momento, novas e preciosas informações que ele poderia usar a seu favor. Ele poderia até dispensar os serviços do McCarty. Mas tão logo Edward teve esse pensamento, ele o descartou. Não podia confiar que já estava no controle e no domínio do cenário que estava criando. Não ainda. 

Renée tinha morrido em um assalto, ela falara. Edward sabia disso pelo relatório feito pelo detetive McCarty. Mas era só isso. Isabella não parecia gostar de tocar no assunto. Aqui, ela parecia reuar também, apesar de não ter escondido nada. Tinha sido assim naquela vez no parque, a sua habilidade de recuar em situações que a deixavam vulneráveis. Quando como seus olhos brilharam com as lágrimas que se acumulavam em seus olhos naquele dia no parque. 

Naquele mesmo dia Edward soube que Isabella era uma garota frágil, preparada para que alguém reconstruísse os seus cacos.

Katherine também não tinha ninguém. Mas ainda assim Bella que tinha o pai.

Tinha algo que impedia Isabella de falar sobre o pai. Alguma coisa estava fugindo da compreensão de Edward. E quando ela disse que precisava desligar ele teve certeza.

— Meu pai não consegue entender isso.

Foi o que ela tinha dito. 

O ex-chefe de polícia seria um problema. 

Não houve silêncio durante os minutos que seguiram a conversa, mas no momento da despedida apressada dela sim. Ela precisava voltar a dar atenção ao pai. 

— Nos vemos amanhã? - aquilo tinha saído mais como uma pergunta do que uma afirmação. Era como se o caminho que tinha traçado não fosse mais tão certo.

Silêncio enquanto Edward ouvia a respiração dela do outro lado da linha.

— Sim, na empresa - ela confirmou. - Tchau e... obrigada mais uma vez.

Então ela desligou.

Aquilo tinha sido um aviso.

"Sim, na empresa."

— Inferno - Edward gritou se levantando do sofá de couro preto no centro da sala. A cada passo que a vítima dava em direção a ele era como vê-la regredir e voltar dois. A recusa dela, o pai... Poderiam ser problemas sérias para as conquistas dos objetivos do presidente da Cullen Enterprise. 

Ele subiu para o quarto aos tropeços. O copo de wisk que tinha jogado contra a parede não tinha sido o único copo que tinha bebido.

Tirou a roupa e seguiu para o banho. Sua cabeça estava prestes a explodir e Edward queria mostrar quem estava no comando. Quem deveria estar desde o começo. Ele não cometeria o mesmo erro pela segunda vez.

Quando ele desligou o chuveiro ele já tinha tomado uma decisão. 

— Cullen - dava para sentir o tom irônico do outro lado da linha.

Emmett McCarty era um bastardo filho de uma mãe. Ele não parecia temer o seu patrão como os outros faziam. Mas parecia se divertir ao provocar Edward sempre que tinha a chance. Até mesmo quando não tinha, como era o caso dessa vez.

Pelo menos ele tinha atendido no primeiro toque. Edward gostava de pessoas assim.

— Ligou para saber o que a sua mais nova funcionária fez no dia hoje? - perguntou, irônico.

— Você deveria saber que eu dei o dia de folga para ela hoje - seu tom era ameaçador. Era trabalho de Emmett saber de todos os passos de Isabella.

— Deveria?

— Emmett - Edward travou o maxilar.

— Calma aí amigo - as gargalhadas de Emmett pareciam intermináveis e só incitavam ainda mais a fúria em Edward.

— Ok - o idiota de merda estava sem ar. - Do que você precisa? - Agora o seu tom era sério e composto. Ele podia ser profissional, quando bem entendia, mas era a única pessoa que Edward podia confiar.

— Preciso que você tire uma pessoa de casa neste sábado.

— Opa, você sabe que eu já sou...

— Emmett cale a boca.

Edward ergueu a mão desocupada e esfregou o rosto. De repente não era mais só a dor de cabeça que estava lhe matando. Ter que lidar com aquele idiota sem noção também.

Seu plano era simples e arriscado. E ele estava disposto a encarar o desafio. 


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Notas finais do capítulo

Coisas novas começam a se formar, e esse capítulo foi terminado hoje. Não tenho previsão para o próximo, como não tive para esse meninas. Essa que é a verdade. Estou de férias eme senti pronta para encarar Mistakes mais uma vez, de onde eu tinha parado. Não é um encarar ruim, é mais como dizer para mim mesma que eu precisava voltar, mesmo que eu não saiba quando será a próxima vez.

É triste saber que tenho feito o que muitas autoras que acompanho fizeram.

Mas, de verdade? Não fazemos isso por mal.

Peço que entendam e que torçam pela minha volta o mais rápido possível.

Se não gostaram do capítulo,me digam... Deixem comentário do que poderia ser melhorado. Quero saber o que continuam achando, ou se mudaram de ideia quanto ao temível Cullen.

Beeijo!!!