Kissu´s escrita por LiLiSaN


Capítulo 8
Suniji




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….

“Que lindo Tomoyo-chan!”. Sakura tinha os olhos brilhando ao ver o bolo de morango feito por ela, que colocará a mesa.

“Espero que esteja do seu agrado!”. Elas se sentaram à mesa. Tomoyo começou a fatiá-lo e, em seguida, serviu Sakura - “Fazia um bom tempo que me comprometi fazer este bolo para você”.

“É verdade. Sempre algo a impedia” - Sakura sorriu e comeu um pedaço do bolo, seus olhos voltaram a brilhar na mesma hora - “Está uma delícia Tomoyo-chan! Lembro quando éramos crianças, e você fazia. É o mesmo sabor incrível!”. Tomoyo sorria, satisfeita em ter agradado Sakura.

Sakura estava ajudando Tomoyo na escolha de sabores do bolo para o noivado. Tomoyo é quem o faria, inclusive todo o jantar. Sua mãe, Sonomi, não concordou muito com a ideia. Era seu noivado, não queria que a filha ficasse encarregada do mais trabalhoso da festa. Mas Tomoyo fazia questão, adorava cozinhar.

Entre uma garfada e outra, Sakura olhou pela janela branca da cozinha, e encarou a grama do quintal da mansão. Lembrou-se das tardes em que brincava lá. Sorriu de lado.

Era gostoso lembrar e saber que foi uma das melhores épocas de sua vida.

“O que foi Sakura?”

“Estava lembrando das nossas tardes divertidas”.

“Eu tenho vários vídeos, se você quiser vê-los”.

“SIM, SIM!”. Segurou as mãos da amiga, e deu pulinhos de alegria.

...

Tomoyo a conduziu até a sala de cinema da mansão. Sakura arregalou os olhos, o local havia aumentado ou era impressão sua? Na certa, por ser pouca observadora, ele sempre foi grande.

Notou as poltronas confortáveis do local, e afagou uma delas, essa em especial, era seu local preferido de se sentar. Novamente, lembrou-se da infância, das tardes em que assistia desenhos, filmes ou próprios vídeos feitos por Tomoyo.

“Eu tenho uma gravação, que você irá se surpreender”

“Imagino que sim! Fazíamos tantas coisas divertidas!”

“Esse em especial, você vai gostar”.

Tomoyo colocou o CD, no aparelho Blue-ray, sentou-se ao lado de Sakura, e apertou o play.

VIDEO_-----_20/06/2003_-_HORA 15:35_---- TOMOEDA

“Vai Sakura-chan!”. Tomoyo, filmava uma Sakura sem graça.

 “Já..? Eu falo o que mesmo?”. As flores de cerejeira, levadas pelo vento, voavam atrás dela.

 “Você diz: Chave que guarda o poder das Trevas…”. Uma Sakura bem jovem, com 10 anos de idade, usava um vestido amarelo, luvas brancas e meias até os joelhos, brancas também. Segurava um cabo de vassoura.

 “Ah sim! Lembrei! Err.. Bem… Chave que guarda o poder das Trevas! Mostre seus verdadeiros poderes sobre nós e ofereça-os à valente Sakura que aceitou essa missão! Liberte-seeeeeeeeeeeee!”

 “Isso Sakura! É sua vez Eriol!”.

 “Nada adianta usar seus truques comigo Sakura...”. Eriol usava um sobretudo, com um grande chapéu que combinava com a roupa azul-escuro, segurava a capa que o cobria enquanto atuava. O chapéu lembrava a de um Mago.

 “De novo, brincando com essas bobocas Eriol?”. Um menino saiu de cima da árvore de cerejeira, interrompendo a cena.

~~~~

Sakura assistia o vídeo e surgiu um mar de interrogações, não lembrava daquele menino. Mas ele era tão familiar que isso a deixou intrigada. “Tomoyo, quem é ele?”. Tomoyo ao seu lado, nada disse, apenas a olhou e sorriu.

~~~~

“Quem é que você está chamando de boboca, seu intrometido?”

 “Você, sua boboca!” - O garoto olhou Tomoyo, e notou que ela estava filmando - “Estão fazendo um filme? Olha só o que sei fazer!”. O menino fazia poses de luta, especificadamente, de artes marciais. Tomoyo filmava, rindo das caras e bocas que ele fazia.

 “Você aparece sem ser convidado e ainda quer ser filmado?”. Sakura cruzou os braços. Irritada, encarava o moleque intrometido.

 Sakura riu e tapou o rosto com as mãos, envergonhada: “Eu não lembrava do quanto eu era brava”.

“Você é uma péssima atriz! Não sabe nem as falas e nem segurar essa vassoura direito, feia!”. Cruzou os braços, dando rabissaca a ela.

 Sakura apertou o punho e aproximou-se dele, Eriol se colocou entre os dois. Separando-os.

 “Ei! Por que não brincamos todos juntos?”.

 “Eu não brinco com menina feia. A que filma é bonita, ela não!”.

 “E eu não brinco com menino intrometido e feio!”.

~~~~

Ainda intrigada, Sakura não desgrudava os olhos do vídeo, apenas disse baixinho: “Tomoyo, ele é tão familiar”.

~~~~

"Eriol, apresenta ele. Daí eu edito o vídeo, e coloco ele como seu mago ajudante”.

 “Ajudante? Eu? Eu deveria ser o principal, o mago mais forte de toda Tomoeda!”

 “Nossa, você é chato demais!”. Sakura bateu o pé, e mais uma vez encaravam-se com olhares fulminantes.

 “Jovem Li! Você não terminou a lição, venha!”. Uma voz chamou a atenção de Tomoyo, que se pôs a filmar o senhor que sorriu. Ele timidamente acenou para a câmera.

 “Já vou! Tenho que ir! Mais tarde eu volto Eriol! Tchau” - Acenou para o vídeo e ao passar por Sakura, puxou seu cabelo - “Feia!”.

 “Seu.. Seu!! Volta aqui!”.

 “Quem é ele Eriol?”

 “Ele se chama Li Xiaolang. Mora há duas quadras daqui, acabou de se mudar”.

 “Xiaolang?”

 “É. Li Shaoran

 “Se ele vier, não venho mais!”

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Sakura arregalou os olhos, balbuciou: “Li Shaoran?” - Tomoyo tinha uma câmera em suas mãos. Filmava a amiga, enquanto sorria. Divertia-se com as caras e bocas que Sakura fazia - “Tomoyo-chan, é aquele Shaoran?”- Tomoyo confirmou, balançando a cabeça - “Mas, como..Quand...Onde...É...”

“O Shaoran tinha se mudado há poucas semanas, ele e Eriol estudavam Japonês juntos. Esse foi o primeiro encontro de vocês. O primeiro e último naquela época. Você ficou tão traumatizada com ele, que ele só aparecia quando você não estava. Toda vez dizíamos que você estava com uma doença contagiosa”.

“Mas.. Eu…N-ão- eu n..ão”- Sakura gaguejava, tentado se recuperar do que tinha visto. Ele surgiu na sua vida ainda criança? Como não lembrava dele?- “Eu...E-u.”

“Eu sabia que você ia ficar assim. Você fica encantadora confusa, Sakura!”. Continuava a filmando.

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 “Atchim!”. Antes de entrar na limusine, a vontade súbita de espirrar surgiu. O motorista fechou a porta.

“Saúde Xiaolang”. Meilin de óculos escuros, mexia em seu celular. Olhou rapidamente o primo que se acomodou ao seu lado, e voltou toda a sua atenção ao celular. Haviam acabado de chegar em Tomoeda.

“Obrigado…” - Shaoran revirou os olhos, e voltou a encarar a prima - “Eu ainda não entendi o porquê de você ter feito tanta questão de vir logo para cá. Você não gosta muito de Tomoeda”.

“Já disse: Só fiquei com vontade”.

“É, você disse” - Curioso, fitou o celular da prima - “É a minha mãe? Ou minhas irmãs?”

“Hã? Ah, no celular? Não, não”. Fingiu-se de desentendida, Shaoran tomou o celular, ela falava com as irmãs dele. Resolveu fazer um vídeo.

“Olá meninas! Estou vivo e bem, deixem Meilin respirar”. 

“NÃO MANDA!” - Shaoran ignorou o pedido da prima e enviou, devolvendo o celular a prima - “Seu idiota! Eu vou te matar”. Shaoran nada disse, apenas pôs a mão debaixo do queixo e voltou seu olhar pela janela, observando Tomoeda.

Um sorriso no canto da boca surgiu, as melhores lembranças da infância surgiam. Lembrou-se de quando sua mãe o mandou para lá, apenas dizendo: ‘você morará no Japão por um tempo. Quando você estiver um pouco maior, você entenderá’. Mas se soubesse o quanto ia gostar de morar ali, não teria chorado. O que a sua mãe fez por ele, ele nunca esqueceria.

Com uma feição de quem parecia estar sentindo dor: Meilin antecipou-se e justificava-se por mensagem a sua tia, que pelas filhas certamente saberia aonde ela estava. Tentava explicar o porquê de estar com Shaoran e de ter escondido isso dela. O que Shaoran não sabia, é que seu clã estava em ruínas e que sua mãe já não conseguia mais administrá-lo, a cada dia, sua saúde se deteriorava por tanto trabalho e pressão. Meilin estava decidida a contar tudo o que estava acontecendo, e levar o primo de volta para China, após festa de noivado de Eriol.

Resolveu que seria depois da festa, pois seu primo poderia não voltar tão cedo para o Japão e com isso, ficar um tempo longe dos amigos. Então, já que sua tia, Yelan, proibiu que qualquer um dissesse a Shaoran o que se passava, Meilin decidiu não só dizer, como também ir buscá-lo.

“Você lembra aquela vez, que você veio me visitar e que implorei pelo telefone para a minha mãe, pra eu voltar com você pra China?”. Mantinha o olhar perdido. Passeavam pelas pessoas e pelos lugares que passavam.

“Lembro. O que têm?”. Deu um longo suspiro, acabará de enviar a longa mensagem de texto a sua tia. Prestou atenção em Shaoran.

“Você lembra o que eu falei pra ela?”. Ainda mantinha o olhar longe.

“Lembro sim, que você a odiava e nunca mais queria vê-la e ficou anos sem falar com ela” - Meilin o encarou, curiosa- “Mas porque você lembrou disso agora?”

“Nada… Só que ela faz tanto por mim, e eu nem ao menos pedi desculpas pelas bobagens que já tive coragem de dizer a ela, um dia”.

“Você tinha 8 anos, e a tia nem deve lembrar disso ou de qualquer bobagem que você tenha dito. E não se preocupe, a sua felicidade é a dela, ela aguenta as consequências”.

“É…Consequências… Às vezes acho que estou adiando o inadiável”. Suspirou.

“Xiaolang… Tenho que...”. O som do toque do celular do primo a interrompeu.

“Agora que ele me liga..”- Shaoran praguejou ao olhar quem estava ligando, de mau humor atendeu “O que você quer?”

....

“É assim que trata seu melhor amigo?”. Eriol terminava de anotar algo em sua agenda preta. Sentado na poltrona de um dos escritórios do pai, acabará de uma das reuniões que sempre fazia com o pai, sobre o andamento das empresas. Foi uma espécie de troca que Clow fez com Eriol.

Clow propôs cuidar de tudo, sem interromper ou atrapalhar o sonho do filho, mas, em troca, Eriol teria que uma vez a cada mês está ciente de tudo o que acontecia com as suas empresas. Querendo ou não, um dia, iria herdá-las.

— “Um melhor amigo atenderia uma das 10 ligações do seu amigo”.

 “É eu vi, me desculpe. Está tudo uma correria… Ser noivo e ser filho de Clow Hiiragizawa, não é fácil… Está a caminho?”. Eriol levantou-se da poltrona. Seu pai, sorrindo, o fitava, tinha Spinel deitado aos seus pés.

— “Sim, já estou com seu motorista” -Olhou para o lado, e viu a prima apontando para si mesma— “Meilin está comigo”.

“Que bom! As ciumeiras de Meilin são divertidas” Eriol, rapidamente, tirou o celular do ouvido e mexeu no mesmo, acessando o ícone de mensagens de texto- “Você poderia me dizer o que significa a mensagem: Atende a droga do celular idiota, preciso falar com você, é sobre mim. Acho que não vou esperar para te contar pessoalmente”. Clow sorriu ao ouvir a mensagem do amigo do filho.

— “Agora não é uma boa hora”— Shaoran murmurou, olhando para a prima- “E Tomoyo… Está bem?”. Mudou de assunto.

“Sim, está sim, assim como Sakura. Creio que as verá em breve meu caro amigo” - Eriol não deu brecha para que amigo falasse - “Então fico no aguardo de sua chegada para discutirmos a sua urgência, até mais”.

“Como eu detesto as formalidades dele”.

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Colégio Tomoeda – 09:45

“Nada mudou...”. Nakuru caminhava ao lado de Yue pelos corredores do Colégio Tomoeda. Local onde ela estudou e que Yue dava aulas.

“É… Parece que vou ver vocês, pirralhos, insistindo em correr pelo corredor” - Yue se surpreendeu com a risada de Nakuru, a encarou, dando um leve sorriso - “O que foi, bruxa?”

“Lembrei daquela vez que o Yukito-chan esbarrou em você. Daí você começou a brigar com ele, e eu o defendi, te chamando de velho ranzinza. Foi uma confusão”.

“Foi, e eu te chamei de bruxa pela primeira vez, não foi bruxa?”

“Como você gosta de ser irritante”. Nakuru deu língua e saiu andando na frente. Yue com as mãos nos bolsos, nada fez. Apenas a viu indo, e sorriu. De repente, a Nakuru mais jovem, com a farda desalinhada e de enorme sorriso, surgiu. Ficou a observando ir, e lembrou-se do quanto os dois brigavam desde do dia que haviam se conhecido.

Nakuru parou de andar ao notar que Yue não estava mais ao seu lado. Olhou para trás e mordeu o lábio: “Vai ficar parado aí? Vamos!”. Gritou. Yue rapidamente fez sinal de silêncio, afinal estavam visitando a escola no período em que estava tendo aula. O diretor autorizou por cortesia que os dois andassem pelo colégio, desde que não chamassem a atenção ou atrapalhassem as aulas. Nakuru pôs a mão na boca, ao perceber o grito, mas depois sorriu. Sem jeito, mas sorriu.

Yue, balançando a cabeça negativamente, andou em sua direção. Uma das portas, da sala de aula, foi aberta, e a voz atrás de si o fez parar de andar.

“Yue?”.

Yue virou-se e deu um meio sorriso ao ver quem o chamara: “Touya”.

…..

Intervalo do Colégio Tomoeda__

“Saudades?”. Touya cruzou os braços, sentado ao lado do amigo, observará alguns de seus alunos formando a fila para começar as aulas de educação física. Nakuru, afastada deles, estava encostada na grade do campo do colégio, sorria ao ver as crianças.

“Também. Lecionar era uma paixão, assim como a música”.

“É. Lembro quando você comentou que talvez entraria numa banda, mas que nela só havia pirralhos”.

“Achei que cairia fora no segundo dia”. Disse Yue.

“Nunca te falei, mas fizemos uma aposta, entre os professores, de quanto tempo você ficaria na banda”.

“Quem ganhou?”. Yue o olhou, curioso.

“Ninguém, Yue. Eu apostei que você sairia em 5 horas” - Ressabiado Yue, recebia tapinha nas costas de Touya que continuou a falar- “Ainda bem que erramos. E Yukito?”.

“Ele foi com nossos avós a feira de verduras. Desde ontem, tem feito tudo com eles. Não os larga”.

“Desde criança, não é? ”- Touya olhou Nakuru sorridente- “E ela?”

“O que tem?”

“Ora, já rolou?”.

“…”. Yue preferiu ignorar a pergunta.

“Quê?” - Surpreso, gritou- “Ela já é maior de idade, naquela época você dizia que era complicado, e agora?!”.

“Agora estamos na mesma banda, e se o relacionamento acabar, pode prejudicá-la”.

“Caramba Yue, você nunca vai deixar de ser metódico! Sempre querendo dá um passo lá na frente”.

“Quem te ver falando assim, nem parece que você teve um relacionamento mal resolvido com a Mizuki”.

“É diferente!”.

“Diferente como?! Vocês têm quase a mesma idade”. Os dois se entreolharam e riram. Riam tanto que já sentiam leves pontadas na barriga.

O som das risadas chamou a atenção de Nakuru, que parou de ver as crianças praticando educação física. Olhou Yue, e ficou encantada com aquela cena. Ele ficava mais bonito quando mostrava todos os dentes. Ela procurou o celular no bolso do vestido, ligou a câmera e tirou fotos. Era uma linda cena.

“Sério, se eu fosse você, viveria mais sem pensar no que pode ou não pode acontecer”.

“E se eu fosse você, falaria com a Mizuki que você nunca superou o término”. Yue sentiu o cascudo de Touya mas não reclamou, apenas sorriu.

“Do que vocês tanto riem, posso saber?”. Nakuru, pôs as mãos para trás, o olhava curiosa.

“Não”. Sentenciou Yue.

“Nada. Escute, ele é um cabeça dura, se eu fosse você, tomava alguma atitude, não espere por ele”. Nakuru sem entender Touya, piscou os olhos repetidas vezes.

“Vi Sakura”. Ao dizer isso, Yue obteve a atenção de Nakuru. Ela parecia estar acompanhada uma partida de pingue-pongue, pois acompanhava a conversa com a mesma rapidez e interesse.

“Ela me contou, disse que você foi gentil e atencioso. Mas desconfio que ela me escondeu algo. Posso saber o que aconteceu?”. Touya encarou o amigo.

“Não se preocupe, saberei protegê-la”. Yue levantou-se do banco, e pôs as mãos nos bolsos da frente.

Ao ouvir Yue, Nakuru finalmente já tinha descoberto quem era a “Tal Sakura”. Era a irmã de seu melhor amigo, só faltava descobrir o que ela significava mesmo pra ele. Como ela seria? Já imaginava mil coisas, uma mulher mais velha e sexy, uma garota frágil, ou ela seria uma mulher fogosa e assanhada? Não tinha alternativa, tinha que conhecê-la. 

“Lembra de quando ela tinha um amor platônico pelo Yukito?” - Touya também levantou-se- “Enfim, seja lá o que foi que aconteceu, não me deixe de fora”. Deu um tapa nas costas de Yue.

“Li Shaoran”. Yue disse sem se virar.

“Hã?”. Touya e Nakuru o olharam com curiosidade. Nakuru mais ainda, o que Shaoran tinha a ver com aquela conversa?

“Apenas guarde esse nome, meu amigo”. Continuava a fitar o campo, os alunos preparavam-se para iniciar uma partida de beisebol.

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“Atchim!”

“Credo Xiaolang! Você não está prestes a ficar gripado?”.

“Não sei… Espero que não. Pretendo fazer muita coisa por Tomoeda, preciso da minha saúde”. Estava entediado. Não chegavam nunca.

“Para ir atrás da tal camareira?”

“Como você sabe dela?”. Shaoran quase pulou do banco, com aquela pergunta.

“Pergunta errada, a certa deveria ser: Do que você não sabe?”.

“Realmente… Você sempre acaba me surpreendendo”. Inconformado, gesticulou.

“Eu sei. É de família. Você também anda me surpreendendo com essa obsessão por essa menina. Nunca te vi correndo atrás assim de alguém, geralmente é o contrário”. Voltou a mexer no celular.

“Não estou correndo atrás de ninguém...”. Virou o rosto, desconfiado.

“É melhor que não esteja mesmo, até porque a sua vida na China não permite que você se relacione de forma afetiva com uma ‘ninguém’ para nós. Você pode estar longe das tradições. Mas elas não deixaram de existir”.

“Não precisa ficar lembrando”. Lançou olhares reprovadores para a prima.

“Ás vezes é bom refrescar a sua memória, priminho”. Bagunçou o cabelo de Shaoran, que nada fez. Apenas fechou os olhos.

A limusine diminui a velocidade. Meilin arregalou os olhos. Ao lado de fora pode ver a tal da camareira, na calçada, aquela que estava roubando o tempo de seu primo. Ela caminhava ao lado de um homem, entre sorrisos. Os seguiu com os olhos. Que garota irritante!

Shaoran não viu a feição de surpresa da prima, pois manteve a cabeça para cima, de olhos fechados. Mas abriu os olhos, o carro parou. Haviam chegado a casa de Eriol, até que enfim.

“Senhor e Senhorita Li, chegamos”. O motorista abaixou o vidro, e fez cara de espanto. Meilin abraçava o primo, bem apertado.

“Mas o que foi que te deu?”

“Nada primo! Apenas uma saudade repentina!”. Shaoran tentava se soltar, mas a prima tinha uma força sobre-humana.

“Meilin, já chega! Me solta!”. Shaoran olhava sem graça para o motorista, que voltou a levantar os vidros, desconfiado. Meilin nada disse, apenas continuava a abraçar o primo.

Esperta, viu a irritante camareira ficar cada vez mais distante entrando no carro com aquele homem. Enquanto fosse possível evitar que os dois se encontrassem, ela faria.

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“Pai, como você soube que estava apaixonada pela mamãe?”. Sakura colocava o sinto de segurança e olhou para o pai. Ele havia ido até a mansão Daidouji buscá-la para juntos irem almoçar com Touya.

“Como eu soube…? Deixe-me ver....” -Fujitaka pensou por um instante e sorriu - “Foi quando sua mãe disse: Eu me chamo Amamiya Nadeshiko” - Sakura sorriu e em silêncio ficou - “Mas porque a pergunta filha?”

“Só curiosidade...”

“Hum… Quando você se apaixona ou gosta de alguém, não há dúvidas ou questionamentos. Você saberá Sakura. Há alguém em especial?”.

“E-eu, e-eu não estou...”. Corou.

“É difícil aceitar, mas você cresceu. Tornou-se uma linda mulher. Acredito que logo você encontrará alguém que seja merecedor da pessoa maravilhosa que você é. Mas ao mesmo tempo, ele terá a difícil missão de ter aprovação de seu irmão”. Ele virou a chave, ligando o carro.

“Touya é um bobo papai!”. Fez bico.

Ao lado do pai, Sakura tentará não demonstrar toda a confusão que sentia. Saber que o conheceu na infância também, a deixou bastante surpresa. Até agora, não acreditava. Será que ele lembrava dela? Tomoyo a disse que certamente ele lembraria, pois ele sempre perguntava por ela: E a menina feia?

Destino, coincidência ou mundo pequeno? Não sabia. Só sabia que se manteria longe dele. Depois de todo aquele episódio no quarto de Tomoyo, e das coisas que ouviu dele, a distância era a única coisa que queria. Pelo menos, acreditava nisso.

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Continua...

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Suniji: Atchim.


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Notas finais do capítulo

Tudo bem? Esse cap ficou mais curto, mas o próximo (o do jantar de noivado) tá mais grandinho e com mais ação (e música) hehehe.

Beijo no coração de vcs! Obrigada! =***



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