Kissu´s escrita por LiLiSaN


Capítulo 6
Midori no me




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(Imagem: Shaoran e Sakura - Fanart)

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Sakura-chan, já disse, não precisa. Sente-se ao meu lado”. Tomoyo tentava impedi-la de arrumar seus pertences. E apontou seu lado, sentada a cama. 

“Desculpa, é força do hábito...”. Sakura parou o que fazia e sentou ao lado de Tomoyo. 

“Você não respondeu...”. 

Tomoyo-chan, gostaria muito de ir, mas não posso... A minha folga será apenas de dois dias”. Estava triste por não poder ir e está ao lado da amiga, em um momento tão importante. 

“É esse o único motivo que impede você de ir ao meu jantar de noivado?”. Segurou uma de suas mãos. 

“Claro que sim! Você sabe que não perderia por nada! Quero rever seu noivo, cansei de escutar a sua voz”. Na infância Sakura chegou a conhecê-lo, por ele ser vizinho de Tomoyo, às vezes, os três brincavam juntos. Mas na fase adulta, ao mudar-se para Tóquio, Sakura não teve oportunidade de revê-lo. Falavam-se por telefone, nas vezes em que Tomoyo ligava para ela com o futuro noivo ao seu lado. 

“Bem, se os problemas são esses vamos resolvê-los: Você vai comigo para Tomoeda e você vai revê-lo, ele está aqui”. Deixou Sakura surpresa. 

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  “Sakura-chan, você definitivamente nasceu com o bumbum virado para a lua. Sua amiga é noiva de Eriol e ainda conseguiu quatro semanas de folga?” – Naoko comemorava por Sakura –“Quando você for vê-lo hoje, peça um autografo para mim! Não esqueça!”. Naoko tinha os olhos brilhando e um sorriso de orelha a orelha. Motoko e Mamoru, sentados, ao seu lado, sorriam também. 

“É, concordo com a Naoko-chan, você tem sorte garota!”. Motoko deu um soco no ombro de Sakura que sentiu uma dorzinha. Motoko às vezes tinha força sobre-humana. 

“São folgas bem merecidas! Ainda bem que sua amiga Tomoyo, pensou pela gente. Se você está substituído Megumi, realmente tem direito a mais dias de folgas”. Disse Mamoru de braços cruzados. 

“Err...”. Sakura tinha os pensamentos distantes dos amigos. Então o noivo de Tomoyo fazia parte da mesma banda que... Li Shaoran? Tomoyo sempre foi vaga, em relação a isso, ela sempre dizia: “Ele toca em uma banda”. Por um momento se culpou... Devia pelo menos ter perguntado o nome da banda, talvez a surpresa fosse menor. 

Sabia que a amiga iria noivar, mas ficou surpresa por ser daqui uns dias. 

“Já estamos todos com saudades Sakura-chan! Não nos abandone!”. Naoko a abraçou e a despertou dos pensamentos a fazendo sorrir. 

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Hotel 5 Estrelas: Tokyo— Quarto 412 – 11:15  

 “Xiaolang... Xiaolang? Acorda Xiaolang!”. Meilin sacudia o primo que estava coberto pelo edredom. Ela foi até a janela, e abriu as cortinas. A claridade o despertou, esfregando os olhos. 

“Que droga Meilin, o que você quer? Alias como você conseguiu entrar?”. Shaoran tirou o edredom de cima de si, mostrando o peitoral definido e sentou-se na cama. Vestia apenas uma calça de algodão.  

“Isso não interessa. O que quero é falar com você sobre ontem. Não estou nem um pouco convencida. O que aquela moça é sua?!”. Meilin não se importava em vê-lo daquela forma, não reparava nos músculos do primo, olhava em seus olhos.  

“Vai começar outra vez?! Estou morrendo de sono, não pode esperar eu levantar?”. Shaoran jogou-se na cama e se cobriu novamente com o edredom. 

“Não! Fala logo, o que aconteceu entre vocês?”. Meilin de braços cruzados, o olhava, batendo o pé direito impacientemente.  

“Já disse: N-A-D-A!”. A voz saiu abafada por falar debaixo do travesseiro. 

“Você não vai mesmo me dizer, não é?”.  

“Não tenho nada a dizer sobre isso”. 

“Tudo bem. Talvez a gerente deste hotel saiba me responder alguma coisa sobre vocês”. Ela saiu andando lentamente. 

“Meilin, volta!” – Shaoran antes deitado, sentou e apontou a cama - “Senta aqui” – Suspirou, inconformado - “Você não para de ser irritante, hein?” 

“Fale logo sobre ela, a camareira”. Meilin cruzou os braços, encarando o primo. 

“A conheci no hotel, ela entrou neste quarto e não sabia que eu já havia chegado... Bem... Er...” – Meilin o encarava, ansiosa pela estoria, gesticulava para que ele terminasse de contar – “Resumindo: Dei encima dela, e ela me deu um tapa”. Meilin fez uma cara de surpresa, mas depois gargalhou. A gargalhada era tão alta, que poderia ser escutada do corredor – “Isso não tem graça...”. 

“Des... Desc... Desculpa Xiaolang, mas tem muita graça sim! O herdeiro da Dinastia Li, levando um tapa de uma qualquer? Isso é muito engraçado, até sua mãe acharia graça”. 

“O nome dela é Sakura”. Não gostou de a prima tê-la chamada de “uma qualquer”. 

“Hum... Sabe o nome dela? O tapa foi tão doloroso assim?” – Shaoran nada disse, apenas bocejou- “E você pediu a demissão dela?” 

“Claro que não Meilin”. Levantou da cama e espreguiçou-se, a prima tinha conseguido acabar com seu sono. 

“Como assim?! Você é o herdei...”. Não conseguia esconder raiva em saber que uma qualquer bateu em seu primo. 

“Para de falar isso, eu sou Li Shaoran, vocalista de uma banda, que não liga a mínima para herança alguma” – Falou rispidamente e foi para o banheiro- “E ela não teve culpa, eu fui atrevido”. 

“A tia cortaria sua língua se ouvisse desdenhar o clã dessa forma” –Meilin levantou da cama e andou até a porta do banheiro- “Tudo bem, agora já me convenceu sobre essa historia, estou vendo que foi um acidente de percurso na sua vida amorosa... Outra coisa, quando vai voltar para casa?”. 

“É por isso que você veio? Diz para ela, que se ela quer saber disso que me ligue. Não precisa mandar você vim”. Ele abriu a porta e disse, enquanto escovava os dentes. 

“Idiota! Vim porque sinto a sua falta!”. Praguejou.  

“Não quis desmerece-la. Também sinto sua falta. Quando você não está sendo irritante, você é uma boa amiga”. Enxugava o rosto, e andou até ela. 

Ao ouvi-lo, Meilin suspirou. “Boa amiga” não era uma frase que gostava de ouvir vindo dele - “Então você vai passar a folga onde?” – Shaoran a olhou não entendendo a pergunta. Não sabia de nenhuma folga- “Ah claro, ainda não te contaram, fiquei sabendo que o resto da turnê foi cancelada”. 

 

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Hotel 5 Estrelas: Tokyo— Restaurante 12:40  

 

“É... uma folga a mais. Estava precisando mesmo. Surgiram ideias novas que vão me ajudar a compor”. Yukito sentado na mesa do restaurante tomava suco de abacaxi com hortelã. 

“Se você quiser, eu te ajudo”. Nakuru, ao seu lado, sorriu. 

“Ainda bem que ninguém se machucou”. Eriol limpava os lábios com o lenço da mesa. 

O caminhão transportando a maioria dos equipamentos da banda sofreu um acidente na estrada. Pegou fogo, mas os dois motoristas escaparam ilesos. 

“Sim. Eles estão bem, apenas se recuperando do susto”. Mizuki pôs o jornal encima da mesa e tomou outro gole de chá. 

“Mas dois meses não é muito, Mama?”. Nakuru comia um pedaço de torta de morango, como sobremesa, haviam acabado de almoçar. 

“Vamos ter que fazer um levantamento. O seguro deverá cobrir tudo, mas para isso, o processo é feito minuciosamente. É bem oneroso”. 

“Então estamos de folga?”. Yue perguntou, obtendo atenção de todos. 

“Sim, Yue. Alguns compromissos, como entrevista para NHK e fotos para algumas revistas permanecem. Daqui a dois dias, vocês estarão sem compromisso e poderão ir para onde quiserem”. Mizuki respondeu, ao pegar da bolsa, a agenda de compromissos da banda. 

“Que bom! Estou com saudades de casa!”. Yukito sorriu, e comeu um pedaço da torta de Nakuru, sem quem ela tenha visto. 

“Ei, não se esqueçam daquele importante compromisso que todos nós temos, hein?” – Todos fitaram curiosos o suspense de Nakuru. Ela apontou para Eriol, e todos sorriram- “O Eriol vai casaar, o Eriol vai casaar nanãnã, nananã ♫”. Cantarolava.  

“Sim, todos nós estaremos em Tomoeda”. Mizuki olhou sorrindo para Eriol. 

“Apesar de amar morar em Osaka, sinto muitas saudades de lá”. Nakuru disse com um suspiro, remetendo a saudade que tinha de lá. 

“Você quer ir ao nosso antigo colégio, quando estivermos lá?”. Perguntou Yukito. 

“Claro Yukito-chan, eu adoraria”. Nakuru ficou radiante, olhando Yukito. Yue a encarou. 

“Também vou...”. Yue, novamente, obteve a atenção de todos. 

“É verdade. Yue você chegou a dar aulas lá, não foi?”. Eriol lembrou-se desse fato. 

“Sim, antes de me juntar a banda”.  

“Sinto falta daquele tempo... Lembra uma vez, que fugimos da aula para compor Yukito-chan?”. Nakuru sorria e fazia caras e bocas. 

“Lembro sim! Ficamos nos escondendo do diretor do colégio, parecíamos ninjas. Lembra-se do balde de água que você derrubou e molhou todo o corredor?”. Todos riram, e Nakuru mais ainda. Dava gargalhadas ao lembrar-se do ocorrido. 

Yue observava os dois conversando, entre risos. Era costumeira aquela cena. Sempre se davam tão bem. Sentia leve inveja da espontaneidade do irmão, e de como era fácil fazer Nakuru sorrir. 

“Boa tarde”. Entre bocejos Shaoran se juntava aos amigos, com Meilin pendurada em seu braço. 

“Shaoran-chan! Boa tarde! Meilin expulsou você da cama?”. Nakuru dava línguas para Meilin, que devolveu. 

“É quase isso... Vejo que já almoçaram. Vi o recado de vocês para almoçar, mas estava muito cansado, depois comerei algo, não estou com fome...” - Sentou-se a mesa- “E como estão os motoristas? Meilin já me contou”. 

“Todos bem Shaoran. Teremos dois meses de recesso. Inclusive, estávamos falando sobre o noivado de Eriol, que vai ser em Tomoeda”. Mizuki sorria. 

“Caramba, é verdade” – Shaoran encarou o amigo, e falou em tom sério e de pesar -“Eriol, pensa direito cara, tem certeza mesmo? Você é novo, tem muitas mulheres por aí!”. 

“Xiaolang!”. Meilin o repreendeu, mas surgiram gotas ao ver Eriol com a mão no queixo, fazia menção de que estava mesmo pensando na pergunta do amigo.  

Todos riram, e Shaoran apertando seu ombro, disse: “Casem logo e faça ela feliz hein? Ela merece”. 

“Pessoal, interrompendo este momento: Ás cinco da tarde teremos compromisso, por isso peço que nesse horário estejam todos prontos. Tiraram algumas fotos e darão uma entrevista. Já soltei a nota para impressa sobre o cancelamento dos shows, todos serão remarcados”. Mizuki conferia o tablet, onde estava a agenda da banda. 

“Tudo bem! Vou passear pelo hotel, quem quer vim?!”. Nakuru perguntou levantando a mão. Yukito a seguiu junto de Yue e Eriol.  

“Quantos dias ficaremos aqui?”. Shaoran encarou Mizuki, estava sério. Precisava saber quantos dias mais tinha naquele hotel. Precisava vê-la antes de ir. 

“Amanhã às oito da noite, sairemos. Vamos a TV local para uma entrevista, depois para rádio. Vamos dá um pulo em Kyoto para outra entrevista na emissora local, e depois voamos para nossas, respectivas, casas”. Mizuki continuava sentada a mesa. 

“Tudo bem. Acho que dá tempo. Obrigado”. Shaoran se levantou, e foi até o balcão do restaurante. 

“Meilin!” – Meilin que ia atrás de Shaoran, voltou à mesa ao ser chamada por Mizuki -“Posso falar com você, um instante?”- Sorriu, e se sentou a cadeira ao seu lado - “Dá próxima vez que vier, me avise. Não gosto da ideia de você está sozinha por aí. Sua tia não me disse nada sobre sua vinda”. 

“Tudo bem, não sai quase do hotel. Na verdade...” – Hesitou por alguns instantes, apertou uma das mãos e disse - “Ela não sabe que estou aqui. Vim escondida”. 

“Eu suspeitei. Yelan não deixaria você vim para cá só. E como ela está?”. 

“A tia está bem. Sente saudades dele” – Ela seguiu Shaoran, com o olhar, que saia do restaurante comendo frutas -“Logo, logo ele terá que voltar. Os conselheiros não suportam a ideia de um herdeiro da Dinastia está tão distante dos costumes. A tia tem discutido muito com eles. Se Shaoran visse como eles tratam a tia, iria voltar para casa correndo. Ela me proíbe de dizer, tem se sacrificado muito”. 

“Sua tia é forte e teimosa. Não é a toa que permitiu que Shaoran seguisse seu sonho”. Mizuki também o olhava, vendo sua figura cada vez mais distante. 

“É, o problema são todos os outros, não a tia”.  

“E o casamento?”. Mizuki a encarou. 

“Hum... Você sabe. Meus pais colocaram essa essa ideia maluca na cabeça, mas todos nos sabemos que Shaoran não vai casar comigo. Ele me vê como uma irmã mais nova”. Fitou o chão. Era uma ideia maluca que queria muito que se realizasse. 

“Casar por casar não é válido. Alguns cometem essa loucura. Mas vocês dois, merecem ser felizes por completo, tem que haver amor reciproco”. 

“Sim... Só falta o meu coração teimoso me escutar”. A olhou tristemente. 

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Hotel 5 Estrelas: Tokyo— Quarto 251 - 13:09  

 

“Demorei?”. Eriol entrava no quarto. 

“Um pouquinho...”. Tomoyo fechou a porta e sorria para o noivo. Usava um vestido azul claro, longo, e seus cabelos estavam presos em uma trança lateral. 

“Está linda” - Ele deu um beijo em seus lábios e depois na testa - “Confesso, que não entendi muito bem o recado, mas vim assim que me deram”. 

“A minha grande amiga de infância, aquela, que ás vezes você morre de ciúmes de tanto que eu falo dela, e que já falou com ela outras vezes, pelo telefone...”. Tomoyo apontou o sofá, e ele se sentou. 

“Claro. Kinomoto Sakura”. Eriol a interrompeu, a olhava com curiosidade. 

“Ela trabalha aqui” – Não pôde continuar, outra vez foi interrompida, mas desta vez pelo bater na porta - “E acabou de chegar” – Foi até a porta, e sorriu ao constatar que era sim a amiga - “Entre Sakura-chan”. 

Sakura entrou, e Eriol levantou do sofá a fitando.  

“Eriol, essa é aquela pequena guardiã que toda vez me salvava, Kinomoto Sakura. Sakura-chan, esse é Eriol, aquele garotinho que cumprimentava beijando as nossas mãos, lembra?”. Ele pediu sua mão e a beijou. Sakura sorriu, e o olhou com entusiasmo. Finalmente o reencontrava depois de muito tempo. Na infância, os três costumavam brincar sempre, mas a brincadeira preferida era a de Eriol ser o mago cruel, Tomoyo sempre sua refém e Sakura a guardiã das cartas de Tarô mágicas.  

“Permite-me abraça-la?”- Sakura corada assentiu com a cabeça, e Eriol a abraçou fraternamente – “Até que enfim, não? Quanto tempo não a vejo. Tornou-se uma linda guardiã". Encararam-se com carinho. 

“Sakura-chan não sabia que você tocava na banda. Tomou um grande susto”. 

“Por acaso, você é fã da banda?”.  

“Na verdade... Er... Não... Mas uma amiga minha, que trabalha aqui é...”. Sem jeito estendia um papel e uma caneta. Eriol sorrindo entendeu, de que ela pedia um autografo para a amiga. 

Enquanto assinava, perguntou: “Vai conosco para Tomoeda? Se quiser você pode usar um dos jatinhos do...”. 

“Eriol, não adianta” –Tomoyo o interrompeu- “Ela não aceitou nem que eu pague a passagem e nem ir de jatinho comigo. E também nunca aceitou trabalhar em um dos vários empregos que ofereci a ela, não é dona Sakura, você é muito teimosa!”. 

“Não precisa de nada disso. Tenho um dinheiro sobrando, e você sabe Tomoyo-chan...”. Agradeceu e guardou o autografo para Naoko no bolso do uniforme. 

“Sim, sei sim. ‘Seria muito fácil e confortável a vida, com você sempre ajudando’, lembro-me das suas palavras”.  

“Bem, não é à toa o amor de Tomoyo por você. É uma pessoa admirável”. Deixou de fitar a namorada, e encarou Sakura. Estava encantado pelas palavras dela ditas a Tomoyo. 

Sakura corou, e se retraiu, apesar do corpo e do rosto de mulher, guardava a timidez de uma menina. Notou o carinho com que os dois se tratavam, e sorriu. Estava feliz por Tomoyo. Realmente Eriol, era tudo aquilo que ela descrevia. Ele não havia mudado muito. Continuava com o semblante sereno, educado e gentil. Tinha se tornado um belo homem. A sua presença, transmitia uma paz sublime.  

Sorria enquanto escutava a conversa dos dois. Relembravam a infância e as brincadeiras. E em como não imaginavam que um dia, estariam os três juntos, falando sobre um jantar de noivado.  

Sakura procurava um bom momento, uma brecha... Precisava perguntar dele... Mas como perguntar Tomoyo-chan, Shaoran Li, estará no noivado?” sem gerar curiosidade, perguntas? 

“Err... Tomoyo-chan...”. Corada, tomou coragem, tinha que saber. 

“Sim?” – O bater da porta, a interrompeu- “Estranho, não esperava ninguém”. Tomoyo abriu a porta e foi abraçada rapidamente. 

“Tomoyo-chan, linda e estonteante como sempre”. Tomoyo sorria sem graça, enquanto era segurada pelos braços do homem galanteador. Quem olhasse a cena, parecia que haviam acabado um passo de tango. A cena proposital era sempre a mesma, e sempre com o mesmo objetivo: irritar Eriol. Ele sempre era atingido em cheio. 

Sakura olhava a cena, petrificada. Mais uma vez, em menos de 24 horas, o estava vendo. Já não bastava saber que o noivo da sua melhor amiga fazia parte da banda, que provavelmente iria vê-lo no jantar de noivado, agora iria sempre vê-lo pelo hotel de 42 andares? Não sabia se saia dali. Fitou a porta aberta, mas conteve-se. Não gostaria que Tomoyo soubesse de nada, era algo constrangedor para ela. 

“Shaoran...”- Eriol pronunciou irritado. Shaoran sorria para Tomoyo, e não dava importância para Eriol, conversando com ela na mesma posição – “Já me irritou” – Ao ouvi-lo Shaoran a soltou. E se deu conta de que não estavam somente os três, arregalou os olhos ao notar a figura feminina ao lado de Eriol. Tomoyo andou até Eriol, sorrindo sem graça. 

Sakura evitou o olhar dele, nervosa, apertando o lábio inferior. Ele tentava falar algo, mas não saia nada. Pensava se ela foi se queixar sobre ele ou se tudo não passava de uma coincidência.  

Ela notou que ele ia dizer algo e se pôs a falar: “Me chamo Kinomoto Sakura, prazer em conhecê-lo”. Ele ficou sem entender. 

“Ela é minha amiga Shaoran, nos conhecemos desde infância”. Tomoyo pôs o braço envolta de Sakura. Eriol olhou com curiosidade para expressão de espanto dele, e para o nervosismo da moça ao seu lado.  

“Ah... Prazer, Li Shaoran” - Não entendeu o porquê de sua atitude, mas decidiu fazer o mesmo – “Atrapalhei alguma coisa?”.  

“Não, não. Na verdade estávamos falando do jantar de noivado em Tomoeda, você vai, não é?”. Tomoyo perguntou. Sakura levantou a cabeça, rapidamente, ansiosa pela resposta. Esperava ouvir um “Não” ou que ”não poderia ir”. Shaoran percebeu a sua feição que torcia por uma negativa. Sorriu de lado e andou em direção a Eriol. 

“Mas é claro que vou, não perderia o noivado do meu melhor amigo, por nada”. Abraçou Eriol, bagunçando seus cabelos. O celular de Eriol tocou, e ele pediu licença. 

“Nossa, como sou esquecida, só um momento!”. Sakura fez menção de segui-la, mas Tomoyo pediu que a esperasse.  

Shaoran a fitou dos pés a cabeça. Era uma mistura de desejo com curiosidade. Não era alta, mas também não era baixinha... Tinha o quê? 1,70m de altura? Não sabia. Sabia que a cintura fina e os quadris eram imãs irresistíveis. Passeava por todo o seu corpo. Mas parou seus olhos na boca dela. Queria beija-la outra vez.  

O silencio instalou-se. Sakura estava cada vez mais vermelha e aflita. Os olhares dele a sufocavam. 

“Então não nos conhecemos?”. Shaoran cortou o silêncio, indo se servir de uma bebida no pequeno bar. 

“Não...”. Fitou o chão. 

“Hum... Você tem irmã gêmea? Beijei uma garota muito parecida com você ontem à noite. Ela tinha lindos olhos verdes, como os seus”. 

“Fala baixo!” – Sakura sussurrou, olhou para os lados, e disse, irritada - “Não quero que ninguém saiba!”. 

“Qual é o problema? Você não é casada, não noto nenhuma aliança em seu dedo... A não ser que...”-Temeu ao perguntar- “Você tem namorado?”. 

“Não, não tenho, mas isso não é da sua conta!”. Ela franziu as sobrancelhas, ele tinha o dom de irrita-la. 

“Você fica linda brava, sabia?”. Aliviado pela negativa dela, sorria. Ele se aproximou, e a encarou de perto. Olhou seus lábios mais uma vez. Aqueles olhos verdes o encarando com raiva, o deixava ainda mais atraído por ela. 

“Pare com isso! Já disse que não quero que ninguém saiba, quero esquecer o que aconteceu e que conheci o senhor”. O empurrou, e ele sorriu. Esse jogo de gato e rato o estava deixando louco. 

Ele voltou para perto dela, e voltou a encarar. Tomou um gole da bebida e a olhou nos olhos: “Quer esquecer mesmo? Sabe o que eu acho? Acho que você quer esquecer que gostou do beijo, que se sente atraída por mim e que deseja que eu beije não só a sua boca novamente, mas também todo o seu corpo...”. Ele levou a mão esquerda ao seu rosto, tentando acaricia-la. Sakura desviou. 

“Me respeite! Você não sabe nada sobre mim. Sou apenas um divertimento para o senhor. Na minha testa não está escrito: ‘Pedaço de carne’. O que quero é esquecer que uma pessoa como você, me beijou!”. Aquelas palavras feriram Shaoran de uma maneira, que se ele pudesse tinha caído na poltrona atrás de si. Nunca levou um tiro na vida, mas seria essa a sensação? As duras palavras atingiram em cheio o seu orgulho. E por quê? Por que as palavras daquela mulher que mal conhecia o chateou tanto? 

“Desculpem a demora!”- Tomoyo voltou. Sakura vendo a amiga, se afastou de Shaoran, que saiu de perto delas. Tomoyo voltou trazendo consigo um pacote e a entregou – “Fiz para você, abra”. Sakura pegou desconsertada, não estava esperando por nenhum presente, o abriu. 

“Mas Tomoyo-chan, não precisava...”. Ela admirava o vestido vermelho de alça, não o tirou todo da caixa, parecia ser longo. 

“Você não permite que eu faça algumas coisas por você, mas um vestido sempre irei fazer”.  

Eriol voltou à sala do quarto do hotel, e notou Shaoran olhando Tóquio pela imensa janela, indo até ele. 

“Algum problema?”. Eriol perguntou. 

“Não”. Shaoran respondeu rispidamente. Eriol ficou preocupado ao notar a feição de Shaoran. Fazia muito tempo que não a via.  

“Tomoyo-chan é muito lindo, mas é muito elegante, não combina comigo...”. Sorria com gotas, ao notar a textura do tecido e o caimento. 

“Para de ser boba... O fiz para você usa-lo no jantar de noivado”. Aquelas palavras chamaram a atenção de Shaoran, que fingiu escutar somente a ultima parte. Com um gole só, engoliu toda a vodka. 

“Ah e ela vai? Caramba Eriol, vai ser tão requintado o jantar que teremos até camareiras?”. Perguntou em tom debochado, surpreendo Eriol e Tomoyo e deixando Sakura irritada. 

“Ela vai como minha amiga Shaoran”. Tomoyo fingiu não notar o tom de deboche, e achou que fosse mais uma brincadeira boba dele. 

“Ah sim! E lá vai alguma amiga sua interessante, atraente? Sim, porque essa daí, não me agradou em nada”. 

“Shaoran!”. Eriol não entendia a atitude do amigo, nunca o tinha visto destratar alguém daquela forma. Shaoran sempre foi educado e humilde. Quantas vezes já tinha o visto brigando ao defender alguém? Mas sabia que o amigo com raiva mudava totalmente. Mas ele não estava com raiva, disso Eriol tinha certeza. 

“O que foi Eriol? Ah me desculpe, se te ofendi. Costumo ser sincero”- Shaoran aproximou-se delas. Tomoyo não entendia nada, piscava os olhos diversas vezes, perdeu a fala. Ele fitou o vestido – “Realmente é um vestido bem elegante, que não combina mesmo com seu biótipo. A cor dele não vai cair bem em você. Ao invés de ir com ele, vá com esse uniforme que usa, lhe cai perfeitamente, assim como a cor dele. Alias, não vai ser essa a cor dos uniformes dos empregados no jantar, Tomoyo?”. Perguntou, ao terminar de encher o copo mais uma vez. 

Ao ouvir aquilo, Sakura segurou as lagrimas e saiu bruscamente do quarto, levando a caixa com ela. Tomoyo indignada tentou impedir a amiga de ir, mas foi em vão. Shaoran abaixou o olhar, demonstrando arrependimento pela atitude. 

“Vai agora atrás dela, e peça desculpas Shaoran!”. Gritou Tomoyo, que dificilmente irritava-se.  

Shaoran relutou e olhou para o copo cheio de vodka. 

....

Sakura corria pelo corredor. Sentia-se humilhada e envergonhada. Aquilo nunca tinha acontecido com ela. Não bastasse ele roubar um beijo seu, tinha que humilha-la? Por que não o respondeu? Por que estava querendo chorar? Era raiva, chateação ou foi pelo... ‘essa aí, não me agradou em nada’?  

Não notou o homem que caminhava em sua direção, ele tentou evitar a queda, mas foi em vão, acabaram trombando. 

Sakura caiu encima dele, e ele a encarava. Ela levantou lentamente e abriu os olhos. Algumas lágrimas caíam sobre seu rosto. Ele arregalou os olhos purpuras ao presenciar aquela cena. 

“Você está bem!?”. Ela apenas enxugou as lagrimas, saindo de cima dele. 

“Desculpa senhor, eu estava distraída e...”. Ele sentou-se no chão, e fitou a moça. 

“Tudo bem...”- Assustou-se. A moça chorava compulsivamente entre as mãos. Ele preocupado, não sabia o que fazer – “Moça, tem certeza?!”. 

“Sim, sim... Desculpa!”. Ela levantou e andou apressadamente para o elevador. Ele tentava chama-la, mas sem sucesso. Sakura entrou no elevador e Aoshi se entristeceu ao vê-la naquele estado. 

Ele apenas acompanhou com o olhar a porta do elevador fechando e levando a moça de olhos verdes. Olhou para o chão e notou um vestido, certamente havia caído do pacote que ela trazia consigo. O pegou, e sutilmente o dobrou.  

“Yue? Você viu para onde foi uma camareira de olhos verdes?”. Shaoran, afoito, perguntou. Como um estralo, Yue percebeu o que, certamente, teria acontecido. Friamente deu as costas, negando que a tivesse visto. Foi embora, levando o vestido em sua mão.  

Tomoyo e Eriol chegaram em seguida. Tomoyo olhou para o corredor vazio, e o encarou. 

“Não sei o que deu em você hoje Shaoran. Mas, saiba que Sakura-chan estará lá, como minha convidada de honra, e sinceramente não faço questão da sua presença”. 

....

Horas depois... 

 “Você não vai mesmo embora?!”. Shaoran fez a pergunta encarando Eriol, que estava em pé, encostado na porta do quarto da suíte. Shaoran estava sentado na cadeira, da pequena mesa do seu quarto. 

“Não até você me dizer o que foi aquilo”. O encarava, tinha toda a paciência do mundo. 

“Não quero falar sobre isso...”. Fitava os infinitos prédios da cidade de Tóquio, pela janela. 

“A questão aqui é que você magoou aquela moça, por quem tenho carinho. Além disso, é a melhor amiga da minha noiva que também está magoada. Você não quer, mas eu insisto em querer falar sobre isso”. Permaneceram mais uns minutos em silêncio. Eriol continuou na mesma posição, não disse mais nada. Era a vez do amigo dizer. 

Shaoran deu um longo suspiro, pesado: “É ela...” 

“Ela quem?”.  

“A camareira”. Shaoran disse d euma vez. Eriol descruzou os braços, pelo susto. 

“Kinomoto Sakura?!” – Eriol andou até ele, ficando em pé na sua frente –“E o que foi aquilo Shaoran? Por que você a menosprezou? Você nunca tratou ninguém assim”. 

“Não sei... Não sei explicar, perdi o controle Eriol!” – Ele levantou da cadeira, e andou de um lado para o outro, irritado, socando o ar. E depois de uns minutos, pôs a mão na cabeça e voltou a sentar- “Ela disse que queria esquecer que uma pessoa como eu, tinha a beijado. Sou tão desprezível assim?!”. 

“Você beijou a Sakura-chan?!”. Tomoyo saiu do nada, assustando Shaoran que pulou da cadeira. 

“Como você entrou aqui?”. Shaoran encarou, desconfiado, Eriol, que sorria sem graça, e soletrou “Ela me obrigou”. Ele a tinha escondido quando entrou no quarto do amigo. 

“Você a beijou?!”. Ao lembrar-se do que Shaoran tinha dito, Eriol o indagou também. Shaoran soltou um grito baixo de chateação e deu um longo suspiro.  

Resolveu contar tudo, desde o inicio. Os dois acompanhavam atentamente. 

Meilin escutava toda a conversa, encostada na porta, ao lado de fora. Não escondia o semblante de tristeza. Será que finalmente, alguém encantou o coração do primo?

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Hotel 5 Estrelas: TokyoVestiário Feminino – 19:55 

 “Sakura-chan... Desfaz essa cara vai. Parte meu coração ter que ir embora e te deixar assim”. Pedia Naoko pondo a jaqueta de lã. 

“Já disse que estou bem”. Estava desfazendo o coque. Era hora de ir para casa. 

“Eu sei. Mas não precisa ficar assim, logo, logo, você vai rever sua família” - Sakura havia dito que estava com saudades de casa, omitindo a chateação – “Eu vou indo. Vejo você amanhã. E você já sabe, qualquer coisa é só me ligar!”. Sakura sorriu e acompanhou com o olhar a ida de Naoko. 

Levantou-se e terminou de guardar suas coisas no armário. Estava cansada e chateada. Tinha falado com Tomoyo antes. A acalmou dizendo que tinha saindo daquela forma, para não respondê-lo, pois podia ter perdido o emprego.  

Mentira. A verdade é que não queria chorar na frente deles. 

Lembrou-se do vestido, aquele que não combinava com seu “biótipo”. Pegou o pacote, e ao abri-lo, desesperou-se ao ver que ele não estava.  

Procurou por todo o vestiário, mas sem sucesso. Lembrou-se da trombada, mais cedo, em um homem. Relutou em chorar na frente de conhecidos e foi chorar justamente na frente de um desconhecido... Que loucura.  

Colocou o casaco, e pensou em ir procurar pelo vestido, mas certamente uma das funcionárias da limpeza iria encontra-lo.  

Bateu o ponto, e saiu pela porta dos fundos do luxuoso hotel. Era Outono, mas as noites estavam frias em Tóquio. Encolheu-se e, passando pela frente do hotel, deu tchau para o funcionário da entrada, que retribuiu.  

Em questão de minutos, o mesmo apontou para ela, para um rapaz ao seu lado. 

Ele correu, para alcança-la. 

“Ei! Sakura!”- Sakura olhou para detrás e por um momento, não sabia quem era– “Acho que isso é seu”. Ele se aproximou e esticou a mão. Era ele, o homem que ela tinha derrubado. Ela abriu um enorme sorriso, e andou até ele. 

“Muito obrigada”. Abraçou o vestido carinhosamente. 

“Você está bem?” 

“Sim, sim... Outra vez, quero pedir desculpa por tê-lo derrubado. E também por aquilo, é que eu estava nervosa...”. 

“Foi por causa de Shaoran?” – Surpresa pela pergunta, de um passo para trás- “Me chamo, Tsukishiro Yue. O funcionário só me disse seu primeiro nome”. 

“Err... Chamo-me Kinomoto Sakura”.  

“Kinomoto?” – Ela confirmou com a cabeça – “Você por acaso, teria algum irmão chamado Kinomoto Touya?”- Sakura curiosa com a pergunta, confirmou – “Sabia que seus olhos verdes eram conhecidos”. Yue, aquele que dificilmente sorria, deu um doce sorriso. Sakura mal o conhecia, mas sua presença transmitia proteção e confiança. Ela retribui o sorriso. 

 

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Hotel 5 Estrelas: Tokyo— Quarto 412  

 Shaoran, deitado, fitava a noite pela janela do quarto. Não tirava a conversa que tivera com Eriol e Tomoyo da cabeça.

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“Bem, meu amigo... É uma historia bem louca. Mas muito interessante. Digo até que a mais interessante que você já me contou até hoje”. Eriol levanta-se do sofá.  

“É, pode ser...” –Apertou a mão de Tomoyo— “Desculpa de novo Tomoyo, não quis magoar você e nem ela”. 

“Tudo bem Shaoran, ouvindo toda essa historia entendi. E sei que um homem com orgulho ferido é capaz de dizer bobagens” – Shaoran ressabiado, nada disse— “Sabia que ela estava me escondendo alguma coisa”. Tomoyo com as mãos entre o peito sorria para as paredes. 

Tomoyo, por que você não para de sorrir?”. Perguntou Eriol, dando uma xicara de chá nas mãos dela e de Shaoran. 

Sakura-chan sempre me conta tudo sobre a sua vida. Sempre dividimos tudo, apesar de não morarmos mais na mesma cidade ou nos vemos com frequência, nossa amizade permanece intacta. Ela sempre foi uma garota esforçada e tímida. E acabo de perceber uma coisa...”.  

“O quê?”. Eriol tomava o chá, assim como Shaoran, que a fitou com curiosidade. 

“Foi o primeiro beijo dela”. Os dois cuspiram, em sincronia, o chá que tomavam. Tomoyo ria baixinho entre a mão direita.

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O que faria agora? A procuraria? Pediria desculpas pela grosseria, pela forma atrevida que a tratou, pelo beijo? Perguntaria se ele lhe deu o seu primeiro beijo? Nunca tinha passado por essa situação. Estava acostumado com mulheres mais experientes ou que as que fingiam não ter experiência. Relacionava-se amorosamente, ou sexualmente, e depois acabava. Simples. Não havia ‘mas, porém, contudo, todavia’ em seus relacionamentos anteriores. 

Não podia negar, ela tinha o fisgado. Não sabia o que sentia. Talvez, fosse atração, ela era uma novidade em sua vida. Não havia conhecido garotas como ela. Lembrar-se de seus olhos verdes o encarando com raiva, o fazia sorrir. O seu rosto meigo e corado, disfarçavam bem, esse seu lado. 

Meilin percebeu os olhares pensativos e o sorriso do primo, e deitou na cama, junto dele, certamente pensava na ‘Tal de Sakura’. Definitivamente, ela tinha feito o coração do primo bater de outra forma. Apenas o ‘idiota’ não havia percebido. Faria alguma coisa? Impediria? Sim, claro. Não iria entrega-lo de bandeja para ‘qualquer uma’. Ela teria que ser merecedora do primo. Ele não a amar como mulher, mas isso não a impedia de querer sua felicidade, com ou sem ela.  

Ele pôs o braço em volta dela, e ela sorriu. Contentava-se com o carinho inocente que o primo lhe dava, mesmo a considerando como irmã.  

Shaoran, ainda fitando a noite, conseguiu chegar apenas a uma conclusão: De que pediria desculpas. 

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Continua... 

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Midori no me: Olhos verdes

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Notas finais do capítulo

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