Kissu´s escrita por LiLiSaN


Capítulo 5
"Subete wa God knows..."




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(Imagem: Tomoyo - Fanart)

...

“Boa noite, senhoras e senhores! É um enorme prazer tê-los aqui, agradecemos a sua preferência... Alguns dos presentes sabem que em todos os anos, realizamos este coquetel para comemorar a época, em que recebemos a presença de pessoas ilustres, as reunindo neste maravilhoso salão. Este ano será um pouco diferente! Deixaremos de escutar, por breves minutos, nossa querida banda “Stars”, para apreciarmos a banda de grande sucesso mundial: Kissu'S  que está hospedada conosco...

“Vão nos chamar e nada de Shaoran-chan!”. Nakuru olhava para os lados, ao mesmo tempo em que batia as baquetas na parede, nervosa. Eriol, ao seu lado, apenas observava o amigo de longe, ele não havia dito o que foi fazer, mas já suspeitou.

Com aquilo que via, Eriol sorriu. Parece mesmo que a garota encantou o amigo mulherengo.

...

“Então, você a conhece?”. Depois da breve descrição, cruzou os braços, esperando pacientemente a resposta.

“Ela seria uma garota baixinha, mais ou menos aqui?” - O garçom indicou até o seu ombro, e Shaoran concordou com a cabeça- “Têm lindos olhos verdes? É branquinha? Têm cabelos até o pescoço? São castanhos claros? É tão linda que parece uma boneca?!”. Em todas as perguntas, Shaoran balançava a cabeça, confirmando. Mas já estava impaciente.

“É essa mesmo! Como ela se chama?!”. Levou a mão até o bolso da calça, tirando a carteira.

“Kinomoto Sakura, senhor. Inclusive ela está por aqui...”. Olhava envolta, atrás dela.

“Isso! Seu nome é esse mesmo!”- Olhou para o palco, notou que o show estava prestes a começar, pois, estavam sendo anunciados- “Tenho que ir, mas, por favor, descubra onde ela estará quando acabar o show. Tome...”. Shaoran colocou notas gordas no bolso do terno do garçom, que mostrou todos os dentes- “Como se chama?”.

“Sim senhor! Chamo-me Asano Tatsuki”.

“Certo, vou indo, não se esqueça de me avisar Tatsuki!”. Acenou sem olhar para trás, desaparecendo entre os convidados.

 

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Hotel 5 Estrelas:TokYo - Cozinha – 19:55

“Sakura-chan? O que foi? Está me deixando tonta em vê-la andar de um lado para o outro sem parar!”.  A moça de cabelos negros, unidos em um coque, organizava a louça, separando os talheres, pratos e as taças.

“Não é nada Motoko-chan, ainda tem muito trabalho?”.

Fazia dois anos que Aoyama Motoko trabalhava no hotel. Era apelidada de “machona”, graças aos valores rígidos e a dureza de sua personalidade, além de ser uma feminista de primeira. Motoko vem de uma família tradicional na arte do Kendô e sempre participa de campeonatos regionais.

Mamoru e Naoko, eram as únicas pessoas que não se importavam com o seu jeito, sabiam que no fundo, ela escondia a sua fraqueza atrás de uma fachada de durona.

Sakura havia a cativado, apesar de Motoko a achar atrapalhada e extremamente inocente.

“Têm sim, agora temos que aproveitar o show, e ir recolher os pratos, talheres, taças das mesas, para que as pessoas fiquem a vontade, ou então servi-las”. Continuou o que antes fazia.

“Droga...”. Sussurrou baixinho.

“O que foi?”. Olhou para trás.

“Não, nada...”. Fixou o olhar no chão.

Tudo que queria era ir embora. Não pretendia deparar-se com ele, outra vez.

Com a porta entreaberta, uma voz diferente do gerente do hotel, que até pouco tempo atrás falava, atraiu sua atenção, se concentrando naquele timbre.

“Faremos um show diferente, cantaremos três músicas inéditas. Como não houve tempo de ensaio, não vaiem se estiver ruim. Todos prontos?”- Yue foi até ele, e disse algo em seu ouvido— “Bem, peço um minuto de paciência...”. Shaoran sorriu sem graça. Yue o avisou do sumiço de Yukito.  

Reconhecendo a voz, Sakura estremeceu. Era ele, o hospede atrevido.

“Vamos?”. Motoko a despertou.

“Aonde?”.

“Sakura-chan, fazer o que acabei de falar!”. Sakura não havia escutado nenhuma palavra. Motoko a puxou pela mão.

Quando a porta foi aberta por Motoko, as duas pararam. Olhavam assustadas, a aglomeração envolta do palco era enorme.

“Sakura-chan, Motoko- chan! Vocês ouviram? Kissu's vão tocar! Estou tão emocionada!”- Naoko chegou até elas, carregando bandejas de taças. Precisou gritar por causa do falatório, do lado de fora. Entrou na cozinha deixando o que trazia na mesa extensa, indo até elas, as puxando - “Vamos ver todos de perto!”.

“Você enlouqueceu Naoko- chan?! Somos empregadas, se nos virem no meio de todas essas pessoas ricas e elegantes, estamos despedidas!”- Motoko, pôs a mão na cintura e disse- “Regra 12: Nunca se misture aos hospedes se não estiver trabalhando!”. Falaram a regra juntas, e riram por isso.

“Não estou vendo nenhuma generala aqui. Você está Sakura-chan?”- Com gotas, Sakura fez um não com a cabeça- “E você Motoko-chan?!”. Naoko a olhou sorridente, vendo o medo em sua face, mas o mesmo se desfez e Motoko sorrindo de lado e fez um “Ok” com a mão direita.

“Naoko-chan, e se ele me ver?”. Sakura interrompeu a comemoração das duas, e Naoko a fitou.

“A propósito, quem é ele?”. Trouxe-lhe, para o lado de fora da cozinha, afim de que a amiga lhe mostrasse.

Sakura olhou para o palco iluminado por, fracas, luzes brancas, mas mesmo assim, o reconheceu. Ele estava de braços cruzados, batendo o pé impacientemente no chão, enquanto falava com uma mulher.

Ele mexeu em seus cabelos rebeldes, isso fez com que Sakura revisse aquele movimento em sua mente, em câmera lenta, repetidas vezes.

“Ele...”. Apontou timidamente, Naoko arregalou os olhos, e levou a mão até o seu ombro, sorridente.

“Caramba! Você é muito sortuda! Aquele é o Li Shaoran, um dos mais cobiçados da banda!”- Motoko não entendia nada, apenas esperava pelas duas. Sakura repetiu o nome dele baixinho - “Vou estar com você Sakura-chan! Não vou deixar que nada aconteça, prometo!”- Sakura sorriu, e se sentiu corajosa, Naoko retribuiu o sorriso- “Prontas Mosqueteiras? ”- Motoko e Sakura se entreolharam, ficando sem entender- “Hihihihi. É que estou lendo um livro, sobre os três mosqueteiros, e estamos sendo corajosas que nem eles, não acham meninas?”.

“Hum... Que seja! Vamos logo antes que eu mude de idéia!”. Motoko pegou na mão das duas, e finalmente saíram da entrada da cozinha, decididas a criar asas.

...

“Desculpem a demora!”. Yukito, recém-surgido do desconhecido, se apoderava apressadamente do baixo. Os amigos, em conjunto, o fuzilava com os olhares.

“Por que você demorou?!”. Shaoran perguntou nervoso, cerrando os dentes.

“Estavam servindo uns deliciosos pudins, e não resisti...”. Sorria sem graça.

“Caramba Yukito-chan, como você pode ser assim?”- Questionou Nakuru, séria. Todos o olhavam com a mesma feição, prontos para concordar com qualquer puxão de orelha vindo dela- “Como você vai comer, e não me chama?”- Com gotas, a encaravam, estreitando os olhos- “Hehehe... Eu estava brincando...”.

“Vamos começar?”. Pediu Shaoran ainda com gotas.

Minutos depois, Yukito foi ao meio do palco: “Desculpem o atraso... Tinha uns pudins tão deliciosos que eu... Melhor começarmos!”. Yukito resolveu interromper a explicação para o público, de certo, o olhar de fuzilamento do irmão foi o motivo.

As luzes do palco foram apagadas, e por pequenos instantes não se escutou nenhum barulho vindo de lá.

Sakura, Naoko e Motoko, acharam aquela uma ótima oportunidade de se misturarem entre os convidados. Pedindo licença, lutavam para chegar o mais próximo possível do palco, estava sendo difícil, até porque não era somente a vontade delas, todos ali gostariam do mesmo.

Os holofotes foram ligados e reproduziam a cor azul, direcionada a Shaoran que olhou para o público. Seu olhar também estava perdido olhando para todos os cantos possíveis daquele salão, parecia procurar algo. Insistia em admitir pra si mesmo, que não sabia o que era.

Respirou fundo, fechando os olhos, segurando sua guitarra, e soltou a voz, acompanhada pelos abafados solos das duas guitarras.


           Ready steady can’t hold me back

Pronto, à postos, ninguém pode me segurar

Ready steady give me good luck

Pronto, à postos, deseje-me boa sorte

Ready steady never look back

Pronto, à postos, nunca olhe para trás

Let’s get started ready steady, GO!

Vamos nos preparar, pronto, à postos, vamos!

 

Ele balançava a cabeça para cima e para baixo no ritmo da bateria que junto do piano, e de um simples solo da guitarra com distorção, causava diversas reações de espanto das pessoas que assistiam, certamente, eram seus netos que estavam acostumados com aquele tipo de som.

Shaoran via as reações, e isso não o desanimou, ao contrário, era divertido tocar daquele jeito, pelo menos, ouviriam a letra, com atenção.

       Não procurava por mais nada, se concentrava na música, sentido o piano que junto da guitarra, se transformavam em um delicioso som.

 

Fukitonde yuku fukei korugaru you ni mae e

Paisagens voam e surgem à minha frente rodopiando

Kurushi magure demo hyouteki wa mou minogasanai
Mesmo que eu me desespere, não vou deixar meu alvo escapar

Ate ni naranai chizu yaite shimaeba ii sa

Deve ser queimado o mapa no qual não podemos confiar

Uzumoreta shinjitsu kono tenohira de tsukami torou

Irei alcançar a verdade enterrada com as minhas mãos

 

Nakuru com seu costumeiro sorriso sentia vontade de pular, matando a vontade, batendo nos pratos de condução.

Eriol estava feliz em escutar aquela música, depois de 11 anos. Do mesmo modo que tocava piano, em cada nota, a lembrança daquele tempo ia tomando forma.

 

Muchuu de (hayaku) kake nukete kita

Cheguei aqui correndo freneticamente

Urusai kurai ni harisake sou na kodou no takanari

Meu coração bate alto prestes a explodir

Hibite (yonde) iru kimi no koe

Ouço sua voz ecoar e me chamar 
Koko de tachidomaru you na jikan wa nai sa

Não há tempo para ficar parado aqui

READY STEADY GO

Pronto, à postos, vamos!

  

Yue com a cabeça para cima, de olhos fechados, tocava sem esforço algum. O enorme prazer em estar dedilhando aquelas cifras, o guiava. Abriu os olhos, ficando ereto, as notas tomavam um rumo diferente, o som da guitarra era repetitivo e rápido. Uma perfeita combinação.

 Logo um Shaoran elétrico, tomou conta do vocal. Yue era sua segunda voz.

 

 Kazoe kirenai kizu kakae konde ite mo

Mesmo que meus ferimentos já incontáveis piorem

Chotto yasotto ja tamashi made wa ubawasenai

Por um momento e gentilmente não deixarei que minha alma seja roubada

Ano oka no mukou de kimi ni deaeta nara

No outro lado desta colina se eu encontrar você

Nani kara hana sou sonna koto bakari omou yo
Só vou me preocupar com o que vamos começar a conversar.

 

Com as três rápidas batidas feitas pela bateria, Yukito as ritmou balançando o baixo para frente. Cantava andando em direção a Nakuru. Ela cantarolava, olhando o amigo.

...

Cheguei aqui correndo freneticamente...”. Naoko tentava acertar a letra cantando saltitante o refrão junto de Motoko, que apesar de ser séria, deixou-se contagiar pelo convidativo som da banda.

Já Sakura, se esforçava em imitar os pulos, os braços estendidos das amigas, os gritos, mas logo ficava sem jeito. Não estava acostumada a aquele tipo de som. Não conseguia ignorar o fato de que estava, ironicamente, de baixo do nariz do hospede atrevido, quer dizer, de Shaoran.

A propósito, aquele homem conseguia ser tornar irresistível em cada piscar de olhos tímidos, que ela lhe lançava. Todo aquele corpo magnífico balançando, feições, gestos, caras e bocas, as emoções que transmitia somente cantando, a deixavam maravilhada.

Voltou a tentar imitar as duas, o encarar não estava sendo um bom negocio. Quando começou a levantar os braços, notou que ele parecia buscar intensamente com os olhos, alguém, isso a fez olhar para trás, dando de cara com uma senhora de aproximadamente 65 anos de idade, balançando a cabeça, que a fez sorrir.


        READY STEADY CAN'T HOLD ME BACK

Pronto, à postos, ninguém pode me segurar

READY STEADY GIVE ME GOOD LUCK

Pronto, à postos, deseje-me boa sorte

READY STEADY NEVER LOOK BACK

Pronto, à postos, nunca olhe para trás

LET'S GET STARTED READY STEADY GO
Vamos nos preparar, pronto, à postos, vamos!

Shaoran andou em direção a Yue, lado a lado, ambos balançavam a cabeça enlouquecidamente. Nakuru segurando as baquetas fortemente batia com toda a vontade. O som tinha entrando em uma parte semi-pesada.

Naoko segurou a mão de Sakura e as duas começavam a rodopiar, logo, ambas estenderam a mão a Motoko, que aceitando o convite, pulavam de alegria.

Os convidados, antes, arredios deixaram a timidez para lá, e se divertiam como podiam, o som não era o favorito, mas não deixava de ser apreciável. Afinal, foram jovens um dia.

As fãs de Shaoran chamaram sua atenção acenando para ele, mandando beijinhos. Ele piscou enquanto cantava, causando suspiros dos mais diversos.


Kokoro wa (hashiru) ano sora no shita

Meu coração corre debaixo da minha pele

Karamawari suru kimochi ga sakebi dasu no o tomerarenai

Não posso impedir que meus sentimentos ociosos chorem

Kimi made (todoke) kitto ato sukoshi

Vou te alcançar num curto espaço de tempo

Atsuku hizashi ga terasu kono michi no mukou
A luz do sol continua a brilhar por esse meu caminho.

 

Seus olhares se perdiam pelo salão e sem querer, sua atenção foi parar em três garotas que pareciam se esconder entre os presentes, ao lado esquerdo do palco. Elas pulavam empolgadas.

Uma, em questão, chamou sua atenção, pelo mover de seu corpo desajeitado e engraçado, o que o fez sorrir de lado. Parecia nunca ter dançando na vida.

Quando ela levantou a cabeça, ele a reconheceu. Mesmo surpreso, encerrou a música.

 

 READY STEADY GO

 Pronto, à posto, vamos!

PLEASE, TRUST ME!!

          Por favor, confie em mim!!

 

Ficou atordoado, pois, os reluzentes olhos verdes foram de encontro com o seu.

 “Não, não, não, por favor, não me reconheça...”. Pediu baixinho, não desviando o olhar. Não podia.

Melhor, nem tentou desviar. Desde que sentiu aquele olhar sobre si, deixara-se envolver. O olhar era explícito. O olhar era só dela.

Ele continuava parado, não escutava as palmas em demasia para a banda, nem os gritos e tal pouco os assobios. Esse sentimento que brotava, não constava em seu banco de dados amorosos. Não conseguia enxergar nada além dela. Vontade arrebatadora de vê-la de perto. A estava vendo de outra forma. Não era somente a “maldita” camareira.

“Sakura-chan? Algum problema?!”. Naoko não recebendo nenhuma resposta das perguntas anteriores, olhou a amiga, que intacta olhava para o palco. Naoko seguiu seu olhar, e arregalou os olhos, percebeu tudo. Primeiro, achou estranho, mas tratou de dar um jeito, se pôs enfrente à amiga- “Sakura-chan, você precisa ir embora, anda!”. Naoko a sacudiu, interrompendo o eletrizante olhar entre eles.

“Caramba Naoko-chan, precisamos sair daqui! A generala está no salão!”. Gritou Motoko, por causa do barulho dos convidados.

“Escuta Sakura-chan, você vai tratar de sair daqui, não volte para cozinha! Vá para qualquer andar do hotel, rápido!”. Sakura balançou a cabeça, e correu entre os convidados.

“Por que tudo isso Naoko-chan?”. Motoko olhava assustada para as duas sem entender.

“Depois, explico, agora vamos! Temos que voltar para a cozinha!”.

Sakura e as amigas misturavam-se aos convidados, saindo dali.

Estava fugindo daquele homem, novamente, não sabia explicar, mas queria ter permanecido parada, e perde-se naquele olhar por mais longos minutos.

...

Shaoran tentava não a perder de vista, mas estava difícil, ela lembrava um ratinho, mas esse estava desesperado, e ele fazia o papel do gato malvado.

“Shaoran-kun, aconteceu alguma coisa?”- Perguntou Yukito, seguindo seu olhar. O amigo o surpreendeu, tirando a guitarra e lhe dando- “Mas, o que você está fazendo?”.

“Se é assim que ela quer, é assim que vai ser”. Nada mais disse, e se foi, deixando Yukito incrédulo, assim como Yue e Nakuru, que não entenderam nada.

“Mas ainda tem outra música... Eu tenho que tocar o baixo!”. Yukito gritou, inutilmente.

Nakuru saiu da bateria, sem graça ao perceber os olhares de interrogação do publico com a cena.

“Não se preocupem, ele foi resolver algo que diz não saber o que é...”. Disse Eriol, com o sorriso misterioso.

“Mas Eriol-chan tem outra música, e o Shaoran precisava tocar a guitarra...”. Nakuru disse, com a feição desanimada.

Yue permaneceu calado desde o inicio, apenas observando tudo. Ele mesmo foi diminuir a luz do palco, para que pudessem resolver aquela situação.

...

“Ei, aonde pensa que está indo?”. Escutou a voz conhecida vindo detrás de si.

“Senhora!!”- Exclamou, com os olhos arregalados, sim, era mesmo a generala, com a expressão arrogante de sempre- “Eu, eu, eu... Estava indo para o andar 35...”. Inventou.

“Falou bem, estava! Vá ao andar 25, quarto 251, estão chamando por você, depressa!”. Ordenou em voz firme.

“Sim senhora...”. Fez as reverencias, e deixou de correr.

Em passos lentos, tentava recuperar o fôlego, respirando fundo. Não tinha parado para pensar, mas o que estava fazendo era algo maluco. Fugir não era a melhor solução.

Olhando para trás entre procuras, lá estava ele, tentando alcança-la, sendo impedido por mulheres insinuantes.

“Espera Shaoran-chan, aonde você vai, fica aqui comigo!”. Puxou a gola de sua camisa.

“Para de ser oferecida! Ele veio ficar comigo!”. Empurrou a outra.

“Meninas, realmente, preciso ir”. Tentava tirar aquelas mãos, que insistiam em segura-lo. Ficou em alerta, pois, ela voltou a correr, mas esforçava-se ao máximo para não trombar em nenhum convidado.

Com esforço, tentava se livrar o mais rápido daquela ratoeira, deixada pelo ratinho. Ou melhor, ratinha.

“Eiii Kinomoto, aonde você vai?”. Perguntou a voz masculina, atrás de si.

Com passos largos e nervosa, não olhou para a pessoa, apenas respondeu.

“Para o andar 25, quarto 251!”. Abrindo a imensa porta do salão, do lado de fora, parou, tentará recuperar o fôlego. Pensou melhor e deixou para fazer isso quando estivesse à espera ou no elevador.

 

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“Será que vai dar certo?”.

“Vai cabeça dura, vamos tocar logo!”. Disse Yue, que com o gesto, pediu que aumentassem a luz do palco.

Nakuru não teve tempo de revidar, desfez a cara emburrada, e sorriu sem graça para o público:

“Olá para todos! Chamo-me Akizuki Nakuru, e sou a baterista da banda... Err bem... Devem estar estranhando, em me ver com a guitarra de Shaoran e vão achar estranho Eriol ali na bateria...”- Apontou para ele, que acenou para o público, segurando uma baqueta- “Shaoran-chan teve um probleminha, mas já, já ele volta. Continuaremos com o show com essa pequena modificação! A música que iremos tocar se chama God Knows. Vamos pular de novo!”- Olhou para os amigos e fez uma contagem regressiva— “5, 4, 3, 2, 1!”.

 A energia sentida, restante da música anterior levou todos á euforia. Já não olhavam curiosos, se permitiram fazer parte daquela festa.

Nakuru balançava, timidamente, seu corpo, não escondendo o nervosismo. Exclusivamente aquela noite, era encarregada de fazer a harmonia, os chamados “sons cheios” que geralmente é o som limpo, as batidas e os acordes, tocando guitarra. Não era difícil, mas a bateria é o seu habitat natural. Próximo, Yue comandava os solos, dedilhando rapidamente.

Tudo que ela fazia, era admirá-lo. Notando seus olhares, ele a encarou, e nenhum desviou da troca, diferente, de olhares. Nakuru sentia a timidez tomando conta. Não soube dizer naquele tempo, mas desde o colégio: Descobriu-se, apaixonada.

Isso sempre foi tão claro, para ela. Mas ele nunca a viu de outra forma. Sentia-se apenas como uma irmã mais nova para ele.

Não tinha coragem de se declarar, o máximo que achava que iria acontecer, era ele a chamar de bruxa e dar as costas. Com meio sorriso, Nakuru foi até o microfone, deixando de lados seus sentimentos, antes, notará que Yue já não a olhava, parecia robô, não errava nada. 

Cessou o olhar, chegou a hora cantar.


Kawaita kokoro de kakenukeru

Corri com um coração sedento

 Gomen ne nanimo dekinakute
Me desculpe, não pude fazer nada

 Itami wo wakachiau koto sae
 Mesmo sabendo a dor,

 Anata wa yurushite kurenai.
Você não me perdoaria.

 

“Droga!”- Entre os convidados, Shaoran tinha a perdido, de vista, furioso, passava a mão pelo os cabelos, tentando conter a raiva. Não a encontrava de jeito algum, nem tal pouco, as duas mulheres que estavam junto dela. Olhando para o palco, um sorriso de alivio surgiu, não tinha estragado a noite... - “É melhor voltar...”. Deu as costas, a perseguição fracassou.

“Senhor!”- O garçom ofegante, colocou a mão em seu ombro, o que fez voltar-se para trás- “Estava o procurando! Vi o senhor sair do palco, mas está muito cheio aqui...”. Shaoran o olhava curioso, já calmo.

“O que foi?”. Cruzou os braços.

“Sei onde ela está senhor!”. Shaoran sorriu.

“Onde, onde ela está!?”. Ele sacudia o garçom que sorria sem graça.

Iria alcança-lá.

 

Mukuni ikiru tame furimukazu
Para viver sem arrependimentos,

 Senaka mukete satte shimau on the lonely rail

Viro as costas e parto no trilho solitário

 

Sakura traquila, via os andares que o ponteiro, do elevador, indicava. Tinha parado duas vezes, o que custava a chegar ao andar 25.  Estava ainda no 10ª andar.

Uma música havia tomado conta do elevador: “Certamente, é a banda que está tocando no salão... Até que enfim ligaram esta transmissão, estava entediado...”. Disse Aoshi, sorrindo.

Em transe, Sakura o tinha em seus pensamentos, o que estaria fazendo agora? Estava tocando? Flertando com aquelas mulheres? O que estava sentindo? Por que seu coração teimava em bater tão forte, toda vez que ele vinha em sua mente?

Tantas perguntas, e nenhuma resposta.

 

Watashi tsuite iku yo
        Eu vou te seguir,

 Donna tsurai sekai no yami no naka de sae
Não importa quanto agoniante seja isso,

 Kitto anata wa kagayaite

Mesmo pela escuridão deste mundo,

 Koeru mirai no hate
Você certamente brilhará

 Yowasa yue ni

Vou superar o limite do futuro

 Tamashii kowasarenu you ni

Minhas fraquezas não vão estilhaçar meu espírito

My way kasanaru yo

Meu caminho se cruza com o seu

 Ima futari ni god bless...

Que Deus abençoe nós dois

  Impaciente a espera do elevador, andava de um lado para o outro. O barulho avisando sua chegada o fez contar os segundos para adentrar, e quando aconteceu deu um salto, assustando o ascensorista do elevador.

“Andar 25, por favor!”. Pediu apertando o pulso.

“Sim... Sim, senhor”. Disse com gotas.

Apenas o 3º andar, e tinha certeza de que não teria paciência, até por que, ela subiu primeiro, quando chegasse lá, de certo, ela já não estaria. Com força, apertava a mão, queria alcançá-la.

Por um momento, encheu-se de todo otimismo, sorriu, iria conseguir... Mas, caiu para trás quando o elevador parou, entrando em seguida, uma senhora acompanhada de um cachorro.

“8º andar, por favor...”. Disse a senhora.

Seria uma longa espera, não sabia se aguentaria.

 

Dodokete atsuku naru omoi wa
Essa afeição que aquece quando me alcança

 Genjitsu tokashitesama you
Funde realidade e delírios

 Aitai kimochi ni yuu wa nai
Eu não preciso de motivos para esperar pra te encontrar

 Anata e afuredasu lovin' you

Só os meus transbordantes sentimentos, amando você.

 

“Xiaolang, seu idiota! Por causa dele, subi tudo isso...”. Estava apenas no 3º andar, exausta.

“Mas senhorita, tem o elevador...”. Dizia o fiel informante ofegante, sendo interrompido.

“Já disse que não quero ir de elevador! Quero surpreende-lo”. Descomposta, com os cabelos desalinhados, levantava até os joelhos o vestido chinês, de seda vermelho com flores pintadas, facilitando à subida.

“Senhorita Meilin, não me interrompa!” – Ela lançou seu olhar fulminante. Nervoso e gaguejando, continuou - “Sen... Senhorita... É que... Existe o elevador dos... Empregados...”. A fúria tomou conta dela, puxando a orelha do atrapalhado, com toda brutalidade. Desciam as escadas.

 

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“Você acha que ela nos viu?”. Perguntou Motoko, nervosa, na cozinha.

“Acho que não, se tivesse visto, estaria aqui... O que me preocupa é a Sakura-chan...”. Naoko sentou-se, e Motoko cruzou os braços, em pé.

“Por que ela saiu correndo, daquele jeito?”.

“É que...”. Naoko não pôde falar, pois, a voz de uma mulher, interrompeu.

“Licença, vim falar ao celular aqui, tudo bem?” - Mizuki sorrindo, pediu educadamente, fez as reverências, retomando a ligação. Antes assistia ao show, e estava preocupada com o sumiço de Shaoran. Seu celular tocou e decidiu procurar por um lugar reservado, para atendê-lo. Petrificada, Naoko a olhava com os olhos brilhando -“Olá Terada-kun, pode falar agora”- Seu semblante era de surpresa- “Estão todos bem?!”. As duas, curiosas, escutavam as meias palavras vindas dela, tentando decifrar.

 

Semete utsukushii yume dake wo
Por enquanto, eu vou pintar um lindo sonho

 Egaki nagara oikake you

E correr atrás de você

 For your lonely heart
Procurando seu solitário coração

A senhora saia do elevador, mandando beijinhos para Shaoran, que tinha a marca de batom em seu rosto. Certamente, ela descobriu de quem se tratava.

Sem paciência, Shaoran perguntou: “Escuta, não tem como ir mais rápido?”.

“Como senhor?”.

“Ir rápido! Sem ficar parando! Têm ou não?”.

“Sim senhor, se apertamos este botão azul, o elevador...”- Não ouvindo o restante, Shaoran o apertou- “Senhor, este botão é so para emergencia!”. A subida aumentou de intensidade, realmente, aquele botão funcionava.

“Relaxa e aproveita a viagem...”. Foi tudo o que disse.


Yamete uso wa anatara shikunai yo
Pare com isso, mentir não está parecendo você

 Me wo mite korekara no koto wo hanasou
Olhe pros meus olhos e vamos falar sobre nosso futuro

 Watashi kakugoshiteru
Eu estou preparada

 Kurai mirai datte
Mesmo se o futuro for escuro

 Tsuyoku natte unmei kaerareru kamo ne
Tornarei-me mais forte e talvez assim possa mudar meu destino

 My wish kanaetai no ni

Desejo que meu sonho se torne realidade

 Subete wa, God knows...
O resto, Deus sabe...

 

  “É uma linda letra, não é?”. Perguntou Aoshi, olhando para a desatenta Sakura.

“Sim...”- Repetiu baixinho, a ultima frase da música- “Subete wa, God Knows...”. O vibrar de seu celular, dentro do bolso de sua farda, a fez tomar um susto, dando pulinhos para trás. Recuperando do susto, logo atendeu o celular sem prestar atenção em que era - “Alô?”.

“Sakura-chan, onde você está?”.

“Estou no elevador indo para o andar 25, quarto 111...”- Frisou a testa, não sabia quem era, a música alta do show, ajudou na falta do reconhecimento- “Quem é?”.

“Que ótimo! Até logo”. Do outro lado da linha, a pessoa desligou. Sakura olhou para o celular, apertando as teclas, foi em Chamadas recebidas, não reconhecia aquele número...

“Algum problema?”.

“Não, só estou confusa”. Olhou para o celular, mas se distraiu com o barulho dos andares passando, estava no andar 19.

 

Anata ga ite watashi ga ite
Você esteve aqui, eu estive aqui,

 Hoka no hito wa kieta shimatta
Todos os outros desapareceram

 Awai yume no utsukushisa wo egaki nagara
Enquanto nós pintamos a beleza deste sonho fugaz

 Kizuato nazoru
Nós traçamos as linhas de nossas cicatrizes

 

 “Caramba, Nakuru-chan está mandando muito bem...”. Shaoran de olhos fechados escutava a musica sorridente, a amiga estava o surpreendo. Sempre soube de seu talento, mas aquela noite, ela estava mostrando tudo do que sempre foi capaz.

A pressão para cima estava deixando desconfortavel, parecia que estava em um filme de ação, abriu o olho esquerdo e sorriu ao ver a cena engraçada que o ascensorista fazia ao se segurar na parede do elevador, olhou para o andar que estava sendo percorrido, era o andar 22. Realmente estavam sendo rápidos.

A música estava o distraíndo, apesar de começar a ficar tonto.

“O senhor está bem?”. Perguntou notando a expressão de desconforto de Shaoran.

“Só estou tonto...”. 

“É normal senhor...”- Disse nervoso, ainda segurando-se na parede- “Finalmente chegamos!”. Suspirou aliviado.

Shaoran, instantaneamente, abriu os olhos, quis confirmar o que acabará de ouvir.

As portas se abriram, e ele não pensou duas vezes em sair.

 

Dakara watashi tsuite iku yo
É por isso que eu vou te seguir

 Donna tsurai sekai no yami no naka de sae

Não importa quão agonizante seja isso,

Kitto anata wa kagayaite

Mesmo pela escuridão deste mundo,

 Koeru mirai no hate
Você certamente brilhará

 Yowasa yue ni
Vou superar o limite do futuro

 Tamashii kowasareru you ni

Minhas fraquezas não vão estilhaçar meu espírito

 My way kasanaru yo
Meu caminho se cruza com o seu

 Ima futari ni god bless

Que Deus abençoe nós dois

 

Nakuru deixava-se levar pelo solo de Yue. De olhos fechados, balançava o corpo, sem pudor.

Não sabia, mas o avesso de Yue, Yukito, admirava tudo aquilo, adorava o seu jeito feliz de ser, o que completava sua beleza.

Abrindo os olhos, Yue estava ao seu lado, a fitando serenamente. Ficou surpresa, mas não se deixou intimidar, encostou seu ombro ao dele e juntos, tocavam.

 Aplausos e gritos tomaram conta do silêncio que o incrível solo, deixou. Nakuru abriu os olhos, sorrindo, agradecia a platéia através das reverências, não havia se afastado de Yue, ele estava ao seu lado, e quando virou o rosto, foi pega de surpresa pelo beijo na testa.

Pela a primeira vez, Yue mostrou o seu melhor sorriso e sem nenhum constrangimento, ele acariciou sua cabeça, bagunçando seus cabelos. Ela continuava lá, sem nenhuma reação, com os cabelos já bagunçados o via lhe dar as costas.

As luzes foram apagadas, parada, não escondia toda a emoção. Aquela foi a melhor noite da vida de uma garota apaixonada, há exatamente dois anos e Yue não fazia à mínima ideia disso.

 

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“Chegamos”. Disse sorridente, apontando para as portas, que se abriam.

“Obrigada senhor Aoshi, até daqui a pouco...”. Disse saindo do elevador, entre reverencias, deu tchau a ele, enquanto as portas se fechavam.

Respirou fundo e voltou-se para trás, começando a andar. Tirou seu celular do bolso, novamente, a ligação havia lhe intrigado. Ainda não sabia quem era. Distraída não percebeu a presença de alguém que, escondido, a observava.

“Kinomoto Sakura!”. Escutando ser chamada de forma tão brusca, virou-se e arregalou os olhos, quando o viu – “Te alcancei...”. No susto, deixou o celular cair no chão, quando se deu conta disso, abaixou-se desajeitadamente para junta-lo. Pode escutar os apressados passos, em sua direção, do hospede atrevido.

Rápida, juntou o celular, o guardou e deu ás costas, mas não pôde continuar a andar, ele segurou seu braço, o que a fez virar-se para trás.

“Aonde pensa que vai?!”. Ele a sacudiu, levemente, tentará não apertar com força seu braço delicado.

“Me solta! Não tenho nada para falar com o senhor...”.

“Não tem?!”- Shaoran soltou um sorriso nervoso - “Primeiro, você aparece em meu quarto do nada, depois me recusa, dar um tapa em meu rosto e para completar foge de mim! Quem você pensa que é camareira?!”.

“Repito foi um acidente ter entrado em seu quarto, e... E... Eu... Peço desculpa pelo tapa senhor...”.

“Pelo menos você sabe qual é o seu lugar!”. Ele a soltou, convencido. Aquelas palavras tiraram Sakura do sério, e sem nenhum pudor, deixou a raiva tomar conta de si.

“Você mereceu aquele tapa, seu atrevido! Sou eu quem deve perguntar, quem você pensa que é!? Sai agarrando as mulheres, sem nenhum respeito, e depois as persegue! O que é isso? Você costuma tratar assim mulheres? Não são todas que se sentem atraída por esse seu método de conquista. Ainda mais por alguém rude e grosseiro como você!”.

“Como é que é?!”- Shaoran, contrariado, a encarou, se aproximou ainda mais dela, fazendo com que ela desse passos para trás, encostando na parede. Ela fechou os olhos, os apertando, assustada por aquela aproximação, e isso o fez esboçar um meio sorriso- “Sou rude?! Grosseiro também? Aposto que você ficou doida de vontade pelo beijo, mas podemos resolver isso". Sakura abriu os olhos, assustada com as palavras ditas, de forma zombeteira. Ele a encarava profundamente, pôs as duas mãos no rosto dela, o que a fez dá tapas nas costas dele. Ele nem ligou, estava sendo uma tentativa fracassada de afasta-lo.

Por questão de milésimos, ele a beijou. Ela ainda relutava, se contorcendo, mas o “hospede atrevido” tinha uma persistência incrível. Pouco a pouco, perdia as forças, não acreditava no que acontecia, logo, entreabriu os lábios retribuindo o beijo dele. Não sabia o que era aquilo, a sensação desconhecida, estava a deixando atordoada, sentia suas pernas enfraquecerem. Minutos atrás fugia, mas agora era a última coisa que queria fazer.

Shaoran notou a desistência dela em resistir ao beijo, e logo, levou a mão ao delicado pescoço da linda camareira. Guiando o beijo, de forma calma, não tinha pressa, e muito menos vontade de parar, o beijo despertará uma sensação gostosa que nem lembrará de já ter sentido antes. Aquele beijo era tão, tão... Puro. 

Ele, sem ar, soltou seus lábios, a encarando serenamente. Perguntou-se, no exato momento: No que ela estava fazendo com ele.

“Levei um tapa, por nada...”. Disse ofegante, sem tirar os olhos dela.

Com a feição triste, por sentir que acabará de ser tornar apenas mais uma de suas conquistas, aproveitou o momento, e o empurrou.

“Idiota!”. Vermelha e ofegante levou a mão até a boca, endireitou o corpo e o olhou com toda ira, tentava controlar a raiva. Afinal, ela continuava a ser a camareira e ele o hospede.

Shaoran, pego de surpresa pela aquela reação, notou que os pulsos dela estavam vermelhos, logo soube que exagerou na força.

“Desculpe... Exagerei...”- Se aproximou, e foi rápido em segurar o braço dela, escapando de levar um tapa - “De novo não...”. Disse em tom de deboche.

“Me solta!”. Soltou o braço esquerdo, e se distanciou novamente.

Shaoran fixou seus olhos nas duas belas esmeraldas a sua frente, que pelo jeito, queriam lhe fuzilar. Nunca uma mulher, o tratou daquele jeito, e isso o deixava encantado.

“Xiaolang!”. O grito o fez, ao seguir a voz, arregalar os olhos.

“Meilin? O que diabos, você está fazendo aqui?!”. Com a boca aberta, piscava os olhos repetidas vezes.

“Não interessa!”- Antes de braços cruzados, os abaixou, apontou para Sakura - “Quem é ela, outra de suas conquistas?!”. Não continha a voz.

“Aiaiai, não começa vai...”- Shaoran andou em direção à mulher enfurecida, acompanhada por um rapaz amedrontado, mas antes de prosseguir, olhou para trás e sussurrou- “Acho que o ‘rude e grosseiro’, continuará perseguindo você”.

Ela sentiu um arrepio percorrer todo o corpo, com aquela declaração de galã dos Doramas, que costumava assistir. Ele sorriu e continuou a andar, no entanto ela ficou petrificada o vendo conter a mulher raivosa, que insistia em não sair dali.

Suspirou, quando os três se foram, colocou a mão no coração, e outra vez se sentia uma das presas daquele homem.

No estralo, lembrou-se de suas obrigações e deu uma corridinha até ao quarto que precisava de seus serviços, antes de bater na porta, se recompôs, respirou fundo e bateu.

“Camareira!”. Disse com um fio de voz, tinha medo da reação do hospede pelo seu atraso. Do outro lado, escutou a voz feminina que permitia sua entrada.

Sakura abriu cuidadosamente a porta, já dentro, não avistou ninguém: “Olá?”.

“Só um momento!”. A voz vinha de dentro do quarto, com a porta fechada. Sakura aproveitou e observou todo o quarto, para constatar que estava tudo em ordem.

O ruído da porta, sendo aberta, a fez fazer as reverencias, não esperou para ver quem era.

“Peço perdão pelo atraso...”.

“O importante é que você veio Sakura-chan!”. Reconhecendo a voz, Sakura, surpresa, levantou a cabeça, abrindo o enorme sorriso, mas com gotas: Estava sendo filmada.

“Tomoyo-chan!”.

“Aii Sakura-chan, você continua encantadora!”- Tomoyo, deixou de filmar, correndo para abraça-la -“Estava morrendo de saudades! Até liguei no seu celular, estava muito ansiosa”.

“Eu também, estou tão feliz!”. Sem querer, lagrimas desciam e feito uma criança, ela esfregava os olhos.

“Vim aqui para vê e buscar você!”.

“Buscar!?”. Surgiram interrogações em volta de si.

Iriam aonde?!

 

 

 

 

 

 

 


Continua...

 

 

 

 

 

 

 

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Recomendo que escutem as músicas quando estiverem lendo:
         Música cantada por Shaoran: Ready Steady Go [L'Arc~en~Ciel]
https://www.youtube.com/watch?v=OxGKK4gHOKY 

Música cantada por Nakuru: God knows [Aya Hirano]
https://www.youtube.com/watch?v=k76j3YROSWQ 

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Personagens ‘novos’:

Aoyama Motoko: Personagem do mangá/anime Love Hina. ~A minha preferida do anime, adorava ela. Ela carregando a espada de bambu para todo lado ou batendo no Keitaro, era bem engraçado.


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Notas finais do capítulo

Gente, tomei um chá de sumiço eu sei. Mas essa vida não é fácil... --'. Mais perdas que ganhos, mas tudo bem... Espero que tenham gostado deste capitulo.

Obrigada pela paciência e desculpem a frustração da espera por um novo capitulo.



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