Kissu´s escrita por LiLiSaN


Capítulo 18
Hinagiku no hanataba




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(Yue, Ruby Moon e Nakuru - CLAMP)

...

Hotel TokYo – Vestiário Masculino

“Você é o cara mais popular desse hotel, Mamoru!”. Um rapaz de cabelos vermelhos, se enxugava. 

“É verdade. Mesmo noivo, as mulheres ainda não deram uma folga”. Outro rapaz, negro, de cabelos compridos terminava de se vestir, sorria, mostrando todos os dentes. Falava um japonês, perfeito.

“Não exagerem. Só sou educado!”. Mamoru enxugava os cabelos.

“Conta outra! Motoko-chan não dá bola para nenhum de nós, ela é uma das mulheres mais lindas que trabalham aqui. Que inveja de você!”

“Ele só vive grudado nela, na Sakura-chan e na Quatro olhos”.

“Naoko é o nome dela!”. Mamoru repreendeu o rapaz de cabelos vermelhos.

“Ah foi mal!”. Teve medo da cara de raiva de Mamoru.

“Como eu queria um harém desse, seria ótimo ouvir as mulheres gritando meu nome...”

“MAMORU!”. Os três se assustaram com os gritos vindo de fora do vestiário.

“Eu disse meu nome...”. Suspirou inconformado o rapaz de cabelos compridos.

Mamoru foi até a porta do vestiário, vestindo uma calça comprida, sem blusa, mostrando o corpo definido: “Mas o que foi?”.

“Que droga Mamoru, se cobre!”. Motoko vermelha pegou a toalha das mãos dele, e o cobriu.

“Com essa gritaria nem tive tempo de vestir uma blusa, o que foi?”

“Precisamos de sua ajuda!”. Disse Naoko aflita.

“Minha ajuda?”

“Sim, você já está indo para casa né?”.

“S-sim...”

Horas depois...

 Shaoran desceu os degraus do hotel, tentando não chamar a atenção, mesmo segurando um buquê de margaridas. Olhou para um lado e para o outro. Será que havia dado certo? Tinha combinado com Naoko e Motoko que ambas a levariam até ao apartamento de Sakura, de surpresa. Faria outra pequena surpresa, precisava muito falar com ela e explicar o mal-entendido.

“E aí, Li? Gostei do buquê!”. Shaoran tomou um susto de leve. O reconheceu.

“Olá Mamoru!”.

“Vamos?”. Mamoru indicou o caminho coma cabeça.

“Mas a Aoyama e a ...”

“Naoko e Motoko vão se atrasar um pouco, então Sakura pensa que só eu vou na frente para o jantar”.

“Obrigado”. Sorriu.

“Me agradeça colocando um sorriso na cerejeira. Ela ficou bem chateada”.

“Imagino...”. Ao ouvi-lo, ficou chateado.

“Então, vamos?”. Mamoru o despertou de seus pensamentos com a pergunta.

“Podemos pegar um táxi”. Shaoran sugeriu, olhando para táxis próximos ao hotel.

“Não é necessário, ela mora bem perto daqui, importaria de ir comigo a uma padaria antes?”.

...

“Já andou por Tóquio?”. Mamoru o olhou. Percebeu que Shaoran olhava com curiosidade tudo a sua volta.

“Vou ser sincero, a pé, raramente. Sempre fomos meio que obrigados e mal-acostumados aos carros”.

“Entendo” - Mamoru pôs as mãos nos bolsos da frente da calça jeans - “Mas é compreensível, vocês são famosos. Ninguém te reconhece porque os jovens estão todos nos cursinhos a essa hora”. Disse indicando com a cabeça as pessoas mais velhas e idosas, que passavam por eles.

“Faz tempo que você mora aqui?”.

“Há bastante tempo, para ser preciso, desde meu nascimento” - Mamoru o olhou sorridente - “Quer saber como conheci Sakura?”- Shaoran confirmou com a cabeça-  “A primeira vez que a vi, ela tinha um sorriso nervoso. Senti uma conexão instantânea. Sempre fui educado, solicito e prestativo, então nos primeiros dias no trabalho, eu a ajudei. Descobri nela a irmã que eu sempre quis ter. Com os dias ela foi se soltando mais e encantando desde o faxineiro ao hóspede mais exigente”.

“Ela é uma garota e tanto”.

“Sim. Ela foi capaz de conquistar Motoko-chan. Antes de ela chegar, Motoko era distante e fria. Fazia o trabalho dela, e no final do dia ia para casa, sem se importar em criar laços com alguém. Naoko tinha grandes problemas de memorização, e por muitas vezes ela era criticada e até ridicularizada e por isso penava tentando agradar a todos. Eu, era sempre preocupado em ajudar os outros, mas nunca me importando, de fato, com o que acontecia ao meu redor. No fim, Sakura nos juntou. E hoje somos o que somos por causa dela”.

“Uau...”

“Sakura espalha amor aonde pisa”. Mamoru parou de andar. Shaoran não tinha percebido, mas já estavam em frente a confeitaria.

“Mamoru-chan!”. A menina de longos cabelos louros, praticamente pulou encima dele. Ele retribuiu o abraço.

“Oii cabeça de lua!”

“Não me chama assim!” - Ela o repreendeu. Notou um rapaz, que, sorrindo, não parava de olhá-los, sussurrou no ouvido de Mamoru- “Não olha agora, mas tem um cara segurando um buquê que não para de ficar olhando pra gente, deve ser algum serial killer, vamos embora!”.

“Cabeça de vento!”- Mamoru suspirou inconformado- “Usagi-chan esse é o namorado da Sakura, Li Shaoran, Li essa é a minha noiva Tsukino Usagi”.

“P-prazer!”. Usagi se curvou, de forma atrapalhada.

“Então você é a famosa Usagi? Parabéns pelo noivado!”. Sorriu ao lembrar da confusão que fez com nome dela e o suposto noivado de Sakura.

“Famosa?” - Olhou Mamoru que também não entendeu e balançou os ombros - “O-obrigada. Não sabia que Sakura-chan estava namorando. Fico feliz! As flores são lindas!”

“Espero que ela ache também”.

“Comprou alguma coisa?”. Mamoru perguntou a Usagi.

“Não. Estava esperando por você. Tens uns pães de mel que o Sr Yusuke disse que são mágicos, unem os corações dos apaixonados”. 

“O Sr. Yusuke sempre inventa essas coisas para vender mais, sua boba. Mas se você quer, vamos comprá-los então? Vamos Shao…?”- Mamoru se assustou pelo súbito desaparecimento dele, ele não estava mais na sua frente. Olhou para dentro da confeitaria e viu Shaoran pedindo pelos mesmos pãezinhos, envergonhado - “Ele acreditou no Sr. Yusuke”. Sorriu.

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Apartamento Sakura – Horas depois...

Enquanto mexia a panela de Yakisoba, seu pensamento estava no que havia acontecido. Estava indo tudo tão bem, tudo estava tão lindo… Tinha que ter acontecido aquilo? Será que sempre passaria por isso?

Podia está sendo bem infantil em ignorar as ligações e as mensagens dele. Mas a verdade é que tinha medo. Medo de aceitar as desculpas dele. Não queria aceitar qualquer coisa em nome do que sentia por ele. Gostava dele. A verdade é que estava perdidamente apaixonada.

Na verdade, para ela, aquela história que mal tinha começado, já tinha chegado a um fim. Não seria possível ter um relacionamento daquela forma. Como confiaria nele? Beijou uma mulher com ela lá, imagine sem a sua presença.

Mexeu a panela com mais ferocidade, lembrar daquilo a deixou com raiva. Cerrou os dentes:“Me dá um beijo”, a voz daquela mulher não saia da sua cabeça.

Ao perceber que estava descontando a raiva na comida, parou. Respirou fundo. Tentando desocupar seu pensamento com coisas ruins, pensou na visita dos amigos que receberia. Sempre eles. Não tinha ideia de como seria se não tivesse o apoio de cada um.

O interfone tocou, com certeza era Mamoru, correu para atender e abrir o portão da entrada do prédio:

“Olá?”.

— “Sou eu cerejeira! E eu Sakura-chan!”. Sorriu satisfeita, Usagi tinha vindo também. Gostava tanto dela.

“Sejam bem-vindos! Podem entrar!”. Sakura liberou o portão. Ficou parada próxima a porta do seu apartamento, mas lembrou de conferir a mesa do jantar. Estava linda, mas faltava o restante das tigelas, que cabeça a sua! Fez menção de buscar, mas o bater da porta a fez andar sorridente para a entrada do apartamento. Abriu a porta entusiasmada.

“Que bom que vocês chegaram!”- O buquê de margaridas escondendo ‘Mamoru’, parado no pequeno hall de entrada, tirou sua fala - “Mamoru…?”.

“Não, Shaoran” - Ele disse seu nome, tirando as flores do rosto - “É a segunda vez que te faço uma surpresa”. Sorriu docemente.

“M-as o que você…?”. Piscava repetidas vezes, não acreditava no que estava vendo. Lá estava ele em sua frente, vestindo um sobretudo preto, por cima de uma blusa branca, o cachecol marrom contratava com os olhos dele e o cabelo. Como sempre elegante. Estava lindo. Ao notar que estava vestindo roupas, confortáveis, de dormir, tentou se esconder atrás da porta.

“Naoko, Motoko, Mamoru e Usagi me ajudaram a chegar até aqui” - Estendeu o buquê para ela, ele carregava uma sacola também - “Acho que precisamos ter uma conversa, não acha?”. Disse esperando que ela lhe permitisse tirar os sapatos e adentrasse. Notou as bochechas coradas e sorriu com as tentativas dela de se esconder atrás da porta. Os cabelos dela presos em um coque e a roupa de algodão de bichinhos a deixaram ainda mais linda.

“Er…” – Envergonhada, não teve outro jeito. Saiu detrás da porta e andou em sua direção, e pegou o buquê. Ficou encantada, era a primeira vez que ganhava flores. Ficou um tempo admirando o buquê até lembrar da pergunta dele - “Está meio tarde...”.

“Sakura, não beijei ela”. Shaoran ainda parado, a encarou.

“Se você não beijou, então porque você preferiu beijá-la, seja lá onde, do que me apresentar? Não era você que estava falando em assumir nosso namoro?”. Perguntou tristemente, sem encará-lo.

“Eu disse que ia dar um tempo a você antes de assumir, lembra? Se eu contasse para Mio, Japão inteiro saberia em segundos e além disso, estávamos no seu local de trabalho, não queria que você se prejudicasse por minha causa”. Ao ouvi-lo tudo fez sentido. Pelo menos a última parte.

“Eu achei que você tinha preferido beijá-la a me apresentar. Não pensei em nada disso”. Disse de cabeça baixa.

“Não duvide mais do que sinto por você, Sakura” - Shaoran aproximou-se dela, e levantou seu queixo- “Você é incrível, temos vidas diferentes, mas isso não a torna mais ou menos especial. Gosto de você, de verdade. Você tem que começar a levar meu sentimento a sério”.

“Shaoran, sei que estou sendo imatura, infantil, mas não sei como agir, é tudo novo para mim”.

“A primeira coisa que você deve fazer é conversar. Ignorar meus telefonemas e mensagens não adianta nada. A segunda coisa, você tem que ser menos cabeça dura. Não vai ser a primeira nem a última vez que vai haver desentendimentos”.

“Você realmente não a beijou?”

“Não” – Shaoran engoliu seco, ao lembrar que tecnicamente havia a beijado- “Quer dizer, beijei, mas na testa” – Sorriu sem graça, percebeu a cara de brava dela – “Esse seu bico, está pedindo por um abraço apertado e um beijo” - Fez menção de abraçá-la. Mas ela se esquivou - “O que foi?”

“Eu gosto de você Shaoran. Gosto muito”. Disse timidamente tentando se esconder atrás do buquê. Ao ouvir suas palavras, Shaoran arregalou os olhos. As palavras dela o encheram de felicidade e abraçaram seu coração com carinho. A puxou e abraçou fortemente.

“Também gosto de você Sakura. Muito”. Sussurrou.

A porta foi aberta bruscamente: “Já fizeram as pazes?!”. Ao ver a cena, Naoko praticamente cuspiu arco-íris. Sakura e Shaoran se soltaram envergonhados.

“Você é uma atrapalhada mesmo Naoko!”- Disse Motoko atrás dela. Mamoru ao lado de Usagi riam da cena dos dois - “Eles não conseguem agir de forma normal por sua causa”. Motoko apontava para os dois que se comportavam como se fossem robôs.

“Pessoal! Que bom vê-los!”. Sakura sorriu sem jeito.

“Que bom ver esse sorriso Cerejeira!”. Disse Mamoru.

“Fico feliz em estar aqui Sakura-chan!”. Disse Usagi.

“Por favor, entrem…” - Sakura olhou Shaoran que continuava parado - “V-vou colocar essas flores em um vaso, já volto”. Shaoran sorriu e começou a tirar seus sapatos, assim como todos.

“Obrigada pela comida!”. Agradeceram em coro.

“É muito estranho tudo isso...”. Naoko interrompeu o silêncio.

“Como assim, Naoko-chan?”. Perguntou Sakura.

“Teve um tempo aí, que a maior proximidade que tive com o Li, foi eu me aproximando da TV. Nem quando ficaram hospedados eu fiquei tão perto. Agora, eu posso assistir os shows da ala VIP se eu quiser”. Quase todos riram. Motoko balançou a cabeça negativamente e Sakura corou.

“Naoko, não fale besteiras e coma”. Disse Motoko, séria.

“Podemos assistir mesmo da ala VIP, não é Li?”. Perguntou Mamoru, de forma zombeteira.

“C-claro que sim. Providenciarei os ingressos de vocês para nosso show aqui em Tóquio”. Mamoru, Motoko e Sakura se surpreenderam.

“Que legal!”. Comemorou Naoko.

“Mas qual é o estilo musical da sua banda? É música clássica?”. Usagi perguntou inocentemente.

“Como assim Usagi-chan!? Você não conhece Kissu's?”. Naoko a encarava espantada.

“N-não...”. Usagi respondeu timidamente.

“Você vai amar, eles são incríveis!”.

“Sério?” - Usagi encarou Shaoran - “Você pode me arrumar mais noves ingressos?”. Perguntou sorrindo.

“Usagi!”. Mamoru a repreendeu.

“Mas é que tem a Chibiusa, Ami, Rei, Makoto, Minako, Setsuna, Michiru, Haruka, Hotaru...”. Acompanhavam Usagi contando nos dedos.

“Caramba… Que grupo grande de mulheres!”. Shaoran ficou impressionado.

“Achei que nunca acabaria”. Disse Motoko, assustada.

“Você terá seus noves ingressos!”. Shaoran sorriu. 

“Você é bem legal Li! Mas o meu favorito continua sendo Yukito-chan!”.

“Ele é solteiro, acho que você tem chances”. Naoko se retraiu e corou, o que fez todos rirem.

“Sakura-chan, você acreditou no Shaoran-kun?”. Naoko ajudava Motoko com a louça. Mamoru e Shaoran conversavam animadamente. Usagi fazia chá ao lado delas.

“Hum?”. Sakura guardava a louça recém enxuta por Naoko.

“Sobre o beijo”. Disse Motoko enquanto lavava a louça.

“É… Não sei se vocês vão me achar inocente, mas acredito sim...”. Respondeu timidamente.

“Que bom Sakura-chan!”- Naoko enxugava umas das tigelas, e falou mais baixinho- “Eu ouvi aquela assanhada contando para uma amiga o que aconteceu pelo telefone! Ela contou que ele disse a ela que não era mais o Shaoran de antes. Ele agora, era aquele que deu um beijo na testa dela por consideração. Que o relacionamento que eles tinham, não existe mais. Achei tão lindo!”. Levou a mão até o peito.

“Mas porque não me contou?”. Olhou Naoko, intrigada.

“Eu ia contar Sakura-chan, mas a Motoko não deixou”. Respondeu Naoko sem graça, encarando Motoko. Usagi acompanhava a conversa.

“Já nos metemos onde não fomos chamadas. O melhor seria que vocês conversassem, e que você por conta própria decidisse se acreditaria ou não nas palavras dele”. Motoko disse.

“Mas e se eu não acreditasse?”.

“Aí teríamos que nos meter novamente! ”. Respondeu Naoko sorrindo.

“Naoko!” – Motoko a repreendeu – “Nos conhecemos você Sakura”. Motoko sorriu.

“Ele gosta de você Sakura. Não tenha dúvidas!”. Naoko piscou o olhou.

“Eu tenho que concordar. Você já comeu os pães de mel que ele trouxe para você?”. Perguntou Usagi.

“N-não”. Sakura respondeu sem entender.

“Ele comprou porque o Sr. Yusuke, dono da padaria, disse que comê-los uniria os corações apaixonados”. Ao ouvi-la, Naoko suspirou, Motoko corou, assim como Sakura.

“Sakura, a assanhada disse que não ia desistir do Shaoran. Mas não se preocupe, pode contar com a nossa ajuda, manteremos ela bem longe”.

“Conte com a minha também!”. Disse Usagi, determinada. Riram entre si.

“Mas o que vocês tanto cochicham aí, hein?”. Perguntou Mamoru.

“Naaaada”. Responderam em coro. Shaoran fitou Sakura, que timidamente, retribuiu o olhar.

Usagi sentou-se à mesa, seguida por Naoko, Motoko e Sakura.

Discretamente, Mamoru piscou para Naoko e Motoko: “Nossa, mas que cabeça a nossa Usagi-chan! Temos que buscar a Chibiusa!”.

“Buscar? Aonde? Do que você está falando?”

“Temos que buscá-la cabeça de lua”. Deu ênfase no ‘buscar’, olhando para Shaoran e Sakura.

“Aaaaaahhh é verdade! Sim, sim! Temos que ir Sakura-chan!”

“Lembrei que tenho que fazer um trabalho da faculdade Sakura-chan!”. Disse Naoko.

“Eu tenho que treinar, logo, logo vai acontecer um campeonato”.

“M-mas e o chá, Usagi-chan?”.

“Tome com Shaoran, ora!”. Motoko apontou para ele.

Sakura o encarou envergonhada: “Eu não sei se ele pode...”

“C-claro que posso. S-se você permitir, eu fico!!”. Respondeu nervoso.

“Então decidido! Vamos pessoal!”. Sakura e Shaoran se entreolharam envergonhados.

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Tomoeda – Supermercado-

“Hum… Esse tem mais nutrientes, em compensação esse aqui é mais gostoso, mas é mais calórico… Aiaiaiai, qual eu levo?”. Nakuru tinha em mãos dois pacotes de macarrão, comparavam entre si.

“O que tem mais nutrientes”. Ao ouvir a voz, olhou para trás. Era o irmão da Sakura.

“O-oi, como vai Touya-kun?!”.

“Bem. Diferente de você que se encontra nessa confusão”.

Sorriu sem graça: “Eu sou péssima em fazer compras. Mas apesar disso, eu gosto de fazer esse tipo de coisa quando tenho a oportunidade, me faz sentir um pouco normal”.

“Entendo. Deve ser complicado a fama” - Touya olhou o carrinho dela, e viu que não havia quase nada - “Precisa de ajuda?”.

“Já que você perguntou...” - Nakuru mostrou a sua lista, e com voz de choro disse - “Qual são as melhores marcas de arroz e de molho shoyu? Como escolho as melhores ervas? Como eu sei qual o espinafre é o melhor? E kiwi?”. Uma cachoeira de lágrimas, caia. Tudo o que Touya fez, foi suspirar longamente.

Lado a lado escolhiam o pacote de arroz, da prateleira. Nakuru pegou um dos pacotes, leu a embalagem e o preço e o colocou em seu carrinho. Touya o pegou e voltou a deixá-lo na prateleira.

“Esse arroz, é bem ruim. Este aqui é barato e é muito melhor”.

“Poxa, muito obrigada!”. Sorriu pegando o pacote de suas mãos.

“Moço, por favor, me ajude aqui” - Um idoso, próximo a eles, chamou por Touya, que foi imediatamente em sua direção. Nakuru observava a cena - “Por favor, pegue para mim. Eles fazem essas prateleiras altas e esquecem dos velhos e de baixa estatura” - Apontou para a embalagem - “Obrigado rapaz. Seu namorado, é muito gentil moça”. Disse olhando Nakuru, que corou.

“N-não somos namorados”. Disseram ao mesmo tempo.

“Hehehe. Então me perca tempo meu rapaz, na sua idade, eu tinha várias namoradinhas” - Sussurrou para Touya, que sorria sem jeito - “Até mais”.

Nakuru e Touya observaram o idoso ir, e se entreolharam. Desviaram o olhar abruptamente.

“He he. Namorados, hein? Você namorando uma garota tão desajeitada e indecisa como eu? Até parece”.

“E porque não?”. Touya disse sem entender o sarcasmo dela. Nakuru corou. Deu um soquinho no ombro dele.

“Engraçadinho” - Nakuru voltou a olhar a lista de compra - “Bem, finalmente terminei! Desculpa tomar o seu tempo”

“Não precisa se desculpar, Akizuki”.

“Nakuru”. Disse seu nome sorridente.

“Akizuki”. Touya também sorridente repetiu.

“Na-ku-ru”. Repetiu novamente, mas desta vez, ela notou que ele estava sendo formal de propósito.

“Aki-zu-ki”. Ela deu línguas, e ele sorriu.

“Enfim, vou para o caixa. Obrigada mais uma vez!”. Ela curvou-se e ele sorriu.

Puxou o carrinho, relutou em andar na direção oposta, mas andou. Parou com poucos metros de distância. Virou para trás, e o viu se distanciando: “Touya, quer tomar um sorvete comigo?” - Touya virou-se e ficou em silêncio a encarando, talvez tentando entender o convite - “Eu pago. É um pagamento por ter me ajudado!”. Ela fez “paz” com os dedos, e mostrou todos os dentes.

“Acho que é a primeira vez que vejo alguém pedir duas bolas de sorvete de limão”.

“Hum… E é a primeira vez, que vejo alguém se sujar tanto tomando sorvete”. Touya olhou para a mão dela, que tinha respingos de sorvete. Assim como o canto da boca. Envergonhada pegou o papel toalha da mesa, e se limpou.

“Limão e você tem muito em comum: dois azedos”.

“Ha. ha. Acho que você tem um futuro promissor em Stand Up”.

“Nem parece o rapaz solicito e educado que me ajudou no supermercado. Propaganda enganosa”.

“Lembrarei disso, se te ver perdida no supermercado outra vez”.

“Ei! Eu estava brincando!”. Parou de lamber seu sorvete, e pedia desculpas de forma infantil.

“Agora é tarde!”

“Não sabia que a Sakura tinha um irmão tão rancoroso! Você deve ser a ovelha negra da família!”.

Touya a olhou com cara feia. Nakuru não deu atenção aos seus olhares: “Vai quando para Tóquio?”.

“Provavelmente um dia antes do show. Vou amanhã visitar meus pais que chegaram de viagem. Estou aproveitando bem esses dias. Os próximos dias e meses serão bem intensos”.

“Não cansa?”

“Um pouco. Mas é minha vida. Gosto do que faço. Não cansa de dar aulas?”.

“As vezes. Mas eu só sei fazer isso. Sempre foi meu sonho desde criança”.

“Eu queria ser pintora, como minha irmã”.

“Pintora?”

“Sim! Ficava maravilhada com as pinturas dela. A casa toda era cheia de quadros e mais quadros dela. Eu adorava vê-la pintar. Era mágico!”.

“E porque você desistiu?”.

“Na verdade, eu só queria ser como ela. Minha irmã é bem diferente de mim. Eu sou desajeitada, falo alto, espalhafatosa, bocuda e atrapalhada. Ela é serena, educada, um poço de calmaria, paciente...”.

“Então ela é beeem diferente mesmo”.

“Bobão”- Nakuru vasculhou sua bolsa. Procurava pelo celular, ao achá-lo, mexeu nele - “Aqui! É ela” - Mostrou seu celular. Touya o pegou e viu a foto de um casal. A linda mulher sorridente de cabelos rosas, presos em dois coques, abraçava um homem loiro, que fazia paz com os dedos. Ficou surpreso, pareciam irmãs gêmeas. A da foto tinha mais traços de mulher, mas, mesmo assim, parecia demais com Nakuru - “Ela e o marido, Johan. O nome dela é Ryoka, mas ela prefere ser chamada de Rubī Mūn. É o nome artístico dela”.

“Há dois quadros da sua irmã na escola Tomoeda”.

“Sim. Um ganhou o concurso cultural promovido entre as escolas e o outro ela pintou em homenagem a escola. Ela estudou lá também”

“Lembro dela. Yue e sua irmã eram amigos”.

Ao ouvi-lo ficou atônita, não fazia ideia. A irmã e Yue nunca haviam comentado sobre aquilo: “E-eu não sabia...”.

“Provavelmente se você perguntar a Yue ele vai dizer: ‘você nunca perguntou’. É o jeito Yue de ser”  - Touya notou o olhar perdido dela - “Algum problema?”

“N-nada. Só fiquei surpresa”.A irmã sempre a contou tudo. Porque ela não sabia daquilo?

“Deu para perceber. Você mora aqui perto?”

“Estou na casa da Tomoyo-chan”.

“Te dou uma carona”.

“N-não precisa, posso pedir para alguém me buscar ou pegar um táxi”.

“Não discuta… Do que o Yue te chama mesmo…?”

“Bruxa...”. Respondeu contrariada.

“Não discuta bruxa”. Ela revirou os olhos.

“T-tudo bem então, vou ao banheiro. Volto já”. Nakuru levantou-se e andou rapidamente até o banheiro. Pegou o celular da bolsa, e discou o número da irmã. Estava curiosa, não ia conseguir esperar para saber sobre aquela amizade até então desconhecida. Deu na caixa-postal. Tentou novamente. Outra vez, caixa-postal. Respirou fundo. Ligaria quando chegasse em casa. Olhou rapidamente no espelho do banheiro. Arrumou a franja e depois lavou as mãos.

Ao vê-la voltando, Touya ficou surpreso pela rapidez: “Que rápida!”.

“S-só fui lavar as mãos. Vamos?”. Disfarçou.

“Você nem terminou o seu sorvete”. Touya apontou para o sorvete que já estava derretendo. Arregalou os olhos ao vê-la engolindo o sorvete de uma vez.

“Terminei!”. Ao sentir a cabeça gelar por causa do sorvete, fez cara feia, e colocou a mão sobre a cabeça. Touya riu da cena.

“Você é bem engraçada!”. Ela nada disse, apenas se retorcia de dor.

Minutos depois...

“Hallo? Hoe is Johan? Ja, ik ben ook in orde. Ik weet het nog niet, maar zijn van plan om te gaan bezoeken hen binnenkort. Natuurlijk mis ik u!” (Alô? Como vai Johan? Sim, estou bem também. Ainda não sei, mas pretendo ir logo visitá-los. Claro que sinto saudades de vocês!) – Notou os olhares surpresos de Touya, que dirigia, certamente estava daquele jeito por vê-la falando em outra lingua  –  “Johan , mijn zus is met jou? Haar mobiele telefoon geeft alleen de mailbox” (Johan, minha irmã está com você? O celular dela só dá na caixa postal) — “Dus toen ze krijgt uit het bad, kun je haar vragen om terug te keren naar me? Dank! Echt waar? Goed dan ben ik goed te praten uw taal. Jullie zijn goede leraren. Johan nog meer. Bye, bye!” (Então quando ela sair do banho, você pode pedir para ela me retornar? Agradeço! Sério? Que bom então que estou falando bem a sua língua. Vocês dois são bons professores. Até mais Johan. Bye, bye!).

“Isso foi holandês?”

“Sim, estava falando com meu cunhado. É que...” - Pensou em uma rápida mentirinha - “Minha irmã me ligou, mas eu não tinha visto e ela não me atendeu quando retornei”.

“Sei. Você é bem curiosa”

“Hã?”. Franziu as sobrancelhas.

“Você quer saber o porquê de sua irmã não ter dito que ela e Yue eram amigos na escola”.

“N-não é isso!”. Nakuru negou com as duas mãos.

“Eles devem ter os motivos deles”.

“E-eu não ligo! Só retornei a ligação dela, apenas isso!”. Bufou e cruzou os braços.

“Ok”.

“Touya...?”

“Sim?”

“Gostei de você, podemos ser amigos?”. Perguntou entusiasmada, aquilo o surpreendeu. Ela mudava de humor de uma hora para outra.

“Não sei, que tipo de amiga você é?”.

“A melhor de todas! Sou uma amiga que toca bateria e fala holandês! Posso te ensinar se quiser!”. Disse animadamente.

“Não, não quero aprender nada disso. Mas tudo bem, podemos ser amigos. Mas aquele tipo de amigos que mantém amizade a distância, certo?”.

“Você e o Yue foram irmãos em outra vida?”

“Quem sabe” - Touya parou no sinal, sem olhá-la disse - “Ele gosta muito de você”.

“Quem? Yue? Até parece! Ele gosta muito de pegar no meu pé. Sempre implica”. Cruzou os braços. Fez bico ao lembrar o quanto ele implicava com ela.

“Ninguém te disse que quando uma pessoa implica muito, na verdade ela está interessada?”.

“Você está interessado em mim, então? Não faz nenhum sentido!”. Revirou os olhos e balançou a cabeça.

Touya a olhou e antes de voltar a andar com o carro, bagunçou os cabelos dela: “Sou implicante por natureza e um amigo leal, mas apesar disso, não sou cego, bruxa!”.

Nakuru não entendeu nada do que ele quis dizer, deu língua.

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Apartamento Sakura – Tóquio

“Gostou?”. Sakura observava Shaoran admirando o chaveiro de um lobo com suas iniciais nele. Ele parecia feliz. Será que tinha gostado mesmo? 

“Muito!” - Ele finalmente respondeu. Ele tirou umas chaves de seu bolso - “Essas chaves são da minha casa em Tomoeda, essa aqui é da minha casa na China, essa, é da maleta da minha guitarra velha… Enfim, são chaves que tem uma grande importância para mim”- Shaoran tirou o chaveiro de uma estrela do conjunto de chaves, e pôs o do lobo - “Acredito que agora, elas estarão bem protegidas”.

“Ai ai ai Shaoran. Você sempre me deixa com vergonha”.

“D-desculpe, não faço por mal!” - Shaoran a olhou confuso - “Também te trouxe um presente”.

“P-pra mim?”. Corou.

“Sim, eu ia te dar hoje, mas devido aquela confusão…”- Tirou do bolso do casaco, uma caixinha, maior um pouco que de uma aliança - “Espero que você goste”.

“N-não precisava Shaoran!”. Ela relutou em pegar o presente.

“Não é nada demais” - Ao ver a relutância em pegar a caixinha, ele mesmo abriu. Sakura ficou maravilhada com o cordão de pedrinhas verdes. Era lindo - “Posso?”- Shaoran fez menção de ir até ela e colocá-lo em seu pescoço. Ela balançou a cabeça, ao ter sua permissão, ele aproximou-se.

Sakura corou, e sentiu um arrepio ao sentir a mão dele, tirando seus cabelos de seu pescoço. Ficou nervosa e mordeu o lábio. Ele estava tão perto que jurava que estava escutando a sua respiração. Ele colou o colar e se afastou um pouco.

Sakura, ainda corada, voltou a dar atenção ao colar: “É-é muito lindo! Não foi caro, não é?”. Acariciava o colar.

Shaoran a olhou desconfiado. As pedrinhas verdes, eram esmeraldas que valiam 8 vezes o valor do salário dela de camareira. Achou melhor não entrar em detalhes, de certo, ela ficaria incomodada: “Não, não. É uma bijuteria, comprei em Nagasaki, em uma daquelas lojinhas, lembra?”. Apesar da mentira boba, se sentiu incomodado em mentir.

“Lembro sim! Obrigada Shaoran! Eu adorei!”.

“Só isso?” - Ela estranhou a pergunta - “Não ganho um beijinho?” - Ela fez cara de reprovação, mesmo envergonhada. Shaoran sorriu, e como uma criança implorou - “Por favor, só um! Unzinho só!”. Sakura cedeu. Fechou os olhos.

Shaoran encostou seus lábios nos dela, e logo ela entreabriu os seus. Beijavam-se com calma, sem pressa nenhuma. Sakura lhe acariciava a nuca, e ele a cintura.

Deixando a timidez de lado, Sakura passou a mão nos cabelos castanhos dele. Aquilo fez com que Shaoran a beijasse com mais voracidade, causando-lhe arrepios. Um calor forte surgiu, e novamente estava sentindo um formigamento que não sabia explicar.

“Shaoran…”- Ofegante e de bochechas coradas, Sakura interrompeu o beijo - “E-eu acho melhor você ir”.

“T-tudo bem Sakura”. A encarou profundamente, se perdendo nos olhos verdes. Ela não tinha noção do quanto ele estava descobrindo novos sentimentos com ela. Ela o deixava louco, só em tocá-lo. Não apenas excitação, era algo a mais. Tinha certeza de que esse algo a mais, era o tal do amor. Só podia ser, nunca tinha sentido nada daquilo. Sempre tudo foi tão mecânico, tão igual. Com as mulheres que tinha, não tinha mais nem paciência para os beijos, preferia ir para ‘o finalmente’. Mas com ela, não se importaria em passar horas e horas a beijando. Voltou a beijá-la.

Sakura retribuiu o beijo e mais uma vez, um calor foi tomando conta de seu corpo.

“Shaoran...”. Ela parou de beijá-lo, levou seu dedo indicador até os lábios de Shaoran.

“Ok, ok! Já estou indo!” - Beijou o dedo dela e sorriu. Levantou-se do sofá - “Amanhã nos vemos então?”

“Sim! Estarei lá!”.

O acompanhou até a porta. Shaoran calçou os sapatos, virou-se e deu beijo rápido nela: “Durma bem. Sonhe comigo, sou ciumento! Que seja um sonho erótico de preferência”

“Shaoran!”. Ele riu, mais uma vez a beijou e se foi. Sakura trancou a porta e pelo olho mágico o viu se afastar. O sorriso no canto da boca era inevitável. Estava tão feliz.

Amanhã o encontraria na praça próxima ao seu trabalho. Não via a hora de reencontrá-lo. Mas primeiro, ligaria para Tomoyo. O calor que ela anda sentindo não é normal.

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“Vai me dizer sim ou não?” - Nakuru andava de um lado para outro. Estava irritada. A irmã, pelo telefone, relutava em dizer algo sobre a amizade com Yue - “Não vai dizer? Tudo bem. Vou perguntar a ele”.

— “Nakuru-chan, espera...” - Sua irmã a impediu de desligar - “Nunca te contei nada porque não achei apropriado”

“Porque não?”

— “Nakuru-chan, Yue e eu éramos sim grandes amigos na escola”.

“Vocês…?”

— “Quando conheci Johan, eu tinha 17 anos. Conheci no museu de Tomoeda, quando trabalhei lá. Ele restaurava quadros, tinha acabado de chegar ao Japão junto com o pai. Foi amor à primeira vista” - Rubi - “Tínhamos a mesma idade, ele falava até que um japonês regular, mas era estrangeiro, nosso pai nunca o aceitaria. Começamos a conversar e a nos encontrar as escondidas. De forma respeitosa. A única pessoa que tive coragem de contar, foi para Yue”.

“Porque você escondeu de mim?”

— “Eu estava assustada. Apaixonada e assustada, Nakuru-chan. E também não queria fazer de você uma cúmplice” - Rubi - “Yue começou a agir estranho. Dizia que eu devia terminar tudo, às vezes não queria que eu fosse encontrá-lo e parou de falar comigo. Até que...”

“Até que?”

— “Ele contou tudo para mamãe”.

“O quê?!”

— “Mamãe ficou muito triste e chateada comigo. Lembra daqueles dias em que nós duas sumíamos? Íamos encontrar Johan. Minha mãe implorava para que ele me deixasse em paz, dizia que meu pai nunca aceitaria, e ele a implorava para que ela o aceitasse um dia”

“Mas porque Yue, fez isso?”

— “Quando eu o confrontei, e-ele, e-ele… Disse que gostava de mim! Mas não era isso que ele sentia Nakuru-chan, ele só tinha medo de perder a minha amizade, nós estávamos sempre juntos, quando Johan surgiu as coisas mudaram, Yue confundiu tudo...”

“E-eu preciso desligar! Até”. 

— “Nakuru-chan, esp…”. Desligou. Não queria escutar mais nada.

Jogou o corpo para trás, caindo sentada no sofá. Fitava o nada. Sentia-se tão idiota. A idiota das mais idiotas. Então Yue foi apaixonado pela sua irmã? Será que era aquele tipo de amor que ele nunca irá esquecer?

“Já chegou, como foram as compras?” - Tomoyo notou a feição de tristeza dela - “Nakuru-chan, aconteceu alguma coisa?”

“Sim. Aconteceu que sou muito idiota”. Levantou do sofá.

“Mas do que você está falando?”. Tomoyo ficou preocupada, era raro vê-la com raiva e triste.

“E-eu preciso sair!”.

“E-espera, Nakuru-chan!”. Tomoyo gritou em vão.

...

 

“Nakuru-chan! Bem-vinda querida!”. A senhora idosa, sorriu ao vê-la.

“Olá vovó. Atrapalho?”. A abraçou carinhosamente.

“Claro que não! Entre meu bem, os meninos estão jogando uma partida de xadrez. Querido, Yukito-chan, olhem só quem está aqui”. Ambas andaram até a sala.

“Olá menina, que cara é essa? Dê comida a ela, mulher!”. Disse o avô de Yukito e Yue, mordia um cachimbo.

“Tudo bem Nakuru-chan?”. Yukito notou o semblante triste dela.

“S-sim! É que eu estou com calor”. Respondeu sem graça.

“Vou buscar um suco geladinho para você, sente-se meu amor”.

“O-obrigada”. Nakuru de aproximou de Yukito e do avô dele.

“Quer jogar depois? Yukito é um fracote!”. Nakuru sorriu. Yukito estava outra vez deixando o avô dele ganhar.

“Vovô, não sou fracote!”

“É sim! Fra-co-te!”. Ela sorriu com toda aquela pequena discurssão.

“Aqui...”- A avó de Yukito, a entregou o suco, a olhou preocupada- “É só o calor mesmo?”

“S-sim...” - Olhou envolta- “E-e o Yue, onde está?”. Tomou um gole do suco, e corou.

“Lá encima. Disse que tinha que treinar, já que logo vocês voltam a fazer shows”. A avó respondeu, sorrindo.

Hesitou por alguns momentos, mas tomou coragem: “E-eu preciso falar com ele” - Nakuru devolveu o suco para avó- “D-desculpe. Volto já”. Subiu as escadas apressada.

“O que foi que aconteceu?”. Indagou-se a senhora.

Yukito não tirou os olhos dela subindo a escada. Percebeu que algo sério tinha acontecido.

“Yukito! Presta atenção no jogo!”

“S-sim vovô!”

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Deitado na cama, rabiscava o caderno de acordes. Estava escrevendo uma canção. Por causa dos fones de ouvido, não escutou o bater à sua porta. E nem percebeu que ela tinha sido aberta. Ao fazer o movimento de pegar seu violão encostado na cadeira, tomou um susto ao vê-la.

“O que você está fazendo aqui?”. Encarou Nakuru.

“E-eu preciso falar com você,Yue”.

Ele tirou os fones: “Você não tem educação mesmo, não é bruxa? Nem parece uma menina...”

“Já chega!” - Yue se assustou com a voz alterada dela - “Eu vim conversar seriamente com você! De mulher para homem! Não tem nenhuma menina aqui!”.

“Mas o que foi...”

“Você era apaixonado pela minha irmã?” - Yue arregalou os olhos - “Era não era? Sua feição não nega. Ou ainda é? Deve ser até hoje!”

“Quem te contou isso?”.

“Então é por isso que fui rejeitada? Você nem sequer teve coragem de me dizer?”

“Não é nada disso!”. Cruzou os braços.

“Não adianta negar. Dá para ver nos seus olhos o quanto você está desnorteado”

“E-eu fiz um mal a sua irmã, do qual me arrependo até hoje. Contei a sua mãe do namoro dela com Johan, movido por ciúmes. Sua irmã me dizia que o que eu sentia, não era amor. Dizia que eu tinha medo de perder a amizade dela. E eu dizia que não era isso. E-eu achava que era apaixonado por ela. Mas eu...”

“Você?”

“Eu sou apaixonado por você”.

Nakuru deu uma alta risada, estava nervosa: “Por mim? Que história é essa agora?”

“Quando vi você pela primeira vez, e-eu entendi o que sua irmã me dizia” - Ela voltou a rir- “Porque você está rindo?”. Ele a olhou sério.

“E não é para rir? Passo a vida inteira apaixonada por você, resolvo me confessar. Você me rejeita.  Daí do nada você vem com esse papo? Eu só vim aqui entender essa história, não sou criança e achei bem idiota da parte de vocês em não me contar. Principalmente da sua. Se você gosta dela ou não, podia ter dito que o seu interesse amoroso sempre foi minha irmã”.

“Nakuru, você não entendeu”.

“Entendi sim. Não tenho nada mais para falar”. Ela deu as costas. Yue apressou-se e segurou seu braço.

“Você não ouviu o que eu disse? Eu sou apaixonado por você!”.

Nakuru puxou o seu braço, fazendo com que Yue a soltasse: “Não me importo com o que você disse. Você não é apaixonado por mim droga nenhuma! E se isso fosse verdade, você deve ver minha irmã em mim, já que todos dizem que somos parecidas! Mas não somos, porcaria!”

“Você é idiota?”

“Sou sim! Uma idiota que ficou...”.

Yue a puxou e a beijou. Nakuru de olhos abertos e bem arregalados, ficou sem ação. Imóvel. Tudo o que sempre quis que acontecesse, estava realmente acontecendo. As lágrimas caíram. Não queria chorar, não na frente dele.

Yue abriu os olhos, e se assustou com as lágrimas dela. Soltou seus lábios. Foi empurrado.

“Nakuru me...”

“Não se atreva a fazer isso outra vez! Não sou o prêmio de consolação de ninguém! A partir de agora, seremos somente companheiros de banda. Nada mais!”. Nakuru saiu correndo do quarto.

Yue a olhou sem ação. Sentou na cama e soltou a respiração, longamente.

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Continua...

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Hinagiku no hanataba: buquê de margaridas 

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Notas finais do capítulo

Tudo bem? Mais um capitulo! =D obrigada pela audiência! *.* Próximo cap teremos algumas reviravoltas! hehehe opiniões, sugestões, criticas são bem vindas! agradeço!
Kissus =***



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