Seduzindo um Uchiha escrita por Xokiihs


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Seduzindo um Uchiha

◊ Por: Xokiihs ◊

Um salto quebrado, o cabelo bagunçado e o vestido molhado. Era isso o que eu tinha para oferecer naquele momento. Embora estivesse espatifada no chão, com a cara vermelha de vergonha, ainda tentei soltar meu olhar sedutor. Afinal, o salto pode até quebrar, mas nunca caia dele. Nem que para isso você tenha que pular com uma perna só, ou ficar um pé mais alto que o outro.

Sabe quando você tem aquela epifania, que acontece do nada? Pois é. Foi o que aconteceu comigo, ali, sentada no chão, com toda Konoha me olhando como se eu fosse a nova vilã da história. Antes esse fosse o caso. Mas a sorte nunca esteve ao meu lado.

Tudo começou com aquela maldita discussão na casa de Ino. Estávamos todas lá, até mesmo Tsunade-sama, Shizune e Temari, que estava apenas de passagem. Tínhamos marcado uma noite só de mulheres, e começamos no bar e terminamos na casa de Ino.

- Mas eu (hic) nunca imaginaria (hic) que o Shikamaru era (hic) de fazer essas coisas... – disse uma Ino muito bêbada, enquanto encarava uma Temari com um sorriso triunfante, atônita. Aliás, todas estávamos surpresas com a revelação da loira de Suna.

- Ah se faz, e ele é muito bom. – A loira respondeu, dando uma risadinha nada singela logo depois. Depois disso não demorou muito para que o assunto desviasse para aquilo que todas gostávamos (mas que ainda éramos muito inexperientes, quer dizer, algumas de nós – eu): sexo.

- Ei, vocês não sabem de nada da vida, hahahaha. – Dessa vez foi Tsunade, surpreendendo todos nós, e deixando uma Shizune bem avermelhada. Todas olhamos com interesse, prontas para ouvir as histórias de nossa ex- Hokage, que agora estava caindo de bêbada. – Eu e Dan... – Começou, mas caiu no sono antes de terminar, deixando todas com cara de taxo.

O alvo então mudou para ninguém mais ninguém menos do que a menina mais tímida de toda Konoha: Hyuuga Hinata. A moça, que era sempre embebedada pelas amigas, estava vermelha mas tinha um sorriso sonhador nos lábios.

- Pelo que parece o Naruto não deixa a desejar hein, hehehe. – alfinetou Tenten, tirando a jovem Hyuuga dos seus sonhos (im)puros.

- Que? – Ela as olhou, ao ouvir o nome de seu namorado ser mencionado. – O que tem o Na-naruto-kun?

- Ele tem (hic) o pinto pequeno. De acordo com Sai, hahaha. – Respondeu Ino, distorcendo o tópico da conversa. Mas foi engraçado ver Hinata ficar vermelha e seu cenho franzir levemente.

- Isso n-não é verdade. – Ela disse, cruzando os braços. Contamos até cinco, até ela perceber o que tinha dito e ficar mais vermelha que um tomate. Ah, tomates. Isso com certeza me lembrava de um certo alguém.

- Quer dizer que já viu, né safada? – Disse Tenten, caindo na gargalhada logo depois.

Uma rodada de sakê depois, era a minha vez. E eu ri nervosa. Eu não era nenhuma virgem, longe disso. Mas o Sasuke... bem, sexo para ele não era tão importante. A verdade é que a gente fazia quando ele queria, e nem era aquilo tudo que eu ouvia falar por aí. Na verdade, era bem frustrante.

Limpei a garganta antes de inventar uma mentira na cara dura.

- Ora, o Sasuke-kun é ótimo. Imaginem um homem daqueles, mentira, não imaginem. Mas ele é forte, sensual, tem pegada (verdade, verdade, éér... mentira), nossa, nem sei mais o que falar. Aquele homem me deixa maluquinha, mal me deixa dormir, hahaha. – Bem, não sei porque mas todas me olharam com uma sobrancelha arqueada. Será que eu estava mentindo tão mal assim? Ou era mesmo difícil de acreditar?

- Hm, o Uchiha é isso tudo é? Com certeza ele não aparenta ser. – disse Temari, e eu quis voar no pescoço dela. Só eu podia dizer o que ele era ou deixava de ser, afinal eu fui a única a experimentar.

- Pois ele é, é sim. – Eu disse, sentindo meu nariz crescendo cada vez mais.

- Com aquela (hic) gaveta cheia de calcinha bege (hic) eu duvido muito que (hic) o Sasuke-kun seja isso tudo que você ‘tá falando... a não ser que ele goste de calcinhas bege. – Ino falou, com um ar pensativo que me fez rolar os olhos. Quando mesmo ela olhou minha gaveta de calcinhas?

- Verdade. Nem minha mãe tem tantas calcinhas bege. – Disse Tenten, e novamente eu me perguntei: quando elas olharam a droga da minha gaveta?

- Eu tenho um lugar secreto. – Eu disse, cruzando os braços, já perdendo a paciência. Por que não passam para Shizune logo, hein? Que saco...

- Duvideodó que você tenha. – Ino gargalhou. – Testuda, quem você quer enganar? Você vive socada no Hospital, dia e noite, de segunda a segunda, quando é que arruma tempo para transar?

Bem, era verdade. Mas o que eu podia fazer? Estava juntando dinheiro para comprar um apartamento, ou até uma casa. Lógico que o fato de Sasuke raramente estar em Konoha, e quando está não fica muito comigo, não conta nem um pouco nisso. Não mesmo.

- Eu... Eu... Argh! Não interessa para vocês, suas palhaças. – Desisti, bebendo um bom gole de sakê. Só assim para aguentar esse interrogatório.

Ficamos em silencio por um tempo. Até a voz de Temari quebra-lo.

- Bem, Sakura, - ela começou, me olhando com um sorriso zombeteiro. – já que sabe tanto, por que não nos ensina?

- O que quer dizer? – Perguntei na defensiva. A loira de coques riu, olhando brevemente para uma outra loira que tinha um sorriso sapeca, o qual eu não gostei nem um pouco.

- Seduza o Uchiha na frente de todos. Quero ver a cara dele de quem sente algo além de nada. – Bem, dizer que eu fiquei puta é pouco né? Por pouco quase quebrei a casa de Ino. Mas me contive. Afinal, se um pode jogar esse jogo, dois podem, não é?

Ah, triste ilusão. Nem todas foram feitas para seduzir, minha amiga. Mas eu não sabia disso naquele momento. Por isso, eu aceitei, com um olhar desafiante. E, bem, uma coisa levou a outra, até elas inventarem de eu fazer isso na festa do Shikamaru, motivo de Temari estar em Konoha, dali a três dias.

Era uma festa diferente de nossos costumes. Tinha música alta, luzes de diferentes cores, pessoas de diversas vilas, todas conhecidas na guerra, muita bebida e comida, e até mesmo alguns jogos. Eu sabia como seria, eu e minhas amigas já tínhamos comprado nossas roupas juntas; a minha sorte é que eu comprei um vestido perfeito para a ocasião. Não que isso fosse mudar alguma coisa, porque no fundo eu sabia que minha sedução seria um verdadeiro fracasso. Mas só bem no fundo; porque por fora, eu estava bem animada com a ideia.

Nos arrumamos todas na casa de Ino, com exceção de Tsunade-sama e Shizune. Meu vestido era vermelho, nada muito exagerado nem muito simples, mas era bem justo no meu corpo, e até aumentava os meus seios um pouco; coloquei um salto médio, da cor preta, fiz uma maquiagem leve, e fui para a tal festa (esqueci de mencionar a lingerie nova, a qual Ino me obrigou a comprar).

Estava entupida de gente, mas não demorou muito para encontrar meus amigos. Sasuke ainda não tinha chegado, e fiquei ansiosa com medo dele acabar não indo. Mas depois de umas horas, sim, horas, ele finalmente apareceu. Minha maquiagem já não estava tão bonita, e eu tinha perdido um pouco do meu animo, além de já ter tomado umas boas doses de sakê quente. Contudo, assim que o avistei, com suas vestes negras, o semblante calmo, as mãos no bolso, e vindo na minha direção, meu corpo todo tremeu. E comecei a ficar bem nervosa.

Virei para o lado, procurando por alguém com quem eu pudesse falar, para não dizer que estava o esperando até o momento. Porém, não tinha ninguém na mesa onde eu estava. Olhei para a pista de dança, e todos os casais estavam ali, com uma melação que chegava a dar diabetes só de ver; mas eu bem que queria um pouquinho.

Engoli em seco, e foi só piscar para ele estar na minha frente. Sorri, vendo-o sentar perto de mim.

- Olá, Sasuke- kun. – Disse, tentando parecer descontraída. Ele me olhou rapidamente, antes de responder.

- Sakura. – E ai meu nervosismo aumentou. Ficamos em silencio, eu olhando ao redor, e ele olhando para mim? Sim, Sasuke estava olhando diretamente para mim. E fui perceber depois de muito tempo.

Olhei-o, observando seu belo rosto. Como era lindo. Os cabelos, agora longos, tampando parte de seu rosto, os olhos tão profundos e cheios de tantas coisas, as quais ela não conseguia identificar; o nariz fino, os lábios levemente umedecidos. Tudo nele era uma perfeita concordância. Chegava a ser irritante.

Ficamos nos olhando por tanto tempo, que eu já estava ficando vermelha. Aqueles olhos pareciam ler a minha alma, descobrindo assim os meus planos de sedução. Não podia deixa-lo perceber que eu estava tramando alguma coisa, caso contrário toda as minhas chances iriam para o ralo. Por isso, quebrei o silencio.

- Achei que não viesse.

-Hn... quase não vim. – Ele murmurou, alcançando o meu copo de sakê não terminado, e levando aos lábios. Fiquei observando o caminho todo, da boca até o pomo de Adão subindo e descendo.

- Por que não? – Perguntei depois de vê-lo sorrindo de canto; estava encarando demais.

- Não estava com vontade. – Deu de ombros. E novamente ficamos em silencio, nos encarando. Não sabia quanto tempo tinha passado, até que sua voz me tirou de meus pensamentos. – Queria te ver.

Foi tão baixo, tão baixo, que tive que pensar se ele tinha dito aquilo mesmo. Tentei disfarçar minha surpresa, mas sem sucesso. Lá estava ele, me seduzindo com aquele sorriso de canto que só ele sabia dar.

Eu ficaria encarando-o para sempre, mas lembrei-me do plano. Eu que deveria seduzi-lo, não o contrário. Por isso, recompondo-me, sorri.

- Também queria te ver, Sasuke- kun. – Respondi no mesmo tom, lançando um breve olhar, proposital, para os seus lábios.

- Vou pegar uma bebida, quer? – Ele perguntou, e eu assenti. Ele foi, e eu aproveitei para respirar fundo e contar até mil. Não demorou muito para ele voltar, com dois copos de sakê. Coloquei minha máscara de sedutora novamente e sorri.

- Obrigada. – Ele apenas assentiu, tomando sua dose de uma vez só. Lembrando de como ele tinha sido sedutor só bebendo o sakê, resolvi que seria a minha vez. Lambi os lábios, tendo a certeza de que ele me observava, e bebi lentamente. Olhei-o por cima do pequeno copo, e fiquei feliz por ver que ele ainda mantinha os olhos sobre mim. Estava dando certo, comemorei.

Contudo, não era o suficiente. Logo decidi ir para o próximo passo; observei minhas amigas dançando com seus pares, e percebia as caras que eles faziam. Então, o próximo passo seria a dança. Antes eu tivesse ficado quieta no meu canto.

- Sasuke- kun, vamos dançar? – Perguntei inocentemente. Meu namorado me olhou, arqueou uma sobrancelha, e... fez que não. Sim, ele me rejeitou. Bem na cara dura. Sem dó nem piedade. Nem preciso dizer que aquilo foi um banho de água fria, não é mesmo?

Respirei fundo, tentando manter a compostura. Dei meu melhor sorriso, e assenti, com meu orgulho lá no chão, em pedaços, tal como minhas esperanças. Fui andando para a pista de dança, desolada, mas assim que vi o olhar azulado de Ino sobre mim, endireitei a coluna e segui para a pista. Aquele maldito. Mas ok. Iria fazer ele vir se arrastando até mim, depois de dançar.

O ritmo da música não era o dos melhores. Era um ritmo mais animado, mas aquilo teria que dar. Comecei a me mover, inibida de começo, mas depois de um tempo acabei sendo levada pela música e comecei a dançar de verdade. Não sabia se era boa dançarina, afinal eu raramente dançava. Mas o que é um peido para quem está todo borrado? Sasuke já tinha me dado um fora mesmo, então que se dane.

Dancei sozinha por um bom tempo, até que decidi olhar em sua direção, só para dar uma espiada mesmo. E lá estava ele conversando com Juugo, que também tinha sido convidado.

Minha vontade era dar um soco no chão, abrir uma cratera para engoli-lo. Era tão difícil entender o que eu estava tentando fazer? Que saco.

Pisando fundo, fui pegar uma bebida; bebi uma, duas, até que finalmente fiquei alegre o bastante para esquecer um pouco do moreno gostosão não dando a mínima para o meu belo corpitcho. Ele que estava perdendo mesmo. Bobão.

Dancei mais, só que dessa vez o ritmo era um pouco mais sensual. Rebolei, joguei os cabelos, coloquei os braços para o alto, girei. Apesar de Sasuke não estar ali, quem ligava? Eu podia ser feliz sozinha se quisesse. Foda-se plano de sedução, foda-se sexo, foda-se Sasuke. Ou me foda, ele que sabe. De qualquer forma, fiquei um bom tempo ali. De repente, senti mãos na minha cintura. Me virei pronta para acertar o indivíduo que ousava encostar em Haruno Sakura sem permissão, e ai que tudo aconteceu rápido demais.

Já estava um pouco alegre, com a velocidade com a qual eu virei, acabei me desequilibrando e no processo da minha bunda até o chão, virei o pé, quebrei o salto, derrubei o copo de sakê que estava em minha mão, e cai de bunda no liquido transparente.

Todos pararam e me olharam, e eu queria enfiar minha cabeça em um buraco. O pior de tudo, porém, era aquele ser na minha frente, de olhos negros e um semblante sério. Sasuke me encarava, tal como todos.

Se eu estivesse sóbria, nessa situação, teria saído correndo. Ao invés disso, ri, me levantei, tirei o salto, e caminhei lentamente para fora da festa, sentindo os olhares em minhas costas.

Era isso. Game over para Sakura. Sabia que aquele plano idiota não daria certo; Sasuke não era fácil; até mesmo ressuscitar um morto era mais fácil do que lidar com ele. Porém, eu ainda tentava. Sempre tentei e acho que vou sempre tentar.

Contudo, hoje eu não queria tentar mais nada. Só queria cair na minha cama, usando a lingerie vermelha que Ino insistiu tanto para comprar, e dormir até o outro dia.

Mas sabe quando a dizem que a vida é uma caixa de surpresas? Tal ditado não existiria se não fosse a mais pura verdade. No meio da rua, a minha frente, estava Sasuke, com as mãos no bolso, e os cabelos ao vento (cliché, não?). Pisquei uma, duas, até três vezes.

Não era uma miragem. Ele realmente estava ali.

- Sakura. – Ele me chamou, com a voz rouca e baixa. Feroz. Caminhou em minha direção, lentamente, como um lobo indo em direção ao cordeiro. Eu fiquei estática. Jamais esperava que ele viesse atrás de mim. Não depois do fiasco que eu passei.

Quando ele parou na minha frente, me encarando tão profundamente, eu quis agarra-lo. E foi o que eu fiz. Pulei em cima dele, beijando-o. E ele correspondeu, na mesma intensidade. Agarrou minha cintura, com força, e quando eu vi já estávamos indo em direção à minha casa, pulando de telhado em telhado, ainda nos beijando.

Moral da história? Bem, não tem nenhum. A moral é que aquela noite o barraco tremeu, a giripoca piou, e eu fui feita a mulher mais feliz do mundo. Não porque minha sedução deu certo. Mas porque eu tinha um homem que me amava, do seu próprio jeito.


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Notas finais do capítulo

Bem, como todos estão dando sua contribuição para o canon SasuxSaku, por que não eu?
Espero que gostem!
Bye



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